Jornal espanhol aponta influência da família do craque na escolha do próximo técnico do Brasil
A possível participação do pai de Neymar na decisão sobre o futuro técnico da Seleção Brasileira gerou uma onda de críticas e acusações. Segundo matéria publicada pelo jornal espanhol Sport e repercutida pelo diário colombiano El Tiempo, uma conversa entre Neymar pai e o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, teria resultado no veto ao nome de Jorge Jesus, técnico português recentemente demitido do Al-Hilal, da Arábia Saudita. A alegação levou o Sport a se referir ao atacante como uma "pedra no sapato" do futebol brasileiro.
De acordo com o jornalista Lauro Jardim, do O Globo, "duas semanas atrás, Neymar pai teve uma conversa dura com Ednaldo Rodrigues. Nela, simplesmente vetou a contratação de Jorge Jesus. A partir dali, Jesus foi para o último lugar da fila entre os candidatos a técnico da Seleção". A informação incendiou os bastidores da Confederação Brasileira de Futebol, que logo tratou de desmentir oficialmente qualquer ingerência do pai do camisa 10.
Em nota enviada ao jornal carioca, a CBF afirmou: “A CBF esclarece que o último encontro entre o presidente Ednaldo Rodrigues e o pai do atleta Neymar ocorreu no dia 19 de novembro, na Arena Fonte Nova, em Salvador, durante a partida entre a Seleção Brasileira e o Uruguai. Nestes quase seis meses, não houve qualquer contato, seja presencial ou por telefone, entre as partes. Portanto, qualquer afirmação que sugira a participação do pai do jogador Neymar em decisões relacionadas à Seleção Brasileira é absolutamente inverídica”.
Atualmente em recuperação de uma grave lesão no joelho, Neymar não escondeu o desgaste com Jorge Jesus enquanto ambos estavam no Al-Hilal. Em fevereiro, o atacante declarou que o treinador foi responsável por sua saída precoce do clube saudita, “porque não lhe teria dado o tempo de jogo que ele queria para recuperar o ritmo competitivo após ter sido dispensado em outubro, após um ano afastado devido a uma ruptura do ligamento anterior do joelho esquerdo”.
A relação turbulenta entre os dois parece agora ecoar na Seleção Brasileira, justamente no momento em que a CBF busca um novo comandante após a saída de Dorival Júnior, demitido em março após a derrota para a Argentina por 4 a 1, nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Segundo Rodrigo Caetano, coordenador de seleções da CBF, a escolha deve ser anunciada “na próxima semana”. Ele confirmou que a lista de opções é “reduzida” e composta pelos nomes já ventilados pela imprensa.
Entre os cotados estão Jorge Jesus, Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, e Carlo Ancelotti, do Real Madrid — este último ainda é tratado como o Plano A. “Jorge Jesus seria o Plano B da Confederação, que ainda espera pacientemente que Carlo Ancelotti termine seu contrato com o Real Madrid em maio deste ano, para poder comandar a seleção canarinha nas duas partidas de junho pelas Eliminatórias da FIFA para a próxima Copa do Mundo”, escreveu o Sport.
O jornal espanhol ainda destacou que a influência de Neymar não se limita aos bastidores da Seleção. “A longa sombra de Neymar Jr. paira sobre o processo de escolha do novo técnico da seleção. Não passou despercebido que um dos dois negociadores da Confederação de Futebol com Carlo Ancelotti é o atual representante de Álvaro Costa, que era membro do famoso grupo 'Toiss', [grupo de] amigos de Neymar Jr.”.
O episódio reacende o debate sobre o poder de influência de jogadores — e de seus familiares — em decisões estratégicas do futebol brasileiro. Ainda que a CBF negue qualquer tipo de ingerência, a pressão externa e as suspeitas continuam a rondar a escolha do próximo técnico da Seleção, num momento em que o time nacional busca estabilidade e rumo para a Copa do Mundo de 2026.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal espanhol Sport e jornal O Globo
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