Dados da PNAD Contínua 2024 do IBGE revelam que o Brasil possui apenas 92 homens para cada 100 mulheres, confirmando a queixa recorrente de mulheres acima de 40 anos sobre a escassez de parceiros. A diferença torna-se mais acentuada em faixas etárias avançadas: no Rio de Janeiro, entre pessoas com mais de 60 anos, há apenas 70 homens para cada 100 mulheres, enquanto em São Paulo a proporção é de 77 para 100.
O analista do IBGE William Kratochwill explicou o fenômeno: “Nascem mais homens do que mulheres, mas, ao longo da vida, os homens tendem a morrer mais cedo, sobretudo por mortes violentas e acidentes”. Já as mulheres têm maior longevidade “porque tendem a se cuidar mais”. O último Censo (2022) já mostrava 6 milhões de mulheres a mais na população brasileira.
As exceções são Tocantins (105,5 homens/100 mulheres) e Santa Catarina (100,9/100), onde atividades como agronegócio e mineração atraem mão de obra masculina. Globalmente, a tendência se repete: nascem 3% a 5% mais homens, mas a maior exposição masculina a riscos e menor cuidado com a saúde invertem a proporção na idade adulta.
O professor Paul Dolan, da London School of Economics, oferece uma perspectiva inusitada: “Mulheres solteiras e sem filhos tendem a ser mais felizes e saudáveis do que as casadas”. Segundo ele, homens beneficiam-se mais do casamento ao ganharem apoio emocional e cuidados, enquanto mulheres frequentemente acumulam sobrecarga de tarefas domésticas e profissionais.
Fonte: DCM
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