Visto foi liberado após semanas de especulação sobre cancelamentos ligados ao Mais Médicos
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebeu nesta quinta-feira (18) o visto dos Estados Unidos para viajar a Nova York e integrar a delegação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Assembleia Geral da ONU. Segundo o jornal O Globo, o pedido de renovação havia sido feito em 18 de agosto, após o vencimento do documento em 2024.
Além de acompanhar Lula na abertura da Assembleia, Padilha deve participar de compromissos paralelos, incluindo conferência da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
⊛ Repercussão e declarações do ministro
Questionado por jornalistas sobre a demora, Padilha disse não se preocupar com o processo. “Esse negócio do visto é igual aquela música, ‘tô nem aí’. Vocês estão mais preocupados com o visto do que eu. Eu não tô nem aí”, afirmou.
Ele ainda criticou opositores que, segundo ele, usam a questão como ferramenta política. “Só fica preocupado com o visto quem quer sair do Brasil, ou quem quer ir pra lá fazer lobby de traição da pátria, como alguns estão fazendo. Não é meu interesse, tá certo?”, disse, em referência ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Jair Bolsonaro (PL), que tem atuado junto a autoridades dos EUa para impor sanções ao Brasil, além de membros do STF e integrantes do governo Lula.
⊛ Cancelamentos anteriores geraram tensão diplomática
No mês passado, os vistos da esposa e da filha de 10 anos de Padilha foram cancelados pelo governo norte-americano, assim como de ex-servidores ligados ao programa Mais Médicos. Segundo a Casa Branca, médicos cubanos que atuaram no Brasil teriam sido submetidos a condições análogas à escravidão.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, também teve o visto revogado em meio às sanções impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, devido ao julgamento de Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ação penal sobre o planejamento de um golpe de Estado. O ex-mandatário foi condenado a 27 anos e três meses de prisão. Somente nesta semana, Lewandowski teve teve seu visto liberado pelos Estados Unidos para participar da Assembleia Geral da ONU.
⊛ Obrigação dos EUA em conceder vistos para a ONU
Um tratado de 1947 impede que autoridades americanas recusem entrada a representantes de países membros quando se trata de compromissos oficiais da ONU. A medida garante a participação de Lewandowski, que inicialmente havia enfrentado obstáculos na liberação. O acordo firmado entre a ONU e o governo estadunidense, que obriga os EUA a conceder vistos "sem custo e o mais rápido possível" a todas as delegações oficiais que participam de reuniões nas Nações Unidas.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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