terça-feira, 2 de setembro de 2025

Julgamento do golpe: cúpula militar prevê condenação de todos militares no STF

Expectativa é de que nenhum dos acusados, incluindo generais da reserva, seja absolvido pelo Supremo

      Augusto Heleno (Foto: Ton Molina/STF)

A alta cúpula das Forças Armadas avalia que não há chances de absolvição para os militares que serão julgados ao lado de Jair Bolsonaro (PL), no processo sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, relata Bela Megale, do jornal O Globo.

A partir desta terça-feira (2), o Supremo Tribunal Federal (STF) inicia a análise do chamado “núcleo crucial”, que reúne sete réus — entre eles os generais da reserva Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, além do almirante Almir Garnier Santos. Para os militares ouvidos pela reportagem, as provas reunidas pela Polícia Federal e as denúncias formalizadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) tornam a condenação praticamente inevitável.

☆ Acusações graves e penas previstas

Todos os integrantes desse primeiro grupo respondem por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

A expectativa é de que o STF determine, em caso de condenação, o início do cumprimento das penas em regime fechado, com possibilidade posterior de progressão para prisão domiciliar. A única dúvida dentro da caserna recai sobre o general da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, de 77 anos, que pode vir a ser beneficiado por medidas cautelares em função da idade avançada.

☆ Postura oficial e reflexos na caserna

Mesmo diante do cenário adverso, a palavra de ordem entre os atuais comandantes é que o julgamento cabe exclusivamente ao Supremo e não deve envolver a instituição militar como um todo. A estratégia é reforçar a separação entre os acusados e as Forças Armadas, em um esforço para preservar a imagem da instituição.

Ainda assim, há apreensão sobre eventuais reflexos do processo dentro da caserna, especialmente pela visibilidade e pelo peso político do caso. Na véspera do julgamento, comandantes militares buscaram interlocução com lideranças políticas para avaliar o ambiente e medir a repercussão da abertura do julgamento no STF.

Fonte: Brasil 247

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