Governador de SP não pedirá desculpas, mas tenta retomar diálogo com ministros do Supremo
Após chamar Moraes de tirano, Tarcísio recua e busca conter desgaste político sem romper canais com o STF (Foto: Agência Brasil I Reuters)
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não deve procurar diretamente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir desculpas pelos ataques feitos durante o ato de 7 de setembro na avenida Paulista, Os magistrados esperavam uma atitude de retratação, mas não verão esse movimento neste momento.
Segundo a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, embora não vá se desculpar formalmente, Tarcísio decidiu não repetir novas críticas em tom elevado contra a Corte, após ter classificado o ministro Alexandre de Moraes como “tirano” e “ditador” durante o evento. A estratégia agora é baixar a temperatura, deixar a crise arrefecer e tentar, em um segundo momento, retomar algum nível de diálogo com parte dos ministros.
◇ Emoção no palanque e críticas acima do tom habitual
De acordo com interlocutores do governador ouvidos pela reportagem, a intenção inicial era criticar o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e defender a anistia ao ex-mandatário. No entanto, Tarcísio acabou endurecendo mais do que o habitual, especialmente contra Moraes, ao ser embalado pelo clima do ato, que contou com gritos de “fora Moraes” vindos da plateia.
Durante seu discurso, o governador questionou os manifestantes. “Por que que vocês estão gritando isso? Talvez porque ninguém aguente mais. Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes”, disse A reação surpreendeu até mesmo aliados de Bolsonaro, acostumados a discursos mais comedidos de Tarcísio.
◇ Repercussão no Supremo e tentativa de preservação de pontes
Após o episódio, o governador demonstrou arrependimento pela intensidade das palavras. Um dos interlocutores relatou a ministros que Tarcísio ficou “sentido” com a repercussão negativa, já que não pretendia se afastar do perfil de autoridade aberta ao diálogo. A ideia, segundo ele, era reforçar a defesa da anistia sem inviabilizar futuras conversas com a Corte.
Um magistrado ouvido pela coluna afirmou que os ministros ficaram “chateados” com as falas, mas não descartam a continuidade do diálogo institucional. Esse mesmo integrante do STF ressaltou, no entanto, que “a política é um jogo de adultos” e que quem ocupa cargos públicos precisa aprender a pesar as palavras para não aprofundar crises desnecessárias.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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