quarta-feira, 28 de maio de 2025

Bolsonaro telefonou a Mourão e orientou defesa antes de depoimento ao STF

Bolsonaro pediu que Mourão reforçasse versão favorável a ele. Prática pode caracterizar obstrução de Justiça, a depender da avaliação da PGR

Mourão e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Jair Bolsonaro (PL) atuou diretamente para alinhar com aliados os depoimentos de sua defesa no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado. De acordo com Igor Gadelha, do Metrópoles, Bolsonaro telefonou para o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) na véspera da oitiva conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF).

Mourão, que foi vice-presidente da República durante o governo Bolsonaro, relatou que Bolsonaro entrou em contato para solicitar que certos pontos considerados estratégicos fossem reforçados durante seu depoimento. Um dos pedidos foi para que Mourão deixasse claro que nunca ouviu dele qualquer menção sobre ruptura institucional.

O depoimento ocorreu na última sexta-feira (23). Nele, Mourão também negou ter sido alvo de monitoramento por parte de militares acusados de envolvimento na articulação golpista para manter Bolsonaro no poder, contradizendo declarações feitas por Mauro Cid em delação premiada. Cid foi ajudante de ordens da Presidência e é um dos principais delatores no processo.

Além de Bolsonaro, os generais Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto também indicaram Mourão como testemunha de defesa. Todos são réus no inquérito do STF que investiga a tentativa de subversão da ordem democrática no contexto do fim do governo Bolsonaro.

Obstrução de Justiça - A iniciativa de Bolsonaro de contatar pessoalmente Hamilton Mourão para discutir o conteúdo de seu depoimento levanta questionamentos jurídicos sobre uma possível tentativa de interferência na Justiça. Embora não haja indícios de ameaça ou coação explícita, esse tipo de atitude pode, em determinadas circunstâncias, configurar obstrução de Justiça, crime previsto na legislação brasileira.

O artigo 2º, parágrafo 1º, da Lei 12.850/2013 — que trata das organizações criminosas — estabelece pena para quem “impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa”. Já o artigo 344 do Código Penal trata da coação no curso do processo, embora esse último exija a presença de violência ou grave ameaça, o que não se aplica diretamente neste caso. Ainda assim, o ato de tentar influenciar o conteúdo do depoimento de uma testemunha, sendo o réu diretamente interessado na investigação, pode ser interpretado como tentativa de embaraçar a apuração dos fatos.

A caracterização do crime dependerá, no entanto, da interpretação que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF) fizerem da conduta. Isso porque será necessário demonstrar que houve intenção de interferir na verdade processual ou de orientar a testemunha de forma a prejudicar a investigação. Ainda que Mourão não tenha relatado qualquer tipo de pressão, a mera tentativa de "alinhamento de versões", por parte de quem está formalmente acusado no inquérito, pode ser considerada um fator de risco para a integridade da instrução penal.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Projeto de Santin Roveda amplia projeto de biometria neonatal para todas as maternidades públicas

Após dois anos de projeto-piloto, o projeto Bebê ID será ampliado para todas as 77 maternidades do Estado. Iniciativa inovadora garante identidade civil desde o nascimento e fortalece rede de proteção à infância. Investimento é de R$ 2,8 milhões

      (Fotos: Alessandro Vieira/SESA)

Com o objetivo de ampliar o sistema de proteção de crianças e mães paranaenses, o Governo do Paraná vai garantir biometria neonatal a todos os bebês nascidos em maternidades do Estado. O projeto Bebê ID foi anunciado nesta semana, com a assinatura do termo de cooperação técnica pelo vice-governador Darci Piana e o secretário de Estado da Justiça e Cidadania, Santin Roveda.

“Esta medida ajuda a combater casos de trocas de bebês e sequestros, por exemplo. O Paraná está usando da tecnologia para evitar situações como estas, que chocam a sociedade. É o Estado mostrando o respeito que tem à vida, desde o início”, afirmou Santin.

O Bebê ID é uma iniciativa vinculada ao Programa Criança e Adolescente Protegidos, do Tribunal de Justiça do Paraná, que visa assegurar o direito à identidade civil desde o nascimento, prevenir o sub-registro e fortalecer a rede de segurança pública, especialmente no combate ao desaparecimento de crianças.

“Mais uma vez o Paraná larga na frente, com uma solução inovadora para dar mais segurança e dignidade às famílias do nosso Estado. De agora em diante, as nossas crianças sairão do hospital já identificadas e protegidas. É mais uma medida pioneira que o Paraná desenvolve e que servirá de exemplo para o restante do Brasil”, afirmou Darci Piana.

A medida será implementada nas 77 maternidades públicas do Estado, beneficiando recém-nascidos, crianças de 0 a 5 anos e suas mães. O investimento será de R$ 2,8 milhões, com recursos da Secretaria de Inovação e Inteligência Artificial via Fundo Paraná.

✱ SEGURANÇA – Antes da expansão, o projeto foi testado entre 2022 e 2024 na maternidade do Hospital do Trabalhador, em Curitiba. Nesse período, foram coletadas cerca de 240 amostras biomédicas por mês, o que resultou em uma coleta total de 5 mil digitais de neonatos e mães. O projeto-piloto confirmou a viabilidade técnica da solução e resultou na criação de um protocolo específico de aplicação em maternidades.

A iniciativa tem como propósito ampliar o acesso à cidadania e fortalecer políticas públicas integradas nas áreas da saúde, justiça e segurança. Além disso, fortalece a rede de proteção e agiliza as investigações em casos de sequestro, desaparecimento, adoção ilegal e tráfico de pessoas.

O projeto é resultado da atuação conjunta de instituições como o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), Secretaria da Justiça e Cidadania (Seju), Secretaria da Saúde (Sesa), encarregada pela coleta biométrica nas maternidades, e da Secretaria de Inovação (Seia), que apoia técnica e financeiramente a iniciativa, com suporte tecnológico da Celepar.

O Bebê ID inclui, ainda, crianças matriculadas na rede pública estadual e municipal, adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas e casos de natimortos, promovendo um amplo mapeamento da identificação civil.

“Quando uma pessoa tem o registro civil, ela se torna visível perante a sociedade. O Bebê ID é uma derivação de uma série de programas que visavam a identificação de crianças e adolescentes que chegam, agora, a uma nova fase”, afirmou a presidente do TJPR, Lídia Maejima.

A desembargadora, inclusive, foi a idealizadora de uma das primeiras políticas públicas conduzidas no Paraná nesta área, com o projeto Impressão Digital, criado em 1990 no TJPR, com foco no combate à falsificação de documentos. Nas décadas seguintes, o projeto evoluiu para o programa Criança e Adolescente Protegidos, que passou a garantir o direito à identidade por jovens em situação de vulnerabilidade.

Desde então, o programa já emitiu mais de 611 mil carteiras de identidade, atendendo mais da metade do público infantil e adolescente do Paraná com biometria oficial, consolidando o Estado como referência nacional em políticas públicas de proteção à infância.

✱ INOVAÇÃO – A tecnologia utilizada para o Bebê ID foi desenvolvida pela empresa paranaense Infant.ID e é capaz de capturar impressões digitais palmares e plantares dos recém-nascidos com alta resolução (mais de 5.000 dpi), antes da alta hospitalar de forma confortável, rápida e segura.

O scanner biométrico utilizado para o registro da biometria possui certificação do FBI e, também, do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST). Os dados são criptografados, o que atende à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). As informações coletadas ficam à disposição exclusivamente do poder público para fins de investigação, identificação, confecção de documentos e monitoramento de fronteiras.

✱ PRESENÇAS – Participaram da solenidade o secretário da Saúde, Beto Preto; secretário da Inovação e Inteligência Artificial, Alex Canziani; secretário de Segurança Pública, Hudson Teixeira; a secretária da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte; o secretário de Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca; o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Alexandre Curi; os deputados federais Rodrigo Estacho e Felipe Francischini; os deputados estaduais Pedro Paulo Bazana, Márcia Huçulak, Reichembach, Ana Júlia, Gilberto Ribeiro, Flávia Francischini e Mara Lima; o diretor-geral da Polícia Científica do Paraná, Luiz Rodrigo Grochocki; o diretor-presidente do Detran, Adriano Furtado; a desembargadora do Tribunal de Justiça do Paraná, Joeci Machado Camargo; o procurador de Justiça do Ministério Público do Paraná, Olympio de Sá Sotto Maior Neto; e demais autoridades.

SESA - IDENTIFICAÇÃO BIOMÉTRICA
Fonte: Assessoria de Comunicação 

Moraes repreende testemunha: "se o senhor acha ou não que teve golpe, não importa para a Corte"

O ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça Antônio Ramirez Lorenzo foi convocado como testemunha de defesa do ex-ministro Anderson Torres

Alexandre de Moraes - 22/04/2025 (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

Durante audiência nesta quarta-feira (28), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), repreendeu uma das testemunhas de defesa na ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. As informações são do jornal O Globo.

O ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça Antônio Ramirez Lorenzo, convocado como testemunha de defesa do ex-ministro Anderson Torres, foi interrompido por Moraes ao tentar relativizar os acontecimentos daquele dia. “Responda os fatos. Se o senhor acha ou não que teve golpe, não é importante para a Corte”, disse o ministro.

Lorenzo ocupou os cargos de chefe de gabinete e, posteriormente, de secretário-executivo de Anderson Torres na pasta da Justiça. Durante o depoimento, afirmou que sua passagem pelo ministério influenciou sua percepção sobre os ataques às instituições. Segundo ele, se não tivesse trabalhado no governo, "teria uma visão diferente" sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.

O ex-secretário também mencionou que Torres orientou ações de combate a crimes eleitorais durante as eleições de 2022, mas, segundo seu relato, sem direcionamento específico contra qualquer candidato.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

VÍDEO – Barroso critica reação da mídia sobre jantar com empresários: “Para vender jornal”


O ministro Luís Roberto Barroso durante a abertura da sessão extraordinária do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na última terça-feira (27). Foto: Reprodução

O ministro Luís Roberto Barroso criticou, durante a abertura da sessão extraordinária do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na última terça-feira (27), a cobertura da imprensa sobre o jantar beneficente de que participou em São Paulo.

O evento, destinado a arrecadar fundos para bolsas de estudo para candidatos negros no Exame Nacional da Magistratura, sob gestão da Fundação Getúlio Vargas, foi alvo de críticas por parte de alguns veículos de comunicação. “No Brasil, existem atualmente duas grandes categorias de pessoas: as que fazem alguma coisa e as que têm razão. Portanto, a gente tem que continuar fazendo e deixar para as que têm razão e precisam vender jornal falando bobagem”, disparou Barroso.

O ministro explicou que o evento visava arrecadar o restante do valor necessário para o programa de bolsas, mas a mídia retratou de maneira distorcida o encontro com empresários. Além disso, Barroso criticou a superficialidade do debate público no Brasil, afirmando que “a incultura é um problema difícil de sanar”.

 

Fonte: DCM

Lula prepara programa para zerar filas no SUS com o uso de parcerias privadas

Medida Provisória que será assinada na sexta-feira (30) amplia orçamento e permitirá abatimento de dívidas em troca de serviços de saúde especializados

Alexandre Padilha e Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve assinar nesta sexta-feira (30) uma nova Medida Provisória que reformula o programa Mais Acesso a Especialistas, principal aposta do governo federal para reduzir as filas por atendimento especializado no SUS (Sistema Único de Saúde). A iniciativa será marcada por uma ampla colaboração com a rede privada, visando agilizar exames, consultas e cirurgias.

De acordo com a Folha de S. Paulo, o novo modelo permitirá que hospitais e clínicas particulares realizem atendimentos especializados em troca do abatimento de dívidas tributárias com o governo federal. A medida, coordenada pelo Ministério da Saúde, também prevê o aluguel de espaços ociosos em unidades privadas com equipes contratadas diretamente pelo poder público.

A reformulação prevê um aumento significativo do orçamento. Atualmente fixado em R$ 2,4 bilhões anuais, o programa poderá ser ampliado para até R$ 4 bilhões, com projeções mais otimistas chegando a R$ 10 bilhões — valor que dependerá de negociações com o Ministério da Fazenda e da adesão de emendas parlamentares. Parte desse reforço orçamentário virá da conversão de R$ 2,7 bilhões em dívidas de hospitais e operadoras de planos de saúde, por meio de serviços prestados ao SUS. O impacto dessa operação será contabilizado no orçamento de 2026.

Durante reunião com deputados da base aliada na terça-feira (27), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), defendeu o plano como uma medida urgente. “É uma ação emergencial e positiva, em face do problema grave e urgente das filas. Não enfraquece o SUS”, afirmou o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) após o encontro.

Ainda de acordo com a reportagem, além das parcerias com o setor privado, o Ministério da Saúde planeja lançar um painel público com dados sobre as filas do SUS. A plataforma pretende oferecer maior transparência ao cidadão sobre o tempo de espera por exames e cirurgias. Outra inovação será o incentivo a municípios que ampliarem seus turnos de atendimento especializado, com repasses adicionais de recursos. A telemedicina também será fortalecida, com foco em reduzir deslocamentos e acelerar diagnósticos.

No campo da assistência, a MP ampliará o escopo de especialidades contempladas. Atualmente, o programa foca em áreas como oncologia, cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia. A nova versão incluirá também procedimentos de ginecologia.

Diferente do modelo anterior, o governo exigirá que os hospitais e clínicas participantes exponham a identidade visual da iniciativa federal, como já ocorre no programa Farmácia Popular. A medida visa reforçar a associação entre os serviços prestados e a atuação direta do governo Lula.

O relançamento do programa ocorrerá em cerimônia no Palácio do Planalto e também marcará a entrega de aceleradores lineares — equipamentos usados no tratamento de câncer — a hospitais em São Paulo (SP), Bauru (SP), Piracicaba (SP), Teresina (PI), Rio de Janeiro (RJ) e Curitiba (PR).

Apesar do entusiasmo demonstrado por parte da base aliada, a proposta encontra resistência entre setores da saúde pública e de movimentos sociais, que veem com cautela a ampliação da presença do setor privado na rede pública.

Durante a apresentação aos parlamentares, Padilha evitou detalhar pontos-chave, como a tabela de remuneração dos hospitais e o novo nome da política. Segundo os congressistas presentes, a apresentação foi genérica, e o texto da MP ainda está em ajustes finais.

Mesmo com essas lacunas, a avaliação entre os líderes partidários é positiva, com expectativa de que os editais para credenciamento de instituições sejam lançados logo após a publicação da MP. A MP terá validade imediata, mas, como toda medida provisória, precisará ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias para não perder efeito.

Em 2023, o Ministério da Saúde estimou mais de um milhão de cirurgias eletivas pendentes em todo o país. No ano seguinte, o SUS realizou 13,6 milhões desses procedimentos, um recorde histórico e 10% acima do total anterior.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Grupo que assassinou advogado vendia espionagem contra ministros do STF por R$ 250 mil

Organização formada por civis e militares oferecia ‘serviços’ com drones e prostitutas. PF encontrou tabela de alvos e preços durante investigações

Armas apreendidas pela Polícia Federal (Foto: PF/Reprodução)

Uma complexa rede criminosa voltada à espionagem de autoridades e assassinatos sob encomenda foi desarticulada nesta quarta-feira (28) pela Polícia Federal. A operação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e investiga os responsáveis pela execução do advogado Roberto Zampieri, ocorrida em 2023 em Cuiabá (MT), informa Daniela Lima, do g1.

A apuração da PF revelou que o grupo mantinha um verdadeiro “catálogo” de alvos, com valores estipulados para ações de espionagem. O preço para espionar ministros do STF era de R$ 250 mil. Senadores apareciam na tabela por R$ 150 mil e deputados, por R$ 100 mil. Cidadãos sem cargos políticos também eram monitorados, conforme mostra a lista apreendida pelos investigadores. A estrutura criminosa incluía o uso de drones, prostitutas e outros meios para obter informações e comprometer os alvos.

✱ Assassinato levou à descoberta de rede - A investigação começou a partir do assassinato de Roberto Zampieri, morto com 10 tiros dentro do próprio carro, em frente ao seu escritório. O autor dos disparos, segundo a Polícia Militar, esperava o advogado na saída do trabalho. O delegado Nilson Farias afirmou que Zampieri usava carro blindado há mais de cinco anos, o que reforça a hipótese de crime premeditado, relata Camila Bomfim, também do g1.

No celular da vítima, a PF encontrou conversas que revelam negociações com juízes de diferentes tribunais, inclusive gabinetes de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), relacionadas à venda de sentenças. Essas provas ampliaram a dimensão da investigação e resultaram na deflagração da sétima fase da Operação Sisamnes, que mira corrupção no Judiciário de Mato Grosso e no STJ.

✱ Organização militarizada e com ideologia política - A facção responsável pelas ações se autodenominava “Comando C4”, sigla para “Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos”. O grupo era formado por civis e militares, tanto da ativa quanto da reserva, e atuava em várias frentes — da vigilância clandestina à execução de assassinatos por encomenda.

As atribuições de cada integrante também foram detalhadas nas investigações. A Polícia Civil de Mato Grosso, que atuou em parceria com a PF, indiciou os seguintes suspeitos em 2024: 

▸ Aníbal Manoel Laurindo: produtor rural apontado como mandante;
▸ Coronel Luiz Cacadini: suposto financiador das ações;
▸ Antônio Gomes da Silva: teria sido o executor do homicídio;
▸ Hedilerson Barbosa: acusado de intermediar o crime, auxiliar o atirador e fornecer a pistola 9mm usada no assassinato;
▸ Gilberto Louzada da Silva: também envolvido, com função não detalhada.

✱ Mandados e medidas cautelares - Nesta fase da operação, o STF autorizou cinco prisões preventivas, quatro medidas de monitoramento eletrônico e seis mandados de busca e apreensão. As ações ocorreram em Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. Para alvos que não foram presos, a Justiça determinou medidas como recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato com outros investigados e entrega de passaportes.

De acordo com os agentes, a estrutura do grupo imitava a de uma agência clandestina de inteligência e extermínio. As tarefas eram executadas mediante pagamento, com valores variando de acordo com a relevância política ou o cargo da vítima.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

“Caloteiro”: médico contrata garotas de programa, transa “de graça” e deixa de pagar R$ 9 mil


      Médico durante atendimento a paciente – Foto: Reprodução

Um médico especialista em equilíbrio hormonal e nutrição, com mais de 87 mil seguidores nas redes sociais, foi acusado de aplicar um golpe contra cinco garotas de programa no Distrito Federal. Segundo o Metrópoles, o profissional da saúde contratava os serviços, pagava apenas a primeira hora e depois convencia as profissionais a permanecerem por mais tempo, sem arcar com o valor total, acumulando uma dívida superior a R$ 9 mil.

De acordo com uma amiga das vítimas, os encontros ocorriam geralmente na casa do médico, no Lago Sul (DF). “Quando a profissional ameaça acionar a polícia, os amigos do médico dizem que vão ‘chamar um desembargador’, em uma clara tentativa de intimidação e abuso de poder”, relatou. A mulher também afirmou que ele bloqueou o contato dela e das demais envolvidas após as tentativas de cobrança.

O nome do médico não foi divulgado porque, até o momento, não há registro de ocorrência policial por parte das vítimas. No entanto, ele já é investigado pela Polícia Civil por outros crimes, incluindo denúncia de violência doméstica, injúria e lesão corporal registrada em maio deste ano.

Fonte: DCM com informações do Metrópoles

Caroline De Toni diz que “submissão de Michelle a Bolsonaro” a qualifica para eleições em 2026

A deputada federal bolsonarista Caroline De Toni (PL-SC) durante o programa GloboNews Debate, na última terça-feira (27). Foto: Reprodução

A deputada federal bolsonarista Caroline De Toni (PL-SC) afirmou, durante o programa GloboNews Debate, que o que credencia a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro a disputar a eleição presidencial de 2026 é sua submissão ao marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Eu acho que o que credencia a Michelle Bolsonaro é a postura dela como mulher. Primeiro, porque ela sabia qual era o seu papel como primeira-dama, assim como outras primeiras-damas”, disse a parlamentar na última terça-feira (27).

A bolsonarista também mencionou a ex-mulher do presidente Lula (PT), Marisa Letícia Lula da Silva: “Quero falar até da própria ex-mulher do presidente Lula, ela tinha um papel mais reservado, mais discreto, e fazia trabalhos voluntários, como outras primeiras-damas que vimos ao longo da história.”

Assista abaixo:

Fonte: DCM

Time nega expulsão de jogadora de futsal por vender pornografia na internet

A produtora de conteúdo adulto Marcela Soares – Foto: Reprodução

O Celemaster Uruguaianense negou que tenha expulsado a jogadora Marcela Soares, de 21 anos, por ela vender conteúdo adulto na internet. Após a repercussão do caso, o clube afirmou estar sendo alvo de “fake news” e esclareceu que a decisão de deixar o time partiu da própria atleta. “Ela nos pediu para retornar à sua cidade, algo que está registrado no próprio processo”, afirmou o técnico André Malfussi.

A jovem havia declarado que o desligamento ocorreu após a diretoria descobrir sua atividade fora das quadras, mas depois reconheceu que a afirmação foi impulsionada por ressentimento. “A gente criou o fato e aumentou um pouco, pelo que aconteceu comigo no time”, disse Marcela à Folha, relatando ainda que o clube não pagou sua cirurgia após uma lesão. A jogadora moveu um processo trabalhista pedindo o reconhecimento de vínculo empregatício e uma indenização de R$ 18.977,52, mas perdeu a ação.

O presidente do Celemaster, Auri Guedes Pereira, e o técnico reforçaram que a atividade de Marcela com conteúdo adulto nunca foi um problema para a equipe. “Em todo esse tempo, jamais expulsamos uma atleta, ela está mentindo”, declarou Malfussi.

Fonte: DCM

Post feito por Virginia antes de anúncio de separação chama a atenção: “Evolução”

A blogueira Virginia Fonseca e o cantor Zé Felipe – Reprodução/Redes Sociais

Poucas horas antes de anunciar o fim de seu casamento com Zé Felipe, Virginia Fonseca postou uma mensagem de tom motivacional nos Stories de seu perfil no Instagram. A influenciadora digital, que estava com o cantor há cinco anos e teve três filhos com ele, aconselhou os mais de 50 milhões de seguidores a se cercarem de pessoas que os puxem para cima.

“Quer crescer? Então se rodeie de quem te puxa pra cima. É perto dos bons que a gente se torna melhor. Energia boa, exemplo forte e mente alinhada, esse é o combo que acelera sua evolução”, dizia o post que a famosa compartilhou. “E confia em Deus”, acrescentou ela.

Depois, ainda no Instagram, Virginia Fonseca contou que ela e Zé Felipe estão se separando: “Juntos sempre e agora de uma maneira diferente. Decidimos que seremos amigos para cuidar do nosso maior bem, nossas bênçãos enviadas por Deus, os nossos três filhos”.

Print de Story de Virginia Fonseca
Story de Virginia Fonseca – Reprodução/Instagram

 

Fonte: DCM

“Venezuelano morrendo de fome”: atleta do São Paulo é acusado de xenofobia após jogo

Navarro, do Talleres, chorou após confusão envolvendo Bobadilla, do São Paulo
Foto: NELSON ALMEIDA / AFP


O lateral Navarro, do Talleres, acusou o meia Damián Bobadilla, do São Paulo, de xenofobia durante a partida pela Libertadores no Morumbis. Aos prantos, o venezuelano relatou que foi chamado de “venezuelano morto de fome” pelo adversário. A declaração foi feita por Navarro ainda na zona mista, logo após o fim do jogo, e ganhou repercussão nas redes sociais.

Navarro se emocionou em campo, foi amparado por companheiros e prestou depoimento no estádio. Mais tarde, publicou um desabafo nos stories do Instagram afirmando que irá “até as últimas instâncias”. “Nunca terei vergonha das minhas raízes”, escreveu o jogador, criticando o que chamou de “pobreza mental” e pedindo o fim dos discursos de ódio no futebol.

A Polícia Militar tentou localizar Bobadilla para depor, mas o atleta já havia deixado o estádio. O São Paulo informou que só vai se pronunciar após a apuração completa dos fatos. O técnico do Talleres, Mariano Levisman, também falou sobre o episódio e classificou a situação como discriminatória, pedindo providências para evitar que casos assim se repitam no futebol.

Fonte: DCM

Bancada Feminina da Câmara repudia ataques contra Marina: “Espetáculo vergonhoso”


A ministra Marina Silva – Reprodução/Agência Brasil

O DCM recebeu uma nota emitida pela Coordenação da Bancada Feminina da Câmara dos Deputados e assinada pela deputada federal Jack Rocha (PT-ES) repudiando os ataques sofridos pela ministra Marina Silva nesta terça-feira (27) no Senado Federal. Confira o texto:

Nós, da Coordenação da Bancada Feminina da Câmara dos Deputados, nos unimos em indignação e solidariedade à ministra Marina Silva, diante dos ataques sofridos hoje no Senado Federal.

O que ocorreu não foi apenas um desrespeito a uma ministra de Estado, foi um ataque brutal à democracia, à dignidade das mulheres e, em especial, à história de uma mulher negra que construiu sua trajetória com coragem, sabedoria e compromisso com o Brasil.

A sessão conduzida pelo senador Marcos Rogério tornou-se palco de um espetáculo vergonhoso de impunidade e covardia. E não podemos ter um parlamento omisso. O desrespeito institucional cometido revela a urgência de um novo pacto de civilidade e respeito no Parlamento brasileiro.

Marina Silva não foi apenas interrompida, foi silenciada em uma tentativa de humilhação e desumanização em pleno exercício de sua função. Ouvir de um senador que “fala com a ministra, não com a mulher” como se ambas não pudessem coexistir na mesma pessoa é expressão pura de um machismo cruel que ainda permeia as instituições. Relembrar, como fez esse mesmo senador, a declaração de que “queria enforcá-la” não é liberdade de expressão: é incitação à violência. É inaceitável. É crime.

A tentativa de calar também a senadora Eliziane Gama reforça o que sabemos: há uma estrutura de poder que ainda não admite mulheres com voz ativa e presença altiva. E quando essa mulher é negra, a violência é ainda mais brutal, mais desumana, mais simbólica.

Marina Silva é símbolo da luta ambiental, da ética pública e da resistência das mulheres brasileiras. Sua presença no governo e na história do Brasil é patrimônio da nossa democracia. Atacá-la não é apenas ofender uma ministra — é atentar contra todas nós.

Marina Silva, é deputada federal , está licenciada e, mesmo como ministra Chefe de Estado, mas principalmente por ser cidadã brasileira , tem prerrogativas que precisam ser respeitadas — por dever legal e democrático.

Acreditamos em um Congresso Nacional justo e equilibrado, defensor de cada brasileiro e brasileira e por isso , este caso precisa ser levado ao Senado Federal com seriedade junto as suas instâncias competentes cumpram a Lei 14.192/2021- e demais dispositivos jurídicos da legislação brasileira que coíbam a violência política de gênero.

Repudiamos com veemência os ataques sofridos, reafirmamos nosso compromisso com um debate público civilizado e igualitário.

Não seremos silenciadas. Por Marina. Por todas. Pelo Brasil.

Fonte: DCM

Bolsonaro pode ter bens bloqueados e ser preso por financiar Eduardo nos EUA

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

Ministros do Supremo Tribunal Federal avaliam que Jair Bolsonaro pode ter seus bens bloqueados por financiar a permanência de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. Com informações de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.

O ex-presidente declarou publicamente que está custeando as despesas do filho, que vive no exterior em articulações contra o STF. “Ele está sem salário e fazendo o seu trabalho de interlocução com autoridades no exterior”, disse Bolsonaro.

Segundo o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, parte dos R$ 17 milhões arrecadados anteriormente em campanhas foi destinada a Eduardo. O ex-presidente já teria gastado cerca de R$ 8 milhões desse valor e, de acordo com Machado, o custo de vida nos EUA é elevado. O apoio financeiro, segundo ministros do Supremo, pode configurar participação nos crimes investigados contra o filho.

Ex-ministro do Turismo do governo de Jair Bolsonaro, Gilson Machado. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Procuradoria-Geral da República pediu que Jair Bolsonaro seja ouvido no inquérito que investiga Eduardo por coação no curso do processo, obstrução de investigações e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito.

A justificativa é que Bolsonaro seria “diretamente beneficiado pela conduta descrita” e já teria admitido sustentar o filho em solo americano.

Nos bastidores do Supremo, magistrados avaliam a adoção de medidas cautelares contra o ex-presidente. Entre as possibilidades, está o bloqueio de bens e até a prisão preventiva, caso o avanço das investigações justifique medidas mais duras. Para os ministros, as declarações públicas de Bolsonaro agravam sua posição no inquérito.

Eduardo Bolsonaro, por sua vez, disse em entrevista que está sendo perseguido e comparou sua situação à de exilados políticos. “Quando o pessoal sai de Cuba, sai da Venezuela e sai da Coreia do Norte, acontece isso. Agora querem atingir meus familiares”, afirmou. Ele também tem usado redes sociais para pedir anistia e denunciar o STF.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

Sakamoto: Senado relincha e dá coice em Marina Silva após aprovar ‘mãe das boiadas’



A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fala com o senador Marcos Rogério durante sessão da comissão de Infraestrutura. Foto: Geraldo Magela

Uma semana após aprovar a “mãe de todas as boiadas”, atropelando as regras de licenciamento ambiental no Brasil e abrindo caminho para mais tragédias climáticas e bloqueios comerciais, o Senado protagonizou uma cena lamentável de relinchos e coices contra a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na Comissão de Infraestrutura, nesta terça (27).

Dessa forma, a casa revisora chancela que vê o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável apenas como nomes bonitos para serem citados em discursos. Na prática, é o progresso acéfalo, que sob a justificativa de enriquecimento rápido, expulsa populações tradicionais, escraviza trabalhadores e torna o ar irrespirável e a água podre.

Marina foi chamada para discutir a criação de unidades de preservação marinha na costa de estados amazônicos — na esteira da exploração de petróleo da Margem Equatorial. Sabia que não teria uma audiência simpática a ela, pois, nesse tema, há membros da base do governo Lula que estão alinhados à oposição. Mas acabou se deparando com algo próximo a uma armadilha regada a machismo e misoginia.

Marina Silva sofreu ataques misóginos de Marcos Rogério. Foto: reprodução

Ela foi interrompida várias vezes. O presidente da comissão, Marcos Rogério (PL-RO), mandou que ela “se ponha no seu lugar”, uma ordem tão machista quanto anacrônica que mulheres na vida pública ainda são obrigadas a ouvir. Vendo que não conseguia interrompê-la, disse que faltava a ela educação. “Você gostaria que eu fosse uma mulher submissa, e eu não sou”, vaticinou Marina.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o senador bolsonarista Marcos Rogério (PL-RO). Foto: Reprodução

Plínio Valério (PSDB-AM), que já tinha dito que gostaria de enforcar a ministra, afirmou que ela não merecia respeito: “Olhando para a senhora, estou falando com a ministra, e não com uma mulher”. Marina respondeu: “Eu sou as duas coisas”.

“A mulher merece respeito, a ministra, não”, relinchou o senador.

Como ele não se desculpou, Marina se retirou da sessão. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) era uma das duas únicas senadoras mulheres presentes na sessão e saiu em defesa da ministra. O governo Lula, que costuma articular a presença de parlamentares para apoiar seus ministros em eventos no Congresso, não se preparou para isso. Ou não quis.

Mas pelo menos o Senado é coerente. Essa demonstração bizarra se segue à outra, com a aprovação por 54 votos a 13 do atropelamento do licenciamento ambiental. O projeto permite a emissão automática de licenças com base na autodeclaração do empreendedor, sem qualquer análise técnica prévia, com exceção de projetos de alto risco. Há dispensa para uma série de atividades agropecuárias, bastando o preenchimento de um formulário autodeclaratório sem qualquer verificação sobre impactos ambientais.

Sem falar do enfraquecimento de condicionantes ambientais para prevenir, mitigar e compensar impactos, a limitação da responsabilidade do empreendedor diante de danos, a renovação automática de licenças ambientais e a transferência para municípios e estados da decisão do que deve ser licenciado. Em suma, uma abertura de porteira.

O texto final acatou emenda sugerida pelo presidente da casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para acelerar o licenciamento de empreendimentos classificados como estratégicos através de decreto do governo federal. Ou seja, para conseguir liberar a exploração de petróleo na costa amazônica do Amapá, o projeto vai acabar colocando em risco o restante do país.

O PL, que agora voltou à Câmara, se arrasta há anos no Congresso porque esperava o momento de um governo fraco politicamente e/ou leniente com a erosão de regras ambientais, uma base governamental alinhada a determinados setores econômicos e uma oposição que não vê problema em abraçar golpe, neste caso, contra o futuro.

Políticos argumentam que sua aprovação foi uma derrota para a ministra Marina Silva, tanto quanto a sessão de hoje. Não, eles foram porradas na qualidade de vida do país a ser pago por esta e pelas futuras gerações.

Publicado originalmente por Leonardo Sakamoto no UOL

Acaba a lua de mel entre Galípolo e o PT e Lindbergh critica defesa da PEC 65, que amplia autonomia do BC

Presidente do BC perde apoio petista ao manter juros altíssimos, defender autonomia financeira da instituição e se opor a Haddad sobre aumento do IOF

Gabriel Galípolo (menor destaque) e Lindbergh farias (Foto: Fabio Pozzebom / Agência Brasil I Agência Câmara)

A curta trégua entre o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o Partido dos Trabalhadores (PT) chegou ao fim. Segundo revelou a coluna de Roseann Kennedy e Iander Porcella, no Estado de S. Paulo, a aproximação inicial, celebrada por lideranças petistas quando Galípolo assumiu o cargo em janeiro, foi substituída por críticas abertas. O rompimento foi provocado por uma combinação de fatores: a manutenção dos juros em 14,75% ao ano, patamar considerado abusivo pelo PT, a defesa da PEC da Autonomia Financeira do Banco Central e a recente divergência com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o aumento do IOF.

Quando Galípolo assumiu a presidência do BC, havia no PT a expectativa de uma guinada em relação à política conduzida por Roberto Campos Neto. O partido esperava, sobretudo, uma redução mais rápida da taxa de juros — uma das principais bandeiras do governo Lula para estimular o crescimento econômico. No entanto, o novo presidente não rompeu com a linha anterior. A taxa Selic permaneceu elevada, e a autoridade monetária seguiu sinalizando a manutenção da política de Roberto Campos Neto, para desapontamento da base governista.

O incômodo aumentou após Galípolo defender com firmeza, em reunião com senadores nesta terça-feira, 27 de maio, a tramitação da PEC que amplia a autonomia financeira do Banco Central. A proposta, que retira ainda mais instrumentos de controle do governo sobre a autoridade monetária, contraria a posição histórica do PT.

O líder do partido na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), não poupou críticas. “Não fui procurado por Galípolo nem por integrantes do governo para tratar da PEC”, afirmou “O partido é historicamente contrário a ampliar a autonomia do BC.”

Para tentar mitigar os efeitos da tensão, parlamentares petistas articulam mudanças no texto da PEC durante sua tramitação no Senado.

Outro ponto de atrito foi a postura de Galípolo diante do aumento do IOF anunciado pelo governo. A divergência pública entre o presidente do BC e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acentuou o mal-estar dentro da equipe econômica e reforçou a percepção, entre os petistas, de que Galípolo tem atuado de forma desalinhada com os objetivos do governo.

Inicialmente visto como uma oportunidade de reconstrução do diálogo com o Banco Central após o período turbulento sob Campos Neto, Galípolo passou a ser alvo de desconfiança dentro do PT. Lindbergh, que no fim de 2024 havia apostado em uma gestão mais intervencionista no câmbio e em um discurso que contribuísse para acalmar o mercado e derrubar os juros, agora lamenta a falta de sintonia.

A lua de mel acabou. A combinação de juros estratosféricos, defesa de maior autonomia do BC e distanciamento das metas do governo Lula transformou a relação com Galípolo em mais um desafio político e econômico para a base aliada no Congresso.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo