O tenente-coronel Mauro Cid: militar guardou “PowerPoint do Golpe” e outros documentos golpistas no celular. Foto: Reprodução
Mensagens trocadas pelo tenente-coronel Mauro Cid revelam que ele sabia que ia ser preso caso Luiz Inácio Lula da Silva vencesse as eleições presidenciais de 2022. Já se antecipando em relação aos problemas que enfrentava, dadas as diversas ilegalidades cometidas no período em que serviu ao governo de Jair Bolsonaro, Cid enviava áudios a familiares, no período da campanha, defendendo enfaticamente o capitão da reserva e afirmando que teria problemas em caso de derrota.
Em uma das gravações obtidas pelo UOL, Cid punha pressão nos familiares, mentindo que o Brasil não aguentaria um novo governo do PT, ressaltando as mesmas falas da extrema direita sobre Petrobras, BNDES e Caixa Econômica Federal.
Distorcia fatos sobre a pandemia, afirmando que o Brasil teria sido pioneiro em financiar o desenvolvimento da vacina contra a Covid-19.
Cid também descreveu Bolsonaro como um presidente de hábitos “simples”, relatando um episódio em que o então mandatário recusou jantar em um restaurante caro na Suíça, preferindo comer com sua equipe de segurança em um local mais barato. Segundo ele, Bolsonaro nunca utilizou o cartão corporativo, com limite mensal de saque de R$ 18 mil, que estaria sob responsabilidade do próprio Mauro Cid.
O ex-ajudante de ordens revelou preocupação direta com seu destino caso Lula fosse eleito. “Eu sei que vou ser preso sem ter culpa nenhuma e ninguém vai segurar minha onda. Nem o Exército, ninguém segura depois”, desabafou, mentindo novamente, desta vez com a alegação de que o país iria virar a Venezuela.

Quem deve, teme. As previsões acabaram parcialmente se concretizando.
Em maio de 2023, ele foi preso pela Polícia Federal acusado de fraudar certificados de vacinação contra Covid-19. Posteriormente, tornou-se alvo de investigações sobre desvios de joias públicas e uma tentativa de golpe para impedir a posse de Lula.
Pressionado pelas investigações, Cid fechou um acordo de delação premiada em setembro de 2023, revelando que Bolsonaro chegou a discutir um plano de golpe com comandantes das Forças Armadas após perder as eleições. Sua colaboração foi uma das provas usadas pela Procuradoria-Geral da República na denúncia contra Bolsonaro por tentativa de golpe.
Das coisas que falou, a mais certa é de que seria abandonado. Foi.
Fonte: DCM com informações do UOL
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