sábado, 30 de agosto de 2025

TST condena Volkswagen a pagar R$ 165 milhões por trabalho análogo à escravidão durante a ditadura militar

Decisão do Tribunal Superior do Trabalho responsabiliza a montadora por condições degradantes na região amazônica entre os anos de 1974 e 1986

            Logo da Volkswagen (Foto: REUTERS/Fabian Bimmer/Arquivo)

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que a Volkswagen indenize em R$ 165 milhões por danos morais coletivos devido à exploração de trabalhadores em condições análogas à escravidão. O caso remonta ao período entre 1974 e 1986, quando empregados foram submetidos a trabalho forçado em uma fazenda da montadora na região amazônica. As informações são do Estadão Conteúdo.

De acordo com as investigações, a propriedade, utilizada para atividades de pecuária e extração de madeira, pertencia à empresa por meio de uma subsidiária. A condenação é considerada a maior reparação já aplicada no país em situações de escravidão contemporânea, segundo informações do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Em nota oficial, de acordo com a reportagem, a Volkswagen Brasil informou que recorrerá da decisão do TST. A companhia declarou ainda que, ao longo de seus 72 anos de operação no Brasil, "defende a dignidade humana e cumpre rigorosamente todas as leis trabalhistas".

A atuação do MPT teve início em 2019, após a entrega de documentos históricos por um padre que acompanhava o caso havia décadas. A partir das novas diligências, depoimentos e cruzamento de informações, os procuradores formalizaram a denúncia contra a Volkswagen em 2024.

Para os promotores, a decisão representa um marco na reparação de crimes trabalhistas. O valor da indenização deverá ser revertido em prol de políticas públicas de combate ao trabalho escravo e apoio às vítimas resgatadas em todo o país.

Fonte: Brasil 247 com informações do Estadão Conteúdo

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