domingo, 11 de maio de 2025

Márcio França critica falta de entregas de Tarcísio e afirma: “Comigo, ele não vai ter moleza”

Com apoio de petistas e presença de Lula no palanque, ministro quer disputar o governo com discurso mais agressivo

      Márcio França (Foto: Agência Brasil )

Em entrevista ao jornal O Globo, o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França (PSB), confirmou que pretende disputar o governo de São Paulo nas eleições de 2026. “Tenho vontade de ser governador de São Paulo”, afirmou. Segundo ele, a candidatura ainda não está definida, mas já conta com o apoio de setores importantes do governo federal e da base aliada. “A maioria esmagadora da bancada federal do PT é favorável a uma candidatura única do governo e simpática ao meu nome”, disse.

França destacou que comunicou sua intenção ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que garantiu não ter interesse em uma nova disputa estadual. “A primeira pessoa com quem falei sobre minha disposição de concorrer foi o ministro Fernando Haddad. E ele me disse que não seria candidato em nível estadual no ano que vem.” Para o ministro, a lição da última eleição municipal — quando o PT apostou em uma candidatura mais à esquerda com Guilherme Boulos (PSOL) e saiu derrotado — indica que o caminho agora deve ser uma frente mais ampla. “A hora é de ir na direção contrária.”

O ministro também não poupou críticas ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu possível adversário em 2026. França questionou a falta de projetos concretos no atual governo paulista. “Que novo programa ele lançou? Tem um Bolsa Família estadual? Tem algo novo? Eu não vi. Ele é um cara que joga muito com esse negócio de que já está feita a licitação, vai ter entrega para 2027, para 2042, para 2065. Passa a impressão de que o trem já está pronto. Cadê?”, ironizou.

Ao comentar sobre uma eventual disputa direta com Tarcísio, França prometeu uma campanha mais combativa. “Sem dúvida. Comigo, ele não vai encontrar moleza. Terá um adversário que irá confrontá-lo com coisas fortes. Como é que ele vai reagir ao estresse?”, provocou, numa crítica indireta ao estilo mais contido dos adversários anteriores, como Haddad e Rodrigo Garcia. “Todo mundo meio doce. E ele se arrastou, se arrastou, se arrastou e chegou.”

Sobre o cenário nacional, França acredita que a decisão de Lula em concorrer à reeleição ou não será o ponto de partida para todas as definições políticas do próximo ano. “A primeira grande decisão para a eleição do ano que vem é a do presidente Lula. A segunda vai ser a do Tarcísio. Renunciar ou não renunciar”, analisou. Ele vê o atual governador como o nome mais forte da direita para o Planalto, caso Jair Bolsonaro fique fora da disputa. “Tenho a impressão de que as decisões do Supremo empurrarão Bolsonaro para a obviedade de ele lançar um candidato com possibilidade de ganhar a Presidência e tentar sua anistia.”

Sobre privatizações, França adota uma postura pragmática, mas se opõe à proposta do governo Tarcísio de privatizar a gestão de escolas públicas. “Pode-se privatizar, desde que as concessões sejam bem feitas. Eu privatizei a Companhia Energética de São Paulo (Cesp). Agora, privatizar escolas públicas é um ato meio criminoso”, afirmou. “Olhar só os números, sem olhar as pessoas, aumenta muito a chance do erro.”

O ministro também comentou a declaração do presidente do PSB, Carlos Siqueira, de que “São Paulo está perdido em termos de sucessão” para a esquerda. Segundo França, Siqueira deixará o comando da legenda em breve. “A boa ambição é aquela que busca desafios. Então, espero poder demonstrar que a análise do Carlos está errada. Ao contrário do que pensam, acho o Tarcísio vulnerável em São Paulo.”

Questionado sobre o apoio do presidente Lula, França foi categórico: “Estará 100%, 120%”. Ele também sinalizou que gostaria de ter um vice do PT na chapa. “Seria muito importante que fosse, mas não chegamos a esse ponto da conversa. Até porque pode ser que o Lula, que é genial, invente algo genial”, disse. E concluiu: “Estou me colocando à disposição, mas se inventarem uma coisa bem bacana, também topo. Mas é preciso inventar algo com viabilidade eleitoral.”

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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