segunda-feira, 5 de maio de 2025

Jogador do Operário denuncia injúria racial de meia do América-MG em jogo da Série B

Atacante Allano acusa o boliviano Miguelito de racismo; partida da Série B foi interrompida por 15 minutos após acionamento de protocolo antirracista

 Jogadores do Operário-PR denunciam injúria racial do meia do América-MG (Foto: Reprodução / Disney+)

O confronto entre Operário-PR e América-MG, válido pela sexta rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, foi marcado por uma grave denúncia de injúria racial feita pelo atacante Allano, da equipe paranaense. O caso aconteceu aos 30 minutos do primeiro tempo, e a partida ficou paralisada por 15 minutos após o árbitro Alisson Sidnei Furtado acionar o protocolo antirracista previsto pela Fifa e pela CBF. As informações são do ge.

Segundo Allano, o meia Miguelito, do América-MG, teria proferido ofensas raciais durante uma pausa para cobrança de arremesso lateral. Imediatamente após o relato do jogador, o árbitro cruzou os braços em “X”, gesto previsto pelo protocolo para sinalizar ocorrência de racismo. A situação gerou discussão entre atletas e paralisação do jogo para possível verificação das imagens. No entanto, a partida foi retomada sem que houvesse punições ou substituições naquele momento.

Durante o intervalo da paralisação, uma nova confusão se formou, desta vez entre atletas do América-MG e torcedores do Operário, que arremessaram um copo em direção ao banco de reservas visitante. Conforme informado pelo clube paranaense em nota oficial, o torcedor responsável foi identificado e retirado do estádio por policiais militares.

O Operário-PR se manifestou publicamente após o jogo, reafirmando o apoio a Allano e cobrando providências. “O Operário Ferroviário irá prestar todo apoio ao jogador Allano e lamenta a continuidade da partida sem modificações, uma vez que o protocolo foi acionado, e está buscando imagens claras que confirmem a alegação”, diz a nota.

Miguelito foi substituído no intervalo e não retornou para o segundo tempo. Pouco depois da retomada do jogo, Allano recebeu cartão amarelo após uma entrada mais dura justamente no jogador do América-MG.

Até o momento, o América-MG ainda não se pronunciou oficialmente sobre a acusação. A súmula da partida deverá registrar o ocorrido, e o caso pode ser analisado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Fonte: Brasil 247 com informações do GE

Congresso canaliza R$ 10 bilhões em emendas para ações genéricas e dificulta rastreamento dos gastos

Verbas públicas são direcionadas a programas sem detalhamento prévio, contrariando decisões do STF e comprometendo a transparência

     (Foto: Abr)

Um levantamento realizado pelo jornal O Globo revela que o Congresso Nacional destinou quase R$ 10 bilhões em emendas parlamentares de 2025 para ações orçamentárias genéricas, sem especificar como ou onde os recursos serão aplicados. A manobra contraria decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF), que exige maior transparência na execução do orçamento público.

De acordo com os dados, cerca de R$ 9,7 bilhões foram direcionados a rubricas amplas como “fomento à agricultura” e “apoio a projetos de infraestrutura turística”. Na prática, essas categorias abrangem desde a compra de tratores até a pavimentação de ruas, mas os detalhes de aplicação só surgem posteriormente, por meio de ofícios enviados por parlamentares aos ministérios, sem necessariamente se tornarem públicos.

Especialistas veem nessa sistemática uma forma de dificultar o rastreamento do dinheiro por órgãos de controle e, assim, manter o controle político sobre os recursos. “O número [de emendas] vem caindo porque o parlamentar só precisa definir o destino e o objeto no momento da execução”, explica Hélio Tollini, especialista em orçamento.

Crescimento exponencial de verbas em ações genéricas - Os recursos concentraram-se em apenas seis das 275 ações orçamentárias passíveis de emendas. Essas rubricas incluem ainda termos vagos como “desenvolvimento de atividades e apoio a projetos de esporte, educação, lazer” e “desenvolvimento de políticas de segurança pública”.

Desde 2016, quando o valor ajustado pela inflação girava em torno de R$ 1 bilhão, houve uma multiplicação por dez do montante destinado a essas ações genéricas.

A ação mais beneficiada, com R$ 3,65 bilhões, é o “apoio a projetos de desenvolvimento sustentável local integrado”, sob responsabilidade do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, comandado por Waldez Góes (PDT), indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O próprio manual de emendas informa que os recursos podem ser utilizados desde obras viárias até a construção de cisternas.

O senador Weverton (PDT-MA) destinou R$ 23 milhões a essa rubrica. Segundo ele, o dinheiro será aplicado no Maranhão em obras e aquisição de máquinas agrícolas. “Na hora de se tomar a decisão (sobre como o recurso será gasto) é que o deputado ou senador manda um ofício com sua opinião formada. Não vejo problema nenhum, pelo contrário, dá mais condições de atender a demanda de acordo com a realidade de cada município”, afirmou.

No entanto, como esses ofícios nem sempre são divulgados, o destino exato das verbas públicas só se torna conhecido após sua execução.

Emendas de comissão concentram grandes volumes - Outro caso emblemático é o da ação “apoio a projetos de infraestrutura turística”, que recebeu R$ 1,3 bilhão — dos quais R$ 1 bilhão via emendas parlamentares. Quase todo esse valor partiu de duas propostas genéricas: R$ 500 milhões da Comissão de Turismo da Câmara e R$ 400 milhões da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado. A pulverização desses recursos acontecerá somente após a definição individualizada dos projetos, novamente via ofícios.

Para Marina Atoji, diretora de programas da Transparência Brasil, essa prática compromete tanto o planejamento quanto a transparência. “Se praticamente todo o orçamento de um ministério se concentra em uma única ação orçamentária, ela perde o sentido de existir. O ideal seria que houvesse um mínimo de detalhamento”, afirma.

Atoji ressalta ainda que o governo federal, responsável por repassar os recursos a estados e municípios, também só tem conhecimento da destinação real das emendas após a indicação feita pelo parlamentar.

Redução de investimentos estruturantes - Outro alerta é a mudança na natureza dos gastos. Um estudo da consultoria da Câmara dos Deputados mostra queda no percentual de emendas destinadas a investimentos. Em 2023, 95% das emendas atendiam a essa finalidade. Neste ano, esse número caiu para 85%, com crescimento do volume alocado em despesas de custeio — usadas para manutenção da máquina pública.

O levantamento, solicitado pela deputada Adriana Ventura (Novo-SP), aponta que 57% das emendas de bancadas estaduais em 2024 foram destinadas a custeio. A parlamentar critica a justificativa de que as ações genéricas serviriam para viabilizar grandes obras: “Analisando o histórico, vê-se que pouco é feito nesse sentido”, afirmou.

STF exige transparência, mas Congresso resiste - Nos últimos meses, o Supremo Tribunal Federal intensificou a cobrança por transparência no uso das emendas parlamentares. O ministro Flávio Dino determinou que a Câmara e o Senado esclareçam como pretendem identificar os autores das emendas de comissão e bancada. Também pediu explicações à Advocacia-Geral da União (AGU) sobre o uso do Cadastro Integrado de Projetos de Investimento, ferramenta que deveria auxiliar na identificação de projetos prioritários.

Apesar dessas medidas, a resistência no Congresso se mantém firme, sustentada por um modelo orçamentário que favorece o controle político descentralizado dos recursos públicos e dificulta o controle social e institucional.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Após a queda de Lupi, mídia já pressiona por uma nova reforma da Previdência

Especialistas alertam para ofensiva do mercado sobre a seguridade social, um dos setores mais cobiçados pelo capital privado

      (Foto: Reprodução)

Com a saída de Carlos Lupi do comando do Ministério da Previdência, parte da mídia corporativa intensificou o coro por uma nova reforma do sistema previdenciário brasileiro. O movimento ocorre em meio à deterioração das contas públicas e às transformações no mercado de trabalho, mas também evidencia o apetite do setor privado sobre a seguridade social — um dos negócios mais lucrativos e desejados por grandes grupos financeiros.

A reportagem foi publicada originalmente por O Estado de S. Paulo, que destacou a combinação de fatores como o envelhecimento populacional, o avanço da informalidade e as novas preferências da Geração Z como justificativas para uma antecipação do debate sobre a reforma da Previdência. Mas especialistas ouvidos pela reportagem e por outros veículos apontam que, por trás dessa pressão, há interesses bilionários em torno do desmonte progressivo do modelo público e solidário da seguridade.

◉ A disputa em torno de um sistema bilionário

A Previdência Social brasileira integra o tripé da seguridade — ao lado da saúde e da assistência — e movimenta cifras que ultrapassam R$ 1 trilhão por ano. Não por acaso, tem sido um alvo constante de propostas de "modernização", quase sempre guiadas por agendas de redução do papel do Estado e ampliação do espaço para fundos de pensão e planos privados.

“O Brasil terá de enveredar por outros caminhos”, afirmou Paulo Tafner, economista e presidente do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social, em entrevista ao Estadão. “Vamos ter de criar um sistema de capitalização. A contribuição exclusivamente sobre as relações de trabalho formais não será suficiente. Vamos ter de criar um mecanismo de tributar a renda, não apenas a relação do trabalho.”

Na visão de Tafner, a capitalização — sistema no qual cada trabalhador contribui individualmente para sua própria aposentadoria — seria inevitável, o que abriria um vasto campo de negócios para o setor financeiro.

◉ Críticas à lógica fiscalista e ao desmonte progressivo

Para o professor José Roberto Afonso, do IDP e da Universidade de Lisboa, a questão não se resume a cortar gastos ou elevar a idade mínima. “É necessário repensar também as contribuições e as fontes de receita, e inovar na forma como enxergamos a seguridade social, incluindo assistência, seguro-desemprego e saúde”, afirma.

Segundo Afonso, o atual modelo, desenhado para a formalidade, precisa ser atualizado diante da explosão do trabalho por aplicativos e da chamada "pejotização". “É hora de revisitar a própria concepção do que entendemos por reforma previdenciária”, conclui.

◉ Geração Z e o declínio da contribuição tradicional

As novas gerações, especialmente a Geração Z, também desafiam o modelo tradicional de Previdência. Muitos jovens evitam vínculos formais, preferindo múltiplas fontes de renda e horários flexíveis. Esse comportamento contribui para a informalização e, consequentemente, para a redução da base de arrecadação.

“Desde o início do século, os próprios empregadores privados passaram a preferir contratar trabalhadores como prestadores de serviço, em vez de celetistas”, observa Afonso. A arrecadação das contribuições sobre salários caiu de 5,63% do PIB em 2019 para 4,96% em 2024.

◉ A bomba-relógio fiscal

Dados da Pnad/IBGE revelam que 67,7 milhões de brasileiros contribuíam para a Previdência em dezembro de 2023 — cerca de 65,3% da população ocupada. Apesar do recorde, o percentual já foi mais alto e tende a cair com o envelhecimento da população.

O gasto previdenciário representa quase metade das despesas obrigatórias do governo. A projeção para 2025 é de R$ 1,130 trilhão, de um total de R$ 2,385 trilhões em gastos. Em 2029, esse valor pode alcançar R$ 1,375 trilhão.

Gabriel Leal de Barros, economista-chefe da ARX Investimentos, defende ajustes de curto prazo, como rever a política de valorização do salário mínimo, intensificar auditorias para coibir fraudes e avançar na digitalização da gestão dos benefícios. “Não é possível dar um aumento acima da inflação. Ou é isso ou é preciso desindexar o Orçamento público do salário mínimo”, afirmou ao Estadão.

◉ A pressão internacional e a lógica privatista

A ofensiva pelo desmonte do sistema público não é exclusividade do Brasil. “Muitos países estão repensando o trabalho e a proteção social. Na Europa, já foram adotadas medidas para retardar aposentadorias”, observa José Roberto Afonso.

Mas, segundo críticos, essas reformas frequentemente atendem à lógica fiscalista e aos interesses de grandes grupos econômicos. Ao abrir espaço para fundos privados e planos complementares, o Estado transfere para o mercado áreas historicamente tratadas como direitos sociais — um processo que transforma a seguridade em mercadoria.

Com a saída de Carlos Lupi do ministério, setores da mídia e do mercado parecem enxergar uma oportunidade para acelerar esse processo. A batalha que se desenha não é apenas fiscal: é política e ideológica, e diz respeito a quem deve garantir os direitos sociais dos brasileiros — o Estado ou os acionistas.

Fonte; Brasil 247 com reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo

Márcia Lopes deve assumir o Ministério das Mulheres nesta semana


Petista foi convidada por Lula e se reúne com o presidente nesta segunda para selar sua volta ao primeiro escalão

       Márcia Lopes (Foto: Agência Brasil)

A assistente social e ex-ministra Márcia Lopes deve ser anunciada ainda nesta semana como nova titular do Ministério das Mulheres. O convite foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira (2), por telefone, e confirmado pela própria Márcia em entrevista no sábado (3). “Recebi sim [o convite] e estarei em Brasília já na segunda-feira. À tarde falarei com o presidente Lula”, afirmou.

A informação foi revelada inicialmente pelo site PlatôBR e reforça os sinais de uma nova fase da reforma ministerial que Lula promete implementar em 2025. No mesmo dia do convite, o presidente se reuniu por cerca de 20 minutos com a atual ministra, Cida Gonçalves, que deixou o Palácio do Planalto sem falar com a imprensa, indicando que a transição está em curso.

Filiada ao PT desde os anos 1980, Márcia Lopes tem uma trajetória consolidada nas políticas sociais do partido. Ela ocupou o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome em 2010, durante o segundo mandato de Lula. Também foi uma das coordenadoras do grupo técnico de assistência social no governo de transição em 2022, ao lado da ministra do Planejamento, Simone Tebet, e da ex-ministra Tereza Campello. Márcia é irmã de Gilberto Carvalho, atual secretário nacional de Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho e ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

A troca no comando do Ministério das Mulheres deve marcar a sexta mudança no primeiro escalão do governo apenas em 2025. Na última sexta-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), pediu demissão em meio à crise provocada por denúncias de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS. Wolney Queiroz, então secretário-executivo da pasta, foi nomeado ministro no mesmo dia.

Outras mudanças relevantes ocorreram ao longo do ano. Em abril, Juscelino Filho (União Brasil) deixou o Ministério das Comunicações após denúncia da Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva. Pedro Lucas (União Brasil-MA) foi anunciado como substituto, mas recusou o cargo 12 dias depois, forçando o governo a nomear Frederico Siqueira, então presidente da Telebras.

Ainda em janeiro, Lula trocou o comando da Secretaria de Comunicação da Presidência, nomeando Sidônio Palmeira no lugar de Paulo Pimenta (PT-RS). Em fevereiro, a então ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi substituída por Alexandre Padilha, que deixou a Secretaria de Relações Institucionais para dar lugar a Gleisi Hoffmann, ex-presidente nacional do PT.

O retorno de Márcia Lopes ao governo reforça o compromisso de Lula com políticas públicas voltadas à proteção e promoção das mulheres e ocorre em meio a um processo mais amplo de reorganização política e administrativa da gestão federal. A reunião desta segunda-feira (6), em Brasília, deve oficializar sua nomeação.

 

Defesa se frustra com PEC dos militares travada no Congresso

Falta de empenho do governo Lula dificulta avanço da proposta que busca afastar militares da ativa da política antes das eleições de 2026

       Tomás Paiva e José Múcio (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que impede a candidatura de militares da ativa nas eleições segue paralisada no Congresso Nacional, frustrando integrantes do Ministério da Defesa e colocando em xeque a disposição do governo em despolitizar as Forças Armadas, informa o jornal O Globo.

Apresentada em outubro de 2023 pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), a PEC prevê que os militares que desejarem disputar eleições deverão passar imediatamente à reserva, medida considerada essencial para frear a crescente politização nas casernas. No entanto, apesar de aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ainda em novembro do mesmo ano, a proposta não avançou mais. Para ter validade nas eleições municipais de 2026, a emenda precisa ser promulgada até 4 de outubro de 2025, prazo que parece cada vez mais distante diante da atual apatia política.

◉ Defesa cobra, Planalto prioriza IR - Nos bastidores, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconhecem que as chances de a PEC entrar em vigor a tempo do próximo pleito são mínimas. A prioridade da articulação política no momento está concentrada na aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, uma bandeira com potencial eleitoral mais direto para 2026.

Apesar do esforço pontual do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, que vem atuando pessoalmente para sensibilizar senadores, a proposta não tem encontrado respaldo suficiente nem no Planalto, sob comando da ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), nem no próprio Jaques Wagner.

◉ Um antídoto contra novos 8 de janeiro? - A proposta nasceu em meio ao trauma institucional dos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. A PEC, elaborada no âmbito do Ministério da Defesa, é vista por uma ala do governo como um mecanismo de prevenção contra novas ameaças à democracia, ao desvincular a carreira militar da política eleitoral. Contudo, enfrenta resistência de setores ligados à base bolsonarista, sobretudo entre policiais militares que temem ser incluídos na restrição, o que elevou o desgaste da discussão.

Além disso, a escolha do senador Jorge Kajuru (PSB-GO) como relator também é alvo de críticas internas, por sua falta de trânsito político e experiência com temas constitucionais complexos. O parlamentar não se manifestou sobre o assunto.

◉ Promessa descumprida - O ministro José Múcio decidiu permanecer à frente da Defesa após receber de Lula a promessa de que o governo se empenharia na aprovação da PEC. Desde então, ele procurou Gleisi Hoffmann, Jaques Wagner e o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), para cobrar articulação. No entanto, diante da paralisia, cresce o desalento entre membros da pasta.

De forma reservada, assessores do ministério têm repetido um bordão com tom irônico, inspirado no título do filme de Walter Salles, vencedor do Oscar de melhor filme internacional: “Ainda estou aqui”. A frase reflete o sentimento de estagnação e de frustração com a ausência de avanço na pauta considerada crucial para o legado da gestão Múcio.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Atacada por Gilvan da Federal, Gleisi é vítima de ação coordenada nas redes sociais

Disparos em massa no WhatsApp associam falsamente a ministra à crise no INSS

        Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira/Ascom-SRI)

Um dia depois da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados recomendar a suspensão por seis meses do mandato do deputado Gilvan da Federal (PL-ES), uma rede de robôs foi ativada no WhatsApp para disseminar desinformação contra a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT). A movimentação ocorreu a partir das 6h da última quarta-feira (30), segundo levantamento da Palver, que monitora mais de 100 mil grupos públicos no aplicativo, relata a Folha de S. Paulo.

As mensagens seguem o padrão de campanhas digitais coordenadas já identificadas em outros episódios recentes de ataques a figuras públicas. Neste caso, a estratégia digital foi deflagrada logo após o escândalo envolvendo Gilvan, que durante uma sessão plenária chamou Gleisi de “prostituta”, ao mencionar o codinome “Amante” — expressão usada em documentos da Odebrecht entregues à Lava Jato. Gleisi foi absolvida por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesse processo em 2018.

◉ Disparos massivos e reaproveitamento de conteúdo antigo - As primeiras mensagens buscavam associar a ministra à atual crise no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mesmo sem nenhuma ligação factual. Links de reportagens antigas — principalmente de 2016 — foram reciclados para insinuar um suposto envolvimento de Gleisi em escândalos de corrupção.

A sequência de publicações visava construir uma narrativa que conectasse artificialmente a ministra aos desvios. As mensagens chegaram ao ponto de afirmar que Gleisi seria contra a saída do agora ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT), porque gostaria de “continuar roubando”. Nenhuma dessas afirmações se sustenta em fatos. Como ministra das Relações Institucionais, Hoffmann é responsável pela articulação política do governo com partidos da base, como o PDT, e não tem ingerência direta sobre a gestão do INSS.

◉ Vídeo antigo e manipulação de sentimentos - Ainda pela manhã, outro conteúdo ganhou impulso nos grupos: um vídeo de 2017 em que Gleisi é hostilizada por uma mulher dentro de um avião. A gravação, na qual a ministra é acusada de corrupção e de “roubar aposentados”, foi compartilhada como se fosse atual, sem qualquer contextualização sobre sua origem. O material havia sido objeto de uma decisão judicial em 2019, quando a autora do ataque foi condenada a indenizar a ministra por danos morais.

A circulação do vídeo foi essencial para reforçar a percepção de que há um clamor popular contra Gleisi, como se o episódio fosse um reflexo da revolta atual. Trata-se, porém, de um exemplo clássico de reaproveitamento de material antigo com objetivo de manipular emoções e reforçar narrativas falsas.

◉ Deturpação dos fatos e construção de “mártires” - Outro ponto da ofensiva digital foi a tentativa de reverter o foco da punição contra Gilvan da Federal. As mensagens passaram a afirmar que o deputado será suspenso por chamar Gleisi de “amante”, omitindo deliberadamente que o centro da acusação contra ele foi o uso do termo “prostituta” — ofensa que configura ataque de cunho misógino e violação do decoro parlamentar.

Essa distorção transforma o agressor em vítima de censura, criando uma figura de “mártir” injustiçado por ter, supostamente, denunciado corrupção. É uma engenharia narrativa eficiente e bem estruturada: primeiro, insinua-se a culpa de Gleisi com base em conteúdo descontextualizado; em seguida, reforça-se a suposta indignação popular com vídeos antigos; por fim, o deputado punido vira herói por ter “dito verdades”.

◉ Estratégia calculada e repetida - O mapeamento da Palver revela como os sentimentos de revolta são induzidos e organizados por grupos com atuação coordenada. As mensagens não afirmam diretamente as acusações, mas constroem blocos de conteúdo que conduzem o público a uma conclusão implícita, porém falsa. Gleisi Hoffmann é apresentada como símbolo de um sistema corrupto e seus algozes, mesmo que recorram a mentiras e ofensas, são alçados ao posto de “porta-vozes da verdade”.

Essa dinâmica de desinformação nas redes, baseada em manipulação emocional e distorção de fatos, é cada vez mais presente nas disputas políticas e tem efeitos concretos sobre a reputação de figuras públicas e o funcionamento das instituições democráticas.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Vereador bolsonarista propõe 'intervalo bíblico' nas escolas municipais de São Paulo

Projeto de lei permite parcerias com entidades religiosas e prevê momentos de reflexão, oração e leitura da Bíblia durante o horário escolar

       Lucas Pavanato (Foto: Reprodução)

O vereador Lucas Pavanato (PL), da cidade de São Paulo, protocolou um projeto de lei que prevê a criação de um “intervalo bíblico” nas escolas da rede municipal de ensino. A proposta, que insere práticas religiosas no ambiente escolar, foi revelada em primeira mão pela Folha de S.Paulo.

Segundo o texto apresentado por Pavanato, o objetivo do intervalo é promover “reflexão, leitura das escrituras sagradas, meditação, oração e compartilhamento de experiências pessoais, embasadas em valores bíblicos”. A participação não seria obrigatória e dependeria da anuência da administração da escola e dos próprios estudantes. Além disso, o projeto prevê a possibilidade de a atividade ser conduzida tanto pelos alunos quanto por “representantes por eles convidados”.

A proposta também abre margem para parcerias com instituições religiosas, permitindo que igrejas ou organizações confissionais participem da execução dessas atividades dentro das escolas públicas.

Em defesa do projeto, Pavanato argumenta que a medida não fere o princípio da laicidade do Estado. “A laicidade não é sinônimo de hostilidade à fé. O que propomos é um espaço de liberdade e não de imposição”, declarou o vereador em suas redes sociais.

No entanto, especialistas e juristas ressaltam a importância do Estado laico como um dos pilares da Constituição Federal. A laicidade garante que o poder público não privilegie nem discrimine nenhuma religião, protegendo a liberdade de crença e assegurando que o ambiente escolar seja plural, neutro e inclusivo para estudantes de todas as origens religiosas — ou sem religião. Qualquer ação que envolva manifestações religiosas em instituições públicas, segundo esses especialistas, deve ser cuidadosamente analisada para não ferir esse princípio constitucional.

Críticos da proposta alertam para o risco de exclusão e discriminação de estudantes que não compartilham da mesma crença, além de possíveis conflitos com o princípio constitucional da separação entre Estado e religião. Especialistas em educação e direito constitucional devem ser ouvidos em debates posteriores na Câmara Municipal.

O projeto ainda precisa passar pelas comissões internas da Câmara e ser votado em plenário. Caso seja aprovado, o “intervalo bíblico” será incorporado ao cotidiano das escolas municipais, com regras definidas por cada unidade em acordo com a Secretaria Municipal de Educação.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Após federação, União Brasil e PP podem sofrer debandada

Federação entre siglas do Centrão provoca crise interna e pode reforçar PL com dissidentes que temem perder controle local em 2026

         Ciro Nogueira (Foto: Andressa Anholete / Agência Senado)

Parlamentares do União Brasil e do Progressistas (PP) já se articulam para deixar seus partidos após a formalização da federação entre as duas siglas, ocorrida nesta semana. Segundo o Metrópoles, há incômodo de diversos congressistas diante do novo arranjo de forças imposto pela aliança.

Embora a federação represente uma espécie de fusão temporária, válida por pelo menos quatro anos, com unificação de decisões sobre recursos eleitorais e candidaturas, muitos parlamentares veem a iniciativa como uma ameaça à sua autonomia política, especialmente nos estados onde perderão influência para lideranças adversárias internas. O temor é que esses rivais passem a controlar a distribuição do fundo eleitoral e a definição das chapas nas eleições de 2026.

Sob condição de anonimato, parlamentares expressaram preocupação com a chamada “partilha” do país promovida entre as cúpulas dos dois partidos. Ficou estabelecido um mapa de comando político nos estados, com a federação sendo presidida pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara dos Deputados.

A nova estrutura prevê que a direção nacional da federação controle diretamente os três maiores colégios eleitorais do país — São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro — além do Distrito Federal, Maranhão, Paraíba, Sergipe e Tocantins. Nos demais estados, a liderança será dividida: o PP, comandado pelo senador Ciro Nogueira (PI), ficará com Acre, Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina. Já o União Brasil, presidido por Antônio de Rueda, controlará as articulações no Ceará, Goiás, Amazonas, Bahia, Amapá, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Norte e Rondônia.

A insatisfação já se reflete em movimentações nos bastidores. O PL, de Jair Bolsonaro, é o destino mais cogitado por eventuais dissidentes. A sigla bolsonarista pode ser fortalecida por essa debandada, principalmente com a abertura da janela partidária, período em que parlamentares podem trocar de partido sem perder o mandato.

Atualmente, União Brasil e PP somam juntos 109 deputados — 59 da primeira legenda e 50 da segunda —, além de 13 senadores. Com essa união, o novo megabloco do Centrão ultrapassa o PL na Câmara e passa a ter direito à maior fatia do fundo eleitoral, consolidando-se como uma força determinante nas alianças para a eleição presidencial e estaduais de 2026.

Enquanto a cúpula celebra a criação do novo bloco, o descontentamento de parte da base já começa a colocar em xeque a estabilidade da federação. As próximas semanas serão decisivas para medir o tamanho da crise interna e os efeitos práticos da estratégia que visava criar um gigante político no coração do Centrão.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Homem apontado como líder de plano de ataque em show de Lady Gaga é liberado após pagar fiança

Detido por porte ilegal de arma no RS, suspeito foi autuado em flagrante e solto

       Lady Gaga em show no Rio (Foto: Kevin Mazur/WireImage/Getty Images )

Um homem investigado por liderar um plano de ataque a bomba durante o show da cantora Lady Gaga, realizado no último sábado (3) em Copacabana, no Rio de Janeiro, foi liberado após pagar fiança no Rio Grande do Sul. Segundo informações divulgadas pela CNN Brasil, ele foi preso em flagrante por porte ilegal de arma durante a “Operação Fake Monster”, conduzida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro em parceria com o Ministério da Justiça.

A operação teve como objetivo impedir um atentado coordenado que envolveria o uso de explosivos improvisados, como coquetéis molotov. Os investigadores afirmam que o grupo envolvido planejava o ataque como parte de um “desafio coletivo”, buscando visibilidade em redes sociais.

No total, 13 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso. Em solo gaúcho, as ações ocorreram nas cidades de São Sebastião do Caí e Novo Hamburgo, com o apoio de diversas delegacias regionais e especializadas.

Em um dos endereços no RS, o homem apontado como líder do grupo foi preso por porte ilegal de arma de fogo. Apesar da gravidade das acusações e da autuação em flagrante, ele foi liberado após pagamento de fiança, o que gerou repercussão entre os investigadores.

Paralelamente, um adolescente foi apreendido no Rio de Janeiro. Além da ligação com o plano criminoso, ele também é investigado por armazenamento de pornografia infantil. Segundo a Polícia Civil, os dois suspeitos faziam parte de um grupo extremista que utilizava redes sociais para recrutar jovens e disseminar conteúdos violentos, como crimes de ódio, apologia à automutilação, pedofilia e discursos de intolerância.

De acordo com a Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Polícia Civil do Rio, o monitoramento da atuação desse grupo começou após o mapeamento de comunidades online com perfil radicalizado, nas quais adolescentes interagiam em torno de desafios perigosos e criminosos. O objetivo declarado dos integrantes era obter notoriedade nas redes.

“Eles buscavam não apenas causar pânico, mas também alimentar um ciclo de validação entre si, promovendo violência como forma de aceitação no grupo”, informou um agente da Ssinte sob condição de anonimato.

Durante a operação, foram apreendidos computadores, celulares e outros dispositivos eletrônicos que agora passam por perícia. O conteúdo encontrado nesses equipamentos poderá ajudar a identificar novos integrantes da organização, além de mapear a estrutura de atuação e as conexões com outros grupos extremistas.

Apesar do susto, o show de Lady Gaga ocorreu sem incidentes, reunindo mais de um milhão de pessoas na Praia de Copacabana e sendo considerado um dos maiores eventos musicais da artista.

As investigações seguem em andamento, e a Polícia Civil não descarta novas prisões. O Ministério da Justiça destacou que a cooperação entre estados foi fundamental para frustrar a ação e evitar uma tragédia de grandes proporções.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

domingo, 4 de maio de 2025

Rogério Correia pede busca e apreensão de armas de fogo de deputado bolsonarista que levou fuzil à Câmara

Representação a aponta violação das normas da Câmara após parlamentar do PL levar fuzil e pistola para o Congresso

        Rogério Correia (Foto: Kayo Magalhaes / Agência Câmara)

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) apresentou neste sábado (3/5) uma representação com pedido de urgência para que sejam apreendidas armas de fogo em posse do deputado Delegado Caveira (PL-PA), especialmente armamentos de uso restrito supostamente armazenados no gabinete dele na Câmara dos Deputados.

O pedido de Correia é baseado em um episódio ocorrido nesta semana, quando o parlamentar do PL levou um fuzil calibre 5.56mm e uma pistola calibre .40 às dependências da Casa, exibindo as armas a visitantes e assessores, segundo a denúncia.

No vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais, Delegado Caveira aparece ao lado do vereador bolsonarista Zezinho Lima (PL-PA), empunhando armas de fogo. A legenda afirma: “Somos armamentistas. Defendemos o porte de arma para o cidadão de bem. Ele, no Congresso Nacional, e eu, na Câmara Municipal de Belém”.

Rogério Correia afirma que “o porte de armas de fogo de uso restrito nas dependências da Câmara, além de violar as normas de segurança da Casa, configura afronta à Mesa e todos os Deputados, sendo incompatível com o regular funcionamento da Casa Legislativa sob a égide do Estado Democrático de Direito”.

A representação ressalta que o uso de armamento dentro da Câmara só pode ocorrer mediante autorização expressa da Polícia Legislativa, o que, segundo o petista, não ocorreu. “Contudo, o ingresso de armas nas dependências da Câmara, especialmente armas de guerra, está condicionado ao acautelamento prévio das armas junto ao Departamento de Polícia Legislativa”, destacou o deputado no documento.

Além do pedido de busca e apreensão, Correia solicitou a comunicação imediata dos fatos à Corregedoria Parlamentar, a abertura de processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, e o envio do caso à Procuradoria-Geral da República (PGR), para apuração de possível crime.

O episódio é considerado inédito na história da Câmara dos Deputados, que conta com detectores de metal e protocolos rígidos de segurança, não acionados neste caso. Delegado Caveira é policial civil licenciado, categoria que possui porte de arma, mas está sujeita a limitações quanto ao porte ostensivo em ambientes públicos e institucionais. A Câmara dos Deputados ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

Fonte: Brasil 247

Liana Cirne Lins após ameaça de bomba no show de Lady Gaga: ‘o bolsonarismo tem um legado que é sombrio e mortal’

De acordo com a parlamentar, 'que também é jurista, a extrema-direita adota discurso de ódio e tenta disfarçar como liberdade de expressão'

        Liana Cirne Lins (Foto: Reprodução)

Jurista e professora de Direito Processual, a vereadora do Recife (PE) Liana Cirne Lins publicou neste domingo (4) uma mensagem, com o objetivo de alertar a população brasileira e autoridades do Judiciário, após ser constatada uma ameaça de bomba neste sábado (3) no show da cantora Lady Gaga, município do Rio de Janeiro.

“O discurso de ódio, que a extrema-direita tenta disfarçar como ‘liberdade de expressão’, é mortal. O plano de atentado terrorista com bombas no show da Lady Gaga, no Rio de Janeiro, motivado unicamente pelo ódio à comunidade LGBT, evidencia o legado sombrio do bolsonarismo”, escreveu a parlamentar na rede social X.

Policiais prenderam um homem foi preso no Rio Grande do Sul por porte ilegal de arma e um adolescente no Rio por armazenar imagens de exploração sexual infantil. Pelo menos 9 pessoas foram alvo de busca e apreensão em Campo Novo do Parecis (MT); Rio, Duque de Caxias e Niterói (RJ); São Sebastião do Caí (RS); e Cotia, São Vicente e Vargem Grande Paulista (SP).

Casos de terrorismo vêm chamando atenção de autoridades brasileiras nos últimos anos. Em 2024, Francisco Wanderley Luiz foi responsável por duas explosões que aconteceram nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília (DF). Ele acabou morrendo vítima do próprio ato de terrorismo. O bolsonarista era filiado ao PL, partido de Jair Bolsonaro, que é réu no inquérito do plano golpista e pode ser preso.

Em 2022 houve uma denúncia de bomba em um caminhão-tanque nas proximidades do Aeroporto de Brasília. George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos Rodrigues foram condenados.

George foi preso em 24 de dezembro do ano passado, no mesmo dia da tentativa do atentado à bomba. Ele foi condenado, inicialmente a 9 anos e 4 meses de prisão, em regime fechado, mais multa. Conforme pena fixada pela 8ª Vara Criminal de Brasília, a pena subiu para para 9 anos e 8 meses e 7 dias de reclusão, mantido o regime fechado, mais o pagamento de multa.

Alan tinha sido condenado a uma pena de 5 anos e 4 meses de prisão, além de multa. A condenação ficou em 5 anos, mais multa, após decisão do Judiciário de Brasília.
Fonte: Brasil 247

Gleisi diz que fim da escala 6x1 será uma das prioridades do governo Lula no Congresso

“Com diálogo e decisão política, é possível avançar”, disse a ministra

        Ministra Gleisi Hoffmann 10/03/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou que o fim da escala 6x1 será uma das prioridades do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional. Em pronunciamento à nação na última quarta-feira (30), Lula defendeu o debate sobre a redução da jornada de trabalho e disse que “está na hora do Brasil dar esse passo”.

Segundo Gleisi, o projeto que prevê o fim da escala 6x1 será encaminhado às comissões pertinentes para ampliar o debate público. “A redução da jornada dos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil será uma de nossas prioridades junto ao Congresso Nacional. O debate sobre o fim da escala 6x1, que limita a vida além do trabalho, será encaminhado junto às comissões pertinentes, para envolvermos a sociedade e todos os setores abrangidos pelo tema”, disse.

A ministra completou afirmando que é possível avançar com a proposta através do diálogo. “Queremos ouvir a todos(as)! Com diálogo e decisão política, é possível avançar sim. Mais empregos, desenvolvimento e mais justiça para os trabalhadores(as) é o que precisamos promover”, concluiu.

O fim da escala de trabalho 6x1 por uma das principais reivindicações das centrais sindicais durante as manifestações do Dia do Trabalhador, na última quinta-feira (1º). A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a mudança na jornada de trabalho foi apresentada pela deputada Erika Hilton (Psol-SP) e ganhou força após repercutir nas redes sociais. A PEC foi protocolada na Câmara dos Deputados no início do ano.

 

Fonte: Brasil 247

Visita de representante do governo Trump visa cooperação internacional e não sanções contra Moraes

Anunciada por Eduardo Bolsonaro como uma missão de sanções, a visita de David Gamble já havia sido organizada pelo governo brasileiro

       Alexandre de Moraes (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)

A viagem de David Gamble, coordenador do escritório de sanções do Departamento de Estado dos Estados Unidos, ao Brasil, tem gerado controvérsias no cenário político brasileiro. Embora tenha sido divulgada pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro como uma missão para discutir possíveis sanções contra autoridades brasileiras, como o ministro Alexandre de Moraes, a verdadeira razão da viagem é bem diferente. Segundo a coluna do jornalista Jamil Chade, do UOL,, a viagem já havia sido organizada pelo próprio governo brasileiro e está inserida em um acordo de cooperação entre os dois países no combate ao crime organizado.

Desde a última sexta-feira, Bolsonaro tem feito declarações sobre o intuito da viagem de Gamble, alegando que o coordenador de sanções viria ao Brasil para discutir medidas que a administração Trump estaria considerando adotar contra o Brasil. Contudo, a informação não revela o papel da missão, que na verdade faz parte de uma agenda oficial de colaboração internacional.

Além de encontros com representantes do governo brasileiro, incluindo o Itamaraty e o Ministério da Justiça, Gamble também terá uma agenda com outros órgãos federais. A viagem é parte de um esforço conjunto para ampliar o combate ao crime organizado, especialmente em relação ao tráfico de drogas e atividades do PCC, uma das gangues criminosas mais influentes. No mês de abril, outra missão semelhante foi realizada pelos Estados Unidos, e no mesmo período, a polícia americana anunciou a prisão de 18 brasileiros, supostamente envolvidos com atividades do PCC em território americano.

Recentemente, a Polícia Federal também assinou um acordo com os Estados Unidos para fortalecer a luta contra o crime organizado, com foco na troca de informações entre as duas nações. O próprio governo de Donald Trump destacou essa parceria como um avanço na cooperação internacional contra o crime.

Apesar disso, o governo brasileiro tem demonstrado desconfiança em relação às declarações de Eduardo Bolsonaro sobre a visita e procurou o Departamento de Estado dos EUA para esclarecer se a agenda de Gamble se estenderia a questões além do combate ao crime, como as sanções mencionadas pelo deputado. Até o momento, o Departamento de Estado não se pronunciou sobre o assunto, assim como a Embaixada dos EUA no Brasil, que também manteve silêncio sobre as alegações de Bolsonaro.

Nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro tem tentado articular uma ação contra autoridades brasileiras dentro do Congresso, aproveitando a proximidade com figuras mais radicais do trumpismo. A aposta dos bolsonaristas é que o governo Trump adote uma postura similar àquela adotada contra o procurador-geral do Tribunal Penal Internacional, uma medida que ganhou repercussão no início do governo Trump.

Em Brasília, o governo federal mantém uma postura cautelosa e se dedica a preservar o diálogo com os Estados Unidos em áreas de possíveis divergências, como imigração e comércio. O Brasil tem adotado uma postura moderada nas reuniões da ONU e da OMC, buscando evitar que questões políticas internas do Brasil, como as impulsionadas por Eduardo Bolsonaro, interfiram nas relações bilaterais.

O governo brasileiro se prepara para reagir, caso uma sanção contra Alexandre de Moraes seja efetivamente imposta, considerando que isso representaria um ataque às instituições do país. Nesse cenário, Bolsonaro, enquanto isso, se dedica a fomentar a narrativa de uma suposta ditadura no Brasil, procurando alinhar-se com os setores mais radicais do Congresso americano. Suas visitas são frequentemente acompanhadas por Paulo Figueiredo, neto do ex-ditador João Figueiredo, estreitando laços com figuras controversas dentro do cenário político dos EUA.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL