terça-feira, 15 de julho de 2025

Bolsonaro comanda uma conspiração contra o Brasil, afirma Gleisi

O ex-presidente teme condenação por tentativa de golpe e articula sanções dos EUA, “à custa da economia e dos empregos em nosso país”, diz a ministra

   Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira/SRI)

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), acusou nesta terça-feira (14) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de liderar uma nova conspiração contra o Brasil. Em publicação nas redes sociais, Gleisi afirmou que Bolsonaro está articulando, nos bastidores, pressões junto ao governo dos Estados Unidos para impor sanções ao país, com o objetivo de intimidar o Supremo Tribunal Federal (STF) e interferir no processo judicial que pode levá-lo à condenação por tentativa de golpe de Estado.

“As alegações finais da Procuradoria-Geral da República não deixam dúvidas sobre a responsabilidade total de Jair Bolsonaro e seus cúmplices na trama golpista que culminou nos atentados de 8 de janeiro de 2023”, escreveu Gleisi. “É o medo da condenação por seus crimes que explica a conspiração contra o Brasil que ele comanda hoje, articulando sanções do governo dos EUA para coagir o STF, à custa da economia e dos empregos em nosso país”, completou.

PGR aponta cinco crimes contra Bolsonaro - A manifestação da deputada ocorre após a divulgação, pelo portal Metrópoles, do parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) entregue ao Supremo Tribunal Federal, no qual o ex-presidente é apontado como líder de uma organização criminosa que tentou abolir violentamente o Estado Democrático de Direito. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, descreve Bolsonaro como o articulador central e principal beneficiário da tentativa de golpe, conduzida a partir de sua posição como chefe do Executivo.

Segundo a PGR, Bolsonaro e seus aliados no governo, nas Forças Armadas e em órgãos de inteligência “desenvolveram e implementaram plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas”, com o objetivo de impedir a alternância legítima de poder nas eleições de 2022 e enfraquecer o funcionamento do Judiciário.

As alegações finais também destacam que o material probatório é robusto, composto por “farta documentação produzida pelos próprios golpistas, testemunhos e perícias”, o que desmonta, segundo o órgão, as falácias apresentadas pela defesa do ex-presidente.

A PGR solicita que Bolsonaro seja condenado pelos seguintes crimes:

✓ Comando de organização criminosa armada;

✓ Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

✓ Golpe de Estado;

✓ Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União;

✓ Deterioração de patrimônio tombado.

Julgamento se aproxima - Com a conclusão da fase de alegações finais, a ação penal caminha para julgamento no STF, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. A expectativa é que o julgamento ocorra entre agosto e setembro deste ano.

Para Gleisi Hoffmann, o curso do processo é uma demonstração clara de que o Brasil não tolera ataques à sua democracia nem chantagens internacionais. “O Brasil repudia golpes contra o regime democrático, que tanto custou construir. E repudia igualmente chantagens e ameaças contra a soberania do país e das nossas instituições, venham de onde vierem, sob qualquer forma ou pretexto”, declarou.

 

Fonte: Brasil 247

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