Expectativa é de que o presidente Lula responda às sanções do governo Donald Trump em discurso na ONU
O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve anunciar nesta segunda-feira (22) a ampliação das restrições de vistos para autoridades brasileiras em reação à condenação de Jair Bolsonaro (PL)pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-mandatário foi condenado a cumprir pena de 27 anos e três meses de prisão por participar de uma trama de golpe de Estado após sua derrota eleitoral no pleito presidencial de 2022.
☉ Novos alvos das sanções
Segundo a Folha de S. Paulo, a lista inclui o ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, o delegado Fabio Schor e os juízes Airton Vieira e Marco Antônio Vargas, que atuaram em processos sob relatoria do ministro do STF Alexandre de Moraes.
A revogação do visto de Messias foi confirmada à agência Reuters por um membro sênior da gestão Trump. O ministro já se manifestou sobre o caso.
Fabio Schor, que conduz inquéritos envolvendo a família Bolsonaro, já havia sido citado por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como possível alvo das punições.
☉ Esposa de Moraes incluída em sanções financeiras
Na mesma data, os EUA anunciaram a inclusão de Viviane Barci, esposa do ministro Alexandre de Moraes, na lista da Lei Magnitsky. Essa legislação prevê congelamento de bens e sanções financeiras a indivíduos acusados de violações de direitos humanos.
☉ Impacto durante viagem de Lula à ONU
As medidas coincidem com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU. A expectativa é que Lula responda diretamente às ações do governo Trump durante o discurso de abertura da sessão, previsto para esta terça-feira (23).
☉ Histórico de restrições recentes
Essa não é a primeira vez que os Estados Unidos aplicam sanções a autoridades brasileiras. Em julho, Trump havia proibido a entrada de Moraes e de aliados do STF. No mês seguinte, em agosto, determinou a revogação do visto do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, além de documentos de sua esposa e filha. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski também teve o visto revogado.
Na ocasião, embora o visto de Padilha já estivesse vencido, a decisão impediu que ele obtivesse um novo documento. Posteriormente, Washington concedeu uma permissão restrita, limitando sua circulação em Nova York a cinco quarteirões, o que levou o ministro a cancelar a viagem. Às vésperas da reunião na ONU, os EUA validaram o passaporte do ministro Ricardo Lewandowski.
☉ Programa Mais Médicos na mira
As medidas do governo Trump também atingiram ex-funcionários ligados ao programa Mais Médicos, implementado em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Foram revogados os vistos de Mozart Júlio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, acusados de participação no que os EUA classificaram como “esquema coercitivo” de envio de médicos cubanos ao Brasil.
De acordo com o Departamento de Estado, esses profissionais “se envolveram em práticas que exploraram médicos cubanos por meio de trabalho forçado, enriquecendo o regime de Havana e privando a população da ilha de cuidados de saúde essenciais”.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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