sábado, 12 de julho de 2025

Governo Lula encomenda pesquisas para medir impacto político da tarifa de Trump

Planalto quer avaliar como opinião pública reage à taxação de 50% sobre produtos brasileiros e estuda responsabilizar Bolsonaro pelo prejuízo

Donald Trump e Jair Bolsonaro foram alvos dos manifestantes (Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil)

Palácio do Planalto encomendou pesquisas de opinião para avaliar o impacto político da tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A informação foi revelada pela coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, e confirma que o governo Lula está atento não apenas aos efeitos econômicos da medida, mas também à sua repercussão na imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de seu principal adversário, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com a apuração, o objetivo das sondagens é compreender a percepção da população sobre o episódio e calibrar a resposta política. O governo avalia que a taxação pode ser usada como ferramenta de comunicação estratégica, especialmente ao vincular a decisão de Trump ao alinhamento ideológico de Bolsonaro com o republicano norte-americano.

Desde o anúncio da sobretaxa, ministros da articulação política passaram a explorar o tema nas redes sociais. Na noite da última quarta-feira (9/7), nomes como Sidônio Palmeira, da Secretaria de Comunicação (Secom), e Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, reforçaram o discurso de que o ex-presidente é corresponsável pelo desgaste nas relações entre Brasil e Estados Unidos. “Enquanto Lula quer taxar os super-ricos, Bolsonaro quer taxar o Brasil”, publicou Gleisi em seu perfil. Sidônio seguiu a mesma linha, afirmando que “a irresponsabilidade bolsonarista está custando caro ao país”.

A estratégia do Planalto é transformar um revés comercial em um ativo político para o campo progressista. A equipe de comunicação do governo acredita que há margem para responsabilizar Bolsonaro pelo clima de tensão entre os dois países, sobretudo por seu histórico de subordinação a Trump e sua tentativa de influenciar o processo eleitoral americano em 2020.

Além da ofensiva digital, o Planalto pretende usar os dados das pesquisas para orientar discursos, entrevistas e até peças publicitárias. A ideia é reforçar a imagem de Lula como um estadista que atua em defesa da soberania nacional e dos interesses econômicos do Brasil, em contraponto à política externa “ideológica e subserviente” de seu antecessor.

Internamente, há a percepção de que setores como o agronegócio e a indústria podem ser especialmente afetados pelas novas tarifas e que, nesses segmentos, a narrativa de que Bolsonaro é parte do problema pode ganhar tração. A depender dos resultados das sondagens, o governo pode ampliar sua ofensiva contra o ex-presidente, explorando o episódio como símbolo do "custo Bolsonaro" nas relações exteriores.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

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