terça-feira, 12 de agosto de 2025

Pesquisa Ipsos-Ipec: Tarifaço de Trump é visto como ataque político e derrete imagem dos EUA no Brasil

Enquanto brasileiros se dividem sobre possíveis retaliações, a maioria (68%) defende que o Brasil priorize acordos com outros parceiros, como a China

Bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos (Foto: Embaixada dos EUA/Divulgação)

A mais recente pesquisa do Ipsos-Ipec, divulgada pelo g1, indica que os brasileiros estão divididos sobre a melhor resposta ao tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos contra produtos nacionais. O levantamento revela que 49% concordam que o Brasil deveria retaliar aplicando tarifas igualmente altas sobre importações americanas, enquanto 43% discordam dessa estratégia.

O estudo foi realizado entre 1º e 5 de agosto, um dia antes de o aumento entrar em vigor, e ouviu 2 mil pessoas em 132 cidades, com margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%. Entre os favoráveis à retaliação, 33% concordam totalmente e 16% parcialmente. Entre os contrários, 30% rejeitam totalmente a medida e 13% discordam em parte.

◉ Apoio e rejeição divididos por perfil

A adesão à resposta “na mesma moeda” é mais alta entre eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (61%), moradores do Norte e Centro-Oeste (58%), jovens de 16 a 24 anos (55%) e pessoas com ensino superior (53%). Mulheres (51%), católicos (51%) e famílias com renda de 1 a 2 salários mínimos (50%) também estão entre os que mais apoiam a medida.

Já a rejeição é predominante entre eleitores de Jair Bolsonaro (56%), moradores da região Sul (52%), habitantes de periferias (52%) e evangélicos (50%).

◉ Tarifaço visto como ação política

Para 75% dos entrevistados, o tarifaço decretado pelo presidente Donald Trump tem motivação política. Apenas 12% consideram que a medida seja uma questão comercial, enquanto 5% veem ambas as motivações e 8% não souberam opinar. Essa percepção de cunho político é ainda mais forte entre pessoas de 45 a 59 anos (80%) e moradores das regiões Nordeste e Sudeste (77%).

◉ Impacto na imagem dos Estados Unidos

O estudo também aponta um desgaste na percepção dos brasileiros sobre os EUA. Antes do tarifaço, 48% avaliavam a imagem do país como “ótima” ou “boa”, contra 15% que tinham opinião negativa. Após o anúncio, 38% afirmaram que sua imagem piorou, 6% disseram que melhorou e 51% não notaram mudança.

◉ Busca por novos parceiros comerciais

Diante do embate, 68% defendem que o Brasil priorize acordos com outros parceiros, como China e União Europeia, enquanto 25% discordam. Entre os que apoiam essa estratégia, 45% concordam totalmente e 23% em parte.

◉ Temor de isolamento internacional

A tensão diplomática também levanta preocupações sobre o posicionamento global do Brasil. Segundo a pesquisa, 60% acreditam que o país pode ficar mais isolado no cenário internacional por causa do confronto tarifário com os EUA, enquanto 32% não veem esse risco.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Eduardo Bolsonaro nega interferência no cancelamento da reunião de Haddad com o governo dos EUA


       Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro nos EUA. Foto: reprodução

O jornalista bolsonarista Paulo Figueiredo, aliado de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos, publicou uma resposta às declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o cancelamento da reunião entre representantes do governo brasileiro e Scott Bessent, secretário do Tesouro dos Estados Unidos. O texto, publicado na conta de Paulo, também foi assinado por Eduardo.

Figueiredo se manifestou no X, junto com o filho de Jair Bolsonaro, onde acusou Haddad de desviar a culpa de sua própria “incompetência” e afirmou que a crise diplomática foi alimentada pelas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em sua postagem, o neto do ditador João Figueiredo se referiu à tentativa de Haddad de responsabilizar terceiros pelo fracasso da reunião: “Haddad prefere culpar terceiros pela própria incompetência, enquanto Lula só fala besteira por aí e inflama a crise diplomática”.

O jornalista foragido da Justiça brasileira, que se autointitula “em exílio”, ainda tentou minimizar a sua própria influência no impasse, negando qualquer envolvimento nas decisões de Bessent: “Não tenho nenhum tipo de influência sobre a rotina de Scott Bessent”, afirmou.

No entanto, Figueiredo deixou claro que ele e Eduardo Bolsonaro continuarão suas atividades nos Estados Unidos, com reuniões agendadas para essa semana com autoridades estadunidenses.



Mais cedo, Haddad disse em entrevista ao “Estúdio I”, da Globonews, que a reunião, prevista para o dia 13 de agosto, foi cancelada após a intervenção de Eduardo Bolsonaro, que, publicamente, declarou ter a intenção de impedir o encontro entre os governos. “A militância anti-diplomática tomou conhecimento e agiu junto a alguns assessores”, disse Haddad, referindo-se à articulação que impediu a reunião.

O ministro também revelou que a reunião foi desmarcada por e-mail, sem previsão de remarcação. “Tentamos junto à assessoria do Secretário do Tesouro remarcar a reunião, mas logo percebemos que não era o caso”, completou.

Fonte: DCM

Mesa Diretora da Câmara faz manobra para evitar afastamento de deputados de extrema direita que ocuparam a Câmara

Líder do PT na Casa, Lindbergh Farias denunciou a manobra diante de um "dos episódios mais graves contra o Parlamento"

Deputados da oposição de extrema direita protestam no plenário da Câmara contra prisão domiciliar de Jair Bolsonaro - 05/08/2025 (Foto: REUTERS/Mateus Banomi)

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) denunciou, nesta segunda-feira (11), uma manobra da Mesa Diretora da Câmara, que decidiu não afastar imediatamente os parlamentares de extrema direita envolvidos na ocupação do Congresso.

Na semana anterior, bolsonaristas protestaram em favor da anistia ao Jair Bolsonaro, após a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente.

"A Mesa decidiu de forma seletiva por não optar pelo afastamento cautelar imediato, o que significa prazo de defesa de 5 dias úteis e parecer em até 45 dias, sem afastamento preventivo imediato", escreveu Lindbergh, na plataforma X.

Ele qualificou a decisão contrária ao pedido de suspensão cautelar de 14 deputados bolsonaristas como um "absurdo", afirmando que, diante de precedentes graves, a Câmara optou pela suspensão imediata.

De acordo com o líder do PT na Câmara, a mudança no procedimento interno foi de última hora. Ele classificou a ocupação bolsonarista do Congresso como um "dos episódios mais graves contra o Parlamento".

Por Lindbergh Farias, no X - Todas as representações com pedido de suspensão cautelar contra os 14 deputados envolvidos no sequestro da Mesa foram remetidas ao corregedor com base no Ato nº 37/2009. Isso é um absurdo! A Mesa decidiu de forma seletiva por não optar pelo afastamento cautelar imediato, o que significa prazo de defesa de 5 dias úteis e parecer em até 45 dias, sem afastamento preventivo imediato.

Nos precedentes mais recentes, como o caso Gilvan da Federal e André Janones, diante de condutas graves, a Mesa aplicou o Ato nº 180/2025 para suspender de imediato o mandato.

Mudar o procedimento agora, justamente num dos episódios mais graves contra o Parlamento, abre espaço para questionamentos sobre coerência e isonomia. Não pode haver blindagem, impunidade e seletividade: quem impediu o funcionamento da Casa deve ser afastado de imediato para proteger a democracia.

Fonte: Brasil 247

VÍDEO – Lula defende soberania do Brasil contra Trump: “O mundo está perverso”

                    Lula, presidente do Brasil em fala nesta segunda-feira. Foto: reprodução


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou, nesta segunda-feira (11), durante a entrega de um prêmio na área de educação no Palácio do Planalto, a importância de o Brasil manter sua soberania e adotar uma postura de ambição diante de um cenário internacional cada vez mais desafiador. No discurso, o petista criticou o atual clima de hostilidade global, afirmando que o mundo está se tornando “mais perverso” e “mais nervoso”.

Para ele, o Brasil precisa se manter firme e soberano, com um povo democrático e com a certeza de que será o único dono de seu destino: “Este país está precisando de todos nós, porque o mundo está ficando mais perverso. O mundo está ficando mais nervoso, e nós precisamos de um país soberano, democrático, e que o povo brasileiro seja o único dono deste país”.

Veja o momento da fala de Lula

O aumento das tarifas sobre mercadorias brasileiras, anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi descrito por Lula como uma tentativa de pressão sobre o Brasil.

Trump, ao justificar o aumento das tarifas, também criticou o Judiciário brasileiro, acusando-o de realizar uma “caça às bruxas” ao processar o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado político dos Estados Unidos, por sua tentativa de golpe de Estado. O governo brasileiro vê essa postura como uma forma de chantagem, sem justificativa plausível para o aumento das tarifas.

Além da crítica ao cenário internacional, Lula também abordou questões internas, especialmente a educação, que, segundo ele, nunca foi prioridade no Brasil. O presidente lembrou que o Brasil foi o último país da América do Sul a criar uma universidade, em 1920, uma ação motivada mais pela necessidade de conceder um título honorífico ao rei da Bélgica do que por uma verdadeira preocupação com o desenvolvimento educacional do país.

“Esse número que o ministro Camilo citou, de que um terço da população não terminou o ensino fundamental, é resultado do descaso com a educação. Nós resolvemos mudar a regra do jogo. Educação custa, porque precisa de infraestrutura, laboratórios, conhecimento científico e professores bem pagos”, afirmou o petista, enfatizando a necessidade de investimentos em educação para garantir um futuro melhor para as próximas gerações.

Fonte: DCM

Igreja católica é a instituição que os brasileiros mais confiam, diz Datafolha


Santuário de Nossa Senhora Aparecida, maior santuário católico do Brasil. Foto: reprodução

O Datafolha, a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), realizou uma pesquisa nacional para avaliar a confiança da população nas instituições brasileiras. O levantamento, realizado entre os dias 7 e 14 de julho de 2025, entrevistou 2.005 pessoas em 130 cidades de todas as regiões do país, com uma margem de erro de 2,0 pontos percentuais. O estudo revelou informações sobre a percepção dos brasileiros em relação aos três poderes da República, além da OAB e das igrejas Católica e Evangélica.

De acordo com a pesquisa, a Igreja Católica (85%, somando “confia um pouco” e “confia muito”) e a OAB (83%) são as instituições que têm maior credibilidade no país. Ambas se destacaram com níveis de credibilidade superiores aos dos outros segmentos analisados.

Na sequência, aparece a igreja evangélica com 77% e o sistema do judiciário, representado por órgãos como Supremo Tribunal Federal (STF) e Superior Tribunal de Justiça, com confiança de 70% dos entrevistados.

A OAB, especialmente, tem demonstrado um posicionamento firme em assuntos de interesse público, o que, segundo a pesquisa, contribui para essa alta taxa de confiança entre os brasileiros. Por outro lado, a pesquisa apontou que a Câmara dos Deputados e a Presidência da República são as instituições que menos inspiram confiança entre a população.

Crédito na imagem.


A pesquisa também trouxe à tona uma percepção negativa generalizada sobre o Congresso Nacional. Aproximadamente 78% dos brasileiros acreditam que os deputados federais e senadores priorizam seus próprios interesses em detrimento das necessidades da sociedade.

Esses números revelam um distanciamento crescente entre a população e seus representantes eleitos. Essa percepção negativa se reflete na avaliação do desempenho do Legislativo, que sofreu uma nova piora, com 36% dos entrevistados considerando o trabalho dos parlamentares como ruim ou péssimo.

Fonte: DCM

‘O Legislativo sozinho jamais conseguiu deter o golpismo’, diz Alexandre de Moraes

Ministro destaca independência do Judiciário garantida pela Constituição: ‘sem pressões internas, externas ou de qualquer tipo’

       O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (Foto: Gustavo Moreno/STF)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta segunda-feira (11) que a Constituição de 1988 representou um marco definitivo contra tentativas de golpe e interferência militar na política brasileira. A declaração foi dada durante palestra na abertura da 23ª Semana Jurídica, promovida pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), em alusão ao Dia do Advogado.

Moraes destacou que a Carta Magna promulgada há 36 anos não apenas fortaleceu a democracia brasileira, como também blindou o país contra práticas autoritárias. “O Brasil, em 1988, pela Assembleia Nacional Constituinte, deu um basta a essa possibilidade de golpismo. O Brasil deu um basta a essa possibilidade de intromissão de Forças Armadas, sejam oficiais ou paraoficiais, na política brasileira. O Brasil deu um basta, na Constituição de 1988, à ideia de personalismo, populismo”, afirmou o ministro.

Moraes também criticou o papel historicamente frágil do Legislativo frente a avanços autoritários e defendeu o fortalecimento do Poder Judiciário como resposta à instabilidade institucional. “O problema é que o Poder Legislativo sozinho jamais conseguiu fazer frente ou colocar freios ao populismo armado do Executivo”, disse. “A partir de 88, o legislador constituinte concedeu independência e autonomia ao Judiciário, autonomia financeira, administrativa, funcional e aos seus membros plena independência de julgar de acordo com a Constituição, com legislação, sem pressões internas, externas ou qualquer tipo de pressão”.

O ministro lembrou que, embora a Constituição tenha representado um avanço institucional, o país ainda enfrentou momentos de instabilidade, como os processos de impeachment e os atos golpistas ocorridos em Brasília. “Tivemos dois impeachments nesse período. Tivemos uma tentativa de golpe de estado em 8 de janeiro de 2023, e as instituições reagiram. As instituições souberam atuar dentro do que a Constituição estabeleceu”.

Em sua fala, Moraes também abordou os desafios enfrentados pela democracia no cenário global. Ele alertou para o avanço de discursos autoritários e destacou que o populismo extremista se aproveita das fragilidades sociais. “Desde a redemocratização do mundo no pós-guerra, a democracia vem sendo atacada por um novo populismo extremista. Não podemos fingir que não há bases que permitiram esse discurso antidemocrático florescer, e aí é que as instituições devem se fortalecer para saber como atacar esses problemas de base”, afirmou. “A crítica encontrou um terreno fértil para florescer”, completou, ao apontar a desigualdade na distribuição de renda como uma das causas da instabilidade.

A cerimônia foi conduzida pelo presidente do TCE-SP, conselheiro Antonio Roque Citadini, e contou com a presença de autoridades do mundo jurídico. Moraes também aproveitou a ocasião para lembrar os 198 anos da criação dos primeiros cursos jurídicos do Brasil, fundados em São Paulo e no Recife. “O Brasil vem demonstrando, entre avanços e retrocessos, mas vem demonstrando que esse ato de confiança do imperador Dom Pedro [de criar os cursos de Direito] deu certo”, declarou.

A Semana Jurídica do TCE-SP continua até sexta-feira (15), com palestras voltadas ao Direito e à Administração Pública.

Fonte: Brasil 247

Justiça italiana marca audiência sobre extradição de Carla Zambelli

Deputada bolsonarista segue presa em Roma após condenação no STF por ataque hacker contra o CNJ e enfrenta outros processos no Brasil

            Carla Zambelli (Foto: Lula Marques/ EBC)

O Tribunal de Apelação de Roma, na Itália, marcou para quarta-feira (13) a audiência que ouvirá a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) no processo que avalia sua extradição.A parlamentar foi detida em 29 de julho na capital italiana, após passar dois meses foragida no país europeu, e cumpre pena de dez anos de prisão imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por coordenar um ataque hacker contra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após a prisão, Zambelli foi interrogada pelas autoridades italianas e optou por responder ao processo de extradição, que pode levar de um ano e meio a dois anos, em vez de retornar voluntariamente ao Brasil. Caberá ao tribunal italiano analisar as acusações e decidir se a parlamentar será enviada de volta ao país. Até a conclusão do caso, ela permanecerá presa na penitenciária feminina Germana Stefanini, no Complexo de Rebibbia, em Roma.

Quando viajou para a Itália, Zambelli afirmou que era “intocável” em território italiano e sustentou que, por ter cidadania do país, não poderia ser extraditada. Pouco antes de ser presa, publicou um vídeo em um perfil reserva no Instagram dizendo viver como “exilada política” na Europa.

Além do processo pelo ataque hacker, a deputada responde no STF por perseguição armada durante as eleições de 2022. O caso ganhou repercussão após imagens mostrarem Zambelli sacando uma arma e apontando para um homem em uma rua de São Paulo. Ela alegou ter sido agredida, versão descartada pela investigação. No início deste mês, o ministro Gilmar Mendes determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) inclua esse inquérito no pedido de extradição.

Zambelli também enfrenta um processo de cassação de mandato na Câmara dos Deputados, que deve ser votado ainda neste semestre. A fase de instrução probatória já está em andamento e prevê a oitiva da parlamentar, por videoconferência, e de testemunhas. Ainda não há data definida para as reuniões.

Fonte: Brasil 247

Corregedoria tem 48 horas para se pronunciar sobre 14 bolsonaristas que armaram motim na Câmara

 

Hugo Motta após reassumir cadeira na Câmara. Foto: reprodução

A Corregedoria da Câmara dos Deputados recebeu nesta segunda-feira (11) denúncias contra 14 parlamentares do PL, PP e Novo por participação no bloqueio aos trabalhos da Casa. Agora, o corregedor Diego Coronel (PSD-BA) terá 48 horas para se manifestar sobre pedidos de suspensão e cassação.

O rito sumário, criado na gestão de Arthur Lira (PP-AL), permite punições rápidas antes mesmo da conclusão de processos no Conselho de Ética. “Pretendo pedir uma reunião com a Mesa Diretora para ouvi-los. Os casos mais simples podem ser resolvidos de forma mais rápida. Os casos mais difíceis considero abrir prazo para defesa”, disse Coronel.

O prazo, no entanto, não pode ser estendido regimentalmente. Se Coronel não se pronunciar em 48 horas, a Mesa Diretora poderá decidir diretamente sobre as punições. Uma eventual demora também pode inviabilizar a aplicação do rito sumário, que exige que a solicitação seja feita em até cinco dias úteis após o fato – no caso, a ocupação da última sexta-feira (8).

As conclusões do corregedor serão encaminhadas à Mesa, presidida por Hugo Motta (Republicanos-PB), que já usou o mecanismo para suspender dois deputados neste ano: Gilvan da Federal (PL-ES) e André Janones (Avante-MG). Motta classificou o bloqueio como um episódio “grave” e defende punições como forma de coibir novos protestos do tipo.

Coronel Zucco (PL) e o Marcel Van Hattem (Novo) durante motim na Câmara. Foto: reprodução
Além dos 14 deputados denunciados por partidos da base governista, o PL também pediu a punição da petista Camila Jara (PT-MS), acusada de agredir Nikolas Ferreira (PL-MG) durante a confusão no plenário. Coronel adiantou que outros nomes podem ser incluídos na análise.

Confira abaixo os nomes dos deputados federais incluídos no documento oficial enviado à Corregedoria:

  • Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) – Líder do PL
  • Zucco (PL-RS) – Líder da oposição
  • Carlos Jordy (PL-RJ)
  • Nikolas Ferreira (PL-MG)
  • Caroline de Toni (PL-SC)
  • Marco Feliciano (PL-SP)
  • Domingos Sávio (PL-MG)
  • Zé Trovão (PL-SC)
  • Bia Kicis (PL-DF)
  • Paulo Bilynskyj (PL-SP)
  • Marcos Pollon (PL-MS)
  • Júlia Zanatta (PL-SC)
  • Marcel Van Hattem (Novo-RS) – Líder do Novo
  • Allan Garcês (PP-MA)
O presidente Lula (PT) defendeu a cassação dos envolvidos, chamando-os de “verdadeiros traidores da pátria”. O vice-presidente Geraldo Alckmin também criticou a ocupação, afirmando que o episódio foi “inadmissível” para a democracia.

O protesto, que durou mais de 30 horas, foi motivado pela pressão por pautas conservadoras e em repúdio à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Agora, a Câmara decide se aplicará suspensões imediatas ou se encaminhará os casos para julgamento ético completo.

Fonte: DCM

Haddad cita "militância anti-diplomática" e diz que reunião com Bessent foi cancelada

Reunião com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, para discutir o tarifaço imposto por Donald Trump estava marcada para quarta-feira

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Brasília 03/06/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (11), em entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews, que a reunião marcada para quarta-feira (13) com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, foi cancelada devido à atuação de grupos ligados à extrema direita. O encontro tinha como objetivo discutir as tarifas impostas ao Brasil pelo presidente norte-americano Donald Trump, medida que o governo brasileiro classifica como “tarifaço”.

Segundo Haddad, “a militância anti-diplomática soube da reunião e agiu para desmarcar. Agora, não haverá mais reunião na quarta”. O ministro ressaltou que a decisão impede o avanço de negociações bilaterais que buscavam mitigar o impacto das tarifas sobre setores estratégicos da economia nacional.

O ministro não citou nomes, mas o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que já disse estar atuando junto a membros do governo Trump para impor sanções ao Brasil, afirmou ao jornal Financial Times que o governo dos EUA estuda impor novas sanções contra autoridades brasileiras, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), caso o julgamento de seu pai, Jair Bolsonaro (PL), por tentativa de golpe, não seja encerrado, relata o Financial Times.

Ainda nesta segunda, Haddad participa de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin. O encontro será dedicado à finalização do plano de contingência que, segundo o governo, vai oferecer suporte emergencial às áreas mais prejudicadas pelo aumento tarifário norte-americano.

O cancelamento da reunião ocorre em meio a declarações públicas de Bessent, que, em sua conta na rede X, acusou o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes de liderar “uma campanha opressiva de censura e prisões arbitrárias que violam os direitos humanos e fazem perseguições políticas, incluindo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro”.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem intensificando a ofensiva diplomática para tentar reverter a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiro; Um dos pontos centrais da estratégia envolve a Influência de Bessent,como peça central para que a demanda chegue com força à Casa Branca.

Em Brasília, Bessent é visto como um canal raro de comunicação por manter um diálogo fluente com a equipe econômica brasileira e proximidade com o presidente Donald Trump. Essa combinação o transforma na principal aposta para abrir espaço às propostas brasileiras no núcleo de decisões da administração americana.

Fonte: Brasil 247 com informações da GloboNews

Bloqueio total de contas de Alexandre de Moraes será tema de reunião de Eduardo Bolsonaro com EUA

Deputado discutirá em Washington interpretações brasileiras sobre sanções da Lei Magnitsky contra o ministro do STF

Eduardo Bolsonaro e Alexandre de Moraes (Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados | LR Moreira/Secom/TSE)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) vai colocar o bloqueio total das contas do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na pauta de reuniões com autoridades dos Estados Unidos nesta quarta-feira (13).Segundo a coluna da jornalista Bela Megale, de O Globo, durante o encontro com integrantes da gestão do presidente estadunidense Donald Trump, Eduardo pretende avaliar a eficácia das sanções impostas ao magistrado com base na Lei Magnitsky.

Ele também vai discutir as interpretações que bancos brasileiros têm dado sobre o alcance da medida, já que parte do sistema financeiro entende que as operações em real permanecem permitidas e que Moraes pode seguir com contas ativas no país.

De acordo com a reportagem, o parlamentar levará reportagens que apontam essa posição de instituições financeiras brasileiras. O objetivo é entender como o governo dos EUA reagirá diante dessa leitura feita no Brasil sobre a aplicação da Lei Magnitsky.

A questão também foi discutida recentemente em Brasília, quando os ministros do STF Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin se reuniram com banqueiros, a convite das próprias instituições. Um dos temas abordados foi justamente o alcance das sanções e se elas poderiam impactar operações internas. De acordo com relatos de participantes da reunião, a informação é de que, até o momento, Moraes segue podendo realizar transações em moeda nacional e manter suas contas ativas.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Lindbergh pede que PGR investigue bolsonaristas por motim na Câmara


Deputados bolsonaristas durante motim na Câmara. Foto: José Cruz/Agência Brasil

O deputado federal Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara, enviou uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) e solicitou a instauração de uma investigação contra bolsonaristas que promoveram um motim na Casa, na última semana. O parlamentar argumenta que a ação configuraria a prática do crime de “abolição violenta do Estado Democrático de Direito”.

De acordo com o petista, a ocupação não foi um simples protesto, mas uma ação coordenada e agressiva, que visava paralisar as atividades do Congresso Nacional. Utilizando cadeados, correntes e adesivos, os parlamentares bloquearam o acesso à Mesa Diretora, obstruindo o trabalho do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e criando uma crise institucional grave.

A representação aponta que houve planejamento prévio, como o uso de crianças para constranger a segurança e a criação de narrativas falsas sobre a situação. A ocupação foi uma tentativa de pressionar pela votação de pautas favoráveis aos golpistas, como o pedido de anistia para aqueles envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

Segundo Lindbergh, eles “tomaram de assalto e sequestraram de forma ilícita e coordenada a Mesa Diretora do Plenário da Câmara dos Deputados, impedindo/restringindo o funcionamento regular de um Poder da República”.

O deputado federal Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara. Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara
Para o deputado, a atitude dos parlamentares visa minar a democracia e desrespeitar as instituições estabelecidas, prejudicando o funcionamento da Câmara dos Deputados.

Em sua argumentação, Farias cita que a ação violou de maneira explícita os princípios constitucionais da República, especialmente o exercício livre e independente do Poder Legislativo. A ocupação da Mesa Diretora e a obstrução dos acessos configuram, de acordo com o deputado, um crime formal, com impacto direto na ordem democrática, conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF).

“A violência foi concretizada na ocupação física do espaço institucional reservado, no impedimento de acesso do Presidente da Câmara e de servidores, e na resistência ativa às ordens da autoridade máxima da Casa e da Polícia Legislativa. A grave ameaça se manifestou de forma simbólica e política, mediante demonstração ostensiva de força e intenção de manter o bloqueio”, prossegue.

A representação apresentada por Farias solicita que a PGR tome medidas para identificar todos os parlamentares envolvidos no motim. Ele também pede a coleta de provas, como imagens de câmeras de segurança, depoimentos de testemunhas e reportagens que documentaram o episódio.

Fonte: DCM

“Por aqui não passam”: a mensagem de generais a golpistas

O general Tomás Paiva, comandante do Exército. Foto: Divulgação

Os generais do Exército Brasileiro se posicionaram contra os radicais que tentam incitar a desordem política no Brasil. Durante uma solenidade no Forte Caxias, Tomás Miguel Ribeiro de Paiva e outros oficiais emitiram um recado claro: “Que venham, por aqui não passam”.

Segundo a coluna de Marcelo Godoy no Estadão, a mensagem foi inspirada no espírito do tenente-coronel Emílio Luís Mallet, histórico defensor da legalidade nas guerras do século XIX, e visou reafirmar o compromisso do Exército com a Constituição e a ordem democrática.

A crise política no Brasil chegou a um ponto de tensão quando um grupo de oficiais da reserva tentou incitar uma crise militar, desafiando o general Tomás e tentando arrastar a instituição para o jogo político radical.

Eles usaram como justificativa as medidas recentes do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, algo que gerou uma reação forte do Alto Comando, que se reuniu para tratar a questão e reafirmar a posição da instituição. O consenso era claro: a crise era política, e o Exército deveria permanecer afastado dos humores da Praça dos Três Poderes.

Os generais destacaram que, em um país dividido, o discurso radical da extrema-direita, que afirma representar “o povo”, traz lembranças de movimentos históricos que procuraram justificar a radicalização e a exclusão de opositores.

“O problema é que ontem – como hoje – ninguém se perguntava se o povo queria a radicalização”, apontaram, lembrando que, em uma República, o Exército não pode ser o braço armado de um partido político contra outro. Eles enfatizaram que o país não vive uma ditadura, mas sim uma democracia em que a legalidade deve prevalecer sobre qualquer impulso golpista.

José Múcio, o ministro da Defesa. Foto: Reprodução

O apoio do Exército ao ministro da Defesa, José Múcio, foi reafirmado durante o evento, com os generais dizendo que, embora as simpatias políticas possam variar, a lealdade à legalidade e à ordem é a principal diretriz da instituição. “Quem defende a ordem não pode criar desordem”, afirmou o Alto Comando.

Os militares ainda advertiram sobre o papel da desinformação e das campanhas políticas organizadas para deslegitimar as instituições, com ênfase nas tentativas de enfraquecer o Exército. Durante a cerimônia de promoção de oficiais generais, o general Richard Nunes reforçou a importância de preservar a integridade do Exército, destacando o trabalho em conjunto com a liderança do general Tomás, que tem sido alvo de constantes ataques de forças internas e externas que buscam desestabilizar a instituição.

Os generais fizeram um apelo claro para que a hierarquia e a disciplina continuem a ser os pilares do Exército, argumentando que a ideia de que o respeito à legalidade é essencial, especialmente em tempos de polarização.

A “manutenção inexpugnável da fortaleza da hierarquia e da disciplina” foi citada como um imperativo para enfrentar as constantes campanhas de desinformação que tentam atacar as instituições brasileiras, incluindo o próprio Exército.

A celebração das promoções e a posse do novo chefe do Estado-Maior do Exército, general Francisco Humberto Montenegro Júnior, também foi marcada por discursos fortes, como o do general Richard, que deixou claro o apoio à liderança do general Tomás.

Ele disse que, apesar das dificuldades e das pressões políticas, “a história registrará os esforços” do general Tomás para preservar os princípios fundamentais do Exército e da democracia.

Fonte: DCM com informações do Estadão

“Brasil deu basta ao golpismo com a Constituição de 1988”, diz Moraes

 

O ministro do STF Alexandre de Moraes durante discurso na 23ª Semana Jurídica do TCE-SP. Foto: Reprodução

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou que o Brasil, com a promulgação da Constituição de 1988, “deu um basta à possibilidade de golpismo”. A declaração foi dada durante um evento jurídico em São Paulo, nesta segunda (11).

“O Brasil deu um basta a essa possibilidade de intromissão de Forças Armadas, sejam oficiais ou paraoficiais, na política brasileira. O Brasil deu um basta, na Constituição de 1988, à ideia de personalismo, populismo”, afirmou o magistrado.

O ministro explicou que, enquanto o Poder Legislativo, por si só, não tem conseguido conter os avanços do populismo armado do Executivo, a Constituição de 1988 deu ao Judiciário uma autonomia essencial. “A partir de 88, o legislador constituiu a independência e autonomia do Judiciário, sem pressões externas ou internas, garantindo a função do poder Judiciário de julgar com imparcialidade”, prosseguiu.

A fala do ministro ocorre em meio a um período de críticas por parte do governo dos Estados Unidos, que incluíram o próprio Moraes na lista de alvos de sanções. O ministro afirmou que o país enfrentou desafios históricos nas últimas décadas.

“É o único país do mundo que sofreu dois impeachments de um presidente de direita e uma presidente de esquerda. Tivemos uma tentativa de golpe de estado no dia 8 de janeiro de 2023. As instituições reagiram, souberam atuar dentro do que a Constituição estabeleceu”, acrescentou.

Bolsonaristas durante o ataque golpista de 8 de janeiro de 2023. Foto: Sérgio Lima/AFP

Moraes também afirmou que um “novo populismo extremista” tem ameaçado a democracia. “Não podemos fingir que não há bases que permitiram esse discurso antidemocrático florescer e aí é que as instituições devem se fortalecer para saber como atacar esses problemas de base”, apontou.

Esse populismo extremista ganhou força e encontrou um “terreno fértil” no Brasil, segundo o ministro, porque a democracia não conseguiu solucionar o problema de distribuição de renda.

“E é nesse discurso, em relação à distribuição de renda, que esse populismo extremista vem atuando. Não que tenham propostas pra melhorar, mas, na verdade, a crítica pela crítica e a crítica encontrou um terreno fértil pra florescer”, afirmou.

Moraes também refletiu sobre os 198 anos de criação dos cursos jurídicos no Brasil, ressaltando que o país, apesar dos avanços e retrocessos, tem demonstrado confiança no sistema jurídico desde a sua criação. Ele lembrou que essa confiança foi um dos principais pilares que permitiram que o Brasil continuasse a crescer, apesar dos desafios.

O discurso ocorreu em cerimônia do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) em alusão ao Dia do Advogado, celebrado nesta segunda. A data marca os 198 anos de criação dos dois primeiros cursos jurídicos no Brasil e Moraes avalia que “o Brasil vem demonstrando, entre avanços e retrocessos, mas vem demonstrando, que esse ato de confiança do imperador Dom Pedro [de criar os cursos de Direito] deu certo”.

Fonte: DCM