terça-feira, 2 de setembro de 2025

Feijão de Michelle e pressão por anistia: o dia de Bolsonaro antes do julgamento no STF

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em prisão domiciliar. Foto: Reprodução

Na véspera do julgamento da ação penal sobre a trama golpista, que acontece nesta terça-feira (2), Jair Bolsonaro (PL) passou o dia em casa, em prisão domiciliar, dividido entre orações, momentos em família e articulações políticas, conforme informações do Globo.

Logo cedo, Bolsonaro se reuniu em oração com Michelle Bolsonaro. O momento contou com a presença da senadora e ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF), que revelou recentemente um diagnóstico de câncer.

“Fui como amiga, como pastora. Ele queria muito me ver por causa do câncer, está preocupado comigo”, disse Damares. Segundo ela, o ex-presidente tem seguido cuidados básicos, como beber bastante água, tomar isotônicos e manter uma alimentação regrada.

A senadora entrou discretamente no condomínio, abaixada no carro para evitar olhares curiosos, e aproveitou o encontro para reforçar o discurso de perseguição política contra Bolsonaro — uma das principais narrativas de sua base desde a prisão domiciliar.

Programa liderado por Michelle repassa verba a ONGs aliadas de Damares, diz jornal
A senadora Damares Alves ao lado de Michelle e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

No horário do almoço, Michelle preparou o tradicional arroz com feijão, prato que se tornou rotina no período de reclusão. “O cheiro estava tão bom que deu vontade de ficar”, relatou um interlocutor. Bolsonaro fez a refeição apenas com a esposa e, em seguida, dedicou-se a assistir a programas esportivos, hábito que mantém desde antes de chegar ao Planalto.

À tarde, o ex-capitão voltou a tratar de política. Recebeu o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para conversar sobre a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, prioridade de Bolsonaro nesta semana.

Ele autorizou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a assumir a linha de frente nas negociações no Congresso. Lira prometeu levar o tema ao sucessor, Hugo Motta (Republicanos-PB), após já ter sinalizado entendimentos com a oposição.

Com o fim das reuniões, o clima doméstico voltou a predominar. Michelle conduziu novas orações, enquanto Bolsonaro se recolheu em expectativa pelo julgamento. Entre rezas, refeições simples e discussões de bastidores, aliados repetiam a frase que o ex-mandatário tem usado como lema nas últimas semanas: “Deus está no comando”.

O julgamento será conduzido pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), presidida pelo ministro Cristiano Zanin, com relatoria de Alexandre de Moraes. As sessões estão previstas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. Bolsonaro, no entanto, não comparecerá presencialmente ao STF no primeiro dia do julgamento.

Apoiadores de Jair Bolsonaro fazem corrente de oração na entreda de condomínio do ex-presidente — Foto: Brenno Carvalho / O Globo

Fonte: DCM

Réus da trama golpista recorreram a manobras para atrasar julgamento no STF; entenda


O ex-presidente Jair Bolsonaro de frente para o ministro Alexandre de Moraes durante interrogatório no STF sobre a trama golpista. Foto: Gabriela Biló

As defesas dos réus da trama golpista tentaram, de diferentes formas, adiar o julgamento que começa nesta terça-feira (2) no Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os sete acusados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. Com informações do Globo.

A defesa de Bolsonaro já havia pedido, no ano passado, o afastamento do ministro Alexandre de Moraes, alegando “manifesto impedimento” e “nítido interesse” do relator no caso. O colegiado do STF rejeitou a solicitação.

Em outra tentativa, advogados do ex-ministro Walter Braga Netto pediram a suspensão dos interrogatórios até que testemunhas de outros núcleos fossem ouvidas e todas as provas estivessem disponíveis, o que também foi negado.

Em maio, os advogados de Bolsonaro solicitaram o cancelamento das audiências de testemunhas, argumentando que o material probatório teria sido entregue sem organização — prática conhecida como “document dump”. O pedido foi recusado.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante julgamento no STF sobre a trama golpista. Foto: Antonio Augusto/STF


Já a defesa do general Mário Fernandes alegou que o caso deveria ser analisado pela primeira instância, apontando arbitrariedade no foro. Moraes, no entanto, reafirmou a competência do Supremo para julgar todos os réus ligados aos atos de 8 de janeiro.

Durante as oitivas, as estratégias se concentraram em contestar provas e explorar contradições. O advogado Celso Vilardi, que defende Bolsonaro, não negou as discussões sobre decretar Estado de Sítio, mas argumentou que se tratava de dispositivos constitucionais e não de uma ação concreta de golpe.

Já Demóstenes Torres, defensor do almirante Almir Garnier, confrontou ex-comandantes das Forças Armadas sobre declarações envolvendo “tropas à disposição” de Bolsonaro.

No caso do general Augusto Heleno, ex-chefe do GSI, a linha adotada foi distinta: sua defesa buscou mostrar afastamento das articulações. Testemunhas confirmaram que Heleno ficou isolado após Bolsonaro se aproximar do Centrão, reforçando a tese de que ele não participou do núcleo golpista.

Com diferentes teses e pedidos, a estratégia comum das defesas foi tentar atrasar o julgamento e fragilizar as acusações. O STF, porém, rejeitou todos os requerimentos e dará início à deliberação final, que pode levar à condenação do ex-presidente e de seus aliados.

O julgamento será conduzido pela Primeira Turma do STF, presidida pelo ministro Cristiano Zanin, com relatoria de Alexandre de Moraes. As sessões estão previstas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. Bolsonaro, no entanto, não comparecerá presencialmente ao STF no primeiro dia do julgamento.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

“Avião contaminado”: Quem é a bolsonarista que atacou Flávio Dino em voo para Brasília


Maria Shirlei Piontkievicz – Foto: Reprodução

Maria Shirlei Piontkievicz, enfermeira e servidora da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, foi identificada como a mulher que atacou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino em um voo de São Luís para Brasília na segunda-feira (1º). Ao chegar ao destino, ela foi levada por agentes da Polícia Federal para prestar esclarecimentos e assinou um termo circunstanciado de ocorrência.

A servidora pública, que atua em um hospital de Curitiba, estava em São Luís com um grupo de 16 pessoas em viagem de turismo. O teor do depoimento e do termo circunstanciado prestados por ela segue em sigilo.

Nas redes sociais, ela costuma publicar ataques ao STF, ao presidente Lula e à esquerda. Também compartilha conteúdos relacionados ao guru bolsonarista Olavo de Carvalho e críticas ao PT.

Publicação de Maria Shirlei Piontkievicz em suas redes sociais – Foto: Reprodução


Segundo testemunhas, Maria Shirlei gritou contra Dino dentro da aeronave, afirmando que “não respeita esse tipo de gente” e que “este avião está contaminado”. Em outro momento, questionou “onde o comunismo deu certo?”. O ministro não reagiu e permaneceu em silêncio, de cabeça baixa.

A assessoria de Flávio Dino relatou que a passageira apontava para o magistrado e repetia “o Dino está aqui”, numa tentativa de incitar outros viajantes. A chefe de cabine interveio e pouco depois um agente da Polícia Federal entrou no avião, conversou com o ministro e informou que registraria a ocorrência.

O policial também falou com a mulher, pedindo que evitasse comentários que pudessem inflamar os ânimos durante o voo. Ele destacou que tudo seria comunicado à superintendência da PF em Brasília. Ainda dentro da aeronave, a enfermeira pediu apoio de outros passageiros: “Cadê o celular de vocês, gente, para filmar essa palhaçada aqui? Parece que vieram pegar o Bolsonaro aqui dentro”.

O episódio ocorreu na véspera do julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete aliados no STF, acusados de tentativa de golpe de Estado.

Flávio Dino é um dos cinco ministros da Primeira Turma responsável pelo processo, ao lado de Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Luiz Fux.


Fonte: DCM

Advogados já admitem condenações no STF, mas apostam em penas menores


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes no julgamento do golpe. Foto: Evaristo SA / AFP

Os advogados dos réus da trama golpista admitem nos bastidores que dificilmente conseguirão absolver seus clientes no Supremo Tribunal Federal (STF). A estratégia será focar na redução das penas, tentando convencer os ministros da Primeira Turma a aplicar condenações menores do que as vistas em julgamentos anteriores relacionados ao 8 de janeiro, conforme informações do Estadão.

Até agora, manifestantes condenados pelos ataques de 2023 receberam sentenças de até 17 anos de prisão. Já os réus do núcleo central do golpe, incluindo Jair Bolsonaro (PL), podem pegar até 43 anos se forem somadas as penas máximas de todos os crimes. Apenas Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, responde por três acusações e, em tese, poderia receber punição menor.

As defesas tentam evitar a condenação por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, alegando que essa acusação já estaria englobada no crime de golpe de Estado. Com isso, os advogados projetam penas entre 12 e 13 anos.

O ministro Luiz Fux já se mostrou favorável a essa tese no passado. “É possível que se possa entender que a tentativa de golpe já é um atentado contra a democracia. Essa é uma solução ao conflito aparente de normas”, afirmou em sessão anterior.

Apesar da previsão de condenações, os defensores devem usar a tribuna para registrar nulidades que possam gerar questionamentos futuros. Eles alegam cerceamento de defesa pelo curto prazo de seis meses entre a denúncia e o julgamento, além da inclusão de 80 terabytes de documentos sem tempo adequado para análise. Também criticam Alexandre de Moraes por não levar recursos ao plenário, como o pedido de revisão da prisão domiciliar de Bolsonaro.

A partir desta terça-feira (2), o julgamento começa com a leitura do relatório de Moraes e a manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet. À tarde, os advogados iniciam suas sustentações, cada um com uma hora para falar. A defesa de Mauro Cid abre a sessão, seguida das demais em ordem alfabética.

A defesa de Bolsonaro será a sexta a se pronunciar, e o mais provável é que faça isso na quarta-feira (3). A expectativa é que os votos dos ministros sejam dados a partir da próxima semana, com previsão de conclusão até 12 de setembro.

Fonte: DCM

Julgamento do golpe: cúpula militar prevê condenação de todos militares no STF

Expectativa é de que nenhum dos acusados, incluindo generais da reserva, seja absolvido pelo Supremo

      Augusto Heleno (Foto: Ton Molina/STF)

A alta cúpula das Forças Armadas avalia que não há chances de absolvição para os militares que serão julgados ao lado de Jair Bolsonaro (PL), no processo sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, relata Bela Megale, do jornal O Globo.

A partir desta terça-feira (2), o Supremo Tribunal Federal (STF) inicia a análise do chamado “núcleo crucial”, que reúne sete réus — entre eles os generais da reserva Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, além do almirante Almir Garnier Santos. Para os militares ouvidos pela reportagem, as provas reunidas pela Polícia Federal e as denúncias formalizadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) tornam a condenação praticamente inevitável.

☆ Acusações graves e penas previstas

Todos os integrantes desse primeiro grupo respondem por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

A expectativa é de que o STF determine, em caso de condenação, o início do cumprimento das penas em regime fechado, com possibilidade posterior de progressão para prisão domiciliar. A única dúvida dentro da caserna recai sobre o general da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, de 77 anos, que pode vir a ser beneficiado por medidas cautelares em função da idade avançada.

☆ Postura oficial e reflexos na caserna

Mesmo diante do cenário adverso, a palavra de ordem entre os atuais comandantes é que o julgamento cabe exclusivamente ao Supremo e não deve envolver a instituição militar como um todo. A estratégia é reforçar a separação entre os acusados e as Forças Armadas, em um esforço para preservar a imagem da instituição.

Ainda assim, há apreensão sobre eventuais reflexos do processo dentro da caserna, especialmente pela visibilidade e pelo peso político do caso. Na véspera do julgamento, comandantes militares buscaram interlocução com lideranças políticas para avaliar o ambiente e medir a repercussão da abertura do julgamento no STF.

Fonte: Brasil 247

Trama golpista: Bolsonaro não comparecerá a julgamento no STF

Presença física dos réus no julgamento é facultativa

       Jair Bolsonaro - 29/7/25 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O ex-presidente Jair Bolsonaro não comparecerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para acompanhar presencialmente o primeiro dia do julgamento da trama golpista, nesta terça-feira (2). Bolsonaro é réu no caso e cumpre prisão em regime domiciliar em Brasília-DF.

A informação foi confirmada ao site R7 pelos advogados da defesa de Bolsonaro.

A presença física dos réus no julgamento é facultativa e, no caso de Bolsonaro, dependeria de um requerimento formal junto ao STF.

Além de Bolsonaro, outros três réus no processo confirmaram que não participarão do primeiro dia das sessões: o almirante Almir Garnier, o general Augusto Heleno e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Já a defesa do general Paulo Sérgio Nogueira confirmou a presença do réu.

Também serão julgados o ex-ministro da Defesa Braga Netto; o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid; e o delegado da Polícia Federal e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem.

Fonte: Brasil 247 com informações do portal R7

Nikolas Ferreira anuncia que vai à Justiça contra Lula


      Nikolas Ferreira. Foto: Reprodução/X

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) anunciou nesta segunda-feira (1º) que ingressará com processo contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em publicação nas redes sociais, o parlamentar afirmou que já protocolou ações contra pessoas que o relacionaram ao crime organizado, incluindo o chefe do Executivo.

“Como prometido, aqui estão alguns dos processos das pessoas que me associaram a um crime organizado, e o primeiro, obviamente, não poderia deixar de ser o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que categoricamente afirmou que eu fiz o vídeo do Pix para poder defender o crime organizado. Uma acusação gravíssima”, declarou Nikolas.

Ele acrescentou: “você tem a liberdade de falar o que quiser, mas se for calúnia, que constitui crime, eu tenho a liberdade de te processar e você responder por isso na Justiça.”

O que disse Lula

Na última sexta-feira (29), em entrevista à Rádio Itatiaia, Lula acusou o deputado de ter atuado contra medidas da Receita Federal destinadas a combater o crime organizado. A referência foi à campanha de desinformação sobre mudanças no Pix, que levou ao adiamento de regras de transparência para fintechs.

“Tem um deputado que fez uma campanha contra a mudança que a Receita Federal propôs, e agora está provado que o que ele estava fazendo era defender o crime organizado. E nós não vamos dar trégua”, disse Lula, sem citar nominalmente Nikolas, mas deixando clara a alusão.


Investigações recentes

Na semana passada, a Polícia Federal deflagrou as operações Carbono Oculto, Quasar e Tank, que reforçaram alertas da Receita sobre o uso de fintechs por facções criminosas para movimentar e lavar dinheiro.

Uma instrução normativa de 2024 obrigava essas instituições a fornecer os mesmos dados exigidos de bancos, mas foi revogada após uma onda de fake news afirmar, de forma enganosa, que o Pix passaria a ser taxado.

Fonte: DCM

Julgamento de Bolsonaro e 7 cúmplices da trama golpista começa com apresentação da denúncia


Saiba como será o primeiro dia do julgamento histórico no STF

Ex-presidente Jair Bolsonaro em casa, em Brasília, durante prisão domiciliar determinada pelo STF 14/08/2025 REUTERS/Adriano Machado (Foto: Reuters)

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus acusados de participação da trama golpista contra o Estado democrático de direito. O julgamento é considerado um dos mais relevantes da história do País, envolvendo diretamente um ex-presidente da República e altos integrantes das Forças Armadas e do governo anterior.

De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro liderou uma organização criminosa que buscava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vencedor das eleições presidenciais de 2022. O ex-presidente responde também por outros quatro crimes que, somados, podem resultar em até 43 anos de prisão.

O julgamento será conduzido pela Primeira Turma do Supremo, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. O rito seguirá o protocolo interno do tribunal:

O presidente da Turma, ministro Cristiano Zanin, abre os trabalhos com a leitura e aprovação da ata da sessão anterior. Em seguida, Zanin apresenta a ação penal contra os oito réus.

O relator, ministro Alexandre de Moraes, expõe seu relatório, resumindo provas e atos já praticados. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá até duas horas para sustentar a posição da PGR, que já defendeu a condenação dos acusados.

Depois, será a vez das defesas, cada uma com até uma hora para se manifestar.

A primeira fala caberá à defesa do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que fez delação premiada. Na sequência, pela ordem alfabética, se pronunciarão os advogados de Alexandre Ramagem (deputado e ex-diretor da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça) e Augusto Heleno (general e ex-ministro). A expectativa é de que três ou quatro defesas falem ainda nesta terça-feira. A sessão está programada para terminar às 19h, retomando na quarta-feira (3).

Próximos passos do julgamento

Encerradas as manifestações, os ministros da Primeira Turma darão início à votação. A decisão será tomada por maioria simples, ou seja, ao menos três votos. O colegiado poderá absolver ou condenar os réus, fixando, neste último caso, as penas conforme a participação de cada acusado.

O julgamento se estenderá até 12 de setembro, distribuído em cinco dias de sessões. Em caso de condenação, os réus ainda poderão recorrer dentro do próprio STF.

Fonte: Brasil 247

Ao vivo: acompanhe o julgamento histórico de Bolsonaro

Primeira Turma do STF analisa acusações contra Bolsonaro e mais sete réus por cinco crimes

Jair Bolsonaro, de costas, e Alexandre de Moraes (Foto: Antonio Augusto/STF)

O Supremo Tribunal Federal (STF) julga a partir desta terça-feira (2) Jair Bolsonaro (PL) e o chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado. As acusações contra Bolsonaro e outros sete réus serão analisadas pela Primeira Turma da Corte, composta pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Flávio Dino.



Além de Bolsonaro, integram o “núcleo crucial”: Alexandre Ramagem (ex-diretor-geral da Abin); Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha); Anderson Torres (ex-ministro da Justiça); Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional); Mauro Cid (delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro); Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil). Todos respondem como réus por liderarem a tentativa de golpe de Estado.

Caso sejam condenados com pena máxima, os réus podem receber até 43 anos de prisão. Eles são acusados pelos crimes de: organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União com considerável prejuízo à vítima; e deterioração de patrimônio tombado.

A única exceção é Alexandre Ramagem. Em maio, a Câmara dos Deputados aprovou a suspensão parcial da ação penal contra ele, restringindo sua responsabilidade a três dos cinco crimes originais: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

O julgamento de Bolsonaro e dos demais réus deve se estender até o dia 12 de setembro.

Fonte: Brasil 247

Quaest: para 52%, Bolsonaro participou da tentativa de golpe; 55% consideram prisão domiciliar justa




Pesquisas recentes do instituto Quaest revelaram como os brasileiros avaliam o julgamento de Jair Bolsonaro, que começa nesta terça. Relembre

     Jair Bolsonaro (Foto: Ton Molina / STF)

Pesquisas recentes do instituto Quaest revelam como os brasileiros avaliam o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF). O processo, que começa nesta terça-feira (2), analisa a participação de Bolsonaro em uma trama golpista e também sua prisão domiciliar após indiciamento por coação no curso do processo, informa o g1. Os levantamentos foram encomendado pela Genial Investimentos.

Segundo o estudo, realizado entre 13 e 17 de agosto, 86% da população já estava informada sobre o julgamento. O índice representa um crescimento de 13 pontos percentuais em relação a março, quando 73% diziam saber do processo. Apenas 14% afirmaram ter tomado conhecimento do caso durante a pesquisa, contra 27% na sondagem anterior.

◈ Participação em plano golpista divide opiniões

A maioria dos entrevistados (52%) considera que Bolsonaro teve envolvimento direto na tentativa de golpe de Estado. O índice cresceu cinco pontos desde dezembro, quando 47% sustentavam essa visão. Outros 36% acreditam que ele não participou do plano — número praticamente estável em comparação ao final do ano passado. Além disso, 2% negam que tenha havido qualquer tentativa de golpe, enquanto 10% preferiram não responder.

◈ Avaliação sobre a prisão domiciliar

O instituto Quaest também perguntou sobre a medida de prisão domiciliar imposta a Bolsonaro após indiciamento por coação, ao lado do filho Eduardo Bolsonaro, em uma estratégia de pressionar autoridades e interferir na investigação. Para 55% dos entrevistados, a decisão da Justiça foi justa, contra 39% que a classificaram como injusta. Outros 6% não souberam opinar.

O apoio à prisão domiciliar se concentra principalmente entre pessoas que se identificam como de esquerda não lulista (93%), eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno de 2022 (84%) e moradores do Nordeste (65%). Já entre os que consideram a medida injusta estão os apoiadores declarados de Bolsonaro (87%), seus eleitores no último pleito presidencial (83%) e evangélicos (57%).

◈ Percepções regionais e sociais

Os recortes por renda, religião, gênero e faixa etária também indicam clivagens importantes. A medida é vista como justa por 62% dos católicos, 59% dos jovens de 16 a 34 anos e 58% das mulheres. Já a rejeição à prisão é mais elevada entre os evangélicos e bolsonaristas convictos.

A pesquisa Quaest ouviu 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais e tem margem de erro de dois a seis pontos percentuais, a depender do segmento analisado.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Bolsonarista causa confusão e tenta agredir Flávio Dino em voo: “Avião contaminado”


       O ministro Flávio Dino – Reprodução

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino foi alvo de uma confusão dentro de um avião da Latam, na tarde desta segunda-feira (1º), em São Luís. O voo tinha como destino Brasília, com decolagem programada para 16h40. Uma passageira se exaltou e tentou agredir o magistrado, mas foi contida por seguranças. Com informações do jornal O Globo.

Testemunhas relataram que a mulher gritava frases contra Dino, dizendo que “não respeita esse tipo de gente” e que “este avião está contaminado”. Ela ainda questionou “onde o comunismo deu certo?”. O magistrado permaneceu sentado, de cabeça baixa, sem responder às provocações.

A assessoria de Dino afirmou que a passageira apontava para o ministro e gritava “o Dino está aqui”, em tentativa de incitar outros passageiros. A aeromoça-chefe advertiu a mulher, e logo depois um agente da Polícia Federal entrou na aeronave e conversou com o ministro e seu segurança, comunicando que registraria a ocorrência.

Aeroporto de Brasília
Flávio Dino estava indo para o Aeroporto de Brasília – Reprodução

O policial também se dirigiu à mulher, perguntando seu nome e orientando que certos comentários deveriam ser evitados para não inflamar os ânimos durante o voo. Ele ressaltou que qualquer manifestação seria relatada à superintendência da PF em Brasília.

Após o pouso, a passageira foi levada por agentes federais para prestar depoimento. Antes de sair, pediu que outros viajantes testemunhassem a seu favor e afirmou: “Cadê o celular de vocês, gente, para filmar essa palhaçada aqui? Parece que vieram pegar o Bolsonaro aqui dentro”.

O episódio ocorreu um dia antes do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e mais sete aliados no STF pela tentativa de golpe de Estado. Dino é integrante da Primeira Turma do Supremo, composta ainda por Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Luiz Fux.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

Bolsonaro chega fragilizado ao dia do julgamento, à espera de condenação pelo STF

Ex-presidente enfrenta crise pessoal e encontra-se politicamente fraco enquanto aguarda decisão no Supremo que pode condená-lo à prisão

       Bolsonaro com sua tornozeleira (Foto: Divulgação)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vive um dos momentos mais delicados desde que foi preso, em 4 de agosto, acusado de liderar uma trama golpista em 2022. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, nas 24 horas que antecederam o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), ele recebeu as visitas da senadora Damares Alves (Republicanos-PB) e do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

A presença dos dois aliados, autorizada de forma excepcional pelo ministro Alexandre de Moraes, reforça a situação de fragilidade do ex-inquilino do Planalto. Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar, está pessoalmente debilitado e enfrenta isolamento político em meio ao racha do bolsonarismo.

Damares Alves, ex-ministra, passou cerca de duas horas em visita a Bolsonaro. Ela relatou que encontrou o ex-presidente abalado: “Ele está soluçando muito, acho que não é viável [a ida dele ao julgamento].

Arthur Lira, por sua vez, foi recebido por aproximadamente uma hora. O encontro simbolizou a retomada de laços entre os dois, que foram aliados durante o governo Bolsonaro, mas se afastaram após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A defesa recomendou que ele não acompanhasse presencialmente a abertura do julgamento no STF, prevista para esta terça-feira (2).

● Isolamento político e disputa por herança eleitoral

Além das limitações de saúde, Bolsonaro enfrenta desgaste dentro de seu próprio grupo político. Nem todos os aliados conseguiram visitá-lo nas datas permitidas pelo Supremo, o que provocou acusações de abandono e falta de lealdade. Até seus filhos expuseram publicamente fraturas no núcleo bolsonarista.

No centro do conflito está o espólio eleitoral do ex-presidente. Apesar da inelegibilidade, Bolsonaro insiste que manteria a candidatura ao Palácio do Planalto. Paralelamente, nomes como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ganharam projeção como alternativa, mas evitam assumir esse papel para não parecerem insensíveis em um momento crítico.

● Expectativas para o julgamento

Processado por tramar um golpe de estado, Bolsonaro dá como certa a sua condenação. A aposta de seus aliados é que a Primeira Turma do STF não imponha a pena máxima, permitindo à defesa negociar uma redução de danos na dosimetria da pena.

Ainda assim, muitos bolsonaristas enxergam na aprovação de uma anistia no Congresso a única chance de reversão significativa do cenário. Contudo, a divisão entre parlamentares torna essa possibilidade incerta.

O julgamento de Jair Bolsonaro no STF pode redefinir o tabuleiro da direita brasileira para as eleições de 2026. Caso seja condenado, seu peso eleitoral tende a se transformar em capital político herdado por aliados próximos, com destaque para Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado como nome natural da sucessão.

No entanto, a indefinição sobre quem herdará o espólio do bolsonarismo acirra disputas internas e pode fragmentar a base conservadora. Governadores e parlamentares já se movimentam para ocupar esse espaço, ao mesmo tempo em que a oposição ao governo Lula busca uma liderança consolidada.

Em resumo, a condenação de Bolsonaro pode acelerar a reorganização da direita.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

“Bolsonaro deve ser condenado a 32 anos”, diz Kakay sobre julgamento no STF


              O advogado criminalista Antonio Carlos de Almeida e Castro, o Kakay. Reprodução

O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, é um dos nomes mais conhecidos da advocacia brasileira, com mais de 40 anos de atuação nos tribunais superiores. Reconhecido por sua defesa intransigente das garantias constitucionais e por ter atuado em processos de grande repercussão política, ele acompanha de perto o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em entrevista ao DCM, Kakay fez uma análise detalhada sobre o futuro de Bolsonaro no processo da tentativa de golpe. O criminalista afirmou que a condenação é praticamente certa e que a pena deve ficar em torno de 32 anos de prisão. Ele também explicou como deve ocorrer a execução da pena, avaliando a possibilidade de prisão domiciliar por razões de saúde, e comentou sobre o cronograma do julgamento, que, segundo sua experiência, poderia ser concluído em até três sessões. Confira:

DCM: Qual o prognóstico para o julgamento do Bolsonaro? Condenação? Se sim, quantos anos e por qual placar?

Kakay: Não podemos esquecer que este julgamento será feito sobre os mesmos fatos, as mesmas imputações e os mesmos atos pelos quais já foram julgadas mais de 600 pessoas, todas condenadas de forma unânime. Por isso, acredito que o julgamento será certamente unânime, com todos os ministros votando pela condenação pelos cinco crimes imputados. Quem define a imputação é o Procurador-Geral da República, não o Supremo. No meu ponto de vista, todos serão condenados pelos cinco crimes.

Aqui tratamos do núcleo crucial, os líderes. Bolsonaro era o maior beneficiário, assim como o general Braga Netto. Foram eles que coordenaram o grupo, pensaram no golpe e ajudaram a financiar. Pela regra da dosimetria da pena, isso pesa muito. Como não se pode aplicar pena abaixo do mínimo legal e todos os crimes têm penas altas, acredito que a condenação deve girar em torno de 32 anos. Pode haver ministros que proponham mais ou menos, mas, pela média, Bolsonaro, Braga Netto e o general Heleno devem ser condenados a pelo menos 32 anos de prisão.

Núcleo 1 da trama golpista: na fileira de cima, Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres; na de baixo, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto


Acredita que, em caso de condenação, Bolsonaro cumprirá a pena em regime domiciliar ou vai para algum estabelecimento prisional?

A regra, depois do trânsito em julgado, é que a pena seja cumprida em estabelecimento penitenciário. Foi assim com Collor, que também era ex-presidente e foi condenado pelo Supremo. Hoje, a Corte aceita apenas um primeiro embargo de declaração. A partir do segundo, como ocorreu no caso do senador Luiz Estevão, eles são considerados protelatórios, e o trânsito em julgado é decretado.

Nesse cenário, Bolsonaro provavelmente cumpriria pena na Papuda, e Braga Netto em Bangu, no Rio. No entanto, devido aos problemas de saúde de Bolsonaro, a defesa certamente pedirá a prisão domiciliar após o recolhimento. O juiz da execução costuma intimar a equipe médica do presídio, que em regra afirma ter condições de atendimento. Mas os advogados podem apresentar laudos de médicos particulares, como já aconteceu com Collor e Maluf. Se ficar comprovado que o estado de saúde pode se agravar no presídio, ele terá direito a cumprir a pena em casa.

Pela sua experiência com o STF, quando o senhor crê que teremos a definição do julgamento?

O relator ou o presidente normalmente consulta os advogados sobre a leitura do relatório. Em quase todos os casos, eles dispensam, já que conhecem o processo. Se for dispensado, a sessão começa com a sustentação oral de duas horas do doutor Gonê, depois a de Mauro Cid, e, em seguida, cada advogado dos réus fala por uma hora. Assim, essa etapa pode terminar já amanhã, e na quarta-feira o ministro Alexandre de Moraes poderia iniciar a leitura do voto.

Atualmente, os ministros não leem votos completos. Um voto pode ter mil páginas, mas geralmente é resumido. O ideal seria que Moraes apresentasse seu voto de forma objetiva, permitindo que os debates começassem logo. Acredito que a discussão principal será sobre a validade da delação premiada de Mauro Cid e a dosimetria das penas. Nesse ritmo, o julgamento poderia terminar em três sessões. Oficialmente estão previstas cinco, mas, pela minha experiência, três seriam suficientes.

Fonte: DCM

Hugo Motta frustra Tarcísio e barra anistia ampla na Câmara


O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Foto: Reprodução

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deixou claro ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que uma proposta de anistia ampla, geral e irrestrita aos golpistas do 8 de Janeiro não teria chances de aprovação na Casa, conforme informações do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.

O aviso ocorreu em uma ligação telefônica na manhã da última segunda-feira (1º), véspera do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a trama golpista.

Segundo relatos, o telefonema contou também com a participação do deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), presidente nacional do partido, que estava reunido com Tarcísio no Palácio dos Bandeirantes.

Durante a conversa, o governador paulista reforçou os apelos em favor do projeto de anistia, mas ouviu de Motta que o tema é “complexo” e que precisaria ser analisado com cautela. O presidente da Câmara afirmou que uma anistia ampla não passaria entre os deputados.

Na prática, Motta sinalizou que seria muito difícil aprovar no Congresso um texto que beneficie diretamente Bolsonaro, que responde no STF por tentativa de golpe de Estado.

Após a ligação, Tarcísio e Marcos Pereira entraram em contato com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente. Eles reafirmaram disposição para atuar na articulação política em favor da anistia, mesmo diante das resistências apontadas por Motta.

Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

Fonte: DCM com informações do Metrópoles