domingo, 31 de agosto de 2025

Desesperada, defesa de Bolsonaro tenta repetir no STF estratégia de Zanin no caso Lula


O ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

Os argumentos de perseguição política, o apoio buscado fora do país e os embates com ministros do Judiciário aproximam a defesa de Jair Bolsonaro, que será julgado pelo STF a partir desta terça-feira (2), da estratégia usada por Lula na Lava Jato. Com informações da Folha de S.Paulo.

Em momentos diferentes e por circunstâncias distintas, os dois recorreram à narrativa de perseguição judicial como forma de resistência política.

A tese da lawfare, que sustenta a ideia, foi usada por Cristiano Zanin quando defendia Lula e agora é repetida por Celso Vilardi, advogado de Bolsonaro. A diferença é que Zanin hoje é ministro do Supremo e participará do julgamento do ex-presidente, acusado de tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.

Lula foi condenado por Sergio Moro em 2017 no caso do tríplex e preso em 2018, quando liderava as pesquisas para o Planalto. O PT afirmou que o objetivo era retirá-lo da disputa. Em 2021, o STF anulou as condenações e considerou Moro parcial, após virem à tona mensagens que mostravam colaboração com procuradores da Lava Jato.

Lula durante depoimento a Moro, em Curitiba, pelo caso do tríplex do Guarujá – Foto: Reprodução

No caso de Bolsonaro, a defesa tentou afastar Alexandre de Moraes, relator da trama golpista, sob alegação de impedimento, mas o pedido foi rejeitado. Para o procurador Roberto Livianu, as acusações são mais sérias que as enfrentadas por Lula. “O crime contra a ordem democrática é um crime bárbaro, é uma fratura social de dificílima reparação, que lesa a sociedade como um todo”, afirmou.

Na arena política, Bolsonaro tenta seguir o exemplo de Lula, que em 2018 lançou Fernando Haddad como substituto. Inelegível desde 2023, o ex-presidente indica a aliados que pode apoiar um nome para herdar seu capital eleitoral, mas ainda não definiu quem será o candidato.

Assim como o PT buscou apoio em organismos internacionais, o bolsonarismo aposta no exterior. Eduardo Bolsonaro, foragido nos EUA, articulou com Donald Trump, que impôs sanções a Moraes e usou a defesa de Bolsonaro como justificativa para tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

Deputada denuncia Nikolas Ferreira por ligar professores à pornografia

 

Os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Luciene Cavalcante (PSOL-SP). Fotomontagem: Reprodução/X e Divulgação/Psol

A deputada Luciene Cavalcante (PSOL-SP) acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo medidas contra o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). O motivo foi uma declaração feita em programa da Jovem Pan, na qual o parlamentar afirmou que professores exibiriam vídeos pornográficos em sala de aula. A informação foi divulgada pela coluna de Lauro Jardim.

Segundo Luciene, as falas são ofensivas, caluniosas e configuram incitação à violência contra educadores. Para a parlamentar, o episódio ultrapassa o debate político e atinge diretamente a honra da categoria, além de disseminar desinformação que busca deslegitimar o ambiente escolar.

No programa, Nikolas declarou que havia casos de professores exibindo vídeos eróticos, obrigando alunos a se beijarem e impondo conteúdos inapropriados em sala de aula. A deputada argumenta que a liberdade de expressão não pode servir como escudo para agressões verbais e que as declarações do colega configuram crimes contra a honra, colocando em risco profissionais da educação.

A representação ressalta que falas desse tipo podem estimular ataques de indivíduos radicais contra escolas. Luciene pede que a AGU proponha ação para reparar os danos causados à imagem da educação e responsabilizar o parlamentar. À PGR, solicita a abertura de investigação para apurar incitação à violência e crimes contra a honra.

A deputada também enviou ofícios aos ministérios da Justiça, da Educação e dos Direitos Humanos. Neles, cobra campanhas de valorização dos professores, medidas de segurança nas escolas e a elaboração de nota técnica para orientar a sociedade sobre os riscos da desinformação. Além disso, solicita investigação sobre possíveis vínculos entre discursos desse tipo e a atuação de grupos extremistas.

Fonte: DCM com informações da coluna dfo jornalista Lauro Jardium, no jornal O Globo

Estrela do Partido Democrata exige explicações de Trump sobre ‘tarifaço’ contra o Brasil


A deputada democrata Alexandria Ocasio-Cortez durante evento em frente ao Congresso dos EUA, em Washington – Foto: Drew Angerer/AFP

A deputada democrata Alexandria Ocasio-Cortez, conhecida como AOC, apresentou uma emenda ao projeto de orçamento da Defesa dos Estados Unidos para obrigar o governo a explicar por que considera o Brasil uma ameaça que justifique a aplicação das tarifas de 50% decretadas por Donald Trump. A medida, no entanto, tem poucas chances de prosperar, já que os democratas são minoria no Congresso americano.

Na proposta, AOC pede que o Departamento de Defesa envie ao Congresso um relatório detalhando quais políticas do Brasil “constituem uma ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA.

“Instrui o Departamento de Defesa a conduzir uma avaliação sobre se a imposição de tarifas ao Brasil […] contribui para os objetivos de segurança nacional dos EUA na região e no cenário global”, diz o texto da emenda.

A parlamentar solicita também que seja feita uma análise sobre os impactos dessas medidas nas relações entre Brasil e Estados Unidos, ressaltando que são “as duas maiores democracias do hemisfério”.

Para ela, as sanções não apenas afetam a economia, mas também podem prejudicar a cooperação política e diplomática entre os dois países.

Não é a primeira vez que AOC se mobiliza em relação ao Brasil. Em 2023, ela apresentou uma emenda pedindo a divulgação de documentos da inteligência americana sobre a ditadura militar brasileira. Naquele mesmo ano, visitou Brasília, se reuniu com autoridades para discutir os ataques de 8 de janeiro e manifestou preocupação com a defesa da democracia na América Latina.

O decreto assinado por Trump, em vigor desde 6 de agosto, atingiu 36% das exportações brasileiras, incluindo café, carnes e máquinas agrícolas.

Apesar da medida, 43% do valor exportado ficou isento, graças a exceções previstas no texto, que protegeram setores como petróleo, ferro-gusa, aviação civil, o que livrou a Embraer, e suco de laranja.

Donald Trump, presidente dos EUA – Foto: Reprodução

A Casa Branca justificou as tarifas como resposta a “ameaças incomuns e extraordinárias” e citou diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Fonte: DCM

Moraes cobra explicações sobre visitas irregulares a Daniel Silveira em presídio do RJ


O ex-deputado Daniel Silveira ao ingressar no sistema prisional. Foto: Reprodução

Em decisão proferida nesta quinta-feira (28), o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou à direção da Colônia Agrícola Marco Aurélio Vergas Tavares de Mattos, em Magé (RJ), esclarecimentos sobre possíveis irregularidades nas visitas concedidas ao ex-deputado federal Daniel Silveira.

Silveira cumpre pena na unidade prisional. Segundo informações recebidas pelo gabinete de Moraes, o ex-parlamentar teria recebido visitas em dias e horários diferentes dos demais detentos. As visitas contaram com autorização da Secretaria de Administração Penitenciária, mas não foram comunicadas previamente ao STF.

O despacho do ministro lembra que decisões anteriores estabeleceram restrições à visitação de Silveira, que foram supostamente descumpridas. O objetivo é verificar se houve irregularidades na concessão das visitas. Entre os casos mencionados, está a visita de Major Elitusalem Gomes, vereador da capital, no dia 4 de junho, que não foi registrada no livro da unidade prisional.

O deputado federal Carlos Jordy. Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados

O documento também cita visitas realizadas pelo tenente-coronel Guilherme Costa de Souza Moraes, secretário de Proteção e Defesa Civil de Petrópolis, em 23 de junho, e pelo deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), no dia seguinte.

Moraes determinou que o diretor da unidade prisional apresente esclarecimentos em até 24 horas. O prazo curto reforça a urgência em apurar se houve violação das normas estabelecidas pelo STF.

Daniel Silveira foi condenado em 2022 a oito anos e nove meses de prisão em regime inicial fechado. A condenação foi por incitação à violência contra ministros do STF e por coação no curso do processo. O caso se soma às medidas de fiscalização sobre a execução da pena de Silveira e ao acompanhamento das visitas concedidas a ele dentro da unidade prisional.

Fonte: DCM

Julgamento de Bolsonaro por trama golpista terá ampla cobertura da imprensa internacional


Ao todo, 66 jornalistas estrangeiros se credenciaram para acompanhar julgamento da trama golpista no STF

Paulo Gonet, Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro no STF - 10/06/2025 (Foto: Antonio Augusto/STF)

O Supremo Tribunal Federal (STF) se prepara para julgar Jair Bolsonaro (PL) e aliados por participação em uma suposta trama golpista, com atenção especial da imprensa nacional e internacional. Segundo o G1, um total de 501 profissionais de comunicação foi credenciado para acompanhar presencialmente as sessões, entre eles 66 jornalistas estrangeiros. A Primeira Turma da Corte reservou cinco datas para analisar o caso, que ocorrerá nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.

Em um movimento inédito, o STF também abriu inscrições para cidadãos interessados em acompanhar as deliberações de forma presencial. Foram registradas 3.357 solicitações, mas, devido ao número limitado de assentos, apenas os 1.200 primeiros inscritos terão acesso, em sistema de revezamento entre os turnos da manhã e da tarde. Esse público assistirá às sessões por meio de um telão instalado na sala da Segunda Turma, localizada um andar acima do plenário onde será realizado o julgamento. Experiência semelhante já havia ocorrido durante o julgamento do Mensalão, quando a entrada no plenário era garantida por ordem de chegada.

Os réus do processo incluem Jair Bolsonaro e outros sete acusados que fazem parte do chamado núcleo 1 da suposta trama golpista, considerado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) o grupo central da organização criminosa. Entre os envolvidos estão os ex-ministros Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Braga Netto (Casa Civil) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), além do ex-comandante da Marinha Almir Garnier, do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem e do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

De acordo com a denúncia da PGR, Jair Bolsonaro é apontado como “principal articulador, maior beneficiário e autor” das ações voltadas à ruptura da ordem democrática após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. A lista de crimes atribuídos ao ex-presidente inclui organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Caso seja condenado, as penas podem chegar a até 43 anos de prisão.

O julgamento será conduzido pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Cristiano Zanin (presidente do colegiado), Cármen Lúcia, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Se os réus forem absolvidos, o processo será arquivado. Em caso de condenação, caberá aos ministros fixar a pena individual de cada acusado, além de estabelecer os efeitos civis e administrativos. Entre as possíveis consequências estão indenizações por danos coletivos e a perda de cargos públicos ou mandatos eletivos quando a pena ultrapassar quatro anos de prisão.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Com Bolsonaro preso, Valdemar reassume controle do PL enquanto Michelle amplia articulação no Norte e Nordeste

Disputa interna no partido ganha força após prisão domiciliar do ex-mandatário, abrindo espaço para Valdemar e Michelle dividirem protagonismo

         Presidente do PL, Valdemar Costa Neto - 08/11/2022 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Após a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL) e sua provável condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento por tentativa de golpe, Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, deve retomar o comando das negociações políticas da legenda com vistas às eleições de 2026.Segundo o A ausência de Bolsonaro neste cenário, agravada pela expectativa de cumprimento de pena em regime fechado, abre caminho para uma reorganização interna. As informações são da Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo.

Enquanto Valdemar volta a conduzir as articulações oficiais do partido, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também tem ganhado espaço político ao realizar contatos nos Estados, sobretudo no Norte e no Nordeste, consolidando-se como figura central no PL Mulher e buscando influenciar candidaturas estratégicas. Até aqui, o ex-mandatário era quem definia os rumos da legenda, mas seu isolamento tende a crescer com a mudança de regime prisional.

A legenda busca corrigir erros das eleições municipais de 2024, quando a falta de diálogo entre Bolsonaro e Valdemar — impedidos judicialmente de manter contato direto — comprometeu a montagem das chapas e resultou em desempenho aquém do esperado na conquista de prefeituras. Agora, a prioridade é assegurar maior controle e clareza nas negociações.

Em Santa Catarina, Valdemar chegou a um acordo com Bolsonaro antes da prisão, mas os impasses persistem em redutos estratégicos como São Paulo e Rio de Janeiro.

Em São Paulo, a provável desistência do deputado Eduardo Bolsonaro (PL) na corrida ao Senado deve abrir nova disputa. Além disso, caso o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) confirme candidatura ao Planalto, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) desponta como potencial nome para o governo estadual. Jair Bolsonaro resistiu em apoiar Nunes na disputa pela prefeitura em 2024, o que ainda gera incertezas no alinhamento da chapa.

No Rio de Janeiro, a indefinição é semelhante. O governador Cláudio Castro (PL) surge como possível candidato ao Senado, mas o ex-mandatário defende a candidatura do deputado Sóstenes Cavalcante (PL), em composição com o senador Flávio Bolsonaro (PL).

Ainda segundo a reportagem, Michelle Bolsonaro tem se movimentado intensamente fora do eixo Sul-Sudeste. Na Paraíba, articula apoio à candidatura de Efraim Filho (União Brasil) ao governo estadual. Além disso, planeja concentrar esforços no Norte, região considerada estratégica para ampliar a base eleitoral bolsonarista.

Fonte: Brasil 247 com informações da Coluna Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo

Requião Filho assume comando do PDT no Paraná e reforça pré-candidatura ao governo

Deputado estadual foi oficializado presidente estadual do partido em evento com a presença de Carlos Lupi e Roberto Requião

       Requião Filho assume presidência do PDT no Paraná e reafirma pré-candidatura ao governo

O deputado estadual Requião Filho foi oficializado nesta sexta-feira (29) como novo presidente do PDT no Paraná, durante encontro realizado em Curitiba. A informação foi divulgada em release oficial do partido. A transição da liderança, antes exercida pelo deputado Goura, faz parte da estratégia de fortalecimento da sigla com vistas às eleições de 2026.

O evento reuniu lideranças políticas de todo o estado, incluindo o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, prefeitos, vereadores e o ex-governador Roberto Requião, pai do parlamentar. O ato marcou também a consolidação da pré-candidatura de Requião Filho ao governo do Paraná, reforçada pelo crescimento do seu nome nas pesquisas de intenção de voto.

Em seu discurso, o novo dirigente estadual afirmou que pretende apresentar um projeto de governo voltado ao desenvolvimento econômico e social. “Ou é pra mudar o mundo ou não vale a pena. Estou aqui para trabalhar em uma proposta que realmente está focada em um Paraná de maior desenvolvimento e oportunidades”, declarou.

Ele ressaltou ainda que a sigla pretende dialogar com diferentes setores da sociedade, evitando debates restritos à polarização nacional. “A proposta aqui no Paraná precisa ser ampla, para toda a população, incluindo indústria, agro e agricultores, trabalhadores, segurança pública, educação de qualidade, energia, água e tantos outros setores. Um governador não pode ser eleito por uma maioria e governar para uma minoria”, completou.

O ex-governador Roberto Requião destacou o papel histórico do PDT na defesa dos trabalhadores e a importância da nova liderança no estado. “O único partido hoje que nos dá a perspectiva de independência, de discussão, de vinculação à soberania nacional, ao movimento trabalhista e à soberania do Brasil, é o PDT”, afirmou.

Já Carlos Lupi, presidente nacional da legenda, reforçou a confiança na pré-candidatura de Requião Filho. “O Brasil precisa de você, o Paraná necessita de você. Hoje, todos aqui, fazemos história sem saber que estamos fazendo história. Estamos diante do próximo governador do Paraná”, disse o ex-ministro.

Os números recentes reforçam a projeção do deputado. Segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado em 13 de agosto, Requião Filho aparece com 25,3% das intenções de voto para o governo estadual. Pouco depois, um estudo da Quaest foi publicado sem o nome do parlamentar entre os possíveis candidatos, o que levou o PDT a questionar a metodologia, alegando distorções no cenário real da disputa.

Para Requião Filho, os resultados mostram a fragilidade de pré-candidaturas ligadas ao governador Ratinho Júnior (PSD) e apontam que ele é o único que consegue rivalizar com o senador Sérgio Moro (União Brasil).

Fonte: Brasil 247

Julgamento histórico no STF que tem Bolsonaro e aliados como réus por trama golpista começa nesta semana

Segundo a PGR, ex-mandatário faz parte do "núcleo crucial" da trama golpista; análise do caso começa na terça-feira (2) e vai até o dia 12

Ex-presidente Jair Bolsonaro comparece ao julgamento no Supremo Tribunal do Brasil sobre alegada tentativa de golpe perante o ministro do Supremo Tribunal Alexandre de Moraes, em Brasília - 10/06/2025 (Foto: REUTERS/Diego Herculano)

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (2) um julgamento inédito que coloca no banco dos réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete de seus principais aliados, acusados de tramar um golpe de Estado. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), trata-se da primeira vez que a Corte analisa judicialmente um episódio dessa natureza, em um processo que terá reflexos diretos na cena política e na disputa eleitoral de 2026. As informações são do jornal O Globo.

De acordo com a denúncia da PGR, Bolsonaro liderou uma tentativa de ruptura institucional após ser derrotado nas urnas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato já declarado à reeleição. Além de enfrentar a possibilidade de até 43 anos de prisão, o ex-mandatário busca preservar sua influência sobre a direita, mesmo após ter sido declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

☆ O núcleo do processo

O julgamento está nas mãos da Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux. O ponto central da análise é o plano golpista elaborado para reverter o resultado das eleições de 2022.

Segundo a PGR, o esquema só não foi adiante porque os então comandantes do Exército, general Freire Gomes, e da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Júnior, rejeitaram mobilizar tropas em apoio ao ex-presidente. Caso confirmadas as acusações, o julgamento poderá marcar a primeira condenação de oficiais das Forças Armadas por atentado à democracia.

Em sua manifestação final, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi categórico ao afirmar que "todos eles convergiram, dentro do seu espaço de atuação possível, para o objetivo comum de assegurar a permanência do presidente da República da época no exercício da condução do Estado, mesmo que não vencesse as eleições".

☆ Réus e acusações

Além de Bolsonaro, estão sendo julgados os ex-ministros Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin; e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.

As acusações incluem tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, além de crimes relacionados à depredação de patrimônio público.

Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada, é peça-chave no processo. No entanto, sua colaboração enfrenta questionamentos, tanto pela defesa de Bolsonaro quanto pela própria PGR, que considera seus depoimentos "superficiais e pouco elucidativos".

☆ Provas e estratégia de defesa

O ministro Alexandre de Moraes distribuiu aos colegas da Primeira Turma um link com documentos, vídeos e áudios reunidos pela investigação da Polícia Federal. Esses materiais, que incluem planos apresentados por Bolsonaro a chefes militares, são considerados provas centrais da acusação.

A defesa dos réus aposta na tese de "absorção de crimes", tentando unificar as imputações de tentativa de golpe e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, o que reduziria as penas. Essa possibilidade encontra alguma abertura no ministro Luiz Fux, que já se manifestou de forma semelhante em processos relacionados aos atos de 8 de janeiro.

☆ Impacto político e sucessão de 2026

O julgamento tem repercussões que ultrapassam o campo jurídico. Caso condenado, Bolsonaro não apenas permanecerá inelegível, mas também poderá cumprir pena em regime fechado, o que o afastaria definitivamente da campanha de rua.

Esse cenário já movimenta a direita. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), surge como principal aposta do Centrão para a eleição presidencial, embora publicamente mantenha o discurso de disputar a reeleição estadual. Na última semana, Tarcísio reagiu a críticas do presidente Lula, que afirmou que ele "não é nada" sem Bolsonaro, dizendo que não "perdia um minuto" com esse tipo de declaração. Tarcísio também declarou que, caso venha a ocupar a Presidência da República, seu primeiro ato seria conceder indulto ao ex-mandatário.

Além dele, governadores como Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Romeu Zema (Novo-MG) também articulam pré-candidaturas, enquanto Ratinho Júnior (PSD-PR) se movimenta nos bastidores. Aliados de Bolsonaro avaliam que, após a decisão do STF, o ex-presidente será pressionado a indicar um nome para unificar o campo conservador.

☆ Um marco para a democracia brasileira

Para especialistas, o processo simboliza um divisor de águas. O professor Rubens Glezer, da FGV, destaca que o julgamento reforça os limites do pacto constitucional. "Negar o resultado das urnas e incitar a população, pela produção de informações falsas, não é compatível com a democracia constitucional liberal. E a eventual responsabilização dos militares dá um recado para as Forças Armadas de que a tentativa de golpe de Estado tem um custo", disse Glezer.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Interpol inclui oito foragidos de megaoperação contra o PCC em "lista vermelha"

Suspeitos de liderar esquema bilionário do crime organizado agora podem ser capturados em 196 países

      (Foto: REUTERS/Edgar Su)

A Interpol passou a incluir os nomes de oito foragidos da megaoperação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) na lista de difusão vermelha. Esse mecanismo internacional, conhecido como “lista vermelha”, é utilizado para compartilhar dados sobre criminosos procurados e facilitar sua localização por autoridades policiais de 196 países-membros da organização.

De acordo com o g1, o pedido foi feito pela Polícia Federal (PF), que também apura se houve vazamento de informações que possam ter prejudicado o cumprimento dos mandados de prisão. A Justiça Federal havia expedido 14 ordens de prisão preventiva, mas apenas seis suspeitos foram capturados até agora.

A difusão vermelha funciona como uma espécie de alerta internacional, permitindo que os foragidos sejam identificados e detidos em diferentes fronteiras. Atualmente, a Interpol mantém 19 bancos de dados disponíveis às polícias do mundo, que incluem impressões digitais, perfis de DNA, informações sobre documentos falsificados e até registros de obras de arte roubadas.

Embora no site da organização constem 75 nomes de brasileiros procurados, esse número pode ser maior. Em alguns casos, por razões estratégicas e de inteligência, a divulgação pública não é feita, como ocorreu com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que teve seu nome incluído apenas nos sistemas internos de consulta policial.

Entre os nomes agora incluídos na difusão vermelha estão figuras apontadas como líderes do esquema criminoso ligado ao setor de combustíveis:

Mohamad Hussein Mourad, também conhecido como “João”, “Primo” ou “Jumbo”: considerado pelo Ministério Público como o “epicentro” da rede criminosa

Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”: identificado como “colíder” da organização

Daniel Dias Lopes: descrito como peça-chave por suas conexões com distribuidoras de combustíveis de Mourad

Miriam Favero Lopes: esposa de Daniel e sócia de empresas envolvidas no esquema

Felipe Renan Jacobs

Renato Renard Gineste

Rodrigo Renard Gineste

Celso Leite Soares

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Homem “surta”, ameaça explodir Praça dos Três Poderes e é preso em Brasília

Ação do Corpo de Bombeiros contra homem que ameaçava a detonar explosivo na Praça dos Três Poderes. Foto: reprodução


A Polícia Militar do Distrito Federal prendeu na manhã deste sábado (30) um homem que ameaçava explodir uma bomba na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Identificado como Daniel Mourão, de 45 anos, ele foi detido por volta das 6h45 após negociação policial.

Segundo nota da PM, o homem “encontrava-se em estado de agitação e alegava portar explosivos em uma mochila, ameaçando detoná-los”. A corporação acionou todos os protocolos de segurança para ameaças de explosivos durante a abordagem.

O Corpo de Bombeiros, que deslocou seis viaturas para o local, confirmou o estado psicológico do homem: “Após a avaliação de nossos socorristas, foi constatado que se tratava de surto psicótico”. Nenhum artefato explosivo ou arma foi encontrado com ele.

Uma equipe do Esquadrão Antibombas realizou varredura completa no local e confirmou a ausência de qualquer risco explosivo. O homem foi encaminhado para atendimento médico após a prisão.

Fonte: DCM

sábado, 30 de agosto de 2025

Governo paga R$ 200 mil a escritório na Itália por processo contra Zambelli

Carla Zambelli em prisão na Itália

O governo brasileiro, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), firmou contrato de R$ 200 mil com o escritório italiano Gentiloni Silveri para atuar na defesa do Brasil no processo de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). O valor corresponde apenas à fase cautelar, que analisa a manutenção da prisão da parlamentar, presa em julho na Itália.

Ainda não há definição sobre o custo da etapa principal da ação de extradição, que deve se estender por longo período até uma decisão final. Segundo fontes da AGU, novas negociações estão em andamento com o escritório italiano, e o valor final dependerá do tempo de tramitação e da complexidade do processo judicial.

Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maio a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica. Na semana passada, recebeu nova sentença de 5 anos e 3 meses por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, após perseguir um homem com uma pistola durante as eleições de 2022.

Carla Zambelli, que está presa na Itália. Foto: reprodução
Na última quinta-feira (28/8), a Justiça italiana manteve a prisão da deputada ao avaliar que há “risco máximo de fuga”. Durante a audiência, os três juízes que analisaram o caso consideraram que, apesar dos laudos médicos apresentados pela defesa, Zambelli tem condições de permanecer detida.

A extradição depende de uma tramitação judicial complexa, envolvendo tanto instâncias italianas quanto acordos bilaterais com o Brasil. A decisão sobre a permanência da parlamentar no sistema prisional italiano será reavaliada ao longo do processo, mas não há previsão de prazos curtos para a conclusão do caso.

A AGU acompanha de perto o processo em Roma, enquanto o Itamaraty também participa das tratativas diplomáticas. O caso é considerado de alta relevância por envolver uma parlamentar condenada em instâncias máximas do Judiciário brasileiro e pode se arrastar por meses até uma definição final sobre sua extradição.

Fonte: DCM

Gleisi: ‘Verissimo ajudou o país a resistir aos tempos sombrios da ditadura e a refletir sobre os caminhos da sociedade’

"Fará muita falta", escreveu a ministra

    Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira / SRI)

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann (PR), elogiou neste sábado (30) Luis Fernando Veríssimo e afirmou que o cronista “foi um dos mais brilhantes e queridos escritores brasileiros”. Em postagem na rede social X, a titular da SRI também destacou a contribuição do escritor para a resistência da população brasileira à Ditadura Militar (1964-1985).

“Com humor fino e sempre lúcido, nos ajudou a resistir aos tempos sombrios da ditadura e a refletir sobre os caminhos da sociedade e da política no país. Fará muita falta. Solidariedade à família e aos incontáveis admiradores que deixou”, escreveu a ministra na rede social X.

O escritor morreu aos 88 anos e tinha um quadro de pneumonia. Internado desde 11 de maio, Verissimo faleceu por volta de 0h40, informou o Hospital Moinhos de Vento.

O artista deixou a esposa, Lúcia Veríssimo, três filhos e mais dois netos.
Fonte: Brasil 247

Golpe: entenda as provas contra Bolsonaro e mais 7 réus


      O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Reprodução

O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado de 2022 começa nesta terça-feira (2) na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que a organização criminosa responsável pela trama “documentou quase a totalidade” de suas ações em gravações, manuscritos, arquivos digitais, planilhas e mensagens eletrônicas.

Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, há provas contundentes da materialidade dos crimes, incluindo discursos públicos, minutas apreendidas e registros de reuniões que detalham o planejamento para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A PGR sustenta que os acusados se organizaram de forma estável e hierárquica, utilizando agentes e recursos do Estado para tentar romper a ordem democrática.

Entre os réus estão Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Eles respondem por cinco crimes: tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

O ex-presidente Jair Bolsonaro durante reunião golpista de julho de 2022. Foto: Reprodução

As provas reunidas incluem a live de Bolsonaro contra as urnas em 2021; a reunião com embaixadores em 2022; mensagens que mostram manipulação de relatórios militares sobre o sistema eletrônico de votação; registros de convocações ao Alto Comando do Exército; além das imagens da destruição das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. A PGR também citou o “plano Punhal Verde Amarelo” e a operação “Copa 2022”, impressos dentro do Palácio do Planalto.

De acordo com Gonet, ficou comprovado que houve tentativa de desacreditar as eleições, mobilizar forças de segurança de forma indevida e incitar violência contra o Judiciário. Para a acusação, os ataques às instituições e as medidas de intervenção apresentadas aos militares configuram tanto o crime de golpe de Estado quanto de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A Procuradoria reforça ainda que os danos materiais e simbólicos ao patrimônio público, documentados pelo Senado, pela Câmara e pelo STF, são “inquestionáveis”. O processo busca demonstrar que a atuação dos acusados não foi isolada, mas fruto de uma organização criminosa estruturada, com divisão de tarefas e objetivo comum: instaurar um projeto autoritário de poder à margem da Constituição.

Fonte: DCM

Capitão da PM preso em operação contra fintechs do PCC integrou 25 comitivas de Tarcísio


   Tarcísio e o segurança Cangerana

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, está tentando faturar com a mega-operação contra o crime organizado, deflagrada na semana passada. Mas ele tem o rabo preso.

As fintechs estiveram no centro da Operação Tai-Pan, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2024, que abalou a Faria Lima ao expor um suposto esquema de lavagem de dinheiro bilionário ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os presos esteve o capitão da Polícia Militar Diogo Costa Cangerana, apontado como responsável pela abertura de contas usadas pelo crime organizado.

Ele foi solto em dezembro e reintegrado ao serviço ativo da PM.

De acordo com o Estadão, Cangerana havia integrado 25 viagens oficiais do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nos dois anos anteriores. O militar acompanhou deslocamentos estratégicos, como reuniões em Brasília com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) — Luís Roberto Barroso e Luiz Fux —, com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Função na segurança de Tarcísio
Cangerana atuara na Casa Militar do Palácio dos Bandeirantes até setembro de 2024, quando fora transferido para o 13º Batalhão da PM, responsável pelo patrulhamento da Cracolândia. Oficialmente, seu cargo era de Chefe de Equipe da Divisão de Segurança de Dignitários do Departamento de Segurança Institucional.

Apesar da proximidade em agendas oficiais e de campanha — em imagens divulgadas pelo próprio governador no Instagram ele aparecia em eventos ao lado de Tarcísio — a assessoria do governo paulista afirmou, na época, que o capitão não exercia funções de assessoria direta, mas apenas atividades operacionais de rotina, como outros policiais destacados em escala.

O governador classificou a prisão como “um ato isolado” e prometeu punição. “Toda instituição tem suas maçãs podres”, declarou Tarcísio, negando que Cangerana fosse seu chefe de segurança. “Ele estava na Casa Militar havia 14 anos, serviu a vários governadores, e foi retirado em setembro de 2024. Se soubéssemos de algo, teria saído muito antes.”

Presença em agendas públicas
O policial acompanhou o governador em viagens nacionais e internacionais. Esteve em Portugal, onde Tarcísio apresentou ações da Sabesp a investidores, e em Balneário Camboriú, durante a CPAC Brasil, evento em que o governador encontrou o presidente da Argentina, Javier Milei, e o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Cangerana também esteve com Tarcísio em compromissos no interior paulista e em Belo Horizonte, em encontros com governadores do Sul e Sudeste. Em quatro ocasiões, integrou ainda as comitivas do vice-governador Felício Ramuth (PSD), quando ele assumiu interinamente o comando do Estado.

Segundo o levantamento do jornal, em julho de 2023 Cangerana fora visto no Ministério da Fazenda em Brasília, onde, no dia anterior a um encontro entre Tarcísio e Fernando Haddad, teria ensaiado o trajeto que o governador faria e conversado com seguranças do prédio — procedimento de praxe. No dia da reunião, retornou com Tarcísio, mas permaneceu do lado de fora da sala.

A Polícia Federal afirmou que Cangerana seria um dos articuladores do chamado “sistema financeiro do crime”, cuidando da abertura de contas em fintechs usadas para movimentar recursos de facções. Segundo as investigações, três fintechs envolvidas no esquema teriam feito circular R$ 6 bilhões em cinco anos, com ramificações em diversas organizações criminosas.

A Corregedoria da Polícia Militar acompanhava as apurações. O Palácio dos Bandeirantes informou, na ocasião, que Cangerana deixara a Casa Militar em setembro e que o governo aguardava o desenrolar das investigações.

Fonte: DCM com informações do Estadão

Moraes determina vistoria em todos os porta-malas dos carros que entrarem na casa de Bolsonaro

Ministro do STF tomou a decisão diante do risco de fuga do ex-presidente

Alexandre de Moraes e a casa de Jair Bolsonaro (Foto: Fabio Pozzebom/Agência Brasil I Divulgação)

Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste sábado (30) o reforço nas medidas de monitoramento permanente da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar em um condomínio no bairro Jardim Botânico, área nobre de Brasília.

A decisão ocorre após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ter enviado ao STF parecer contrário ao pedido da Polícia Federal (PF) para que agentes da corporação permanecessem no interior da casa de Bolsonaro 24 horas por dia. Apesar disso, o procurador se manifestou favorável ao reforço da segurança nas proximidades da residência e na entrada do condomínio, o que foi acatado pelo ministro.

Em sua decisão, Moraes mandou a Polícia Penal do DF realizar monitoramento presencial na área externa da residência e das divisas com os demais imóveis, onde poderia haver exposição ao risco de fuga.

Além do monitoramento externo, o ministro do STF autorizou a realização de vistorias nos "habitáculos e porta-malas de todos os veículos que saírem da residência do réu". Essas vistorias, segundo a decisão, deverão ser documentadas, com a indicação dos veículos, motoristas e passageiros, e envio dessas informações ao STF diariamente.

Julgamento

Na próxima terça-feira (2), Bolsonaro e mais sete aliados, que são réus do núcleo 1 da trama golpista, serão julgados pela Primeira Turma da Corte.

O ex-presidente cumpre prisão domiciliar desde o início de agosto, com uso de tornozeleira eletrônica. A medida foi determinada após Alexandre de Moraes entender que o ex-presidente violou as medidas cautelares que proibiam postagens nas redes sociais de terceiros.

Na semana passada, em outra investigação, a PF descobriu que Bolsonaro tinha um documento de asilo político para ser apresentado ao presidente da Argentina, Javier Milei. Segundo a PF, o documento estava salvo no aparelho desde 2024.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil