
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o processo judicial contra Jair Bolsonaro (PL). Em tom contundente, a ministra afirmou que “o período de submissão do Brasil aos interesses norte-americanos ficou restrito ao governo Bolsonaro”.
Gleisi destacou que o ex-presidente responde na Justiça por crimes que cometeu e rejeitou qualquer alegação de perseguição política. “Não se pode falar em perseguição quando o país cumpre o devido processo legal”, afirmou a ministra, referindo-se ao julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal (STF).
A ministra foi enfática ao sugerir que Trump deveria se concentrar em seus próprios problemas: “Trump deveria cuidar dos próprios problemas, que não são poucos”.
Ela ainda reforçou a necessidade de respeito à soberania brasileira e às instituições nacionais, afirmando que o presidente estadunidense “está equivocado se pensa que pode interferir no processo judicial brasileiro”.
O posicionamento de Gleisi Hoffmann ecoou a resposta dada pelo presidente Lula (PT) nas redes sociais. Em publicação no X, o petista escreveu: “A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja”.
As declarações ocorrem em um momento delicado das relações Brasil-EUA, com Trump demonstrando apoio público a Bolsonaro em sua rede social Truth Social: “O grande povo do Brasil não vai tolerar o que estão fazendo com seu ex-presidente. Vou acompanhar muito de perto essa CAÇA ÀS BRUXAS contra Jair Bolsonaro”.
Trump, que também enfrenta diversos processos judiciais em seu país, chegou a afirmar que Bolsonaro “não é culpado de nada” e criticou a atuação do STF. As falas foram interpretadas pelo governo brasileiro como ingerência em assuntos internos.
O caso contra Bolsonaro, que está na fase de alegações finais sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, investiga suposta tentativa de golpe de Estado após a derrota eleitoral em 2022. Até o momento, o processo já resultou na condenação de 497 pessoas, com oito absolvições.
Fonte: DCM
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