terça-feira, 20 de maio de 2025

Fim da linha para EAD em 5 cursos: o que muda na graduação com novo decreto

Novo decreto determina regras mais rígidas para educação superior à distância

(Foto: Divulgação)

O governo federal publicou nesta terça-feira (20) um novo decreto que muda significativamente as regras para a oferta de cursos de graduação a distância no Brasil. A medida estabelece que as graduações em Medicina, Direito, Enfermagem, Odontologia e Psicologia só poderão ser ofertadas na modalidade presencial, pondo fim à possibilidade de ensino 100% remoto para essas áreas.

A nova política, batizada de “Nova Política de Educação a Distância”, também impede que qualquer curso superior seja oferecido integralmente à distância, ainda que esteja fora da lista dos cinco proibidos. As instituições terão até dois anos para se adequar às novas normas, conforme o cronograma de implementação gradual previsto no decreto.

Confira os principais pontos da mudança, publicada no G1.

1. Mais cursos poderão ser incluídos na proibição

O decreto abre espaço para que o Ministério da Educação (MEC) amplie a lista de cursos obrigatoriamente presenciais. Um artigo prevê que novas áreas poderão ser limitadas por meio de resoluções futuras, o que pode impactar graduações como Engenharia e Medicina Veterinária.

2. Três modalidades reconhecidas: EAD, semipresencial e presencial

A nova política regulamenta oficialmente três tipos de oferta de ensino superior:
☉ EAD (Educação a Distância): exige ao menos 10% de atividades presenciais e 10% de atividades síncronas com controle de presença.
☉ Semipresencial: deve ter pelo menos 30% de atividades presenciais e 20% de atividades síncronas ou presenciais. 
 Presencial: precisa garantir que ao menos 70% da carga horária total seja realizada fisicamente na instituição, com até 30% podendo ser a distância.

3. Medicina terá regra própria

Mesmo entre os cursos que permanecem presenciais, Medicina terá uma regulamentação específica. O MEC deve publicar uma resolução adicional exigindo que mais de 70% da carga horária seja cumprida de forma presencial.

4. Tipos de atividades didáticas são detalhados

O decreto estabelece quatro tipos de atividades para compor os cursos:
☉ Presenciais: alunos e professores no mesmo local e horário.
☉ Síncronas: alunos e professores em locais diferentes, mas no mesmo horário.
☉ Síncronas mediadas: com até 70 alunos por professor e controle de presença.
☉ Assíncronas: cada um em seu tempo e local.

5. Infraestrutura obrigatória em qualquer modalidade

Todas as instituições, inclusive aquelas que oferecem EAD, devem manter uma sede com estrutura mínima: salas para professores e coordenação, laboratórios, bibliotecas físicas ou virtuais, e conexão de internet de alta velocidade.

6. Polos EAD devem ter estrutura física independente

Nos cursos a distância ou semipresenciais, os polos fora da sede também devem ter infraestrutura mínima, com salas de estudo, coordenação, laboratórios e conexão estável. Além disso, dois cursos de instituições diferentes não poderão funcionar no mesmo polo.

7. Corpo docente com funções definidas
As instituições precisarão contar com coordenador, professor regente e professor conteudista nos cursos a distância. O MEC ainda vai definir as atribuições e exigências de formação para cada função.

8. Avaliações presenciais obrigatórias no EAD

Todos os cursos EAD deverão incluir avaliações obrigatoriamente presenciais, previstas no calendário acadêmico e realizadas na sede ou nos polos credenciados.

9. Prazo de dois anos para adaptação

As instituições de ensino terão até maio de 2027 para se adaptar às novas exigências, o que inclui ajustes na estrutura física, tecnológica e nos currículos dos cursos.10. Alunos atuais não serão prejudicados

Estudantes que já estão matriculados em cursos EAD atingidos pela nova regra poderão concluir sua graduação no formato original, garantindo a validade de seus diplomas.

Com o decreto, o governo busca aumentar a qualidade dos cursos superiores e evitar a precarização da formação em áreas que exigem prática intensiva e contato direto com pacientes e clientes, como a saúde e o direito. A decisão tem provocado debates entre especialistas e instituições de ensino, especialmente aquelas com foco no modelo EAD.

Fonte: Brasil 247

Governo criará índice para mapear risco de fome em famílias de baixa renda

Ferramenta deve orientar ações do Ministério do Desenvolvimento Social e fortalecer políticas para retirar o Brasil do Mapa da Fome da ONU

Residentes de uma comunidade no Rio de Janeiro recebem comida de voluntários em 2021 (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende lançar, até o fim de junho, um novo instrumento para medir o risco de fome em famílias vulneráveis. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo e destaca que o índice será fundamental para o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) identificar, com maior precisão, os municípios onde a insegurança alimentar é mais grave e concentrada.

O objetivo da medida é orientar a atuação do governo federal para garantir que o país volte a sair do Mapa da Fome das Nações Unidas até 2026, meta assumida pela atual gestão. O Brasil havia deixado o Mapa pela primeira vez em 2014, mas retornou em 2021. De acordo com o último relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o país registrava um índice de subnutrição de 2,8% entre 2021 e 2023 — o limite para exclusão do Mapa é de 2,5%. A nova edição do levantamento será publicada em julho.

◉ CadInsan: foco em dados municipais - Batizado de CadInsan, o novo indicador usará dados do Cadastro Único cruzados com variáveis socioeconômicas para estimar a probabilidade de uma família estar em situação de fome. Ao contrário das ferramentas atuais, como a Tria — que consiste em duas perguntas aplicadas em unidades de saúde —, o CadInsan oferecerá dados mais detalhados em nível municipal, e não apenas por região ou estado.

Essa granularidade permitirá identificar com maior clareza os territórios em situação crítica, especialmente em um cenário ainda marcado por desigualdades. Levantamento realizado pelo IBGE, por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), apontou que, no fim de 2023, cerca de 8,7 milhões de brasileiros viviam em insegurança alimentar grave — ou seja, estavam passando fome. Isso representa 4,1% dos domicílios do país. Embora esse número seja menor do que os 15% de 2022, ainda está acima do patamar registrado em 2013, quando a taxa era de 3,2%.

A desigualdade na coleta de dados também é um desafio. Entre novembro de 2023 e janeiro de 2025, aproximadamente 13 milhões de domicílios — o equivalente a 18% do total — responderam à pesquisa do governo, mas a distribuição das respostas é bastante desigual entre regiões.

◉ Norte e Nordeste concentram os piores índices - Os dados revelam que as regiões Norte e Nordeste concentram os piores índices de insegurança alimentar. No Norte, quase 40% dos municípios apresentam algum grau do problema, índice semelhante ao do Nordeste (38,8%). No Centro-Oeste e Sudeste, esse percentual gira em torno de 25%, enquanto o Sul registra a menor incidência: 16,6%.

Entre os estados, o Pará se destaca negativamente, com quase 10% dos domicílios enfrentando fome. Na outra ponta, Santa Catarina apresenta o menor índice, com 1,5% das residências em situação de insegurança alimentar grave.

A cobertura de equipamentos públicos de alimentação, como cozinhas comunitárias, bancos de alimentos e restaurantes populares, também é desigual. Dados do MDS mostram que apenas 10% dos municípios contam com bancos de alimentos — e mais da metade deles são mantidos exclusivamente com recursos locais. Cozinhas comunitárias estão presentes em 9% das cidades, e restaurantes populares em apenas 387 municípios.

◉ Sisan e o papel da federação - A estruturação do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) é considerada estratégica pela Secretaria Extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS. O fortalecimento desse sistema é uma das ações do Plano Brasil sem Fome, principal iniciativa do governo federal para erradicar a fome de forma sustentável.

Segundo a secretária Luiza Trabuco, o Sisan permite planejar e articular ações entre diferentes áreas do governo e da sociedade civil. “O sistema é a ação estruturante para alcançar o objetivo de sair do Mapa da Fome e não voltar mais”, afirmou. Ela defendeu que, por meio do Sisan, é possível desenvolver iniciativas como cozinhas solidárias, doação de alimentos e compra de produtos da agricultura familiar.

Dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), realizada pelo IBGE em 2023, indicam que os municípios que aderiram ao Sisan obtiveram melhores resultados no enfrentamento da fome. Apesar disso, apenas 30% das cidades participam atualmente do sistema, o que corresponde a cerca de 1,6 mil municípios. No entanto, essas localidades concentram mais da metade da população brasileira. A meta do governo é alcançar 3 mil municípios até o fim do mandato.

◉ Incentivo à adesão e articulação de políticas - Para ampliar a adesão, a secretaria pretende condicionar o acesso a alguns programas à participação no Sisan. A ideia é garantir que, independentemente de mudanças de governo, a estrutura de combate à fome permaneça ativa.

Entre as principais medidas previstas estão o apoio à agricultura familiar, feiras e mercados locais, além do fortalecimento de programas sociais como o Bolsa Família, o Programa de Aquisição de Alimentos e o Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Com o CadInsan e o reforço da governança federativa, o governo espera não apenas retirar o país do Mapa da Fome da ONU, mas também garantir que essa conquista seja duradoura.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

‘Vamos dar trabalho para essa extrema direita escrota em 2026’, diz Haddad

"E vamos ver de novo o presidente Lula subir a rampa do Palácio do Planalto", disse o ministro da Fazenda em evento do PT

Fernando Haddad (Foto: Jose Cruz/Agência Brasil)

Durante ato em apoio à candidatura de Edinho Silva à presidência nacional do PT, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que a legenda estará pronta para enfrentar com força a extrema direita nas eleições presidenciais de 2026. “O ano que vem nós vamos dar trabalho para essa extrema direita escrota que está aí e vamos ver de novo o presidente Lula subir mais uma vez a rampa do Palácio do Planalto”, declarou Haddad, segundo o jornal O Globo.

O evento reuniu lideranças da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), corrente majoritária da legenda. Embora haja divergências internas sobre a sucessão na direção do partido, a candidatura de Edinho Silva passou a reunir apoios significativos após a retirada de nomes inicialmente colocados, como o do prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá. Ele anunciou sua desistência após articulações com Gleisi Hoffmann, em movimento que reforçou a busca por unidade dentro do grupo majoritário.

A eleição interna do PT contará com ao menos quatro candidaturas registradas: além de Edinho Silva, disputam Rui Falcão, Valter Pomar e Romênio Pereira.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

VÍDEO – Senador do PL admite que Bolsonaro sabia de fraudes no INSS: “Farra escancarada”

O senador Izalci Lucas (PL) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Reprodução/Redes Sociais

O senador Izalci Lucas (PL) declarou, ao vivo na CNN Brasil, que informou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre as fraudes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em 2018, durante a transição do governo. Segundo ele, naquela época, já existiam indícios de fraude.

“Eu recebi no meu gabinete os peritos do INSS, onde havia indícios de rombo de mais de R$ 70 bilhões, com relação a aposentados, Seguro Defeso, consignados. E nós levamos isso na transição para o presidente Bolsonaro, que imediatamente fez todo um estudo e editou a Medida Provisória 871, que eu fui o presidente”, lembrou ele.

“As denúncias que eu recebi geraram, realmente, por parte do governo Bolsonaro, a edição de uma medida provisória para estancar essa farra de aposentadoria que existia. Agora, com relação à denúncia fica claro que essa questão foi a mídia, a imprensa, não foi CGU, AGU, não tinham como investigar. A coisa era tão absurda, escancarada…”.

deputado federal Alencar Braga (PT), que estava em um debate com Izalci Lucas, rebateu as declarações do bolsonarista: “Levou à Polícia Federal? O governo Bolsonaro não abriu investigação. Você disse agora que recebeu denúncia, levou ao Bolsonaro… Não foi tomada uma providência por parte da polícia”.

“Não foi tomada nem uma investigação, sequer interna, por parte do INSS. Não foi feita nenhuma investigação por parte da Controladoria-Geral da União. O senhor acabou de assumir. O senhor prevaricou, Bolsonaro prevaricou, cometeram crimes. Isso demonstra a participação de vocês, o conhecimento de vocês. E demonstra que vocês não querem investigar, porque se quisessem teriam investigado lá atrás”, acrescentou o petista.

“Mas, não, vocês querem agora é atrapalhar a investigação, porque têm medo dela. Vocês não fizeram nada e o senhor acaba de assumir ao vivo. É uma vergonha. Se for aberta a CPI, eu quero que o senhor seja convocado e dê esse depoimento”.

“Diga o dia em que recebeu a denúncia, qual providência foi feita para se investigar, qual encaminhamento foi feito à Polícia Federal ou ao Ministério Público Federal, ou à Controladoria-Geral da União, e aquilo que o Bolsonaro fez. O senhor acaba de assumir aqui, ao vivo, que o senhor não fez nada para apurar, nem o governo Bolsonaro”, reforçou Braga.

Fonte: DCM

segunda-feira, 19 de maio de 2025

Gleisi sai em defesa de Janja após ataques por críticas ao TikTok na China (vídeo)

"Estamos contigo Janja!", escreveu a ministra em postagem nas redes sociais

        lula-janja-gleisi (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, prestou solidariedade à primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, alvo de ataques por conta de críticas dirigidas à plataforma TikTok durante um encontro com o presidente da China, Xi Jinping.

"Estamos contigo Janja!", escreveu a ministra em postagem no Instagram nesta segunda-feira (19).

Mais cedo, Janja rebateu os ataques que vem sofrendo de setores da imprensa brasileira após a fala sobre o TikTok durante a visita a Pequim.

Em um evento sobre violência contra menores promovido pelo Ministério dos Direitos Humanos, a primeira-dama disse mais cedo que não ficará calada sobre o assunto. "Em nenhum momento eu calarei a minha voz para falar sobre isso. Em nenhum momento, em nenhuma oportunidade. Não há protocolo que me faça calar se eu tiver uma oportunidade de falar sobre isso com qualquer pessoa que seja, do maior grau ao menor grau, do mais alto nível à qualquer cidadão comum", disse.
Fonte: Brasil 247

Servidor diz que PRF determinou abordagens nas eleições: 'está na hora de tomar um lado'

Adiel Pereira Alcântara prestou depoimento em audiência no STF, presidida pelo ministro Alexandre de Moraes

      PRF (Foto: DIVULGAÇÃO)

Ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Adiel Pereira Alcântara disse nesta segunda-feira (19) que, em 2022, ouviu uma ordem do então diretor de operações da PRF, Djairlon Henrique Moura, para que a inteligência do órgão atuasse para reforçar abordagens de ônibus e vans durante as eleições. O ex-dirigente prestou depoimento em audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), presidida pelo ministro Alexandre de Moraes. Adiel falou como testemunha de acusação na ação penal.

O Supremo investiga a existência de uma trama golpista e já tornou 21 réus no inquérito. De acordo com investigadores, o grupo usou recursos da PRF e do Ministério da Justiça para tentar barrar o voto de possíveis eleitores de Lula no segundo turno da eleição de 2022.

“O inspetor de Djairlon, que era o diretor de operações, pediu um apoio ao diretor de inteligência, inspetor Reischak, para que a inteligência apoiasse a área de operações no indicativo de abordagens de ônibus e vans que tinham como origem os estados de Goiás, São Paulo, Minas e Rio de Janeiro e destino no Nordeste”, afirmou.

No dia da votação do segundo turno de 2022, a PRF fez blitz em pelo menos 610 ônibus fazendo transporte de eleitores. Das primeiras 549 operações registradas no país, 272 (49%) aconteceram na Região Nordeste, 122 (22,22%) no Centro-Oeste, 59 (10,7%) no Norte, 48 (8,74%) no Sudeste e 48 no Sul (8,74%). Os percentuais foram divulgados no Portal G1.

Em 2022, o então candidato Lula (PT) venceu entre os eleitores nordestinos por 69,34% a 30,66% de Bolsonaro. O petista perdeu nas demais regiões: Centro-Oeste (60,21% a 39,79%), Norte (51,03% a 48,97%), Sul (61,84% a 38,16%) e Sudeste (54,26% a 45,74%). No Brasil, Lula ganhou por 50,9% (60 milhões) a 49,1% (58 milhões) no segundo turno.

Fonte: Brasil 247 com informações do Portal G1

Por mais pobres que sejam nossos países, é possível acabar com a fome, diz Lula a ministros africanos

Em discurso, presidente brasileiro também destacou a "dívida histórica" com o continente africano

      Lula - 10/05/2025 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Em reunião com ministros da Agricultura da União Africana, nesta segunda-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que é possível erradicar a fome no mundo. Segundo ele, a questão exige vontade política e compromisso por parte dos governantes.

Durante o discurso, Lula criticou o fato de que, mesmo com o avanço da tecnologia, cerca de 730 milhões de pessoas ainda passam fome no planeta. “Temos condições de mudar isso por mais pobres que sejam nossos países. A quem que o Estado deve servir? Essa é uma decisão que somente nós governantes podemos tomar. Nunca podemos esquecer o discurso que fizemos quando ganhamos as eleições”, enfatizou.

O chefe do Executivo brasileiro também destacou a "dívida histórica" com o continente africano e afirmou que essa reparação não pode ser feita com dinheiro, mas por meio de cooperação.

“Temos uma dívida histórica com os países africanos. Não podemos pagar em dinheiro, porque não pode ser mensurado”, disse. “Podemos pagar com transferência de tecnologia para vocês produzirem”.

Fonte: Brasil 247

Trama golpista – Moraes enquadra advogado de Anderson Torres: “Não vou permitir circo”


Alexandre de Moraes: magistrado se irritou durante julgamento da trama golpista. Foto: reprodução



Nesta segunda-feira (19), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), precisou repreender, com firmeza, um dos advogados de defesa por insistir em repetir a mesma pergunta a uma testemunha durante o julgamento que investiga a tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder após as eleições de 2022.

“O senhor já perguntou quatro vezes a mesma coisa. A testemunha já disse que não pode afirmar com certeza se era o mesmo documento, mas que os pontos importantes eram semelhantes. Se o senhor puder continuar, por favor”, advertiu Moraes, demonstrando impaciência com a estratégia do defensor.

O advogado, que é defensor de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, tentou justificar sua conduta alegando tratamento desigual: “Só queria ter o mesmo tratamento da acusação. Sou simples advogado, distante do PGR…”. A resposta, porém, só aumentou a irritação do ministro, que elevou o tom e foi categórico:

“Nós não estamos aqui para fazer circo. Não vou permitir que vossa senhoria faça circo no meu tribunal. Vossa senhoria já foi desrespeitoso quando disse que não haveria necessidade da advertência do falso testemunho. Isso é previsão legal, vale para civis e militares. Se vossa senhoria ler o Código de Processo Penal, vossa senhoria saberia disso. Vamos continuar com tranquilidade. Vossa senhoria faz as perguntas, mas não adianta ficar repetindo 6 vezes a mesma pergunta para tentar que a testemunha mude”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, apontado como o líder da trama golpista. Foto: reprodução

O julgamento, que ocorre sob forte expectativa política, investiga a articulação para manter Bolsonaro no poder após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o ex-presidente e seu então candidato a vice, Braga Netto, de liderarem um núcleo civil e militar que teria planejado ações para deslegitimar o processo eleitoral e impedir a transição de poder.

O episódio desta segunda-feira não foi o primeiro momento de tensão no processo. Mais cedo, Moraes questionou as mudanças no novo depoimento do general Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, afirmando que o militar teria mentindo no depoimento à Polícia Federal ou para o STF.

Fonte: DCM

Trama Golpista: Moraes diz que general Freire Gomes “mentiu para a PF ou para o STF”

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-comandante do Exército Antônio Freire Gomes. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), protagonizou um dos momentos mais tensos do julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado ao advertir o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, por contradições em seu depoimento nesta segunda-feira (19). O confronto ocorreu durante a fase de instrução do processo que apura os atos golpistas após as eleições de 2022.

“Ou o senhor mentiu na polícia ou está mentindo aqui no STF”, afirmou Moraes ao general, destacando diferenças entre o depoimento prestado à Polícia Federal em março de 2024 e as declarações dadas ao Supremo.

Freire Gomes é apontado como responsável por frustrar as intenções golpistas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por negar apoio do Exercito à trama. Por outro lado, a postura dele é questionada mesmo que não tenha concordado em ajudar no golpe de Estado, pois ele sabia do que os bolsonaristas estavam planejando e não tomou medidas legais para impedir, o que pode caracterizar o crime de prevaricação.

O ministro ressaltou que, perante a PF, Freire Gomes teria afirmado que o almirante Garnier Santos, então comandante da Marinha, “teria se colocado à disposição do Presidente da República” em reuniões onde se discutiam medidas golpistas, versão que o general amenizou no STF.

Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, é réu pela trama golpista. Foto: reprodução

Freire Gomes defendeu-se argumentando que “com 50 anos de Exército jamais mentiria” e que interpretou as declarações de Garnier como demonstração de respeito à cadeia de comando, não como apoio a ações ilegais. “Eu não posso inferir o que ele quis dizer com o estar com o presidente”, declarou o militar, acrescentando que tanto ele quanto o brigadeiro Baptista Junior se posicionaram contrariamente a qualquer medida extralegal.

O episódio marcou o primeiro dia de audiências para ouvir testemunhas no processo que tem como réus Bolsonaro, seu ex-vice Braga Netto e outros 31 acusados, incluindo ex-ministros e comandantes militares. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o grupo por crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

Outras testemunhas ouvidas nesta segunda-feira incluíram Éder Lindsay Magalhães Balbino, empresário envolvido na produção de material que questionava as urnas eletrônicas, e Clebson Vieira, ex-servidor do Ministério da Justiça.

Balbino afirmou não ter encontrado indícios de fraude eleitoral, enquanto Vieira relatou ter ficado “apavorado” com a atuação diferenciada da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar o deslocamento de eleitores no segundo turno.

O julgamento, que não está sendo transmitido ao público, ocorre sob forte expectativa política. Aliados de Bolsonaro esperam que a decisão final seja proferida até outubro, enquanto observadores destacam o simbolismo do processo para a consolidação das instituições democráticas.

Fonte: DCM

Representantes dos 17 municípios da região participam de atividades do “Planifica SUS”


     Foto: Divulgação

Foi aberta nesta segunda-feira (19), no Auditório Araucária, da 16ª Regional de Saúde de Apucarana, a Semana Padrão do Planifica SUS. A programação tem a participação de representantes dos 17 municípios da área, com tutoriais, palestras e workshops, até sexta feira (23). Estão previstos dois eventos em arapongas e outros cinco em Apucarana.

Na abertura da Semana Padrão Planifica SUS, o diretor da 16ª Regional de Saúde, Lucas Leugi, destacou a importância da participação de todos municípios, com representantes das secretarias municipais de saúde. “As palestras, tutoriais e workshops visam o planejamento de atividades, monitoramento de resultados e a definição de ações futuras”, pontua Leugi.

O secretário de estado da Saúde, Beto Preto, também enaltece a participação dos municípios que integram a 16ª Regional de Saúde de Apucarana. “Trata-se de uma semana de atualização e discussão dos processos, com foco no aprimoramento de todos os serviços direcionados aos usuários do SUS”, avalia Beto Preto.

José Schiarolli, referência técnica da 16ª RS, explica que o Planifica SUS Paraná é uma estratégia de educação permanente que busca consolidar a operacionalização plena da Rede de Atenção à Saúde. “Os eventos desta semana visam desenvolver competências e habilidades às equipes técnicas e gerenciais para organizar e adotar ações necessárias visando qualificar os processos de trabalho da Atenção Primária à Saúde, Atenção Ambulatorial Especializada e Atenção Hospitalar, com foco nas demandas de saúde dos usuários”, pontua Schiarolli.

Fonte: Assessoria de Imprensa 

Bombeiros de Apucarana preparam simulação de incidente com múltiplas vítimas



Como parte da campanha Maio Amarelo, que promove a conscientização sobre a segurança no trânsito, o 11º Batalhão de Bombeiros Militar do Paraná (11º BBM), com sede em Apucarana, realiza na próxima terça-feira (27/05), entre 9 e 12 horas, uma simulação de incidente com múltiplas vítimas.

A operação ocorrerá na transposição da linha férrea na Rua Dom Pedro II, localizada no Jardim Ponta Grossa, entre as Avenidas Santa Catarina e Central do Paraná, e contará com a participação de equipes da Secretaria Municipal de Segurança, Transporte, Trânsito, Mobilidade Urbana e Defesa Civil (Segtran), do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e concessionária Rumo. “O objetivo da ação é treinar e
aperfeiçoar os protocolos de resposta a emergências envolvendo acidentes com grande número de vítimas, além de chamar a atenção da população para a importância da mobilidade segura e da responsabilidade no trânsito”, diz major Vilson Laurentino da Silva, secretário da Segtran.

A simulação será feita reproduzindo incidente entre composição férrea e um automóvel.
Também está prevista a participação do helicóptero do resgate aeromédico do Samu. O capitão do 11º BBM de Apucarana, Wallacy de Araújo, que tem formação em enfermagem, informa que a realização do treinamento simulado já estava no
planejamento do Corpo de Bombeiros. “Foi um projeto que chegou através da Rumo Logística. Estávamos formando equipe de trabalho, convocando todos os órgãos e foi então que surgiu a oportunidade de realizarmos dentro da programação do Maio Amarelo, somando parceiros”, relata, salientando que a iniciativa da simulação é do 11º Batalhão de Bombeiros Militares de Apucarana, Rumo Logística e Samu, em parceria com a prefeitura, através da Segtran, e 10º Batalhão da Polícia Militar (10º BPM).

O prefeito Rodolfo Mota reforça que além de chamar atenção da população sobre as responsabilidades no trânsito, a atividade serve de treinamento para as equipes de segurança e resgate médico. “A operação coordenada pelo Corpo de Bombeiros vai envolver diversos serviços, desde nossos agentes de trânsito e guardas civis, polícia militar, equipes do SAMU, que estarão revendo e praticando protocolos de resposta a emergências. Trabalhamos para que incidentes não aconteçam, mas se for necessário, os profissionais estarão ainda mais preparados”, relata o prefeito.

Maio Amarelo – Neste ano, o tema da campanha é “Desacelere. Seu bem maior é a vida”. Em Apucarana, as atividades tiveram início no dia 5 e contam com o apoio de diversas entidades, enfatizando a importância da redução da velocidade e a promoção da consciência dos riscos da pressa e da desatenção no trânsito. São parceiros e apoiadores da programação do Maio Amarelo em Apucarana o Colégio São José, empresa Rumo, Acia, Conseg, 15ª Ciretran, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Militar, Bombeiros, SAMU, Guarda Civil Municipal (GCM) e agentes municipais de trânsito.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

VÍDEO – Zambelli pede Pix a apoiadores para pagar multa de R$ 2 milhões


       A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP). Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Condenada a pagar R$ 2 milhões por danos morais coletivos, a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) tem pedido doações via Pix para seguidores nas redes. Ela terá que depositar o valor junto do hacker Walter Delgatti Neto por invasão ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em 2023.

“Não está fácil a minha situação. Eu vivo do meu salário de deputada, que não é baixo, mas que, com essa quantidade de multas, fica impossível”, afirma a parlamentar em vídeo divulgado nas redes nesta segunda (19).

A bolsonarista tem uma remuneração fixa de R$ 33,7 mil por mês, que fica em R$ 23,7 mil após descontos obrigatórios, segundo a Câmara. Ela diz que o valor recebido não é suficiente para pagar a indenização mais recente e outras multas envolvendo processos.

Zambelli diz que seu pai teve que vender o próprio carro para ajudá-la a pagar uma dívida. Além da indenização milionária pela invasão do sistema do CNJ, ela conta que precisa pagar outros valores, como R$ 30 mil de multa e honorários advocatícios que chegam a mais de R$ 40 mil.

Os R$ 2 milhões, de acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), devem ser pagos por ela e o hacker, mas a deputada diz que ele não ajudará a efetuar o pagamento e, por isso, pede ajuda de eleitores para “se ver livre disso”.

“Quanto antes eu conseguir arrecadar esse dinheiro, melhor. Quero pedir sua ajuda, o quanto você puder ajudar. Se você pode com R$ 1, então faz um Pix de R$ 1 real. Se você pode com mais, peço que coloque um pouco mais. Eu realmente vou precisar da sua ajuda”, prossegue ela. 
Veja:



A parlamentar ainda diz que foi condenada por “um erro muito pequeno” e que a decisão foi baseada no depoimento do hacker, que estaria querendo “se vingar da direita” e usá-la “como exemplo”.


A campanha para arrecadar dinheiro nas redes segue a estratégia do ex-presidente Jair Bolsonaro, que arrecadou R$ 17,2 milhões de apoiadores em 2023 para pagar multas por não usar máscara durante a pandemia de Covid-19.
Fonte: DCM

Lewandowski comemora prisão de líder do PCC na Bolívia: “Vitória importante”


Lewandowski, ministro da Justiça, em coletiva sobre a prisão de Marcos Roberto de Almeida. Foto: reprodução

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta segunda-feira (19) que a prisão de Marcos Roberto de Almeida, conhecido como “Tuta”, na Bolívia, representa uma “vitória muito importante contra o crime organizado”. Considerado sucessor de Marcola à frente do Primeiro Comando da Capital (PCC), Tuta foi capturado na última sexta-feira (16) em Santa Cruz de La Sierra por uso de documento falso.

“Vitória muito importante contra o crime organizado […] O presidente da República, Lula, foi imediatamente informado [da prisão] e determinou que o Itamaraty fosse avisado e envolvido na negociação para trazer este criminoso para o Brasil”, declarou Lewandowski durante coletiva de imprensa.

O ministro classificou Tuta como “delinquente de alta periculosidade” e destacou que a operação para sua captura e transferência foi “extremamente complexa”.

O narcotraficante Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, foi preso na última quarta (14) na Bolívia. Foto: Reprodução

A estratégia adotada pelas autoridades brasileiras e bolivianas para agilizar o processo foi a expulsão do criminoso em vez da extradição, que demandaria mais tempo. Tuta, que estava foragido há cinco anos, foi entregue à Polícia Federal em Corumbá (MS) e transferido no domingo (18) para a Penitenciária Federal de Brasília, considerada pelo ministro como “o mais seguro possível” e estrategicamente próxima ao local da entrega.

O líder faccional já havia sido condenado a 12 anos de prisão no Brasil por organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, além de constar na Lista de Difusão Vermelha da Interpol desde 2020. Lewandowski garantiu que, no setor onde está preso, Tuta não tem contato com outros detentos.

Questionado sobre possíveis impactos na segurança de Brasília com a transferência de líderes criminosos, o ministro explicou que presos de alta periculosidade são “remanejados de tempos em tempos” justamente para evitar a estruturação de redes de apoio.

Lewandowski destacou ainda a integração entre autoridades judiciais, Polícia Federal, Polícia Penal e órgãos de segurança de São Paulo e do Distrito Federal na operação.

Veja a coletiva na íntegra:


Fonte: DCM

Caixa Econômica Federal entrega para a prefeitura relatório sobre as obras do futuro Hospital de Apucarana



O departamento de engenharia da Caixa Econômica Federal entregou para a prefeitura nesta segunda-feira (19/05) um parecer conclusivo sobre as obras de adequação do prédio do futuro Hospital de Apucarana (H.A.). Os serviços executados pela empreiteira licitada Termale Engenharia Ltda ao longo de dois anos haviam sido oficialmente recebidas pelo Município no final do mês de março deste ano.

O resultado da auditoria técnica foi entregue ao prefeito Rodolfo Mota, em encontro no gabinete municipal, pela superintendente Executiva de Governo da Caixa Econômica Federal, Viviane Barcala Gonçalves. Na oportunidade, o engenheiro civil da estatal, Wilton Onishi, deu detalhes sobre a conclusão dos trabalhos, que duraram cerca de 40 dias. “Trata-se de um relatório composto basicamente por elementos fotográficos e observações técnicas, onde podemos afirmar que o serviço foi executado com a técnica que se esperava. Nenhuma patologia ou outra condição foi identificada que impossibilite a sua ocupação para o fim a que é destinado, ou seja, um hospital”, afirmou Onishi.


De acordo com o prefeito, trata-se de uma obra emblemática e importante para Apucarana, que recebeu investimento público substancial, de mais de R$26 milhões - antes de qualquer planejamento para ocupação do prédio, era preciso saber da segurança e qualidade da obra.

Rodolfo Mota afirmou que a prefeitura vai começar a pensar como utilizar o espaço e frisou que a prioridade é socorrer as pessoas que aguardam até quatro anos por uma cirurgia. “Estamos agora realizando mutirões com cirurgias em outros hospitais para tirar as pessoas da fila por uma cirurgia. Quanto ao prédio, não vamos deixá-lo ocioso.
Já estamos, de forma temporária, utilizando alguns espaços do térreo como Pronto Atendimento 18 Horas da Dengue, e temos muitos serviços prestados pela AMS que poderão ser destinados para o prédio para melhor atender a comunidade até que se defina uma maneira de operacionalização do local efetivamente como hospital”, disse Rodolfo Mota.

O prefeito adiantou que neste momento, apesar de sua vontade, é inviável o local funcionar como hospital. “Para manter duas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI’s), por exemplo, é necessário entre R$1,5 milhão e R$2 milhões ao mês, ou seja, mais de R$20 milhões por ano. Não é má vontade - a Prefeitura de Apucarana não tem condições financeiras para isso”, ponderou o prefeito, lembrando da recente descoberta de dívidas da Prefeitura e Autarquia de Educação com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). “Já temos um parcelamento de quase um milhão de uma dívida de R$44 milhões e ainda outros R$150 milhões a serem negociados e parcelados com Governo Federal”, disse Mota.

O repasse do relatório técnico contou com a participação do vice-prefeito Marcos da Vila Reis, dos secretários municipais Dr. Guilherme de Paula (Saúde) e engenheiro civil Mateus Franciscon Fernandes (Obras), e outros membros do secretariado, além dos vereadores Gabriel Caldeira e Guilherme Livoti.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Bolsonaro acompanha online início das oitivas no STF sobre tentativa de golpe

Ex-mandatário, que figura como réu no caso, está entre os inscritos para acompanhar os depoimentos por meio de vídeoconferência

Estátua da Justiça em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal em Brasília e Jair Bolsonaro (Foto: Reuters/Ricardo Moraes/Reuters/Adriano Machado)

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início, nesta segunda-feira (19), às audiências de instrução no processo penal que trata da tentativa de golpe de Estado supostamente articulada no fim do governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo o Metrópoles, o ex-mandatário, que figura como réu no caso, acompanhou as oitivas por videoconferência, vestido com camisa amarela e com um mapa do Brasil verde ao fundo.

O julgamento foca inicialmente no chamado “núcleo 1” da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), considerado o grupo central da articulação golpista. Além de Bolsonaro, esse núcleo inclui outros sete acusados, como ex-ministros e militares de alta patente. Essa é a primeira vez que testemunhas prestam depoimento no processo, que tramita no STF sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Embora não seja praxe a participação do relator nas audiências de instrução, Alexandre de Moraes decidiu comparecer à abertura desta etapa, que concentra os depoimentos das testemunhas arroladas pela PGR. Segundo ele, todas as oitivas serão gravadas e disponibilizadas nos autos apenas após o encerramento de todos os depoimentos.

“De modo que uma testemunha não saiba nem ouça o depoimento das outras. Todos os depoimentos, no entanto, são públicos. Todos os advogados e a imprensa, que demonstraram interesse em participar foram autorizados”, destacou Moraes.Estão presentes também os ministros Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin, embora apenas Moraes atue diretamente na audiência.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi o primeiro a questionar as testemunhas. Em seguida, a defesa de Mauro Cid — ex-ajudante de ordens e delator no processo — teve a palavra. Os demais advogados realizam os questionamentos na sequência.

Todos os depoimentos ocorrem por videoconferência. Entre os primeiros ouvidos estão:

Éder Lindsay Magalhães Balbino, ex-sócio da Gaio Innotech Ltda., subcontratada para atuar na elaboração de relatório sobre urnas eletrônicas a pedido do Instituto Voto Legal, ligado ao PL;

Clebson Ferreira de Paula Vieira, analista da PRF, que demonstrou perplexidade com pedidos para mapear regiões de maior votação de Lula, feitos por Marília Alencar, então diretora de inteligência do Ministério da Justiça;

Adiel Pereira Alcântara, coordenador de análise da PRF em 2022, que relatou a um colega que o então diretor da corporação, Silvinei Vasques, fez pedidos “impróprios” de policiamento direcionado;

General Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, citado como tendo ameaçado dar voz de prisão a Bolsonaro após discussão sobre um plano golpista.

Ibaneis Rocha é retirado da lista de testemunhas

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), chegou a ser listado como testemunha de acusação, mas a PGR retirou sua convocação na sexta-feira (16). Durante a audiência, Moraes consultou a defesa de Anderson Torres sobre a manutenção de Ibaneis como testemunha. O advogado recusou a convocação.

O depoimento do brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, previsto para esta segunda-feira, foi adiado para 21 de maio, às 11h30. Em depoimento anterior à Polícia Federal, Baptista Júnior afirmou ter sido contrário à ideia de um golpe e relatou ter dito isso diretamente a Bolsonaro.

As oitivas do núcleo 1, que compreendem ao todo 82 testemunhas, devem se estender até o dia 2 de junho. Neste primeiro momento, estão sendo ouvidas apenas as testemunhas de acusação. As de defesa serão convocadas em etapa posterior.

Além de Jair Bolsonaro, são réus no núcleo 1:

☉ Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
☉ Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
☉ Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
☉ General Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
☉ Mauro Cid, ex-ajudante de ordens;
☉ Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
☉ Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles