sábado, 16 de agosto de 2025

Cafeterias de Nova York alertam para alta nos preços após tarifas de Trump sobre o Brasil


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Reprodução

A nova rodada de tarifas do governo Trump colocou o Brasil no alvo: 50% de sobretaxa sobre o café. Para cafeterias em Nova York, onde a margem de lucro já é apertada, o impacto pode ser devastador.

“Se essas tarifas se mantiverem, nosso negócio está em risco”, disse Antony Garrigues, sócio do Stone Street Cafe, em Manhattan, ao jornal britânico The Guardian. “Aqui os custos já são altíssimos, e isso pode inviabilizar nossa operação.”

O café da casa vem de mais de 35 países, incluindo o Brasil. Mas não é só o produtor brasileiro que enfrenta barreiras: Colômbia, Vietnã, Etiópia e Indonésia também estão na lista. “No fim, quem paga é o consumidor americano”, afirmou Garrigues.

Com a inflação dos preços do café já pressionada pelas mudanças climáticas, muitos estabelecimentos elevaram valores. O Ciao Gloria, no Brooklyn, que também importa cacau do Brasil, subiu 25 centavos no preço do café, mas tenta segurar novos repasses. “Quero manter o cardápio acessível”, disse o dono, Renato Poliafito.

Segundo dados oficiais, o café nos EUA subiu 14,5% no último ano. Consumidores já mudam hábitos: Helina Seyoum, de 29 anos, passou a preparar a bebida em casa. Aley Longo, de 28, reduziu as idas ao café a apenas fins de semana. “Isso afeta nossa qualidade de vida”, disse.

Xícara de café. Foto: Reprodução

No Brasil, maior exportador mundial de café e principal fornecedor dos EUA, produtores falam em “desvantagem competitiva”. A Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel lembra que outros países enfrentam tarifas menores, de 10% a 27%. O setor pressiona Washington por isenção, alegando que os EUA quase não produzem café internamente.

Enquanto novos embarques para os EUA ficam parados em armazéns, a China liberou 183 empresas brasileiras para exportar. Mesmo assim, a expectativa é de demora para que as vendas se consolidem.

Já Colômbia e Vietnã enxergam espaço para ganhar mercado. “O café não pode ser produzido em escala nos EUA. Todo custo extra cai no colo do consumidor americano”, disse Timen Swijtink, fundador da Lacàph Coffees, no Vietnã.

Colombianos veem até vantagem: com tarifa de apenas 10%, podem ocupar parte do espaço deixado pelo Brasil. “Isso nos beneficia, mas só no curto prazo. O cenário pode mudar antes que novos pés de café deem fruto”, alertou Alejandro Lloreda, produtor de Medellín.

Em Nova York, a incerteza domina. “Grandes corporações encontram saída. Para pequenas cafeterias, é sobreviver ou fechar as portas”, disse Poliafito. Nick Kim, gerente da Koré Coffee, resumiu: “É triste saber que coisas ruins virão e não termos como mudar.”

Fonte: DCM


Putin e Trump reescrevem as regras da geopolítica em encontro histórico no Alasca

Cúpula abre caminho para negociações de paz na Ucrânia e pode redefinir a ordem mundial com novo eixo entre Rússia e Estados Unidos
Vladimir Putin e Donald Trump - 15/08/2025 (Foto: Reuters)

O encontro entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizado em Anchorage, no Alasca, foi descrito como um sucesso absoluto e um marco histórico nas relações internacionais. A avaliação é de Dmitry Suslov, vice-diretor de pesquisa do Conselho Russo de Política Externa e de Defesa, em entrevista à agência Sputnik International (leia aqui).

Segundo Suslov, a cúpula não apenas reaqueceu os canais de diálogo entre Washington e Moscou, mas também lançou bases concretas para uma possível solução negociada do conflito na Ucrânia, além de abrir perspectivas para cooperação em diversas áreas estratégicas.

◈ Três razões que tornam a cúpula decisiva

O analista destacou três pontos principais que tornam o encontro no Alasca um divisor de águas:

  1.  Normalização ampla das relações – o encontro “deu impulso” à reaproximação entre Rússia e Estados Unidos em todos os fronts, indo da questão ucraniana ao controle de armas e à cooperação econômica.
  2.  Sinalização de negociações de paz reais – de acordo com Suslov, os contatos imediatos de Trump com Volodymyr Zelensky e líderes europeus indicam que “foram conduzidas negociações sobre condições específicas para um acordo de paz final”, rompendo com a exigência de um cessar-fogo prévio, defendida até agora por Bruxelas e Kiev.
  3.  Contribuição para a ordem mundial do pós-guerra – a reunião foi “histórica”, porque “fez uma grande contribuição para lançar as bases da ordem mundial futura, uma ordem pós-guerra. O conflito ucraniano é, acima de tudo, o maior e mais severo conflito militar das últimas décadas, e a expressão concentrada da guerra híbrida travada pelo Ocidente contra a Rússia”.


◈ Europa e Zelensky diante da encruzilhada

Para Suslov, agora cabe à Europa e ao presidente ucraniano decidir se aceitam os termos delineados por Putin e Trump. “Se eles categoricamente recusarem, os Estados Unidos provavelmente suspenderão totalmente a transferência de inteligência e a entrega de armas e equipamentos militares para a Ucrânia”, afirmou. Essa decisão enfraqueceria de forma “radical” a posição ucraniana no campo de batalha e aceleraria a vitória russa.

O especialista alertou ainda que o “partido da guerra” em Washington e Bruxelas tentará pressionar Trump a abandonar o que foi acordado, mas avaliou que o presidente norte-americano “não sucumbirá a tais provocações”, já que está mais forte politicamente do que em seu primeiro mandato.

◈ O fator Trump e a ofensiva contra os democratas

Suslov ressaltou que a atual administração Trump não está mais na defensiva em relação ao chamado “Russiagate”. Pelo contrário, agora é capaz de acusar os democratas de conluio e falsificação nas eleições de 2016, o que fortalece a posição do republicano para resistir às pressões do establishment político e midiático.

“Trump pode resistir à pressão que será agora exercida sobre ele pela Europa, pelo Estado profundo americano e pelo partido da guerra americano, incluindo figuras como o senador Graham”, acrescentou.

◈ Detalhes simbólicos e contraste com Biden

Além das questões de fundo, Suslov destacou também a simbologia do encontro. Desde a recepção calorosa de Trump a Putin na pista do aeroporto, passando pelo sobrevoo da aviação norte-americana, até a cena de ambos dividindo o mesmo carro a caminho da cúpula, todos os gestos demonstraram respeito e proximidade pessoal.

Essa atmosfera, marcada por cordialidade e simpatia mútua, “contrasta fortemente com o tom da administração Biden”, observou o analista. Para ele, essa mudança de postura é um sinal claro de que os Estados Unidos, sob Trump, buscam um diálogo mais direto e equilibrado com Moscou.

◈ Um novo capítulo da geopolítica mundial

A reunião no Alasca pode representar mais do que um avanço nas negociações de paz na Ucrânia: ela sinaliza uma mudança estrutural nas relações de poder globais. O fortalecimento do canal direto entre Rússia e Estados Unidos, segundo Suslov, mostra que as grandes potências estão dispostas a reescrever as regras da política internacional, substituindo a lógica de confrontação pela busca de um novo equilíbrio.

Fonte: Brasil 247

Moro e Requião Filho lideram corrida para o governo do Paraná, aponta pesquisa

Levantamento da Paraná Pesquisas mostra senador liderando cenários, com o pedetista consolidado em segundo lugar

Requião Filho e Sergio Moro (Foto: Orlando Kissner/Alep | Geraldo Magela / Agência Senado)

Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (13) pelo instituto Paraná Pesquisas indica que o senador e ex-juiz suspeito Sergio Moro (União-PR) desponta como favorito na corrida pelo governo do Paraná em 2026, apontando também o deputado estadual Requião Filho (PDT) como seu principal adversário.

No primeiro cenário testado, Moro aparece com 41,3% das intenções de voto, seguido por Requião Filho com 25,3%. Na sequência, surgem o vice-prefeito de Curitiba, Paulo Martins (Novo), com 14,6%, o secretário de Planejamento, Guto Silva (PSD), com 3,1%, e o diretor-geral da Itaipu Binacional, Ênio Verri (PT), com 2,0%. Brancos, nulos e nenhum somam 7,8%, enquanto 5,8% não souberam ou não opinaram.

Outros dois cenários testados confirmam a polarização entre Moro e Requião Filho. No segundo quadro, o senador tem 39,0%, contra 23,1% do pedetista. No terceiro, 40,6% contra 25,1%. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.

Requião Filho: “Paraná precisa olhar para o futuro”

Pré-candidato ao governo, Requião Filho destacou que pretende representar uma alternativa à polarização nacional entre lulismo e bolsonarismo. “A ideia é discutir um Paraná para o futuro. Não um Paraná de propaganda, de imagem, mas um Paraná real para daqui a 30, 40 anos. Quero um estado que siga sendo exemplo para o Brasil, sempre forte e trabalhador”, disse.

O deputado também criticou Sergio Moro, que, segundo ele, mantém um discurso baseado em “ódio e perseguição”. “Sérgio Moro é a continuidade de um Paraná dividido, de uma política de ódio e perseguição”, afirmou.

Fonte: Brasil 247

Entenda os próximos passos da cassação de Eduardo Bolsonaro


O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Foto: Reprodução

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou ao Conselho de Ética quatro pedidos de cassação do mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), mas o parlamentar não perde o cargo de forma automática. O processo precisa seguir todo o rito previsto no conselho, o que pode levar meses.

Três das representações foram apresentadas pelo PT e uma pelo PSOL, todas por quebra de decoro parlamentar. Os partidos acusam o deputado foragido de atuar contra o Brasil ao promover articulações golpistas nos Estados Unidos.

O deputado, que vive no país desde fevereiro de 2025, é apontado como articulador da sobretaxa imposta por Donald Trump a exportações brasileiras e é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentar influenciar processos contra o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Como funciona o processo de cassação

1. Protocolo e envio ao Conselho de Ética
A representação é apresentada à Mesa Diretora da Câmara; o presidente decide se a envia ao Conselho. Se o pedido for “engavetado”, não avança.

2. Abertura do processo
Recebido o pedido, o presidente do Conselho de Ética convoca reunião e instaura oficialmente a representação.

3. Escolha do relator
Uma lista tríplice é elaborada com nomes aptos a relatar o caso. A Mesa escolhe um deles. O relator não pode ser do mesmo partido nem do mesmo estado do representado.

4. Notificação e defesa de Eduardo Bolsonaro
O deputado é notificado e tem cinco sessões para apresentar defesa por escrito, indicar documentos e até cinco testemunhas. Se ele não o fizer, o Conselho nomeia um defensor, também com prazo de cinco sessões.

5. Instrução processual
O relator investiga o caso, colhe provas e depoimentos. Essa fase deve durar até 30 dias quando houver possibilidade de suspensão do mandato. Diligências fora de Brasília precisam de autorização.

6. Parecer final
O relator elabora o parecer, dividido em relatório (divulgado) e voto (mantido em sigilo até a sessão de julgamento). O Conselho deve analisá-lo em até cinco sessões ordinárias.

Votação e eventual cassação

Na sessão de julgamento, o relator lê o parecer e o deputado, ou sua defesa, tem até 20 minutos para se manifestar. Em seguida, o voto é lido e os membros debatem e votam nominalmente. Se aprovado, o parecer segue para o plenário da Câmara.

No plenário, a cassação de Eduardo Bolsonaro só ocorrerá se 257 deputados — maioria absoluta — votarem a favor.

Trump elogia indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixada nos EUA e diz que 'não é nepotismo' - Jornal O Globo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao lado de Eduardo e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução
Fonte: DCM

Com cartazes em inglês e bandeira de Israel, apoiadores oram por Bolsonaro em hospital


Apoiadoras de Jair Bolsonaro com bandeiras do Brasil e de Israel enroladas ao corpo em frente ao Hospital DF Star, em Brasília. Foto: Reprodução

Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) se concentram na manhã deste sábado (16) em frente ao hospital DF Star, em Brasília, onde o ex-presidente realiza exames laboratoriais autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Eles estão no local desde as 8h.

Com bandeiras do Brasil e de Israel, os bolsonaristas fizeram orações ajoelhados no gramado e ergueram cartazes em português e inglês. Também agradeceram a autoridades americanas, afirmando considerar os Estados Unidos “aliados”.


Bolsonaro deixou sua casa no condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico, usando tornozeleira eletrônica e acompanhado pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF), responsável por monitorar o cumprimento das medidas cautelares.


Segundo a defesa, os exames foram solicitados para avaliar o “seguimento de tratamento medicamentoso em curso, necessidade de reavaliação dos sintomas de refluxo e soluços refratários, bem como verificação das condições atuais de saúde”.

Após a realização dos exames, Bolsonaro deverá apresentar ao STF, no prazo de até 48 horas, um atestado de comparecimento.

O ex-presidente está em prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto — esta é a primeira vez que deixa a residência para procedimentos médicos externos. A depender dos resultados deste sábado, os médicos poderão solicitar exames complementares ou medidas terapêuticas adicionais.

Apoiadores de Jair Bolsonaro com cartaz em inglês na frente do hospital, em Brasília. Reprodução Poder 360
Fonte: DCM

CazéTV oferece supercontrato e barra volta de apresentadora à Globo; saiba quem


Fernanda Gentil durante transmissão da CazéTV. Foto: reprodução

A apresentadora Fernanda Gentil assinou um contrato de longo prazo com a CazéTV até 2028, encerrando negociações que quase a levaram de volta à Globo para integrar a GE TV, novo projeto esportivo que estreia em setembro no YouTube. A decisão foi tomada na última quinta-feira (14), após a equipe de Casimiro Miguel e a Livemode conseguirem manter a jornalista em seu time.

Segundo Gabriel Vaquer, da Folha, Fernanda já tinha acertado termos financeiros e condições de trabalho com a Globo, onde seria uma das principais caras da GE TV. No entanto, a possibilidade de manter seus compromissos atuais na CazéTV, incluindo um contrato com a FIFA para produção de conteúdo, pesou na decisão final. A Globo preferiria que ela rescindisse esses projetos paralelos.

A jornalista, que trabalhou na Globo entre 2009 e 2023, vem recuperando seu espaço no jornalismo esportivo após passagem pouco exitosa pelo entretenimento na emissora.

Na CazéTV, Fernanda ganhou destaque com sua cobertura dos Jogos Olímpicos de Paris, onde foi elogiada pelas crônicas diárias. Paralelamente, mantém um canal no YouTube com 187 mil inscritos e parcerias com o Google, como o talk-show “Em Pé com Fernanda Gentil”.

Fonte: DCM

A estratégia de Moraes para que nenhum ministro atrase o julgamento de Bolsonaro

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante julgamento no STF sobre a trama golpista. Foto: Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), adotou uma estratégia para evitar eventuais pedidos de vista durante o julgamento da ação penal que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado, conforme informações do Globo.

O relator enviou aos integrantes da Primeira Turma do STF um link com acesso a todos os documentos, depoimentos, vídeos e áudios reunidos no processo, como forma de afastar argumentos sobre a necessidade de mais tempo para análise.

O julgamento será iniciado no dia 2 de setembro, quase três anos após o início das investigações. Pela primeira vez na história, um ex-chefe do Executivo federal irá ao banco dos réus por tentar subverter o Estado Democrático de Direito.

A data foi confirmada pelo presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, que reservou oito sessões (2, 3, 9, 10 e 12 de setembro), em um esforço concentrado para concluir o caso ainda em 2025, antes do ano eleitoral.
Seguro contra adiamentos

Mesmo que algum integrante peça vista, o cronograma ainda pode ser preservado, pois o prazo máximo para devolução do processo é de 90 dias. O principal foco de expectativa gira em torno de Luiz Fux, único integrante do colegiado que tem destoado do grupo, mas que avisou a colegas que não pretende paralisar a ação.

De acordo com ministros envolvidos, o caso está “maduro” desde março, quando a denúncia foi recebida. Mais de 50 testemunhas foram ouvidas, além dos interrogatórios dos oito réus.

Moraes vota por responsabilizar redes sociais por conteúdo postado | Radioagência Nacional
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

Como será o julgamento

A previsão é que o voto do relator, Alexandre de Moraes, seja apresentado apenas na sessão do dia 9 de setembro, após as sustentações orais da Procuradoria-Geral da República (PGR) e das defesas — que devem ocupar os dias 2 e 3 e somar cerca de dez horas.

Além de Jair Bolsonaro, também são réus: o tenente-coronel Mauro Cid; os ex-ministros Walter Braga Netto (Casa Civil e Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Anderson Torres (Justiça) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa); o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

Em julho, ao apresentar as alegações finais, a PGR pediu a condenação dos oito por organização criminosa armada, tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Apenas Ramagem não responde pelos crimes patrimoniais, que tiveram a análise suspensa.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

Ciro pode se lançar como "anti-Lula" pelo PSDB em 2026

Ex-ministro é visto por aliados como alternativa viável à direita, com críticas direcionadas a Lula e movimentações para deixar o PDT

       Ciro Gomes com seu boné (Foto: Reprodução X)

Aliados do ex-ministro Ciro Gomes defendem que ele aproveite o impasse entre governadores da direita para se consolidar como o principal adversário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2026. A informação foi publicada pela Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo.

Na avaliação desses interlocutores, os presidenciáveis do campo conservador seguem presos à influência do ex-presidente Jair Bolsonaro e não podem se mover livremente neste momento. Já Ciro, por estar fora desse eixo, teria condições de iniciar agora a construção de um projeto presidencial com perfil oposicionista.

⊛ PSDB como plataforma para 2026

Entre dirigentes e apoiadores, é praticamente dado como certo que Ciro deixará o PDT para se filiar ao PSDB. O movimento é visto como estratégico porque os tucanos teriam mais facilidade para estabelecer pontes com partidos do Centrão, considerados decisivos em qualquer eleição nacional.

Embora procurado pela reportagem, Ciro não se manifestou sobre a possível mudança de legenda nem sobre os planos eleitorais para 2026.

⊛ Foco em Lula e cautela com Bolsonaro

Se confirmar a candidatura, a orientação é que Ciro concentre seus ataques em Lula, evitando choques diretos com Bolsonaro. A meta é ocupar a vaga da direita no segundo turno, espaço que, em 2022, ficou restrito à polarização entre petistas e bolsonaristas.

Aliados reconhecem que Ciro demorou a adotar essa postura no último pleito e, por isso, ficou fora da disputa central. Para 2026, a expectativa é que ele seja mais incisivo contra o presidente desde o início.

⊛ Disputa de narrativa e marketing político

Além das articulações partidárias, Ciro também tem buscado presença em embates simbólicos. Recentemente, participou da chamada “guerra dos bonés”, estratégia de marketing que utiliza símbolos populares para reforçar identidade política com o eleitorado.

Esse movimento revela que o ex-ministro pretende disputar não apenas no campo institucional, mas também no terreno das narrativas e da comunicação política, área em que Lula e Bolsonaro dominam o debate há anos.

Fonte: Brasil 247 com informações da Coluna do Estadão

'A fome voltou porque ignoram os pobres', diz Lula

Presidente critica abandono das camadas mais vulneráveis durante inauguração de fábrica da GWM em Iracemápolis

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita à linha de produção e cerimônia de inauguração da Fábrica da GWM Brasil. Fábrica da GWM Brasil – Iracemápolis (SP) Foto: Ricardo Stuckert / PR (Foto: Ricardo Stuckert / PR )

Durante a inauguração da nova fábrica da montadora chinesa GWM, em Iracemápolis (SP), nesta sexta-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso contundente sobre a pobreza e a volta da fome no Brasil. A declaração foi registrada pela Sputnik Brasil.

Lula relembrou que, ao assumir o governo em 2003, encontrou 54 milhões de brasileiros passando fome. Segundo ele, graças a políticas sociais como o Bolsa Família e programas de segurança alimentar, esse número caiu a zero em 2014. No entanto, o presidente destacou que, em 2023, a realidade voltou a se deteriorar: “Em 2023, encontrei novamente 33 milhões passando necessidade”.

O presidente associou o retorno da fome à negligência com as populações vulneráveis: “Isso porque muita gente pobre neste país é tratada como se fosse invisível. As pessoas não querem enxergar que eles existem”, afirmou.

A fábrica da GWM e a geração de empregos

O discurso foi feito durante a celebração da chegada da Great Wall Motors (GWM) ao Brasil, um marco para a indústria automotiva nacional. A fábrica, instalada em Iracemápolis, tem a promessa de gerar até mil empregos diretos, além de impulsionar a produção de veículos híbridos no país.

Lula destacou que a chegada da montadora chinesa representa um avanço para o setor industrial brasileiro, mas reforçou que o crescimento econômico precisa vir acompanhado de justiça social e combate à desigualdade.

Contexto político e social

As falas do presidente acontecem em um momento em que o Brasil busca consolidar uma política industrial mais robusta, ao mesmo tempo em que enfrenta os desafios de garantir segurança alimentar e inclusão social. O contraste entre a instalação de uma grande multinacional e o aumento da fome no país deu o tom do discurso, que teve forte apelo político e social.

Fonte: Brasil 247

Estados Unidos estudam punir assessores de Moraes após ofensiva de Eduardo Bolsonaro

Filho de Jair Bolsonaro entregou documentos à gestão Donald Trump e amplia pressão pela aplicação da Lei Magnitsky

Eduardo Bolsonaro e Alexandre de Moraes (Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados | LR Moreira/Secom/TSE)

As movimentações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em Washington colocaram servidores ligados ao ministro Alexandre de Moraes no radar de possíveis sanções dos Estados Unidos. A informação foi publicada pela jornalista Bela Megale, colunista do jornal O Globo.

Segundo a colunista, Eduardo levou a autoridades americanas documentos produzidos pela equipe de Moraes no período em que presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre eles estão certidões envolvendo os investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, que apontam o uso de postagens em redes sociais com conteúdo político como parte da fundamentação das decisões judiciais. Eduardo afirmou que interlocutores da gestão Donald Trump teriam considerado a documentação “grave”, o que pode resultar na revogação de vistos de atuais e ex-assessores de Moraes no TSE e no Supremo Tribunal Federal (STF).

Pressão ampliada pela Lei Magnitsky

O próprio ministro foi atingido no fim de julho pela chamada Lei Magnitsky, que prevê sanções financeiras a autoridades estrangeiras acusadas de violar direitos humanos. Ainda assim, bancos brasileiros não impediram o funcionamento das contas de Moraes em reais. Insatisfeito, Eduardo Bolsonaro iniciou uma nova ofensiva para ampliar o alcance da medida.

Em conversas recentes, ouviu de autoridades americanas que “o correto” seria o bloqueio total das contas do magistrado. O deputado espera agora que instituições financeiras sejam notificadas para cumprir integralmente as restrições ou, em caso de descumprimento, que sejam alvo de multas.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Dono da Ultrafarma e executivo da Fast Shop tiveram que pagar fiança de R$ 25 milhões

Justiça determina prisão domiciliar e uso de tornozeleira eletrônica; Ultrafarma afirma colaborar com investigações e defende inocência da empresa

Sidney Oliveira-Ultrafarma (Foto: Ultrafarma/Divulgação)

O fundador da Ultrafarma, Sidney Oliveira, e o diretor estatutário da Fast Shop, Mario Gomes, receberam autorização da Justiça para deixar a prisão temporária nesta sexta-feira (15), mediante pagamento de fiança de R$ 25 milhões cada. A decisão foi tomada pelo juiz Paulo Fernando Deroma de Mello. Ambos deverão cumprir prisão domiciliar e utilizar tornozeleira eletrônica. As informações foram divulgadas pelo Valor Econômico.

A medida foi adotada após o entendimento de que a soltura dos executivos não representaria risco às investigações conduzidas pelo Ministério Público de São Paulo. Segundo a decisão, o objetivo inicial da prisão temporária — impedir interferências nos depoimentos de funcionários da Ultrafarma e da Fast Shop — já havia sido atingido.

Fiscal apontado como mentor do esquema segue preso

Enquanto Oliveira e Gomes obtiveram o direito de responder em prisão domiciliar, o diretor de fiscalização da Fazenda estadual, Artur Silva Neto, teve a prisão temporária prorrogada por mais cinco dias. Ele é acusado de ser o mentor de um esquema de concessão de créditos tributários de ICMS e permanece preso.

Silva Neto é investigado por supostos crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O Grupo Especial de Repressão a Delitos Econômicos (Gedec), do Ministério Público, avalia inclusive a possibilidade de delação premiada do servidor.
Ultrafarma se pronuncia e defende reputação

A Ultrafarma divulgou nota pública nesta sexta-feira (15), em que afirmou estar colaborando com as investigações e destacou que “será demonstrada a inocência da companhia”. O comunicado, que não cita diretamente o nome de Sidney Oliveira, marca o primeiro posicionamento oficial desde a prisão do empresário, ocorrida na terça-feira (12).

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal Valor Econômico

STF mantém decisão que anulou processo contra Palocci na Lava Jato

Por 3 votos a 2, a Segunda Turma seguiu voto de Toffoli

     Antonio Palocci (Foto: Arquivo/Agência Brasil)

Andre Richter, repórter da Agência Brasil - A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta sexta-feira (15) manter a decisão do ministro Dias Toffoli que anulou os processos abertos contra o ex-ministro Antonio Palocci na Operação Lava Jato.

Durante julgamento virtual, o colegiado negou recurso apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para derrubar a decisão do ministro.

Em março deste ano, o ministro atendeu ao pedido de anulação feito pelos advogados de Palocci e aplicou os precedentes da Corte que consideraram o ex-juiz Sergio Moro parcial para proferir as sentenças contra os réus das investigações. Moro era o juiz titular da 13ª Vara Federal em Curitiba.

Com a decisão, todos os procedimentos assinados por Moro contra Palocci foram anulados. Apesar da anulação, o acordo de delação assinado por Palocci ficou mantido. Em um dos processos, ele foi condenado a 12 anos de prisão.

No recurso, a PGR disse que Palocci assinou acordo de delação premiada no qual denunciou "esquemas ilícitos" envolvendo agentes públicos e empresários investigados na Lava Jato. Dessa forma, segundo o procurador-geral, Paulo Gonet, não há prejuízos à defesa que justifiquem a anulação dos processos contra o ex-ministro.

Apesar dos argumentos da procuradoria, o recurso foi rejeitado pela turma. Por 3 votos a 2, a Segunda Turma seguiu voto de Toffoli. O ministro entendeu que a assinatura de delação não tem o condão de convalidar nulidades.

O voto de Toffoli foi seguido pelos ministros Gilmar Mendes e Nunes Marques. André Mendonça e Edson Fachin ficaram vencidos.

Fonte: Brasil 247

Com tarifaço dos EUA, Fiesp mantém projeção de alta do PIB em 2,4%



Entidade prevê queda em alguns setores pontuais

     Fiesp (Foto: Egil Fujikawa/Wikimedia)

Agência Brasil - A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiespe) atualizou seu boletim de estatísticas e expectativas em índices econômicos e manteve a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,4% para 2025. A entidade pretendia revisar o índice para 2,6%, mas manteve a expectativa anterior.

A manutenção se deveu a uma piora em condições internacionais, com o início do tarifaço do governo dos Estados Unidos.

Nesta semana, o mercado financeiro reviu para baixo as expectativas de crescimento da economia, projetando, para o final de 2025, um PIB de 2,21%.

"A gente antes estava trabalhando com uma perspectiva de viés de alta que por hora se dissipou, até levando em conta a questão das tarifas, mas também é importante destacar que quanto à questão das tarifas, a gente fez um cálculo que o impacto potencial no PIB para 2025 é de 0,2, então na verdade esse 0,2 era o possível viés de alta que a gente podia ter. A gente não fez nenhum tipo de revisão para baixo por enquanto", explicou Igor Rocha, economista-chefe da Fiesp e um dos responsáveis pelo Fiesp Data Tracker, à Agência Brasil.

Embora a perspectiva ainda seja positiva, a análise da Federação é de queda em alguns setores pontuais, com recuo de 0,6% para a agropecuária e de 0,7% para a indústria de transformação. É esperada ainda uma queda moderada do consumo dos governos, de 0,4%, e do nível de investimentos, com recuo de 0,7% nos recursos mobilizados.

"De uma maneira geral, para o segundo semestre, como já antecipado, era esperada essa desaceleração. Nessa acomodação com redução de atividade, os investimentos e o consumo do governo também figuram como variáveis que estão desacelerando. Esse é um movimento de acomodação natural", ponderou o analista.

No caso da indústria de transformação, essa variação está ligada principalmente ao desaquecimento da economia previsto para o segundo semestre. "É importante destacar que uma das questões que estão colocando empecilhos e deixando o ambiente econômico mais desafiador para o setor são as restrições financeiras internas e externas", completa Rocha, se referindo ao cenário de crédito, ou seja, aos juros nos mercados externo e interno.

Essa restrição financeira em âmbito internacional é um dos fatores decisivos também para a queda nos investimentos, e se soma com a incerteza natural em anos eleitorais, com a aproximação da sucessão presidencial e nos estados em 2026, e com o aumento de tarifas ao Brasil e a diversos outros parceiros comerciais dos Estados Unidos. As importações também tendem a cair, refletindo a diminuição do ritmo da atividade, recuando em 1,5%.

Consumo das famílias e serviços

Entre os indicadores que continuam aquecidos, o monitoramento apontou uma tendência de crescimento moderado de 0,4% para o setor industrial como um todo e de avanço de 0,3% para o setor de serviços.

O consumo das famílias também tende a aumentar, com expansão da demanda em 0,6%. Mesmo com a incerteza internacional a entidade mantém expectativa de crescimento das exportações, com um discreto avanço de 0,2%.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Lula diz que Brasil está “de braços e corações abertos” a novos parceiros comerciais



Presidente afirmou que multinacionais que deixarem o país serão substituídas por quem aposta no mercado brasileiro

Inauguração da linha de produção e cerimônia de inauguração da fábrica da GWM Brasil - 15.08.2025 - Iracemápolis (SP) (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (15) que o Brasil está pronto para receber novos investidores, especialmente em meio à saída de empresas estrangeiras do país. “Quem quiser sair, que saia. Quem quiser vir, estaremos de braços e corações abertos”, declarou durante a inauguração da fábrica da montadora chinesa GWM, em Iracemápolis (SP).

O presidente citou a saída recente da americana Ford e da alemã Mercedes-Benz para ilustrar que o espaço deixado pode ser ocupado por novos parceiros.

“Enquanto uma empresa americana, a Ford, vai embora do Brasil; enquanto a Mercedes-Benz, que foi muito bem tratada, vai embora, o que acontece? Tem uma empresa chinesa para vir para cá. Essa virtude, essa visão de que podem ocupar uma parte do mundo, vendendo e produzindo, portanto, façam daqui uma plataforma para vender os produtos de vocês para a América Latina”, afirmou Lula.

O embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, também participou da cerimônia e reforçou a importância da cooperação bilateral, dizendo que ambos os países precisam “unir forças mais amplas” para enfrentar as incertezas do cenário global e explorar plenamente o potencial de crescimento conjunto.

As declarações ocorrem em um cenário de tensões comerciais, marcado pelas novas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros.

Fonte: Brasil 247

Padilha diz que cancelamento de visto de familiares é “ato covarde” para intimidar

Ministro afirma que a medida é uma retaliação política e acusa o clã Bolsonaro de lobby nos EUA

      Alexandre Padilha (Foto: Walterson Rosa/MS)

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), classificou, nesta sexta-feira (15), como “ato covarde” a decisão do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de cancelar os vistos de sua esposa e de sua filha. A medida ocorreu dias após o Departamento de Estado norte-americano anunciar sanções contra outros brasileiros vinculados ao programa Mais Médicos.

Em entrevista à GloboNews, Padilha afirmou que a sanção “tem a ver com tentativa de intimidar quem não baixa a cabeça para Trump, quem não bate continência para a bandeira dos Estados Unidos”.

O ministro ainda questionou a motivação do ato, afirmando que a família Bolsonaro mantém, nos EUA, um “escritório do lobby da traição” e articula retaliações contra autoridades brasileiras. “O clã Bolsonaro, que orquestra isso, tem de explicar qual risco uma criança de 10 anos pode ter ao governo americano”, disse o ministro.

Segundo os comunicados encaminhados pelo Consulado-Geral dos Estados Unidos em São Paulo, a revogação foi motivada pelo surgimento de “informações indicando” que tanto a filha quanto a esposa de Padilha “não eram mais elegíveis” para o visto. No caso do ministro, a medida não se aplicou, já que o documento dele está expirado desde 2024.

“Estou absolutamente indignado com essa atitude covarde. Fiquei sabendo por mensagem de minha esposa”, disse o chefe da pasta da Saúde.

Fonte: Brasil 247