domingo, 24 de agosto de 2025

Governo e STF avaliam que julgamento de Bolsonaro pode ser pretexto para Trump impor novas sanções ao Brasil



Condenação do ex-presidente pode intensificar pressões de Donald Trump contra o País

Supremo Tribunal Federal e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Divulgação I Ueslei Marcelino / Reuters)

 Integrantes do governo Lula (PT) e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão atentos às possíveis consequências do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro , previsto para setembro. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, há preocupação de que Donald Trump intensifique sanções econômicas e restrições a autoridades brasileiras como resposta ao processo que apura a tentativa de golpe atribuída a Bolsonaro.

De acordo com a publicação, membros do STF e do Executivo avaliam que Washington utiliza o discurso de “perseguição judicial” ao ex-presidente como justificativa para ampliar a pressão sobre o Brasil, com o objetivo de gerar instabilidade política e fragilizar tanto o tribunal quanto o governo Lula, em um ambiente já marcado por tensões diplomáticas.

◉ Medidas de Trump e impacto no Brasil

O governo americano já impôs sobretaxa de 50% a produtos brasileiros e aplicou sanções individuais contra ministros do STF, entre eles Alexandre de Moraes, sob o argumento de abuso judicial contra Bolsonaro. Apesar disso, interlocutores de Lula afirmam que a Corte não se deixará intimidar por retaliações externas.

Nos bastidores, autoridades brasileiras avaliam que Donald Trump ainda dispõe de instrumentos adicionais de pressão, como a extensão das sanções a outros magistrados e seus familiares. Embora tais medidas sejam vistas como de baixo impacto prático — já que poucos ministros mantêm patrimônio nos Estados Unidos —, a preocupação recai sobre os efeitos simbólicos e financeiros, especialmente em relação ao sistema bancário e às reservas em dólar.

Para tentar conter danos, membros do governo e da Corte vêm buscando interlocução com banqueiros e políticos a fim de compreender os impactos da Lei Magnitsky — legislação americana usada para sancionar indivíduos acusados de corrupção ou violações de direitos humanos.

◉ Gleisi Hoffmann critica Bolsonaro e Trump

A ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, foi uma das vozes mais duras contra a ofensiva americana. Em publicação nas redes sociais, ela afirmou:

“A especulação com o valor das ações dos bancos é mais uma parcela do Custo Bolsonaro, que recai sobre o país desde que ele se aliou a Trump para fugir do julgamento por seus crimes.”

Gleisi também responsabilizou Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo pelas retaliações:

“Quem agrediu o sistema financeiro no Brasil foi Donald Trump, provocado por Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo. O ministro Flávio Dino tomou uma decisão em defesa da soberania nacional, das nossas leis e até dos bancos que operam em nosso país.”

◉ Perspectivas

O julgamento de Bolsonaro promete ser um marco não apenas para a política interna, mas também para as relações exteriores brasileiras. Enquanto o governo Lula busca alternativas para mitigar os efeitos de uma possível escalada, a tensão com os Estados Unidos se consolida como um dos maiores desafios diplomáticos deste momento.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

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