O sindicalista José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão de Lula. Foto: Joelmir Tavares/Folhapress
O irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, divulgou uma nota em que critica o uso político da CPI do INSS, que investiga descontos irregulares em aposentadorias. “É lamentável que parte da CPI use o processo como palco político, em vez de buscar a verdade”, afirmou o sindicalista, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi).
A declaração foi enviada à imprensa na quinta-feira (16) e repercutiu após parlamentares governistas barraram sua convocação para depor no colegiado. Frei Chico é apontado por bolsonaristas como um dos alvos da comissão, mas aliados do governo sustentam que ele não é investigado formalmente e não tem atribuições administrativas nem financeiras no sindicato.
Na nota, o sindicalista de 83 anos afirmou ter “compromisso com a verdade e o devido processo legal” e citou o histórico de perseguições e prisão durante a ditadura militar. “Sigo de cabeça erguida e consciência tranquila, confiante na verdade e na força das instituições”, declarou.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, relator do inquérito sobre os descontos irregulares, determinou o bloqueio de R$ 389 milhões do Sindnapi e de dirigentes da entidade. O presidente do sindicato, Milton Baptista de Souza Filho, conhecido como Milton Cavalo, disse à CPI que Frei Chico exerce apenas função política na organização.

Na reunião de quinta-feira (17), o governo conseguiu ainda barrar requerimentos de quebra de sigilo contra o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, presidente do PDT, e contra a publicitária Danielle Miranda Fontelles, ligada a campanhas petistas. A base aliada classificou as iniciativas como tentativas de constrangimento político.
Frei Chico reforçou que a Presidência da República não interfere em investigações e defendeu a independência dos órgãos de controle. “Julgar sem provas é negar a democracia”, disse. A defesa do sindicalista considera que a CPI tem sido usada pela oposição para tentar atingir o governo Lula por meio de familiares do presidente.
Confira na íntegra
Esclarecimento público e reafirmação do compromisso com a legalidade, a transparência e o respeito às instituições
O Tribunal de Justiça de São Paulo, por decisão da juíza Ana Luiza Madeiro Cruz Eserian, acatou meu pedido de tutela de urgência contra as acusações falsas e ofensivas que venho sofrendo nas redes sociais.
Reafirmo meu compromisso com a verdade, a justiça e o devido processo legal.
Não temo investigação, mas o que ocorre hoje é um julgamento antecipado, antes mesmo de os fatos serem apurados.
É lamentável que parte da CPMI do INSS use esse processo como palco político, em vez de buscar a verdade.
Aos 83 anos, já enfrentei perseguições, prisão e tortura, mas sigo com respeito, serenidade e fé na justiça.
O Brasil vive um Estado de Direito, onde a Presidência da República não interfere – e não deve interferir – nas investigações, e os órgãos de controle devem atuar com independência e isenção.
Julgar sem provas é negar a democracia.
Sigo de cabeça erguida e consciência tranquila, confiante na verdade e na força das instituições.
Fonte: DCM
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