quinta-feira, 23 de maio de 2024

Mulheres protestam contra norma do CFM sobre assistolia fetal


Para entidades que participaram do ato, resolução é retrocesso


Representantes de entidades que atuam na defesa dos direitos das mulheres participaram, nesta quinta-feira (23), de ato em frente à sede do Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília. As mulheres protestaram contra a resolução do conselho que proíbe médicos de realizarem a chamada assistolia fetal para interrupção da gravidez em casos de aborto previstos em lei e oriundos de estupro.

A decisão foi tomada no fim de março em sessão plenária e vale para gestações acima de 22 semanas, quando, segundo o conselho, há possibilidade de sobrevida do feto. Conforme definição do próprio CFM, a assistolia provoca a morte do feto, antes do procedimento de interrupção da gravidez, por meio da administração de drogas injetadas no coração dele. Já morto, ele é retirado do corpo da mulher.

“Não admitiremos tamanho retrocesso em nossa cultura, em nossa convivência pessoal e familiar”, disse a articuladora política do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) Jolúzia Batista, ao alertar que a maioria dos casos de gestação tardia provenientes de estupro e que chegam às unidades de saúde para aborto legal é de meninas menores de idade. “Não vamos admitir gravidez infantil por violência ou estupro.”

Jolúzia lembra que não é incomum que meninas de 10 anos procurem atendimento médico para interromper gestações em estágio avançado – muitas delas, antes mesmo de terem menstruado pela primeira vez. A suspeita de gestação só surge bem mais tarde, quando a barriga já começa a aparecer. “Até que se descubra que aquela dor de barriga ou dor de cabeça são decorrentes de gravidez, ela já está com 20 ou 22 semanas”, explicou.

Representante do Conselho Federal de Serviço Social, Maria Elisa Braga disse que há graves denúncias relacionadas ao trabalho de profissionais de saúde que atendem mulheres e meninas vítimas de estupro e que buscam o aborto legal. “Temos que tomar muito cuidado. Profissionais de área de saúde estão sendo perseguidos, ameaçados”, criticou.

A ginecologista Brunely Galvão confirma os cenários expostos por Jolúzia e por Maria Elisa – tanto a demanda por abortos legais tardias por parte de meninas menores de idade e vítimas de violência quanto as dificuldades de profissionais de saúde em equilibrar o cumprimento da lei e a norma definida pelo CFM.

“Essas meninas precisam desse procedimento [da assistolia fetal] para acessar o aborto legal. Grande parte das que chegam na unidade de saúde está em gestação avançada – seja pelo próprio estigma da vergonha, por medo dos pais ou de não ser levada a sério. Tem que existir esse procedimento.”

“Esse procedimento é fundamental. A resolução atrapalha o nosso dia a dia, o nosso cotidiano. Quando a gente não consegue oferecer a assistolia fetal, temos que encaminhar a paciente para outro país, geralmente Argentina ou Colômbia. A maioria não tem grana porque a maioria são meninas pobres, periféricas, negras, de zona rural. Aí, temos que recorrer à uma ONG [organização não governamental] ou outras parcerias.”

Entenda

Atualmente, pela literatura médica, um feto com 25 semanas de gestação e peso de 500 gramas é considerado viável para sobreviver a uma vida extrauterina. No período de 23 a 24 semanas, pode haver sobrevivência, mas a probabilidade de qualidade de vida é discutida. Considera-se o feto como não viável até a 22ª semana de gestação.

Para o CFM, diante da possibilidade de vida extrauterina após as 22 semanas, a realização da assistolia fetal por profissionais de saúde, nesses casos, não teria previsão legal. Segundo o conselho, o Código de Ética Médica estabelece que é vedado ao profissional praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação vigente no país.

O conselho defende que, ultrapassado o marco temporal das 22 semanas de gestação, deve-se preservar o direito da gestante vítima de estupro à interrupção da gravidez e o direito do nascituro à vida por meio do parto prematuro, “devendo ser assegurada toda tecnologia médica disponível para sua sobrevivência após o nascimento”.

Justiça

Na última sexta-feira (17), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a suspensão da resolução aprovada pelo CFM. A decisão foi motivada por uma ação protocolada pelo PSOL. Em abril, a Justiça Federal em Porto Alegre chegou a suspender a norma, mas a resolução voltou a valer após o Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região derrubar a decisão.

Em sua decisão, Moraes considerou que houve "abuso do poder regulamentar" do CFM ao fixar regra não prevista em lei para impedir a realização da assistolia fetal em casos de gravidez oriunda de estupro. O ministro destacou ainda que o procedimento só poder ser realizado pelo médico com consentimento da vítima.

"O ordenamento penal não estabelece expressamente quaisquer limitações circunstanciais, procedimentais ou temporais para a realização do chamado aborto legal, cuja juridicidade, presentes tais pressupostos e, em linha de princípio, estará plenamente sancionada", concluiu.

A decisão do magistrado será submetida a referendo dos demais ministros da Corte no plenário em sessão virtual que começa no próximo dia 31.

Outro lado

Em nota, o CFM informou que vai encaminhar ao STF "argumentos em defesa da manutenção da resolução". "A norma foi aprovada pelo plenário da autarquia e publicada no Diário Oficial da União no começo de abril, mas, na sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes decidiu, por meio de liminar, suspender temporariamente seus efeitos".

“Como em outras instâncias do Judiciário, em que já houve decisão a favor da resolução, o CFM apresentará argumentos sólidos para mostrar a pertinência da norma que, vale ressaltar, não pune, mas defende os direitos da mulher, do feto e da vida”, declarou o presidente do conselho, José Hiran Gallo.

No comunicado, o conselho afirma que a resolução não pretende "fazer oposição ao chamado aborto legal" e é "amparada pela Constituição Federal, que prevê o direito inviolável à vida, sem a submissão de tratamento desumano ou degradante".

"A norma foi elaborada com base em estudos técnicos e científicos que comprovam que, com 22 semanas, há viabilidade de vida fora do útero. Ou seja, diante dessa possibilidade, a interrupção da gestação implica, para o CFM, um ato ilegal e antiético."

Fonte: Agência Brasil

Governo vai formar 700 mil profissionais em educação midiática


Objetivo é formar consciência crítica e combater desinformação


O diretor do Departamento de Direitos na Rede e Educação Midiática da Secretaria de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação da Presidência, Fábio Meirelles, disse nesta quinta-feira (23) que o governo vai formar 300 mil profissionais da educação e 400 mil profissionais da saúde em educação midiática, conforme previsto no Plano Plurianual 2024-2027.

“Com as organizações parceiras, a gente tem subido cursos no ambiente virtual de aprendizagem do MEC [Ministério da Educação], no Ava MEC, que é o ambiente mais adequado para oferecer as informações para os professores da educação básica. Também vamos ter cartilhas e guias. Tem também os 400 mil profissionais de saúde porque a gente sabe da desinformação do debate das vacinas. Precisamos ter os agentes de saúde como parceiros no combate à desinformação. Essa é uma estratégia que a gente vai desenvolver com o Ministério da Saúde”, afirmou Meirelles.

Ele deu as declarações durante o Encontro Internacional de Educação Midiática, no Rio de Janeiro.

O diretor também anunciou a Olimpíada Brasileira de Educação Midiática, em parceria com instituições de ensino superior e com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para mobilizar 400 mil estudantes de todo o Brasil. Segundo ele, serão alunos de escolas públicas e privadas.

“A Olimpíada nada mais é do que uma grande chamada de mobilização das escolas, dos estudantes, dos professores, do sistema de ensino para discutir o tema da educação midiática. A gente precisa trabalhar a educação midiática para que os estudantes tenham consciência da construção dos algoritmos, das plataformas, saibam checar a informação, entender qual é a fonte, não cair em desinformação, não multiplicar essa desinformação. É fundamental trabalhar todo esse letramento digital para a consciência crítica e cidadã dos estudantes”, disse Meirelles.

Fonte: Agência Brasil

TSE pune parlamentares que associaram Lula ao satanismo nas eleições


Senadores e deputados são multados em R$ 30 mil


O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) (foto) decidiu nesta quinta-feira (23), em Brasília, multar senadores e deputados em R$ 30 mil por terem feito publicações nas redes sociais associando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao satanismo durante a campanha eleitoral de 2022. 

Por unanimidade, os ministros consideraram ter havido propaganda eleitoral negativa contra candidato, o que é vedado pela legislação eleitoral. Os parlamentares compartilharam um vídeo em que o influenciador Victor Stavale, autodenominado satanista, diz ser apoiador de Lula. 

Nas postagens, foram feitos comentários segundo os quais os apoiadores de Lula seriam ligados ao satanismo, enquanto que os apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro, que tentava a reeleição, seriam ligados ao cristianismo e ao bem. 

Foram multados os deputados Gustavo Gayer (PL-GO) e Carla Zambelli (PL-SP), assim como os senadores Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG). 

Em comum, a defesa dos parlamentares alegou que eles apenas compartilharam a postagem de Stavale, que se apresenta publicamente como satanista. Os advogados argumentaram que não seria possível supor que o influenciador mentia ao se dizer apoiador de Lula. 

Para os ministros, porém, independentemente da veracidade ou não das declarações de Stavale, os parlamentares agiram com dolo (intenção) ao tentar fazer uma falsa associação entre Lula e seus apoiadores com o satanismo. 

Condenação

Por 5 a 2, a maioria dos ministros também condenou o próprio Scavale e outros dois influenciadores - Bárbara Zambaldi e Leandro Ruschel - a pagar R$ 5 mil em multa, também por propaganda eleitoral negativa.

Para a corrente vencedora, o vídeo do influenciador foi uma “armação”, uma vez que, antes de publicá-lo, ele já havia se posicionado contrário à candidatura de Lula, e teria declarado o falso apoio unicamente para comprometer o candidato. 

“O satanista, antes dessa postagem única, já tinha várias postagens e uma entrevista declarando claramente a sua antipatia à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva”, disse o presidente do TSE, ministro Alexandre de Mores.

“É uma série de coincidências atávicas, que leva à conclusão de que é óbvio que foi uma armação”, complementou ele, que chamou a estratégia de “lavagem de fake news”. 

Votação

Além de Moraes e Cármen Lúcia, votaram nesse sentido os ministros Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares. Ficaram vencidos no ponto os ministros Raúl Araújo, relator, e Isabel Galotti, para quem o vídeo seria verídico e, portanto, não teria havido violação à legislação eleitoral. 

Em sustentação oral, o advogado Victor Hugo dos Santos Pereira, que representa o deputado Gustavo Gayer, argumentou que “não houve fatos invertidos ou descontextualizados, mas única e exclusivamente o compartilhamento de um vídeo real”. Todas as demais defesas negaram o dolo ao publicar o vídeo. 

As publicações em questão já haviam sido todas removidas das plataformas de redes sociais na época da própria campanha, por força de liminar do TSE.

Fonte: Agência Brasil

APUCARANA: Diagnóstico na Cocap vai nortear projeto nacional de empreendedorismo na reciclagem


Um dos passos iniciais de um projeto nacional de empreendedorismo voltado a cooperativas de reciclagem foi dado nesta quinta-feira (23/05) em Apucarana.  A Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis de Apucarana (Cocap) foi escolhida para a realização de um diagnóstico, que será replicado em outros estados.

Nos próximos dois dias, o diagnóstico será feito por técnicos da Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB), órgão com sede em Brasília, e da MAPA.SA Consultoria Socioambiental, sediada em Londrina.

O prefeito Junior da Femac esteve presente na abertura das atividades e conversou com os cooperados e equipe responsável pelo levantamento. “Este é um trabalho que está sendo feito pela primeira vez no Brasil. Deste diagnóstico surgirão ideias e caminhos, por isso participem ativamente das dinâmicas e tirem as dúvidas. Vocês, reunidos numa cooperativa, são donos deste negócio e foram selecionados para esta ação pioneira”, disse Junior da Femac, dirigindo-se aos cooperados.

Junior da Femac aproveitou também para repassar aos técnicos diversas informações sobre as parcerias entre o Município e a Cocap. “Há um diálogo permanente entre a Prefeitura e a Cocap, bem como as ações realizadas em conjunto como o Programa Feira Verde que em dois anos recolheu 504 toneladas de reciclável em troca de hortifruti e atendeu 43 mil famílias”, afirma Junior da Femac, que estava acompanhado pelos secretários municipais de Agricultura, Gérson Canuto, e de Meio Ambiente, Sérgio Bobig.

Vanessa Alves de Souza, sócio-proprietária da MAPA.SA Consultoria Socioambiental, afirma que o diagnóstico é um evento teste para o Programa Negócios Coop, desenvolvido pelo Sistema OCB. “Escolhemos a Copap pela proximidade, pois nossa empresa está sediada em Londrina, e pelo trabalho de mais de sete anos que a MAPA já realiza junto a Cocap”, afirma Vanessa, acrescentando que a parceria já ajudou a viabilizar recursos para melhorias na estrutura da cooperativa e aquisição de equipamentos.

Daiana Rodrigues e Luana Mendonça, analistas de negócios do Sistema OCB, afirmam que o Programa Negócios Coop já desenvolve projetos na agricultura familiar, extrativismo e artesanato. “Agora estamos começando com as cooperativas de reciclagem, inicialmente pelo Distrito Federal e Goiás, e depois a intenção é expandir para outros estados”, informa Daiana Rodrigues.

De acordo com ela, o diagnóstico aborda cinco pilares: organização do quadro social para empreender, produção, gestão, agregação de valor e mercado.  “Dará uma visão integrada para todos os cooperados sobre as principais dificuldades e oportunidades. É uma reflexão sobre o negócio e muitas vezes isso só é feito pelo corpo diretivo e os cooperados não participam desta avaliação. Este trabalho envolve exercício de imersão, de aprofundamento, conscientização, reflexão e priorização de ações”, pontua a analista de negócios do Sistema OCB.

Diane Gonzaga, analista ambiental da MAPA.SA Consultoria Socioambiental, ressalta que – antes mesmo de ocorrer em outros estados – a Cocap de Apucarana já terá em mãos um diagnóstico e um plano de ação. “O diagnóstico vai apontar como está o aspecto contábil, a gestão, o marketing e a comercialização, entre outros. Vai mostrar qual é o grau de maturidade da cooperativa, gerando um plano de ação que vai indicar os melhores caminhos”, explica a analista ambiental.

O administrador da Cocap, Antônio Roberto Nogueira, agradeceu por Apucarana ter sido escolhida para o projeto piloto. “É importante pois, primeiro, o diagnóstico será muito útil para a Cocap e também é uma grande alegria saber que este trabalho servirá de subsídio para uma iniciativa de alcance nacional”, assinala Nogueira.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

PF cumpre nove mandados de prisão por fraudes contra a Previdência


Essa é a segunda fase da Operação Metamorfose

Policiais federais cumprem, nesta quinta-feira (23), oito mandados de prisão preventiva e um de prisão temporária contra suspeitos de cometerem fraudes contra a Previdência Social. Essa é a segunda fase da Operação Metamorfose, desencadeada em abril do ano passado, para cumprir 19 mandados de prisão preventiva contra acusados de receber benefícios previdenciários em nome de pessoas fictícias ou falecidas.

A ação de hoje, que também cumpre nove mandados de busca e apreensão, tem como alvos os suspeitos de liderarem a organização criminosa nos municípios do Rio de Janeiro, Nilópolis e Mesquita, incluindo um servidor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

De acordo com a Polícia Federal (PF), o grupo criminoso causou um prejuízo de cerca de R$ 8 milhões à Previdência Social, principalmente com pensão por morte e benefício de prestação continuada ao idoso hipossuficiente (BPC-LOAS).

“Com a 2ª fase da Operação Metamorfose, a Polícia Federal irá desestruturar qualquer possibilidade da organização criminosa permanecer atuando em prejuízo do INSS e seus aposentados e pensionistas, uma vez que as principais lideranças da quadrilha são alvos dos mandados judiciais em questão na deflagração de hoje, incluindo servidor da Autarquia Federal”, informou a PF, por meio de nota à imprensa.

As investigações mostraram que o grupo usava procuradores que se apresentavam, com documentos falsos, como representantes legais das pessoas já falecidas ou de pessoas que sequer existem. O valor era depositado em contas abertas por esses procuradores, que posteriormente realizavam saques com o cartão magnético.

Fonte: Agência Brasil

Justiça do Rio condena ex-PM e advogada por obstrução no caso Marielle

 Segundo a PF, Ferreirinha prestou depoimento falso em abril de 2018, acusando o miliciano e ex-PM Orlando Curicica, e o vereador Marcello Siciliano de planejarem a morte de Marielle


A Justiça do Rio de Janeiro condenou o ex-policial militar Rodrigo Jorge Pereira e a advogada Camila Nogueira a 4 anos e 6 meses de prisão por obstruírem as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. A sentença, proferida pelo juiz Bruno Manfrenati, da 28ª Vara Criminal, permanece sob sigilo.


De acordo com a Polícia Federal (PF), Ferreirinha, como é conhecido o ex-PM, prestou depoimento falso em abril de 2018, um mês após o crime, acusando o miliciano e ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, e o vereador Marcello Siciliano de planejarem a morte de Marielle. A advogada Camila Nogueira teria orientado Ferreirinha na elaboração do falso depoimento. A PF concluiu que essa farsa atrasou a investigação em quase oito meses.


A defesa de Ferreirinha anunciou que recorreu da sentença e mantém a confiança na inocência de seu cliente. A advogada de Camila Nogueira não se pronunciou até o momento. A Polícia Federal ressaltou que o depoimento falso desviou a atenção da Divisão de Homicídios, comprometendo a identificação dos verdadeiros culpados pelo assassinato.


Em março deste ano, a PF indicou que o conselheiro do TCE-RJ, Domingos Brazão, e o deputado federal Chiquinho Brazão, ambos sem partido, seriam os mandantes do crime. Os irmãos negam as acusações. Os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram presos em março de 2019, acusados de executar o homicídio, e confessaram o crime, colaborando como delatores.


A ação penal contra Ferreirinha e Nogueira é resultado de uma investigação iniciada pela PF em novembro de 2018 e concluída em maio do ano seguinte, apontando ambos como responsáveis pela obstrução. Em março deste ano, a PF também indiciou os delegados Rivaldo Barbosa e Giniton Lages, além do policial Marco Antônio de Barros Pinto, o Marquinhos DH, sob suspeita de sabotagem da investigação.


Em 2019, a PF afirmou que Ferreirinha acusou falsamente Orlando Curicica devido ao temor de ser assassinado pelo miliciano. A intenção seria provocar a transferência de Curicica para o sistema penitenciário federal, dificultando a emissão de ordens para matá-lo. Cinco anos depois, a PF reavaliou a situação, considerando que a ação de Ferreirinha foi incentivada por Marco Antônio e Giniton, a mando de Rivaldo, para proteger os verdadeiros autores e mandantes do crime.


Rodrigo Jorge Pereira está preso desde 2019, acusado de homicídio, e foi expulso da Polícia Militar em 2022. A Polícia Federal no Rio de Janeiro, através de sua assessoria de imprensa, declarou que o relatório final de 2019 já apontava irregularidades cometidas por Marquinho DH, e o contexto foi revisado quando a PF assumiu formalmente a investigação do homicídio.


Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S.Paulo

Enchentes no Rio Grande do Sul arrastam navio para telhado de escritório em Taquari

 O último boletim da Defesa Civil , divulgado na noite de quarta-feira (22), registrou 162 mortos devido às chuvas


Com a diminuição do nível das águas das enchentes no Rio Grande do Sul, os moradores começam a contabilizar os prejuízos. Em Taquari, um dos municípios mais afetados, um navio de grande porte foi arrastado até o telhado do escritório do estaleiro onde foi construído, a cerca de 20 metros do chão.


Imagens divulgadas pela Gaúcha mostram a embarcação encalhada próximo ao nível do telhado. O navio, pronto para ser vendido, aguardava apenas uma vistoria final quando foi atingido pelas enchentes.


“Estávamos com um navio pronto para entregar antes da enchente, faltavam só as vistorias legais. Veio a enchente, o navio ficou sem energia, ficou sem nada, assim como os guinchos que manobram as embarcações. Nossos heróis trabalharam até 20 horas por dia para tentar segurar o navio com cordas. A água subiu tanto que o navio chegou ao telhado do escritório, 20 metros acima do nível do Rio”, relatou um representante do estaleiro Colorado, em Taquari.


Aumento no Número de Vítimas das Enchentes


O último boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, divulgado na noite de quarta-feira (22), registrou 162 mortos devido às chuvas. O número de desaparecidos caiu para 75, sete a menos que o informado anteriormente. Além disso, duas pessoas morreram por leptospirose, embora esses casos não sejam incluídos na contagem oficial.


A tragédia climática afetou 2,3 milhões de pessoas em 467 municípios gaúchos. Atualmente, há 581 mil desalojados e 68 mil em abrigos.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo

Lira pede reunião com Lula sobre isenção de imposto para compras da Shein

 A expectativa é de que o encontro ocorra ainda nesta quinta-feira (23)

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), entrou em contato com o presidente Lula na noite dessa quarta-feira (22) para solicitar uma reunião destinada a discutir o fim da isenção do imposto de importação para compras internacionais de até US$ 50.


Como Lula não possui celular pessoal, Lira ligou para o telefone do capitão reformado do Exército Valmir Moraes da Silva, ajudante de ordens do presidente, informa Igor Gadelha, no Metrópoles. Em uma reunião anterior, em fevereiro, Lula havia orientado Lira a usar o celular de Valmir para falar diretamente com ele, evitando intermediários.


Fontes do Palácio do Planalto confirmaram que Lula se mostrou disposto a se reunir com Lira para tratar do assunto. A expectativa é de que o encontro ocorra ainda nesta quinta-feira (23).


Resistência à Taxa de Importação


Lira enfrenta forte resistência tanto do governo quanto da oposição na Câmara para aprovar a retomada da taxa de importação para compras internacionais de até US$ 50. Tanto o PT, partido de Lula, quanto o PL, de Jair Bolsonaro, já indicaram que votarão contra a medida, reduzindo significativamente as chances de aprovação.


A proposta de reintroduzir a taxa foi incluída por aliados de Lira como um “jabuti” em um projeto que trata da criação do Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover).


Gesto ao Setor Varejista


Lira tem defendido a medida como um apoio ao setor varejista brasileiro, que reclama de concorrência desleal com empresas estrangeiras, especialmente chinesas. Em 19 de março, Lira participou de um jantar com empresários do varejo, organizado pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo. Após o evento, ele recebeu um pequeno grupo do setor em sua residência oficial.


Aliados de Lira afirmam que foi nessas conversas com o setor varejista que surgiu a ideia de incluir o “jabuti” das compras internacionais no projeto do Mover.


Fonte: Agenda do Poder

Governo revê projeção e prevê déficit de R$ 14,5 bilhões em 2024

 Apesar do aumento no déficit projetado, a nova estimativa ainda está dentro da meta fiscal para o ano


O governo federal revisou a projeção de déficit nas contas públicas para 2024, elevando a estimativa para R$ 14,5 bilhões, o que corresponde a 0,1% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. A previsão anterior, divulgada em março, apontava um déficit de R$ 9,3 bilhões. As informações foram publicadas nesta quarta-feira (22) no Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, elaborado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento.


Meta Fiscal e Tolerância


Apesar do aumento no déficit projetado, a nova estimativa ainda está dentro da meta fiscal para o ano. O governo tem como objetivo equilibrar as despesas e receitas em 2024, visando um déficit zero. No entanto, o marco fiscal permite uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para o saldo primário, o que em valores nominais significa que o governo pode gastar até R$ 28,8 bilhões a mais que as receitas.


Aumento nas despesas


O principal motivo para a piora da projeção é o aumento de R$ 20,1 bilhões nas despesas obrigatórias, que passaram de R$ 2,175 trilhões para R$ 2,182 trilhões. A Previdência Social, por exemplo, teve sua estimativa de gastos revisada para cima, passando de R$ 914,2 bilhões para R$ 917,8 bilhões, um aumento de R$ 3,6 bilhões.


Receita e outras despesas


O Ministério do Planejamento e Orçamento também destacou que a receita do governo federal deve aumentar em R$ 16 bilhões. Por outro lado, as despesas discricionárias, que não são obrigatórias, tiveram um aumento estimado de R$ 1,8 bilhões em relação ao primeiro bimestre. As despesas com pessoal e encargos devem ser ligeiramente menores, passando de R$ 374,6 bilhões para R$ 372,8 bilhões.


Impacto da tragédia climática


As chuvas intensas que atingiram o Rio Grande do Sul também contribuíram para o cenário econômico adverso. A tragédia deixou 162 mortos, conforme o último boletim da Defesa Civil, com 75 pessoas ainda desaparecidas. Cerca de 2,3 milhões de pessoas em 467 municípios foram afetadas, com 581 mil desalojadas e 68 mil em abrigos.


Fonte: Agenda do Poder com informações de Poder 360

“Decisão histórica”: Lula elogia países europeus que reconheceram Estado Palestino

 Ação terá efeitos positivos de paz na região, diz presidente

Agência Brasil – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou nesta quinta-feira (23) o reconhecimento do Estado Palestino por Espanha, Irlanda e Noruega. Para Lula, a decisão anunciada nesta quarta-feira (22) é histórica e terá um efeito positivo nos esforços em busca da paz no Oriente Médio.


“A decisão conjunta de Espanha, Noruega e Irlanda de reconhecer a Palestina como um Estado é histórica por duas razões. Faz justiça em relação ao pleito de todo um povo, reconhecido por mais de 140 países, por seu direito à autodeterminação. Além disso, essa decisão terá efeito positivo em apoio aos esforços por uma paz e estabilidade na região. Isso só ocorrerá quando for garantida a existência de um Estado Palestino independente”, escreveu o presidente, em publicação nas redes sociais.


Lula acrescentou que o Brasil foi um dos primeiros países na América Latina a assumir essa posição, em 2010. Na ocasião, o país reconheceu o Estado da Palestina nas fronteiras de 1967, o que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.


O ato de reconhecimento pelos países europeus será oficializado no próximo dia 28. O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, afirmou que a medida tem como objetivo acelerar os esforços para garantir um cessar-fogo na guerra de Israel contra o grupo palestino Hamas, na Faixa de Gaza.


O posicionamento político levou Israel a retirar seus embaixadores de Espanha, Irlanda e Noruega. O governo de Benjamin Netanyahu se opõe ao reconhecimento unilateral de um Estado palestino e considera que o ato representaria uma recompensa ao ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023.


O conflito


Em outubro passado, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel, com incursão de combatentes armados por terra, no sul de Israel. De acordo com autoridades israelenses, cerca de 1,2 mil pessoas foram mortas e duas centenas de israelenses e estrangeiros foram feitos reféns.


Em resposta, Israel vem bombardeando a infraestrutura em Gaza e impôs cerco total ao território, que dificulta, inclusive, a entrada de ajuda humanitária aos palestinos. Além dos mais de 35 mil mortos, a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza já deixou cerca de 80 mil feridos em sete meses, segundo dados do Ministério da Saúde do enclave.


A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos.


Fonte: Agenda do Poder com Agência Brasil