sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Presa na Itália, Zambelli reclama de falta de xampu, mas votou contra distribuição de absorventes a detentas

Deputada do PL está detida na Itália e enfrenta processo de extradição

Carla Zambelli (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa desde o final de julho em Roma, na Itália, alegou dificuldades financeiras para comprar itens de higiene pessoal, como xampu, no presídio onde cumpre prisão preventiva. A informação foi divulgada pela repórter Márcia Dantas e repercutida pelo portal PlatôBR, que também destacou que, em 2022, Zambelli votou a favor do veto do então presidente Jair Bolsonaro (PL) que impedia a distribuição gratuita de absorventes íntimos a mulheres em situação de vulnerabilidade, incluindo presidiárias.

Segundo a reportagem, Zambelli não teria condições de adquirir um frasco de xampu no valor de dez euros. Seu pai relatou que a família enfrenta dificuldades financeiras. A deputada, que aguarda decisão da Justiça italiana sobre sua extradição para o Brasil, chegou a ter uma audiência cancelada no dia 13 de agosto, após passar mal.

✱ Histórico no Congresso

Em 2022, Zambelli foi uma das 25 parlamentares que apoiaram o veto de Bolsonaro à lei que previa a distribuição gratuita de absorventes para estudantes de baixa renda em escolas públicas, pessoas em situação de rua ou extrema vulnerabilidade e mulheres presas ou em cumprimento de medida socioeducativa.

O veto, contudo, foi amplamente rejeitado pelo Congresso Nacional: na Câmara dos Deputados, 426 parlamentares votaram contra a decisão presidencial, e no Senado, apenas um voto foi favorável à manutenção da medida.

✱ Situação atual na Itália

A prisão de Zambelli ocorreu no fim de julho deste ano, em Roma. Ela permanece detida enquanto a Justiça italiana avalia se a parlamentar será extraditada para o Brasil ou se continuará respondendo ao processo no país europeu.

Fonte: Brasil 247 com informações do portal PlatôBR

O que se sabe sobre a investigação da PF contra Silas Malafaia


O pastor Silas Malafaia – Foto: Reprodução

O pastor evangélico Silas Malafaia está sob investigação da Polícia Federal, segundo informou a GloboNews. Ele foi incluído no mesmo inquérito que apura obstrução de Justiça e envolve Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo.

Em vídeo publicado no X (antigo Twitter), Malafaia disse que soube da investigação pela emissora e afirmou não ter recebido qualquer notificação oficial. Ele criticou o que chamou de vazamento seletivo e acusou a PF de atuar politicamente a serviço do presidente Lula e do ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, a inclusão no inquérito cita crimes como obstrução de Justiça, coação no curso do processo, organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático e ações ligadas a sanções internacionais contra o Brasil.


Malafaia nega envolvimento e relaciona a investigação a críticas que faz há anos contra Alexandre de Moraes. Ele também organizou, em 3 de agosto, um ato em apoio a Bolsonaro, no qual o ex-presidente participou por vídeo, descumprindo decisão do STF. No dia seguinte, Bolsonaro teve prisão domiciliar decretada.

No dia 14 de agosto, o pastor voltou a pedir publicamente o impeachment, julgamento e prisão de Moraes.

O inquérito

Aberto em maio, o inquérito apura ações contra autoridades, o Supremo Tribunal Federal e agentes públicos, além de tentativas de provocar sanções internacionais contra o Brasil. Conforme despacho de Alexandre de Moraes, os investigados teriam buscado dificultar o andamento do processo em que Bolsonaro responde por tentativa de golpe de Estado. Entre os crimes investigados estão coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Fonte: DCM com informações da GloboNews

Ex-chefe da PRF Silvinei Vasques é condenado por favorecer Bolsonaro em 2022


O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, e o ex-presidente Jair Bolsonaro – Reprodução

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi condenado por improbidade administrativa e deverá pagar uma multa de R$ 546,6 mil. A decisão foi tomada de forma unânime pela 8ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), que reformou a sentença de primeira instância.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF-RJ), ele utilizou a estrutura da PRF para promover, de forma indevida, a reeleição do então presidente Jair Bolsonaro (PL) durante as eleições de 2022.

De acordo com o tribunal, o ex-diretor se valeu de sua posição para realizar atos com caráter político-partidário, violando os princípios da administração pública, como legalidade, impessoalidade e moralidade.

As ações apontadas na decisão incluem:

  • Entrevistas e publicações nas redes sociais com o uso do uniforme e símbolos da PRF;
  • Participação em eventos oficiais com mensagens de apoio ao então presidente;
  • Pedido explícito de voto na véspera do segundo turno das eleições.
Um dos episódios mais emblemáticos foi a entrega de uma camisa do Flamengo com o número 22 (o mesmo número de Bolsonaro nas urnas) ao então ministro da Justiça, Anderson Torres, durante uma cerimônia oficial. Na época, ele negou qualquer relação com o candidato, alegando que a camisa poderia se referir ao ano 2022 ou ao jogador Rodinei.


Com a condenação, Silvinei Vasques recebeu as seguintes sanções:

  • Multa equivalente a 24 vezes o seu salário enquanto era diretor da PRF, totalizando R$ 546,6 mil, segundo o MPF;
  • Proibição por quatro anos de contratar com o poder público ou de receber benefícios fiscais ou de crédito.

Ele ainda pode recorrer da decisão.

A Justiça Federal concluiu que os atos de Silvinei foram deliberados e com objetivo político, inclusive com possível interesse pessoal em manter-se no cargo. Mesmo publicações feitas em redes sociais pessoais foram consideradas impróprias, pois, segundo o MPF, geraram uma “confusão intencional” entre a figura do cidadão e do dirigente máximo da PRF.

O procurador da República Eduardo Benones, coordenador do Controle Externo da Atividade Policial do MPF-RJ, destacou a importância da decisão: “A decisão do TRF2 reforça a convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (Mérida), da qual o Brasil é signatário. Ela sinaliza que todas as instituições do Estado, inclusive as polícias, devem atuar exclusivamente em prol do interesse público e da democracia”.

Fonte: DCM

Michelle se revolta com visita de Zucco e nega churrasco para Bolsonaro: “Fins humanitários”


A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado Luciano Zucco (PL-RS). Foto: Reprodução

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se revoltou com a visita do deputado Luciano Zucco (PL-RS) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e negou que tenha havido churrasco na residência onde o marido cumpre prisão domiciliar, no Jardim Botânico, em Brasília.

O líder da oposição na Câmara publicou um vídeo antes do encontro dizendo que havia comprado carnes e carvão para “fazer uma carne” para o ex-capitão.

“Daqui a pouco faço uma visita ao meu amigo, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Vou ver como está a saúde dele (…) E vou lá fazer uma carne para o meu amigo, meu líder, o nosso líder Jair Bolsonaro”, afirmou Zucco, exibindo as peças de carne.


Horas depois, na noite de quinta-feira (14), Michelle rebateu a declaração no Instagram. “O episódio ocorrido hoje em minha residência, envolvendo o deputado Zucco, não contou com a nossa anuência. A visita tinha caráter restrito, breve e voltado exclusivamente a fins humanitários – e não conforme divulgado pelo parlamentar em vídeo, no qual, ao deixar sua residência, afirmou que realizaria um churrasco em minha casa. Tal evento não ocorreu”, escreveu.

Ela agradeceu o “carinho que muitos desejam transmitir” a Bolsonaro, mas pediu que visitantes “compreendam e respeitem a sensibilidade do momento, abstendo-se de atitudes que possam deturpar a finalidade da visita ou prejudicar a imagem do presidente Jair Bolsonaro”.

Story de Michelle Bolsonaro no Instagram. Foto: Reprodução

Após a visita, Zucco disse ter conversado com o ex-presidente sobre o andamento de pautas no Congresso, como a proposta de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, o fim do foro privilegiado e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

“Fui como amigo e como líder da oposição, para conversar sobre o cenário atual e relatar o trabalho que temos desenvolvido no Congresso”, declarou.

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, e só pode receber familiares próximos, advogados e médicos — qualquer outra visita precisa de autorização do STF.

Fonte: DCM

MPF abre nova investigação contra Bolsonaro por chamar petistas de “feias” e “incomíveis”


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

O Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal abriu um inquérito para investigar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por “prática de violência política de gênero” e “violações de direitos humanos fundamentais” contra mulheres. A apuração foi motivada por declarações ofensivas feitas por Bolsonaro contra apoiadoras do PT.

Em março deste ano, o ex-capitão apareceu em um vídeo divulgado nas redes sociais pelo filho “04”, o vereador Jair Renan Bolsonaro (PL-SC), no qual afirmou que mulheres petistas eram “feias” e “incomíveis”.

“Você pode ver, não tem mulher bonita petista. Só tem feia. Às vezes, acontece, quando estou no aeroporto, alguém me xinga. Mulher, né? Olho para a cara dela: ‘nossa, mãe… incomível’”, disse Bolsonaro. A publicação do vídeo foi feita no dia 7 de março, véspera do Dia Internacional da Mulher.

O inquérito, com prazo inicial de um ano, tem como objetivo “apurar possíveis violações de direitos humanos fundamentais, de natureza cível, praticadas contra mulheres, decorrentes de declarações discriminatórias e misóginas atribuídas ao ex-presidente da República, veiculadas em vídeo publicado nas redes sociais, com possível ocorrência de dano moral coletivo e social”.

A denúncia foi encaminhada ao MPF pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, e diligências serão realizadas para definir as medidas cabíveis.

Bolsonaro, que já é réu por tentativa de golpe, está em prisão domiciliar há quase duas semanas, em Brasília, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após descumprir determinações judiciais.

Fonte: DCM

Bolsonaristas apostam em Fux para reduzir suas penas na trama golpista

Defesas de Bolsonaro e aliados pedem unificação de crimes e contestam agravantes aplicadas pela PGR

       Luiz Fux (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

As defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros réus na ação penal sobre a trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) adotaram uma estratégia para tentar reduzir as penas, caso haja condenação. A informação foi publicada nesta sexta-feira (15) pelo jornal O Globo. Nas alegações finais, os advogados solicitaram a “união” de crimes, argumentando que duas das acusações — tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado — seriam semelhantes e, portanto, não poderiam gerar punições cumulativas.

Todos os sete acusados se declararam inocentes e pediram absolvição. Porém, seis deles também requereram que, se condenados, sejam aplicados mecanismos previstos em lei para diminuir as penas propostas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Parte das manifestações fez acenos diretos ao ministro Luiz Fux, visto como a principal possibilidade de divergência dentro da Primeira Turma do STF.

◈ Disputa jurídica sobre as tipificações

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, já solicitou ao presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, que marque o julgamento — a expectativa é que aconteça em setembro. Entre os pontos mais polêmicos está a tentativa de fusão das acusações de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, ambas previstas na Lei de Defesa do Estado Democrático de Direito, sancionada em 2021 pelo próprio Bolsonaro.

Cinco defesas — de Bolsonaro, dos ex-ministros Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, do ex-comandante da Marinha Almir Garnier e do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) — pediram que apenas um dos crimes seja considerado. Quatro deles defenderam a tipificação de abolição violenta (pena menor), seguindo o entendimento do ministro André Mendonça, enquanto apenas Paulo Sérgio Nogueira pediu que prevaleça o crime de golpe de Estado (pena mais alta).

Segundo o criminalista Breno Melaragno, professor da PUC-Rio, a discussão envolve a definição entre “crime-meio” e “crime-fim”:

“O sujeito entra na casa de outra pessoa para furtar uma televisão. Ele comete dois crimes: violação de domicílio e furto. Mas a violação não era o objetivo, apenas um meio para cometer o furto. Quando isso é aceito, o crime-meio desaparece.”

Melaragno lembra que, por serem recentes, os crimes contra a democracia ainda não têm jurisprudência consolidada.

◈ Argumentos para diminuir penas

Além da unificação de crimes, outras teses foram apresentadas. A defesa do ex-ministro Augusto Heleno pediu pena reduzida por “participação de menor importância”, alegando que ele ficou isolado no governo Bolsonaro após a ascensão do Centrão e teve atuação “meramente acessória e periférica”. Já os advogados de Ramagem pediram que seja considerada sua saída da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em março de 2022, pois a maior parte dos fatos investigados teria ocorrido depois.

A defesa de Bolsonaro contestou as majorantes aplicadas pela PGR no crime de organização criminosa — quatro anos pela suposta utilização de armas de fogo e cinco anos pelo envolvimento de servidores públicos. Sem esses acréscimos, mesmo com aplicação da pena máxima, a punição poderia cair de 43 para 8 anos.

Outros argumentos incluem o concurso formal, que prevê punição apenas pelo crime mais grave em casos de delitos praticados no mesmo contexto, e a desistência voluntária, quando o acusado interrompe a execução do crime.

◈ Fux como alvo das estratégias

Os advogados também exploraram votos e posições anteriores de Luiz Fux para tentar garantir decisões favoráveis. A defesa de Bolsonaro citou um voto do ministro sobre a voluntariedade em delações premiadas para pedir a nulidade do acordo de colaboração do tenente-coronel Mauro Cid. A de Heleno mencionou declaração de Fux de que um juiz “não pode, em hipótese alguma, tornar-se protagonista do processo” ao criticar a atuação de Moraes. Já a defesa do ex-ministro Anderson Torres reiterou que Fux defendeu que o caso fosse julgado pelo plenário do STF, e não pela Turma — tese que dificilmente será aceita.

Com as alegações finais entregues, o processo entra em sua fase decisiva. O julgamento, que deve ocorrer em setembro, será um dos mais importantes do ano para a Primeira Turma do STF, tanto pelo peso político dos réus quanto pelas consequências para a aplicação das leis contra crimes que atentam contra a democracia.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Trama golpista: Após confusão, Moraes manda segurança ver celular de advogado em audiência


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a segurança da Corte verificasse o celular do advogado Marcus Vinicius de Camargo Figueiredo durante a acareação entre o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o coronel da reserva Marcelo Câmara, realizada na quarta-feira (14). O episódio ocorreu após um desentendimento na audiência que apura a trama golpista de 2022, conforme informações da Folha de S.Paulo.

Segundo relatos, Moraes suspeitou que o defensor do general da reserva Mário Fernandes estivesse gravando a sessão, o que havia sido proibido pelo próprio ministro, que vetou qualquer registro em áudio ou vídeo.

Marcus Vinicius teria se levantado para apresentar uma questão de ordem depois que Cid e Câmara mencionaram Fernandes como autor do plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato de Moraes, do presidente Lula (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

O advogado Marcus Vinicius de Camargo Figueiredo, defensor do general Mario Fernandes, deixou o STF contrariado após ser repreendido por Alexandre de Moraes durante acareação
O advogado Marcus Vinicius de Camargo Figueiredo, defensor do general Mario Fernandes. Foto: Reprodução

O advogado queria saber se o monitoramento da localização de Moraes, no fim de 2022, poderia estar ligado ao suposto plano. O ministro negou, alegando que não era o momento para perguntas do defensor, e disse que o advogado nem deveria participar da audiência. Irritado, Marcus Vinicius pediu que seu questionamento constasse nos autos.

Foi nesse momento que Moraes acionou a segurança para checar o celular do advogado. Marcus Vinicius entregou o aparelho, informou a senha e, exaltado, pediu respeito ao ministro, que respondeu exigindo o mesmo.

No encerramento da sessão, Moraes determinou que sua negativa fosse registrada na ata. O advogado deixou o STF sem dar declarações.

Mário Fernandes, ex-assessor do Palácio do Planalto, está preso e é acusado pela Polícia Federal (PF) de elaborar o plano “Punhal Verde e Amarelo” para matar autoridades. Ele afirma que se tratava apenas de um “pensamento digitalizado” e nega qualquer tentativa de execução.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o general Mario Fernandes. Foto: Reprodução

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

Defesa tenta reduzir pena de Bolsonaro de 43 para 14 anos em caso de condenação; entenda

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a trama golpista. Foto: Reprodução
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contestou, no Supremo Tribunal Federal (STF), a pena de até 43 anos de prisão sugerida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no caso da trama golpista. Os advogados afirmam que, mesmo em caso de condenação com as maiores sanções previstas para cada crime, a punição deveria ser reduzida a um terço, ficando entre 7 e 14 anos, conforme informações do Globo.

O pedido principal é pela absolvição nos cinco crimes imputados, mas, caso a condenação ocorra, a defesa apresenta quatro eixos de argumentação para tentar diminuir a pena.

Um dos principais é derrubar as majorantes aplicadas ao crime de organização criminosa — nove anos extras, sendo quatro pela suposta utilização de armas de fogo e cinco pelo envolvimento de funcionários públicos. Sem esses acréscimos, a pena máxima para essa acusação cairia de 17 para 8 anos.

Outro ponto é o entendimento de que o crime de golpe de Estado, com pena de até 12 anos, deveria ser absorvido pelo de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, que prevê no máximo 8 anos, por se tratar de condutas dentro de um mesmo contexto.

Somando-se as punições mais elevadas para os demais crimes — dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado —, a pena total ficaria em 22 anos antes de aplicar outros fatores de redução.

A defesa também invoca a chamada “desistência formal”, prevista quando o agente interrompe voluntariamente a execução do crime antes de sua consumação, excluindo a punição pela tentativa. Além disso, argumenta pelo “concurso formal”, que prevê punir apenas o crime mais grave quando há prática simultânea de infrações com a mesma ação.

Com esses ajustes, o cálculo final ficaria entre 7 e 14 anos de prisão, mesmo que os ministros do STF optem por aplicar as sanções mais severas previstas pela PGR.

Segundo a Procuradoria, Bolsonaro teria “liderado” uma organização criminosa baseada em um “projeto autoritário de poder” com o objetivo de dar um golpe de Estado. Ele teria discutido o plano em reuniões no Palácio da Alvorada, em 19 de novembro e 7 de dezembro de 2022.

Além do ex-presidente e do tenente-coronel Mauro Cid, também são réus os ex-ministros Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Walter Braga Netto (Casa Civil e Defesa), Augusto Heleno (GSI) e Anderson Torres (Justiça), o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos e o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ).

O ex-presidente Jair Bolsonaro cumprimenta o tenente-coronel Mauro Cid durante interrogatório no STF. Foto: Ton Molina/STF

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

Motta prevê votação da isenção do IR para salários de até R$ 5 mil

Presidente da Câmara disse que proposta é prioridade e defendeu medidas para proteger empresas e empregos diante do tarifaço

         Hugo Motta (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a proposta de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores com salários de até R$ 5 mil (PL 1087/25) deve ser apreciada pelo Plenário nos próximos dias.

Em entrevista à GloboNews, Motta destacou que o texto, relatado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), foi aprovado por unanimidade na comissão especial, sinalizando ambiente favorável à aprovação final.

Segundo o parlamentar, a medida é prioridade da Casa no segundo semestre e conta com amplo apoio entre as bancadas. “É um projeto que interessa diretamente à população e que tem consenso entre os deputados”, ressaltou.

◈ Defesa de empresas diante do tarifaço

Motta também comentou a medida provisória (MP) editada pelo governo para apoiar empresas impactadas pelo chamado “tarifaço”, pacote de tarifas impostas ao Brasil. Ele garantiu que a Câmara não se omitiu nas respostas a decisões de impacto econômico e assegurou que o Congresso dará prioridade ao tema.

“Essa MP traz um apoio aos setores afetados pelas tarifas e será uma prioridade dentro do Congresso. Não vamos hesitar. Vamos proteger nossas indústrias, empregos, empresas. Esse é o interesse de todos que têm compromisso com o País”, declarou.

◈ Crítica a Eduardo Bolsonaro

O presidente da Câmara também criticou a postura do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se manifestou a favor das restrições econômicas contra o Brasil. Motta classificou a atitude como prejudicial à economia nacional e incompatível com o interesse público.

“É um trabalho contra o país, que prejudica empresas e a economia, não acho razoável. Temos total discordância e, dentro da própria direita também há discordância, porque são questões indefensáveis”, afirmou.

Fonte: Brasil 247

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Trama golpista: PF investiga Silas Malafaia por obstrução de justiça

 Pastor evangélico é alvo do mesmo inquérito que levou à prisão de Bolsonaro

Silas Malafaia (Foto: Reprodução)

O pastor evangélico bolsonarista Silas Malafaia é investigado pela Polícia Federal (PF) no mesmo inquérito que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, por ações contra autoridades, o Supremo Tribunal Federal (STF) e agentes públicos, informou o portal G1 nesta quinta-feira (14).

Ele é citado como autor de ações que obstruíram a Justiça no âmbito do inquérito da trama golpista, que tem Jair Bolsonaro como réu. O ex-presidente, por descumprir as cautelares do processo, foi preso, em regime domiciliar, por decisão do ministro Alexandre de Moraes.

Apesar disso, Malafaia insiste em atacar Moraes e a organizar mobilizações golpistas.

Fonte: Brasil 247

Zambelli faz greve de fome e bateu a cabeça ao cair antes de audiência, diz advogado

 

Carla Zambelli, bolsonarista presa na Itália. Foto: reprodução
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália desde 29 de julho, sofreu uma queda e bateu a cabeça horas antes da audiência no Tribunal de Apelação de Roma, na última quarta-feira (13). A informação foi confirmada pelo advogado da parlamentar, Fábio Pagnozzi. Conforme noticiado anteriormente, Zambelli chegou ao local passando mal, desmaiou e precisou de atendimento médico, o que levou ao adiamento da sessão.

Em entrevista à Jovem Pan nesta quinta-feira (14), Pagnozzi revelou que a deputada está em greve de fome e enfrenta graves problemas de saúde na prisão, incluindo fibromialgia, condição que causa dores generalizadas, e depressão.

“A audiência de hoje teve uma peculiaridade a mais: ela teve ali um membro escolhido pelo governo brasileiro, um advogado, para que advogasse contra ou a favor da extradição da deputada para o Brasil” afirmou Pagnozzi.

A sessão foi adiada e só deve ser retomada no dia 27 de agosto, segundo a embaixada do Brasil na Itália. A defesa de Zambelli pretende usar seu estado de saúde como argumento para pedir liberdade ou prisão domiciliar.

O juiz italiano Algo Morgigni está conduzindo o processo. Na primeira audiência, em 1º de agosto, Zambelli declarou ser vítima de perseguição política e expressou o desejo de um novo julgamento na Itália, onde tem dupla cidadania.

O governo brasileiro pede a extradição da deputada, condenada no Brasil a dez anos de prisão por financiar uma tentativa de invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2022.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Foto: Agência Brasil


Extradição pode levar até dois anos

Especialistas em processos de extradição afirmam que, mesmo com o tratado bilateral entre Brasil e Itália, o retorno de Zambelli ao país pode demorar de um ano e meio a dois anos. A decisão não depende apenas da Justiça, mas também da avaliação política do governo italiano, liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni, de direita e alinhada ideologicamente com parte da base de Zambelli.

O atual cenário político italiano pode criar resistência à extradição, mesmo que a Justiça italiana aprove o pedido brasileiro. Enquanto isso, a saúde de Zambelli segue sendo um ponto central no debate jurídico.

Zambelli pede ataques de bolsonaristas a ministro da Itália


No recado, Zambelli citou diretamente o ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo e o bolsonarista Allan dos Santos. “Tentem fazer uma campanha para as pessoas comentarem no perfil dele e pedirem por mim, falem com Allan dos Santos e Paulo Figueiredo para ajudarem o público dele”, escreveu a parlamentar.


A mensagem foi publicada nos perfis no Instagram de seu filho, João Zambelli, de sua mãe, Rita Zambelli, e do advogado Fabio Pagnozzi. Cerca de uma hora depois, o conteúdo foi removido das redes.

“Aos brasileiros de todo o mundo: a vida é um grande milagre, mas o maior presente é a liberdade de viver para nossa família, seja a de sangue ou aquela que elegemos”, escreveu a parlamentar.

Fonte: DCM

VÍDEO: Eduardo Bolsonaro chama Moraes de “gangster”, “psicopata” e “mafioso”


O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro. Foto: Saul Loeb/AFP

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chamou o ministro Alexandre de Moraes de “gangster”, “psicopata” e “mafioso” em entrevista à agência Reuters, nesta quinta-feira (14), em Washington.

Durante a viagem aos Estados Unidos, ele disse estar defendendo a aplicação de sanções direcionadas ao magistrado e à sua família, além de prever que restrições semelhantes possam atingir o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e a ex-presidente Dilma Rousseff, por causa do envolvimento com o programa Mais Médicos.

O parlamentar foragido levantou suspeitas sobre a conduta da esposa de Moraes, que é advogada e só teria alcançado sucesso na profissão após a nomeação do marido à Suprema Corte.

Segundo Eduardo, medidas punitivas contra outros integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) são menos prováveis neste momento, já que o foco das autoridades norte-americanas estaria voltado para Moraes. Ele também afirmou que espera que os Estados Unidos ampliem as tarifas sobre produtos brasileiros e adotem novas sanções contra autoridades nacionais.

O parlamentar declarou que “não existe cenário em que o STF saia vitorioso” da crise política envolvendo o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele argumentou que o Brasil não conseguirá negociar a redução das tarifas impostas pelo governo Donald Trump sem que o STF faça concessões.

As medidas comerciais atuais afetam exportações de carne bovina, café, peixes, calçados e outros itens. O Supremo não se manifestou sobre as declarações, enquanto Moraes já defendeu suas decisões como forma de preservar a democracia, com apoio da maioria da Corte.


Jair Bolsonaro está sendo julgado pela tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, nas quais foi derrotado. Ele nega as acusações e cumpre prisão domiciliar, estando proibido de manter contato com o filho e com autoridades estrangeiras. A investigação também inclui as articulações feitas junto ao governo Trump para interferir nos processos em curso no Brasil.

Eduardo Bolsonaro, que se mudou para os Estados Unidos em março, disse que pretende permanecer no país por “um bom tempo” e não descartou a possibilidade de pedir asilo e, no futuro, cidadania norte-americana. Ele afirmou que novas tarifas sobre produtos brasileiros podem ser aplicadas caso, em suas palavras, “as autoridades brasileiras não mudem de comportamento”.

Fonte: DCM