Estudo global e relatório da ONU revelam avanço das mega secas. Amazônia, Pantanal e Sudeste estão entre as regiões mais atingidas
Ribeirinhos carregam galões de água enquanto atravessam bancos de areia do rio Madeira até a comunidade Paraizinho, em meio à pior seca da história. Humaitá, Amazonas. REUTERS/Bruno Kelly (Foto: Bruno Kelly / Reuters)
Um amplo levantamento publicado pela revista científica Science trouxe um alerta preocupante: as chamadas mega secas — períodos de estiagem que duram no mínimo dois anos — têm se tornado mais frequentes, duradouras e intensas em várias partes do mundo desde 1980. O estudo analisou mais de 13 mil episódios entre 1980 e 2018 e colocou o Brasil em destaque negativo, com duas regiões entre as dez mais atingidas por secas extremas no período.
De acordo com a reportagem original da Science, repercutida pelo g1 e reforçada pelo mais recente relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), os efeitos das mudanças climáticas estão agravando eventos de seca prolongada. No Brasil, o fenômeno ganhou proporções alarmantes, como a seca de 2024 — considerada a mais intensa e generalizada já registrada, afetando cerca de 60% do território nacional.