quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Brasil foi a economia emergente que mais recebeu investimentos chineses em 2024




Com foco em indústria e energia, investimentos no Brasil quase dobraram em 2024, atingindo US$ 4,18 bilhões, revela estudo do Conselho Brasil-China

     Bandeiras do Brasil e da China (Foto: REUTERS/Tingshu Wang)

O Brasil foi a economia emergente que mais atraiu investimentos chineses em 2024 e o terceiro país que mais absorveu capital produtivo da China no mundo. No ano passado, empresas do gigante asiático investiram em 39 projetos em território nacional – um recorde histórico –, com aportes que somaram US$ 4,18 bilhões, praticamente o dobro do valor registrado em 2023. Esses são alguns dos destaques do estudo “Investimentos Chineses no Brasil – 2024: Reindustrialização e Transição Energética”, que será lançado nesta quinta-feira (4), às 10 horas, em transmissão ao vivo pelo Zoom, pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), com patrocínio do Bradesco Corporate.

O setor de eletricidade liderou, com participação de 34%, a atração de investimentos chineses no Brasil em 2024, com aportes de US$ 1,43 bilhão, incluindo projetos de geração de energia solar e eólica. Em seguida, o setor de petróleo concentrou 25% dos investimentos, com cerca de US$ 1 bilhão, o que mostra que, mesmo com a crescente presença chinesa na área de renováveis no Brasil, ainda há grande interesse em iniciativas ligadas a combustíveis fósseis.

Ao mesmo tempo, o número de projetos chineses na indústria manufatureira no Brasil aumentou de forma praticamente ininterrupta desde 2021, chegando ao recorde de oito empreendimentos em 2024. Esse movimento está alinhado às políticas do governo brasileiro para incentivar a reindustrialização, como a “Nova Indústria Brasil”, que foca em setores que já contam com investimentos chineses consolidados no país, incluindo infraestrutura, saneamento, mobilidade sustentável, transformação digital, segurança energética e descarbonização.

O estudo também mostra que empresas chinesas investiram ou anunciaram novos projetos no Brasil na área de mineração, sobretudo em minerais estratégicos, como estanho e cobre – fundamentais para a indústria de alta tecnologia –, abrindo espaço para maior integração entre os países em diferentes etapas da cadeia de valor voltada à descarbonização.

É nesse contexto que o estudo do Conselho Empresarial Brasil-China aponta que áreas como transição energética, manufaturas de alto padrão e minerais críticos despontam entre as mais promissoras para a atração de investimentos chineses no Brasil nos próximos anos. A tendência, segundo o levantamento, é que esse movimento seja impulsionado pela agenda de reindustrialização do país e pelo compromisso compartilhado entre Brasil e China com a descarbonização de suas economias.

O evento de lançamento contará com a participação de Danilo Goulart, Representante-Chefe do Bradesco em Hong Kong, e João Ricardo Tiusso, Head de Estratégia de Projetos da GWM Brasil. O autor do estudo, Tulio Cariello, Diretor de Pesquisa e Conteúdo do CEBC, apresentará as principais conclusões. A moderação ficará a cargo de Cláudia Trevisan, Diretora Executiva do CEBC. A abertura será feita por Luiz Augusto de Castro Neves, Presidente do CEBC e Ex-Embaixador do Brasil na China, e por Fabiana D’Atri, Superintendente de Economia da Bradesco Asset.

Fonte: Brasil 247

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