Edital prioriza regiões vulneráveis e indígenas; inscrições começam em 5 de maio e seguem até o dia 8, com foco em ampliar a cobertura da atenção primária
O Ministério da Saúde anunciou, na sexta-feira (2/5), um novo edital do Programa Mais Médicos, com o objetivo de expandir o atendimento na atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa, divulgada pelo portal do governo federal, prevê a abertura de 3.174 vagas, sendo 3.066 distribuídas entre 1.620 municípios de todo o país e 108 destinadas aos 26 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), reforçando a presença médica em regiões de difícil acesso e alta vulnerabilidade social.
As inscrições estarão abertas de 5 a 8 de maio, e o programa contempla três perfis de profissionais: médicos com registro no Brasil, brasileiros formados no exterior e médicos estrangeiros habilitados. Para esses dois últimos grupos, a participação no Módulo de Acolhimento e Avaliação (MAAv) é obrigatória, garantindo preparação específica para os desafios enfrentados nas áreas mais remotas.
"Existe uma importante conexão entre o Mais Médicos, o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, e o nosso esforço contínuo em acelerar o atendimento especializado no SUS, que é uma das principais preocupações da nossa gestão", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. "A atuação integrada desses profissionais, pelo prontuário eletrônico e os fluxos que vão reduzir o tempo de espera do paciente, vai facilitar o acesso à média e alta complexidade para todos os cidadãos”, completou.
Os profissionais do programa passam a integrar as equipes da Estratégia de Saúde da Família, garantindo acompanhamento contínuo da população. As consultas, exames e encaminhamentos são registrados no Prontuário Eletrônico (e-SUS APS), permitindo a integração entre atenção básica e serviços de maior complexidade.
Segundo o estudo Demografia Médica 2025, lançado em 30 de abril, ainda há grande desigualdade na distribuição de médicos pelo país. O novo edital do Mais Médicos leva esses dados em consideração para alocar profissionais onde há mais escassez. A maior parte das vagas (75,1%) será direcionada a municípios de pequeno porte, seguidos pelos de médio (11,1%) e grande porte (13,8%).
Para o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Felipe Proenço, o programa segue cumprindo sua missão de levar atendimento às populações mais necessitadas. “Mais uma vez, o Mais Médicos está cumprindo seu papel de prover profissionais para as áreas mais remotas e de maior vulnerabilidade, ao mesmo tempo em que possibilita ofertas de formação para os médicos, que vão desde a especialização em Medicina de Família e Comunidade até o mestrado e doutorado em Saúde da Família”, destacou. “Isso significa um melhor cuidado para a população e profissionais mais qualificados para a atenção primária à saúde.”
Atualmente, cerca de 24,9 mil médicos atuam pelo programa em 4,2 mil municípios, abrangendo 77% do território nacional. Entre essas localidades, 1,7 mil apresentam altos índices de vulnerabilidade social. Em dezembro de 2024, o Mais Médicos alcançou um marco importante, com 601 profissionais ativos nos DSEIs — o maior número já registrado nessas regiões.
Além do novo edital, o Ministério da Saúde também implementou em março um cadastro reserva, possibilitando maior agilidade na reposição de profissionais. Com isso, 2.450 municípios e oito DSEIs que participaram de editais anteriores puderam manifestar interesse em manter ou ampliar suas equipes. O mecanismo visa garantir que a assistência médica chegue de forma contínua e eficaz às populações que mais dependem do SUS.
Fonte: Brasil 247
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