Embarques nos primeiros sete meses do ano totalizaram 61,04 milhões de toneladas, um aumento de 4,6% em relação ao ano anterior
Carga de soja do Brasil com destino à China (Foto: Paulo Whitaker / Reuters) Reuters - As importações de soja da China atingiram recorde no mês de julho, segundo dados alfandegários calculados pela Reuters, impulsionadas pelas fortes exportações brasileiras e pelas incertezas comerciais entre a China e os Estados Unidos, que aumentaram as preocupações com a oferta.
A China, maior consumidora de soja do mundo, importou 11,67 milhões de toneladas da oleaginosa em julho, segundo dados da Administração Geral de Alfândega, um aumento de 18,5% em relação às 9,85 milhões de toneladas do ano anterior e acima das expectativas dos analistas de 10,48 milhões de toneladas.
"Isso sugere que o mercado está se preparando para possíveis incertezas decorrentes das tensões comerciais entre a China e os EUA", disse Rosa Wang, analista da JCI, agroconsultoria sediada em Xangai, que espera que as importações permaneçam acima de 10 milhões de toneladas em agosto e setembro.
A maior parte dos grãos deve vir do Brasil, maior produtor e exportador mundial de soja.
"A produção de soja abundante do Brasil proporcionou uma forte base de fornecimento. Devido à safra abundante, o período de pico de oferta da soja brasileira deve ser mais longo do que nos anos anteriores, permanecendo em nível alto até o quarto trimestre", disse Wan Chengzhi, analista da Capital Jingdu Futures.
Os embarques nos primeiros sete meses do ano totalizaram 61,04 milhões de toneladas, um aumento de 4,6% em relação ao ano anterior, segundo dados da alfândega.
As importações de julho caíram 4,8% em relação a junho, segundo os dados.
As preocupações com as disputas comerciais entre os EUA e a China alimentaram temores relacionados à oferta de soja para o quarto trimestre, com as fábricas de ração locais reservando na terça-feira cerca de 1,9 milhão de toneladas de farelo de soja para entregas de outubro a janeiro, a maior compra em um único dia de 2025.
A China ainda não reservou nenhuma carga de soja dos EUA para o quarto trimestre, já que os compradores aguardam o resultado das negociações comerciais entre China e EUA.
"De modo geral, pode ocorrer um descompasso temporário entre a oferta e a demanda de soja importada no mercado interno da China no quarto trimestre", disse Wan.
Ainda assim, a China está enfrentando um excesso de oferta de farelo de soja, uma vez que as importações recordes no início de 2025, combinadas com a fraca demanda dos produtores de ração animal, aumentaram os estoques domésticos de farelo de soja, informou a Reuters anteriormente.
Fonte: Brasil 247 com Reuters