O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um inquérito policial contra Jair Bolsonaro e mais 23 pessoas com base no relatório final da CPI da Covid. A decisão também inclui aliados próximos do ex-presidente, que passam a ser investigados pela Polícia Federal.
Entre os alvos estão os filhos do ex-presidente — Carlos, Eduardo e Flávio Bolsonaro — além de figuras centrais da gestão bolsonarista, como o empresário Luciano Hang, dono da rede Havan; o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo; o ex-ministro Onyx Lorenzoni; e o ex-assessor da Presidência Filipe Martins, já réu em um dos núcleos da trama golpista e apontado como mentor da minuta do golpe.
A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) também foi incluída na lista. A parlamentar está presa na Itália, para onde fugiu após ser condenada a dez anos de prisão por financiar um esquema de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Confira a lista completa de investigados:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
- Flávio Bolsonaro, senador
- Ricardo Barros, deputado federal
- Eduardo Bolsonaro, deputado federal
- Osmar Terra, deputado federal
- Beatriz Kicis, deputada federal
- Carla Zambelli, deputada federal
- Onyx Lorenzoni, ex-ministro do governo Bolsonaro
- Carlos Jordy, deputado federal
- Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro
- Allan dos Santos, youtuber
- Hélcio Bruno de Almeida, tenente-coronel
- Oswaldo Eustáquio, blogueiro
- Hélio Angotti Neto, ex-secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde
- Bernardo Pires Kuster, youtuber
- Paulo de Oliveira Eneas, ex-deputado estadual de São Paulo
- Richards Dyer Pozzer, blogueiro
- Leandro Panazzolo Ruschel, blogueiro
- Carlos Roberto Wizard Martins, empresário, fundador da Wizard
- Luciano Hang, empresário, fundador da Havan
- Otávio Oscar Fakhoury, empresário
- Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor de Bolsonaro
- Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Bolsonaro
- Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores
O foco da investigação
Segundo Dino, o objetivo inicial do inquérito é apurar a disseminação de desinformação sobre a pandemia e o incentivo ao descumprimento das medidas sanitárias. No entanto, o ministro ressaltou que a CPI apontou indícios de outras práticas ilícitas.
“Destaco que a investigação parlamentar apontou indícios de crimes contra a Administração Pública, notadamente em contratos, fraudes em licitações, superfaturamentos, desvio de recursos públicos, assinatura de contratos com empresas de ‘fachada’ para prestação de serviços genéricos ou fictícios, dentre outros ilícitos mencionados no relatório da CPI”, afirma trecho da decisão.
O inquérito foi aberto a pedido da Polícia Federal e terá prazo inicial de 60 dias, que pode ser prorrogado. Dino também determinou que o caso tramite sob segredo de Justiça neste primeiro momento.
Fonte: DCM
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