domingo, 19 de outubro de 2025

Lula mira 2026 e faz limpeza em cargos para fortalecer palanques do PT nos estados


        Lula, presidente do Brasil. Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensificou a reorganização dos palanques estaduais do partido para as eleições de 2026, em meio à disputa pela vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). O foco é garantir candidaturas competitivas em estados estratégicos, especialmente Minas Gerais e no Nordeste, e sinalizar mais rigor com parlamentares que se afastaram da linha do governo. O movimento ocorre após demissões de indicados políticos ligados ao Centrão e partidos que contrariaram o Planalto em votações recentes. Com informações do Globo.

Em Minas, Lula tenta convencer o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) a disputar o governo estadual, apesar da pressão de ministros do STF e lideranças do Congresso para que ele seja indicado ao Supremo. O presidente avalia que Pacheco, caso concorra, poderá montar um palanque forte, com apoio de diferentes legendas, e abrir espaço para reforçar sua campanha à reeleição. Há ainda a possibilidade de o senador migrar para o MDB, dentro de uma aliança nacional com o PT.

      Alexandre Kalil. Foto: Divulgação

Como alternativa, o governo voltou a cortejar o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PDT), que recentemente se reuniu com a ministra Gleisi Hoffmann. Kalil, que disputou o governo mineiro em 2022, mantém boa relação com Pacheco, mas resiste a uma campanha colada à imagem de Lula. O cenário mineiro ainda conta com adversários ligados ao bolsonarismo, como o vice-governador Mateus Simões (Novo) e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos).

No Nordeste, o Planalto também realiza cortes em cargos federais ocupados por aliados que se distanciaram do governo. Foram exonerados superintendentes da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ligados a deputados do União Brasil e do Solidariedade. O objetivo é conter avanços de grupos que ameaçam o espaço do PT nas alianças regionais.

Entre os atingidos está o deputado Pedro Lucas Fernandes (União-MA), que perdeu o controle da superintendência estadual do Iphan após votar contra o governo. No Maranhão, Lula pediu ao governador Carlos Brandão que pacifique a base e garanta unidade em torno do senador Weverton (PDT-MA). Em Sergipe e no Rio Grande do Norte, as demissões também afetaram aliados de adversários locais, como o ex-deputado André Moura (União-SE) e o ex-prefeito Álvaro Dias (Republicanos).

Com o cenário eleitoral se desenhando, Lula busca equilibrar a construção dos palanques regionais com a escolha de um nome para o STF. O presidente quer evitar desgaste com o Congresso e, ao mesmo tempo, garantir que as alianças estaduais fortaleçam sua base rumo à disputa presidencial de 2026.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

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