quinta-feira, 10 de julho de 2025

'Burrice econômica e 100% política', diz Mendonça de Barros sobre tarifa de Trump contra o Brasil

Economista vê impacto limitado no agro, mas alerta para efeito nos EUA

Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington - 28/04/2025
Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington - 28/04/2025 (Foto: REUTERS/Leah Millis)

O economista José Roberto Mendonça de Barros criticou duramente a medida do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs tarifas a produtos brasileiros. De acordo com a coluna da jornalista Míriam Leitão, de O Globo, Mendonça de Barros avalia que a decisão é burra do ponto de vista econômico e 100% política’.

Segundo Mendonça de Barros, o agronegócio brasileiro tende a não ser fortemente afetado por essa decisão, especialmente no que diz respeito a itens como café e suco de laranja, que são exportados aos EUA em larga escala. Ele pondera que os norte-americanos não têm como substituir, no curto prazo, esses dois produtos vindos do Brasil. No entanto, avalia que deve haver uma redução no fluxo de vendas do café à espera dos próximos movimentos do governo dos EUA.

O economista também destacou que a exportação de carnes brasileiras vinha crescendo em razão de uma limitação na produção doméstica dos EUA. Com a adoção da tarifa, o reflexo deve ser direto no bolso dos consumidores norte-americanos uma vez que a taxação dos produtos brasileiros, se confirmada, vai aparecer nos supermercados americanos.

Mendonça de Barros sublinhou ainda que os maiores volumes da pauta exportadora agrícola do Brasil, como a soja, têm como principal destino a China. Para ele, isso ocorre porque os próprios Estados Unidos já são grandes produtores desse tipo de commodity, o que reduz a relevância desse mercado específico para o Brasil nesse setor.

Em relação à indústria, o economista explicou que as exportações brasileiras de produtos não agrícolas aos EUA funcionam de maneira complementar à produção americana. Ele citou, por exemplo, as placas de aço utilizadas pela indústria automobilística e os aviões da Embraer, que são importantes para as companhias aéreas dos Estados Unidos.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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