Aliados do governador divergem sobre futuro político de Tarcísio
A mais recente declaração de Tarcísio de Freitas (Republicanos), negando novamente qualquer intenção de concorrer à Presidência da República em 2026, provocou divergências entre aliados e reacendeu debates sobre seu futuro político, relata o Metrópoles.
Parte da base próxima ao governador de São Paulo aposta que ele buscará a reeleição no estado, enquanto outro grupo sustenta que Tarcísio ainda é o principal nome da direita para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na próxima disputa nacional. “Tarcísio é mesmo candidato à reeleição. A grande questão é que ele está num ponto que não é ele mais que decide. Se for convocado, não poderá negar a missão”, disse uma fonte ligada ao governo paulista.
☆ Estratégia política e recuos calculados
Um aliado avalia que a negativa recorrente de Tarcísio sobre a corrida presidencial é uma forma de reduzir a artilharia de adversários antes do início oficial da campanha. O movimento ocorre em meio ao avanço da proposta de anistia no Congresso, da qual o governador participou ativamente em Brasília, e também após a condenação de Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF).
Dias antes, Tarcísio esteve no ato bolsonarista de 7 de setembro na Avenida Paulista, quando elevou o tom contra o STF e o ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de “tirano”. O gesto foi interpretado por analistas como um aceno ao bolsonarismo radical e possível ensaio para a disputa nacional. No entanto, nas semanas seguintes, o governador preferiu “submergir” politicamente, restringindo-se a despachos internos no Palácio dos Bandeirantes e a agendas regionais.
☆ Foco em São Paulo e pressões locais
O assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, em 15 de setembro, reforçou a necessidade de Tarcísio concentrar esforços em São Paulo, priorizando o acompanhamento das investigações. Esse contexto fortaleceu entre aliados a ideia de que a permanência no governo estadual seria o caminho natural.
☆ Argumentos pela reeleição
Entre os defensores de sua continuidade no estado, há quem destaque que o governador não demonstra “vaidade” em antecipar um projeto presidencial. De acordo com relatos, Tarcísio costuma afirmar que gostaria de um segundo mandato para concluir obras e projetos já iniciados. Outro ponto citado é o desejo da família em evitar nova mudança para Brasília, após um processo de adaptação considerado difícil em São Paulo.
Além disso, interlocutores lembram que deixar o cargo até abril de 2026, como exige a lei eleitoral, exporia o governador a um período de seis meses sem mandato. “Sem estar na cadeira, quem vai protegê-lo, a Faria Lima?”, questionou um aliado, refletindo receios de que órgãos de investigação possam ser usados contra adversários políticos.
☆ Cálculo eleitoral e cenário nacional
A ala mais cautelosa considera que enfrentar Lula em 2026 seria arriscado, dado o peso da máquina federal e a experiência do presidente em campanhas. Para esse grupo, até mesmo fatores externos, como o “tarifaço” dos EUA e críticas da Casa Branca ao Judiciário brasileiro, poderiam favorecer o ambiente político para Lula.
Nesse sentido, alguns aliados acreditam que lançar Tarcísio já em 2026 seria “rifar” a principal liderança da direita. Para eles, a reeleição em São Paulo consolidaria o governador como figura de projeção nacional, permitindo que em 2030 ele estivesse mais preparado para disputar a Presidência, sem Lula como adversário direto.
Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles
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