quinta-feira, 8 de maio de 2025

Nomeado por Bolsonaro, ex-presidente do INSS é exonerado após ser citado em esquema de fraudes

Guilherme Serrano teria sido o responsável pela assinatura de acordos com entidades investigadas, aponta PF

    Guilherme Serrano (Foto: Ministério da Previdência)

O Ministério da Previdência Social exonerou nesta quinta-feira (8) o coordenador-geral de Estudos Estatísticos, Atendimento e Relacionamento Institucional, Guilherme Gastaldello Pinheiro Serrano. A decisão foi oficializada no Diário Oficial da União, com assinatura da chefe de gabinete, Louise Caroline Santos de Lima e Silva.

Serrano é ex-diretor de Atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e presidiu a autarquia entre abril de 2022 e janeiro de 2023, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Seu nome aparece no inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga um esquema de descontos ilegais nos benefícios de aposentados e pensionistas.

De acordo com a PF, há um “potencial conflito de interesses” na atuação de diretores do INSS em eventos promovidos pela Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), entidade investigada por firmar Acordo de Cooperação Técnica com o INSS para autorizar descontos associativos diretamente na folha de pagamento dos beneficiários.

“Em 31/08/2021, nos termos da ata registrada no 1º Ofício de Notas e Protesto de Brasília, foi promovida Assembleia em que foi deliberado que a CBPA poderia firmar ACT com o INSS para desconto de contribuição associativa diretamente na folha de pagamento de benefícios do INSS. Nessa assembleia, compareceu Guilherme Gastaldello Pinheiro Serrano, que foi Diretor de Atendimento do INSS e, posteriormente, Presidente da autarquia, de abril de 2022 a 02/01/2023”, diz trecho do relatório da PF.

O documento destaca ainda que foi Serrano quem assinou o acordo que viabilizou os descontos, hoje considerados parte de um esquema fraudulento.

A operação "Sem Desconto", realizada em 23 de abril pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), revelou um suposto esquema bilionário de descontos indevidos, o que levou à saída do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Apesar da exoneração publicada nesta quinta-feira, o Ministério da Previdência não explicou os motivos da dispensa de Guilherme Serrano.

Fonte: Brasil 247

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