Supremo nega antecipação de visita e decisão frustra aliados de Bolsonaro em semana de negociações no Congresso
Brasília (DF) 09/09/2025 - O ministro relator Alexandre de Moraes durante sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que retoma o julgamento dos réus do Núcleo 1 da trama golpista (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira (15) que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), só poderá visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua prisão domiciliar no próximo dia 29 de setembro. A informação foi publicada originalmente pela Folha de S.Paulo.
A decisão contrariou o pedido de ambos, que solicitaram ao Supremo que o encontro ocorresse já nesta terça-feira (16). O adiamento gerou frustração entre aliados de Bolsonaro, em um momento em que cresce a pressão de parlamentares bolsonaristas e partidos do centrão pela aprovação de uma anistia que supostamente poderia livrar o ex-presidente da condenação de 27 anos e 3 meses de prisão pela tentativa de golpe de Estado em 2022.
O impasse acontece uma semana depois de Tarcísio intensificar críticas ao ministro Alexandre de Moraes. Durante ato no 7 de Setembro, na avenida Paulista, o governador chamou o magistrado de “ditador” e “tirano”, em um dos discursos mais duros já feitos contra o Supremo.
“Não vamos aceitar a ditadura de um Poder sobre o outro. Chega”, afirmou Tarcísio diante de uma plateia estimada em 42 mil pessoas. O público, que carregava bandeiras de Israel e dos Estados Unidos, respondeu em coro com gritos de “fora, Moraes”. O governador reforçou: “Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Nós não vamos mais aceitar que nenhum ditador diga o que a gente tem que fazer”.
Disputa de agendas e tentativa frustrada de antecipação
Inicialmente, a defesa de Bolsonaro havia comunicado ao STF que o ex-presidente receberia nesta terça-feira (16) o senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder da sigla no Senado. Contudo, diante da viagem internacional do parlamentar, os advogados solicitaram que o espaço na agenda fosse destinado a Tarcísio.
Na petição enviada a Moraes, a defesa argumentou que a mudança seria “para atender à agenda do governador do Estado de São Paulo que estará em Brasília amanhã [terça], otimizando, assim, o tempo daquela autoridade pública”. Mesmo assim, o ministro manteve a decisão de marcar a visita apenas para o fim do mês.
Mobilização política pela anistia
Aliados de Tarcísio e do ex-presidente confirmam que o encontro teria como principal pauta o avanço do projeto de lei que concede anistia aos condenados por crimes contra a democracia. O governador de São Paulo já havia atuado nos bastidores em Brasília, conversando com líderes partidários para garantir apoio.
Visitas autorizadas
Além da data reservada a Tarcísio, Moraes também autorizou a visita de outros seis políticos à residência de Bolsonaro, em ordem alfabética:
- Adolfo Sachsida, ex-ministro de Minas e Energia (19 de setembro)
- Rodrigo Valadares, deputado federal (22)
- Rogério Marinho, líder da oposição no Senado (23)
- Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara (24)
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL (25)
- Wilder Morais, senador (26)
Na decisão, Moraes destacou que todas as visitas devem cumprir as determinações judiciais e que veículos que entrarem ou saírem da casa do ex-presidente serão vistoriados. O ministro também liberou que Bolsonaro receba, semanalmente, um grupo de oração coordenado pela pastora Ezenete Rodrigues, com a presença de até 15 pessoas.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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