domingo, 24 de agosto de 2025

Tarcísio muda tom do discurso e considera disputar a Presidência em 2026, ao mesmo tempo que mantém aberta a chance de reeleição

Governador de São Paulo avalia reeleição ou disputa presidencial e intensifica articulação política com aliados e empresários

Tarcísio de Freitas usa boné com slogan da campanha de Donald Trump (Foto: Reprodução/YouTube)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem adotado uma estratégia para manter abertas duas possibilidades em 2026: buscar a reeleição no Estado ou disputar a Presidência da República.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, Tarcísio já iniciou conversas com marqueteiros, promove mudanças em sua comunicação e ajusta o tom de seus discursos para além das fronteiras paulistas.

A preparação antecipada visa evitar que o governador parta do zero em uma eventual corrida presidencial. O plano é chegar ao momento da decisão com discurso, equipe e articulação política prontos para sustentar um projeto nacional. Caso escolha disputar o Planalto, Tarcísio será obrigado a deixar o governo paulista em abril de 2026.

⊛ Entre São Paulo e Brasília

Embora reitere que sua prioridade é a reeleição em São Paulo, onde acredita ter condições tranquilas de vitória, Tarcísio mudou o tom em relação à disputa presidencial. Hoje, admite a possibilidade de concorrer, desde que haja um pedido explícito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem reafirma lealdade.

Nos bastidores, emissários do governador já procuraram nomes como Chico Mendez e Paulo Vasconcelos para sondagens informais sobre a eleição. A tendência, segundo aliados, é que Tarcísio repita a parceria com Pablo Nobel, responsável por sua campanha vitoriosa em 2022.

Em nota, o Palácio dos Bandeirantes afirmou que não há emissários escolhendo equipe em nome do governador. “Essa decisão é exclusiva de Tarcísio de Freitas, que é quem dialoga e escolhe sua equipe”, informou a assessoria.

⊛ Comunicação e articulação com empresários

O governador tem reforçado a presença em eventos do mercado financeiro e em encontros reservados com empresários. Nessas reuniões, apresenta diagnósticos sobre os desafios do Brasil, defende medidas para estimular o crescimento econômico e critica o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A guinada de Tarcísio também se reflete no tom dos pronunciamentos. Se no início da gestão evitava ataques frontais, agora o governador adota discurso mais beligerante. Em fórum do Banco BTG Pactual, afirmou que “o Brasil não aguenta mais Lula”.

“Estamos há 40 anos discutindo a mesma pessoa. O Brasil não aguenta mais excesso de gasto. O Brasil não aguenta mais, não tolera mais aumento de imposto. O Brasil não aguenta mais corrupção. O Brasil não aguenta mais o PT. O Brasil não aguenta mais o Lula”, declarou Tarcísio.

⊛ Pressão do Centrão e o fator Bolsonaro

A indefinição do governador ocorre em meio ao aumento da pressão para que dispute a Presidência. Lideranças do Centrão avaliam que será difícil resistir. Aliados de Bolsonaro consideram que as mensagens extraídas do celular do ex-presidente — reveladas pela Polícia Federal — fortalecem Tarcísio como sucessor natural e enfraquecem a tese de que Bolsonaro pretende lançar um membro da família.

Um aliado próximo pondera, contudo, que o governador só entrará na corrida caso “os astros estejam alinhados”: apoio dos principais partidos da direita e centro-direita, endosso explícito de Bolsonaro e um ambiente político favorável diante da avaliação da gestão petista. Como lembram pessoas próximas, Lula é um adversário de peso e “sabe ganhar eleição”.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

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