terça-feira, 28 de outubro de 2025

Lula retorna ao Brasil e deve definir indicação ao STF

Após viagem à Ásia, expectativa cresce sobre nomeação de Jorge Messias ao STF e articulações políticas no Senado

Lula e Jorge Messias (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca no Brasil nesta terça-feira (28), após uma série de compromissos oficiais na Ásia. De volta ao país, o chefe do Executivo deve enfrentar uma das decisões mais aguardadas de seu governo: a escolha do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que ocupará a vaga deixada por Luís Roberto Barroso.

De acordo com informações do Metrópoles, antes da viagem ao continente asiático, Lula havia indicado a auxiliares e ministros que pretendia nomear publicamente o advogado-geral da União, Jorge Messias, como sucessor de Barroso na Corte. No entanto, a decisão acabou sendo adiada e deverá ser tomada nos próximos dias, em meio a intensas articulações políticas em Brasília.

☉ Jorge Messias é o favorito de Lula

Jorge Messias, atual advogado-geral da União, desponta como o principal nome cotado para o Supremo. Conhecido por sua trajetória técnica e por manter um perfil discreto, Messias conta com apoio dentro do governo e até de setores da oposição. Ainda assim, aliados do Planalto reconhecem que a aprovação no Senado não será simples, uma vez que o nome do indicado precisa ser sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aprovado pela maioria dos 81 senadores.

A decisão de Lula ganhou novos contornos após uma reunião com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), realizada no Palácio da Alvorada, na véspera da viagem presidencial. Segundo um interlocutor ouvido pelo Metrópoles, “se a conversa tivesse sido tudo bem, o presidente teria indicado o Messias antes da viagem”.

☉ Bastidores e disputas no Senado

Nos bastidores do Congresso, há quem defenda outro nome para a cadeira no STF: o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), atual presidente do Senado. Alcolumbre, responsável por pautar a sabatina e a votação dos indicados à Corte, seria um dos principais articuladores dessa alternativa.

O próprio Pacheco ainda alimenta a esperança de ser escolhido por Lula e deve se reunir com o presidente assim que ele retornar ao país. Caso Messias seja o nome confirmado, o aval de Alcolumbre será essencial para garantir uma tramitação célere da indicação — ou, ao contrário, poderá atrasar o processo, como ocorreu no governo anterior com o então indicado André Mendonça.

Questionado sobre o assunto, Alcolumbre respondeu de forma enigmática aos jornalistas: “Se o cara estiver morto, ele está vivo. Se o cara está vivo, ele está morto. O ‘se’ é muito complicado”.

☉ O cálculo político por trás da escolha

Para Lula, o futuro de Pacheco também tem peso estratégico. O presidente tem interesse em vê-lo disputar o governo de Minas Gerais em 2026, estado considerado decisivo para qualquer eleição nacional. Segundo o Instituto Paraná Pesquisas, Pacheco aparece bem posicionado nas sondagens de intenção de voto.

Durante sua passagem pela Malásia, Lula foi questionado sobre o momento da nomeação ao STF e preferiu adiar o anúncio: “Deixa eu chegar ao Brasil primeiro, deixa eu chegar”, disse o presidente a jornalistas.

☉ Apoio evangélico e respaldo político

Entre os pontos que fortalecem o nome de Messias está o fato de ele ser evangélico, grupo no qual Lula busca ampliar sua base de apoio. No dia 16 de outubro, o presidente se reuniu com os bispos Manoel Ferreira e Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus, e com o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), além da ministra Gleisi Hoffmann. O encontro foi interpretado como um gesto de aproximação com o segmento religioso.

O líder do Republicanos no Senado, Mecias de Jesus (Republicanos-RR), também manifestou apoio ao advogado-geral da União. “A indicação de um ministro do STF é uma decisão que exige equilíbrio, preparo e compromisso com o país. Acredito na capacidade técnica e na competência de Jorge Messias, que tem feito um grande trabalho na AGU. Por isso, vou votar e trabalhar para que ele seja eleito ministro do Supremo”, afirmou o parlamentar.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

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