Parlamentares miram Carlos Lupi, “careca do INSS” e outros ex-gestores em apuração sobre fraudes bilionárias no órgão
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já soma 910 requerimentos apresentados por deputados e senadores. O colegiado foi instalado na semana passada e tem como objetivo investigar desvios estimados em até R$ 6,3 bilhões, segundo cálculos da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU). O esquema identificado envolvia descontos mensais indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas, sem qualquer autorização. As informações são do g1.
O personagem mais citado nos requerimentos é Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”. Ele acumula 15 pedidos para ser ouvido, entre convocações obrigatórias e convites facultativos. Também há solicitações de quebra de sigilo bancário, telemático e fiscal, além de relatórios do Coaf sobre suas movimentações financeiras.
Outro nome em destaque é o do ex-ministro do Trabalho e Previdência Ahmed Mohamad Oliveira Andrade, que exerceu funções no governo Jair Bolsonaro (PL) sob o nome de José Carlos Oliveira. Foram protocolados 13 pedidos de convocação contra ele, além de solicitações de relatórios de inteligência financeira.
O ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto aparece em seguida, com 12 pedidos de convocação. Já o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi enfrenta 11 pedidos para comparecer, inclusive de parlamentares do próprio PDT, seu partido. Entre as solicitações, constam quebras de sigilo bancário e telemático, além da análise de movimentações financeiras. O atual ministro da Previdência, Wolney Queiroz, também está na mira: foram oito requerimentos, cinco de convocação e três de convite.
Segundo levantamento do g1, a maior parte das solicitações (65%) partiu do Senado. Além de ex-ministros e gestores, associações acusadas de desviar recursos de aposentadorias também entraram na lista.
Três quartos dos pedidos, cerca de 75%, foram feitos por parlamentares da oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a reportagem, apenas nas convocações, oposição e base governista aparecem em equilíbrio: 212 contra 208 pedidos, respectivamente.
Entre os requerimentos, sete miram o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Lula. Já no campo das quebras de sigilo, foram 178 solicitações — a maioria oriunda da oposição.
A definição do vice-presidente da comissão ainda está em aberto. O presidente Carlos Viana (Podemos-MG) adiou a decisão após divergências internas. O deputado Marcel van Hatten (Novo-RS), nome da oposição, é cotado, mas não é consenso. Como alternativa, o governo avalia indicar Duarte Jr. (PSB-MA), de perfil moderado.
A CPMI terá prazo inicial de seis meses, prorrogáveis, com 32 membros titulares divididos entre Câmara e Senado. O relator Alfredo Gaspar (União-AL) já indicou que o escopo pode se expandir para incluir fraudes em empréstimos consignados.
A oposição aposta que a CPI será um fator de desgaste para o governo Lula, enquanto governistas buscam vincular as irregularidades ao período em que Jair Bolsonaro ocupava a Presidência.
Carlos Viana, presidente da comissão, defendeu a independência do colegiado ao afirmar que “quem está aqui é um presidente eleito que quer esclarecer o que aconteceu, pedir a punição dos culpados e, principalmente, gerar novos projetos e políticas que não permitam a repetição de um momento tão vergonhoso para o Brasil como o desvio de dinheiro de aposentados e pensionistas”.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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