quinta-feira, 26 de junho de 2025

Com revés no IOF, Planalto mira Congresso e acena com cortes em emendas

Ministros alertam que bloqueios podem chegar a R$ 41 bilhões e atingir Auxílio Gás, Minha Casa, Minha Vida e emendas parlamentares

         Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acendeu o sinal de alerta após a Câmara dos Deputados aprovar, por ampla maioria, a revogação do decreto que previa o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A matéria, publicada originalmente pela Folha de S.Paulo, detalha os impactos dessa decisão para o equilíbrio fiscal e para programas sociais, e escancara a crise entre Executivo e Congresso.

Aprovado por 383 votos favoráveis e apenas 98 contrários, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que anula o aumento do IOF causou surpresa ao Palácio do Planalto. Segundo a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, a medida compromete R$ 10 bilhões da arrecadação prevista para 2025 e dificulta a meta fiscal de 2026 em cerca de R$ 30 bilhões. "O bloqueio terá que ser elevado para R$ 41 bilhões, resultando em risco de paralisação de programas como Auxílio Gás, Assistência Social, Minha Casa, Minha Vida, Pé-de-Meia, entre outros", alertou a ministra.

◉ Choque político e risco fiscal

O Planalto foi pego de surpresa com a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de pautar o PDL. Integrantes do governo apostavam num acordo para que a votação só ocorresse após o envio de uma nova proposta que tratasse da reestruturação dos benefícios fiscais. Com o fracasso do entendimento, o Executivo se vê agora obrigado a ampliar o contingenciamento do orçamento para 2025 e 2026.

Na avaliação de Gleisi, a revogação do decreto pressiona diretamente os gastos com políticas públicas e atinge também os interesses do próprio Legislativo. A ministra advertiu que as emendas parlamentares sofrerão novo corte de R$ 2,7 bilhões no ano que vem, somando-se aos R$ 7,1 bilhões já congelados. Em 2026, o impacto negativo para as emendas será de outros R$ 7,1 bilhões.

◉ Tentativa de reação

Diante do revés, o governo se articula para tentar reverter o cenário no Senado, mas a missão é considerada improvável. Na votação do regime de urgência da proposta, em 16 de junho, a base governista já havia sido derrotada por 346 votos a 97 — uma diferença que sinalizou a fragilidade do governo mesmo entre partidos aliados. A proposta foi encaminhada ao Senado, onde o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), designou Izalci Lucas (PL-DF) como relator.

Internamente, aliados já reconhecem que há pouco espaço para reverter a derrota. "É um estrangulamento do governo Lula. Vai cortar da saúde, da educação, do Minha Casa, Minha Vida", declarou o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), em entrevista à GloboNews.

O presidente Lula, incomodado com o episódio, reforçou seu apoio ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e fez um apelo público por unidade: "A gente tem que deixar os nossos interesses individuais de lado e pensar um pouco neste país".

◉ Ameaça de judicialização

Sem perspectivas de vitória no Congresso, setores do Executivo passaram a defender a judicialização do tema. No entanto, a proposta divide a base: há o temor de que uma ação no Judiciário possa aprofundar a crise institucional entre os Poderes e ampliar o desgaste do governo junto ao Legislativo. Nesta quarta-feira, Lula se reuniu com lideranças do Congresso e ministros palacianos em busca de alternativas. Participaram do encontro Gleisi Hoffmann, José Guimarães (PT-CE), Jaques Wagner (PT-BA), Antônio Brito (PSD-BA), Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad.

Em paralelo, o governo tenta convencer senadores a barrar a proposta, destacando os danos concretos para áreas sensíveis como habitação, educação e assistência social. A avaliação no Planalto é que a decisão da Câmara inaugurou um embate político com consequências fiscais diretas — e pode dificultar ainda mais a execução de políticas públicas em pleno ano pré-eleitoral.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

16ª Regional de Saúde obtém índice de cobertura vacinal superior ao do Paraná

 

  Foto: Divulgação 


A 16ª Regional de Saúde, com seus 17 municípios, tem uma cobertura vacinal de 49,84%, que supera a do Paraná, que atingiu 48,06% até agora.

O município de Apucarana é no momento, o décimo colocado no Paraná, em números absolutos, tendo vacinado 16.748 pessoas contra a influenza.

“Nossas ações, visando vacinar o maior número de pessoas possível dos grupos prioritários – gestantes, crianças e idoso -, segue avançando, graças ao empenho das secretários municipais de saúde. Todos municípios estão adotando novas estratégias, com a busca ativa do público-alvo”, avalia o diretor da 16ª RS, Lucas Leugi, parabenizando o trabalho realizado pelos secretários com apoio dos respectivos prefeitos.

Segundo o Ministério da Saúde, foram registradas 3.101.900 doses aplicadas no Paraná, com cobertura vacinal de 48,06% dos grupos prioritários. O Paraná é atualmente o terceiro estado com a maior cobertura do país.

O secretário de estado da saúde, Beto Preto, diz que o Paraná já aplicou pouco mais de 3 milhões de doses da vacina contra a gripe influenza e falta mais um milhão de doses a serem aplicadas. “Tenho convicção de que iremos alcançar essa meta com o apoio dos municípios. Precisamos combater a influenza e as demais Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG)”, assinala Beto Preto.

Segundo o vacinômetro nacional do Ministério da Saúde, com as 3.101.900 doses aplicadas no estado, a cobertura vacinal é de 48,06% dos grupos prioritários. O paraná fica atrás apenas de Mato Grosso do Sul com 48,32%, e do Piauí com 51,51%.

Fonte: Assessoria de Imprensa

Gilmar Mendes diz que STF aguarda encaminhamentos sobre judicialização da alta do IOF

O Congresso derrubou um decreto de Lula sobre o tema; ministro defende saída na campo político

                 Gilmar Mendes (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou nesta quinta-feira (26), em entrevista à CNN Brasil, que ainda é cedo para antecipar a judicialização sobre a derrubada do decreto do presidente Lula (PT) que propõe o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Segundo ele, o ideal seria uma solução política para a questão, evitando que o tema seja decidido nos tribunais.

“Vamos aguardar os encaminhamentos. Deve estar ocorrendo muitas conversas nesse momento em Brasília, para que saibamos se o último passo será a judicialização”, declarou o decano do Supremo.

Gilmar Mendes reconheceu que o tema tem gerado intenso debate nos bastidores políticos e jurídicos. Para ele, embora haja precedentes que permitam a contestação judicial de decretos legislativos que ultrapassem os limites constitucionais, ainda não há elementos suficientes para uma análise concreta.

“A questão é inerente a política, temos visto por semanas esse debate. Mas é possível, tem até precedentes em caso que decreto legislativo exorbite os limites constitucionais que isso sejam questionados, mas eu não tenho elementos para fazer esse juízo”, ponderou o ministro.

O magistrado destacou ainda que uma saída construída no campo político seria preferível, e apontou para a possibilidade de um entendimento que inclua ajustes em projetos legislativos já em tramitação. “O ideal é que houvesse uma composição no campo político e que houvesse um encaminhamento como estava a prenunciar com a possibilidade até de uma mina reforma fiscal. Com alterações daquele projeto de lei que está sob relatoria do ex-presidente Arthur Lira”, afirmou.

Segundo o ministro, é inevitável questões políticas cheguem ao STF e criticou as acusações de que a corte se intromete em assuntos da política. "O ruim ou negativo nesse contexto é sempre depois as reclamações, as questões não são resolvidas no campo político são trazidas para o STF e depois um lado ou outro imputa ao supremo ter decidido e eventualmente usam expressões mais fortes, como ter se intrometido em uma questão política", disse o magistrado.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Governo central tem déficit primário de R$ 40,6 bi em maio, diz Tesouro

Desempenho do mês foi decorrente de um aumento real de 2,8% na receita líquida; e uma queda real de 7,6% nas despesas totais

            Notas de reais (Foto: José Cruz / Agência Brasil)

SÃO PAULO (Reuters) - O governo central registrou déficit primário de R$40,6 bilhões em maio, ante um saldo negativo de R$60,4 bilhões no mesmo mês de 2024, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira.

O resultado, que compreende as contas de Tesouro, Banco Central e Previdência Social, veio quase em linha com o esperado pelo mercado, conforme pesquisa da Reuters, que apontava para um déficit de R$41,1 bilhões no mês.

O desempenho do mês foi decorrente de um aumento real de 2,8% na receita líquida--que exclui transferências para governos regionais--e uma queda real de 7,6% nas despesas totais em comparação com maio de 2024.

(Por Fabrício de Castro)

IBGE lança publicação inédita com dados econômicos de 2024 e destaca impacto do trabalho e dos serviços

Documento reúne dados de 12 pesquisas e mostra como o mercado de trabalho sustentou crescimento de 3,4% do PIB, apesar das incertezas climáticas e externas

      (Foto: CNI/Miguel Ângelo)



Em publicação inédita lançada nesta quinta-feira (26), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou um informativo que consolida, em um único documento, os principais indicadores econômicos conjunturais de 2024. A iniciativa busca facilitar a compreensão do cenário econômico do país por meio da sistematização dos dados colhidos pelas principais pesquisas do órgão.

Intitulada “Indicadores Econômicos do Brasil – 2024”, a publicação concentra resultados de doze levantamentos que abrangem desde o mercado de trabalho até a produção agropecuária, industrial, comercial e de serviços, além dos índices de preços e custos. “Além de ampliar a visibilidade das pesquisas conjunturais do IBGE no campo da economia, este novo produto pode contribuir para o planejamento de políticas econômicas. Ele é também um convite para as pessoas acessarem com mais profundidade as publicações do Instituto”, afirmou João Hallak, da Diretoria de Pesquisas do IBGE. Ele também destacou que a ideia é repetir a publicação anualmente.

O informativo compila dados da PNAD Contínua, LSPA, PTAA, PTL, PTC, POG, PIM-PF, PMC, PMS, SNIPC, SINAPI e IPP. Esses estudos cobrem temas como ocupação, produção agroindustrial e inflação. A elaboração do boletim envolveu, segundo Hallak, a integração de profissionais de diferentes setores: “Foi um desafio realizar reuniões periódicas com pessoas de diferentes perfis e selecionar o que faria parte da publicação. Ficamos satisfeitos com o resultado e pretendemos aprimorá-lo para os próximos anos”.

O ano de 2024 foi impactado por fatores externos e internos que afetaram a economia. No cenário internacional, conflitos prolongados na Europa e no Oriente Médio, a disputa eleitoral nos Estados Unidos — onde o presidente Donald Trump busca a reeleição — e a desaceleração da economia chinesa geraram instabilidade. Internamente, as expectativas fiscais, a inflação, a desvalorização do real frente ao dólar e o aquecimento do mercado de trabalho moldaram os principais indicadores econômicos do período.

O Produto Interno Bruto (PIB) registrou crescimento de 3,4% em relação a 2023, acumulando alta de 6,7% no biênio. O desempenho positivo foi sustentado, principalmente, pelo mercado de trabalho, que apresentou recordes na quantidade de pessoas ocupadas, as menores taxas de desocupação da série histórica e o maior volume de remuneração real anual. Esses fatores impulsionaram tanto o consumo quanto a produção.

Apesar da retração na agropecuária — consequência de adversidades climáticas que reduziram a colheita de grãos —, os setores industrial e de serviços registraram expansão. Na pecuária, o abate de animais atingiu recordes históricos, o volume de leite adquirido pelas indústrias foi o segundo maior já registrado, e a produção de ovos de galinha também bateu recorde.

A indústria apresentou crescimento nas quatro grandes categorias econômicas e em 20 dos 25 ramos pesquisados, abrangendo 63,1% dos 789 produtos analisados. O comércio varejista e ampliado manteve-se próximo ao seu nível mais elevado da série histórica, enquanto o setor de serviços atingiu o maior volume desde 2011.

Entre os índices de preços ao consumidor, o grupo Alimentação e bebidas exerceu o maior impacto sobre o resultado acumulado de 2024. Já entre os preços ao produtor, as maiores variações foram observadas nas atividades de metalurgia, fumo, equipamentos de transporte e madeira.

A publicação completa está disponível para acesso no site do IBGE e, segundo o instituto, servirá como base para análises mais integradas da economia brasileira e para o aprimoramento de políticas públicas nos próximos anos.

Fonte: Brasil 247

Após nove meses de alta, preço da comida cai e prévia mostra inflação menor em junho

Contribuíram para esse resultado as quedas do tomate, do ovo de galinha, arroz e das frutas

Queda dos preços dos alimentos e dos ítens de educação contribuiu para desaceleração do IPCA-15 - Tânia Rego/Agência Brasil

O preço da comida no Brasil, finalmente, dá sinais de que vai cair. A prévia da inflação do mês de junho divulgada nesta quinta-feira (26) registrou uma queda de 0,02% no custo dos alimentos, algo que não acontecia há nove meses.

A prévia da inflação é calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por meio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), o IBGE apura a variação de preços dos produtos mais consumidos no país de meados de um mês para meados do outro. Em junho, por exemplo, ele comparou preços da segunda quinzena de maio com preços da primeira quinzena de junho.

O IPCA-15 de junho foi de 0,26%. Ele é 0,10 ponto menor do que os 0,36% de maio.

A redução tem a ver, principalmente, com a queda nos preços dos produtos de alimentação e também da educação, que também baixaram 0,02%.

Os preços dos alimentos, aliás, têm se acomodado desde abril. Naquele mês, o IPCA-15 apontou que eles subiram 1,14%. Em maio, 0,39%. Agora, veio a queda de 0,02%.

Contribuíram para esse resultado as quedas do tomate (-7,24%), do ovo de galinha (-6,95%), do arroz (-3,44%) e das frutas (-2,47%). Por outro lado, subiram a cebola (9,54%) e o café moído (2,86%) – este um dos produtos que mais aumentou de preço em um ano.

O aumento de preços registrado na prévia da inflação acabou sendo puxado por itens de habitação, que subiram 1,08%. Segundo o IBGE, isso tem a ver com a alta na energia elétrica residencial relacionada à bandeira tarifária vermelha patamar 1, com a cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100kwh consumidos, que passou a vigorar em junho e também a reajustes periódicos da tarifa da conta de luz.

Também subiram os preços dos itens de vestuário: 0,51%. Destacaram-se as altas nas roupas femininas (0,66%) e nos calçados e acessórios (0,49%).

Já os itens de saúde aumentaram 0,29% em junho, influenciados por aumentos no custo dos planos de saúde (0,57%).

Nos últimos doze meses, o IPCA-15 acumula alta de 5,27%. Isso é menos do que os 5,40% observados nos 12 meses encerrados em maio. No entanto, segue acima da meta de até 4,50% definida pelo governo para o ano.

Editado por: Nathallia Fonseca
Fonte: Brasil de Fato

Por justiça social e fiscal, Lula decide não ceder ao Congresso e governo deve acionar o STF após votação do IOF

Presidente vê articulação do Congresso com setores econômicos para desidratar seu governo e empurrá-lo para a derrota eleitoral em 2026

          Supremo Tribunal Federal e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Divulgação I Ueslei Marcelino / Reuters)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou por não ceder às pressões do Congresso Nacional em relação às medidas que classifica como de justiça social, mesmo após a derrota sofrida na quarta-feira (25). A avaliação do governo é de que a derrubada de suas propostas representa uma estratégia coordenada de grupos econômicos com influência parlamentar para retirar recursos da administração federal e comprometer suas chances eleitorais em 2026.

Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, contrariando expectativas de que poderia adotar uma postura mais defensiva, o presidente autorizou estudos para que o governo recorra ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a derrubada do decreto que elevava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O Ministério da Fazenda ainda analisa os aspectos jurídicos da medida.

Pessoas que mantiveram contato com Lula nas últimas horas relatam que o presidente permaneceu tranquilo e demonstrou bom humor mesmo diante do revés legislativo. O mandatário sinalizou que a administração federal não adotará uma posição defensiva.

Ainda conforme a reportagem, o presidente manifestou a percepção de que a derrota parlamentar pode se transformar em uma oportunidade para o governo expandir o debate nacional sobre distribuição de renda, desigualdade social e a resistência dos setores mais abastados em contribuir com maior carga tributária.

Na visão de Lula, essa discussão beneficia tanto o Partido dos Trabalhadores quanto as legendas que integram a base governista, criando um cenário político favorável para a sustentação de suas políticas sociais.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Prefeitura de Apucarana implanta novo canal de atendimento via WhatsApp Business



Com o objetivo de tornar mais ágil e acessível o contato da população com os serviços públicos, a Prefeitura de Apucarana implantou um novo canal de atendimento ao cidadão: o WhatsApp Business. A ferramenta permitirá que os contribuintes enviem mensagens, fotos e documentos diretamente para diversos setores da Secretaria Municipal da Fazenda (SEFAZ), como Protocolo, Cadastro Econômico, Dívida Ativa, Cadastro Imobiliário e Fiscalização Tributária.

O prefeito Rodolfo Mota destacou a importância da modernização dos serviços públicos. “Sou um entusiasta do uso das novas tecnologias para otimizar recursos e facilitar o acesso da população aos serviços públicos. Aos poucos, estamos avançando com a digitalização em diferentes secretarias e departamentos,” afirmou.

De acordo com o superintendente municipal de Tributação, Luís Fukumoto, o atendimento presencial e por telefone será mantido. “O WhatsApp Business é mais uma opção para facilitar o dia a dia do contribuinte. É importante ressaltar que o aplicativo estará instalado nos computadores dos servidores e, por isso, receberá apenas mensagens de texto, fotos, vídeos e documentos. Não serão aceitos áudios e ligações. As mensagens serão respondidas o mais breve possível,” explicou.

Confira, a seguir, os números de WhatsApp para contato com os setores da SEFAZ:

Protocolo – (43) 3308-1442
Cadastro Econômico – (43) 3308-1465
Dívida Ativa – (43) 3308-1443
Cadastro Imobiliário – (43) 3308-1464
Fiscalização Tributária – (43) 3308-1446

A iniciativa reforça o compromisso da administração municipal com a eficiência no atendimento ao cidadão.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Motta desrespeita o governo Lula e deixa de atender Haddad e Gleisi

A serviço das elites financeiras, presidente da Câmara age como inimigo do governo do presidente Lula

        Lula, Gleisi Hoffmann, Fernando Haddad e Hugo Motta (Foto: Divulgação)

A tensão entre o Palácio do Planalto e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), atingiu um nível inédito. Motta liderou, na noite de quarta-feira (25), a articulação que derrubou, por ampla maioria, o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que reajustava a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Segundo Renata Agostini, do jornal O Globo, antes mesmo de pavimentar a derrota do governo no plenário, Motta passou a ignorar telefonemas da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), responsável pela articulação política do Planalto. A ministra tentou, em vão, abrir um canal de diálogo horas antes da votação decisiva. O mesmo 'gelo' foi dado ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que enviou mensagens pedindo uma conversa de última hora e sequer recebeu confirmação de leitura.

Interlocutores relatam que Motta acusa o chefe da equipe econômica de agir com “deslealdade” ao criticar publicamente pautas aprovadas pelo Congresso. Para o deputado, o governo aposta na retórica do “nós contra eles” para colar no Legislativo a pecha de defensor dos “lobbies” e do “andar de cima”. Irritado, ele afirma que não está disposto a “fazer o jogo do governo” e que precisa salvaguardar os interesses da Câmara.

Motta se sentiu ainda mais obrigado a desafiar Lula no caso do IOF depois de o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), conduzir uma sessão do Congresso que derrubou uma série de vetos presidenciais. A Câmara não podia ficar para trás, avaliam interlocutores de Morra.

No Planalto, a leitura é oposta. Assessores de Lula enxergam na postura do presidente da Câmara a tentativa de antecipar o tabuleiro eleitoral de 2026. Motta chegou ao comando da Casa chancelado por líderes do centrão interessados em apoiar um nome da direita na próxima disputa presidencial. Para esses auxiliares, a escalada de confrontos serve para consolidar o deputado como fiador dos interesses de grandes bancos e gestoras — nichos duramente atingidos pelo decreto do IOF.

Mesmo antes da votação, porém, havia sinais de indisposição. Pela manhã, Motta reclamou a colegas da “ingratidão” de Haddad, que, nas suas palavras, teria recebido apoio da Câmara para avançar com a reforma tributária, mas agora demonstraria “falta de reconhecimento”. Paralelamente, fez chegar ao Planalto o recado de que só voltará à mesa de negociação “quando houver coordenação de verdade”.

Para parlamentares governistas, o impasse expõe os limites da base aliada. Eles lembram que Lula entregou cargos e emendas a partidos do bloco de centro, mas não recebeu fidelidade em votações de alto impacto fiscal. Já na avaliação de integrantes do núcleo político do Republicanos, o episódio comprova que o governo “errou o alvo” ao atacar o Congresso.

Num ambiente de desconfiança mútua, o cronograma de pautas econômicas corre risco. Propostas como a regulamentação da nova fase da reforma tributária e a votação do Orçamento de 2026 podem se tornar reféns de disputas internas enquanto Motta — fortalecido após a derrota do IOF — se move para manter o Executivo sob pressão.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Apucarana investe meio milhão de reais em maio para garantir exames e consultas no CISVIR


A Prefeitura de Apucarana tem demonstrado um compromisso firme em oferecer um serviço público de saúde de qualidade à sua população. Somente no mês de maio, a administração municipal destinou “meio milhão de reais” ao Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí e Região (CISVIR) para a realização de exames, procedimentos, cirurgias e consultas com especialistas.

De acordo com o prefeito Rodolfo Mota, a cidade está implementando uma série de ações para eliminar as filas e reduzir o tempo de espera nos atendimentos de saúde. “Em alguns casos, as pessoas aguardavam entre três a quatro anos por exames, consultas e cirurgias. Para acelerar o atendimento, estamos organizando mutirões nos finais de semana. No último sábado (21/6), atendemos cerca de 280 pessoas. Já entre quarta e sábado desta semana (25 a 28/6), outras 660 pessoas serão atendidas. Ao final de junho, esperamos atender cerca de 1.500 apucaranenses, apenas no CISVIR, além dos exames e consultas realizados em nosso Laboratório Municipal e Centro de Especialidades Médicas,” destacou o prefeito.

O secretário municipal de Saúde, médico Guilherme de Paula, enfatizou os avanços no tempo de espera para exames. “Conseguimos zerar as filas de mamografias e Raio-X no CISVIR. Hoje, o prazo entre a solicitação médica e a realização do exame é de apenas 10 a 15 dias, o que corresponde ao tempo necessário para processar o encaminhamento. Não há mais filas,” afirmou.

Rodolfo Mota também destacou que, nos anos anteriores, Apucarana destinava valores significativamente menores ao CISVIR. “Nos anos passados, Apucarana investia valores semelhantes aos de Marilândia do Sul, um município bem menor. Isso resultava em um atendimento precário para nossa população. Contudo, estamos mudando essa realidade e, ao final do primeiro semestre, veremos uma grande transformação no cuidado com as pessoas, que estão ficando livres das dores e dos remédios, tendo qualidade de vida” concluiu o prefeito.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Prévia da inflação de junho desacelera para 0,26%. Alimentos e gasolina puxam queda nos preços

Após nove meses de altas, grupo Alimentação registra queda e contribui para menor variação da prévia da inflação desde março
Supermercado. Foto: Divulgação

A prévia da inflação oficial do país, medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), desacelerou para 0,26% em junho, após ter registrado 0,36% em maio. É a quarta queda consecutiva do indicador, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi influenciado principalmente pela queda de preços no grupo Alimentação e bebidas, que recuou 0,02% após nove meses consecutivos de alta.

O grupo Habitação exerceu o maior impacto positivo no índice geral, com avanço de 1,08% e contribuição de 0,16 ponto percentual. A energia elétrica residencial foi o subitem de maior peso no mês, com alta de 3,29%, influenciada pela adoção da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos. Também pesaram os reajustes aplicados em capitais como Belo Horizonte, Recife e Salvador.

Entre os demais grupos, Vestuário subiu 0,51%, puxado por aumentos em roupas femininas (0,66%) e calçados e acessórios (0,49%). O grupo Saúde e cuidados pessoais (0,29%) foi influenciado pelo aumento nos planos de saúde (0,57%). Em Transportes (0,06%), o índice foi impactado pelas altas no transporte coletivo urbano, com destaque para ônibus urbano (1,39%), mas compensado pela queda nos combustíveis (-0,69%), em especial o óleo diesel (-1,74%), o etanol (-1,66%) e a gasolina (-0,52%).

No grupo Alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio caiu 0,24%, após alta de 0,30% em maio. Os principais recuos foram observados no tomate (-7,24%), ovo de galinha (-6,95%), arroz (-3,44%) e frutas (-2,47%). Por outro lado, produtos como cebola (9,54%) e café moído (2,86%) tiveram alta. A alimentação fora do domicílio, por sua vez, subiu 0,55%, desacelerando frente ao 0,63% de maio.

O índice acumulado em 12 meses ficou em 5,27%, abaixo dos 5,40% registrados nos 12 meses anteriores. Já o IPCA-E — versão trimestral do IPCA-15 — marcou 1,05%, próximo dos 1,04% observados no mesmo período do ano passado.

Entre as regiões pesquisadas, Recife apresentou a maior variação (0,66%), influenciada pelas altas na energia elétrica (4,58%) e na gasolina (3,44%). Porto Alegre, por outro lado, teve deflação de 0,10%, puxada pela queda nos preços do tomate (-10,04%) e da gasolina (-2,87%).

O IPCA-15 considera famílias com rendimento entre 1 e 40 salários-mínimos e abrange 11 regiões metropolitanas, além de Brasília e Goiânia. Os preços foram coletados entre 16 de maio e 13 de junho e comparados aos vigentes de 15 de abril a 15 de maio. A próxima divulgação do índice, referente a julho, está prevista para o dia 25 do próximo mês.

Fonte: Brasil 247

Mauro Cid diz à PF que advogados de Bolsonaro tentaram obter dados da delação com seus familiares

O ex-ajudante de ordens disse que teve foto vazada e áudios foram editados

      Mauro Cid - 09/06/2025 (Foto: Ton Molina/STF)

O tenente-coronel Mauro Cid disse em depoimento à Polícia Federal que os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros réus da trama golpista tentaram obter dados de sua delação premiada junto a seus familiares. As informações são do g1.

O ex-ajudante de ordens ainda disse aos investigadores que a foto que os advogados usaram como suposta prova de que ele teria conversado sobre a delação utilizando um perfil fake nas redes sociais foi fruto de um vazamento. Cid afirmou que foi gravado sem autorização e que os áudios teriam sido editados e recortados.

O militar foi ouvido pela PF na última terça-feira (24) no inquérito que investiga se a defesa dos réus agiram para atrapalhar as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a PF ouça o depoimento de advogados do ex-presidente após indícios de obstrução de justiça.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Aliados de Hugo Motta ameaçam com "guerra" se governo acionar STF contra decisão da Câmara sobre IOF

Aliados do presidente da Câmara veem judicialização como erro político que pode acirrar crise entre os Poderes

          Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, em Brasília (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

A decisão do Congresso Nacional de derrubar o decreto do governo federal que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) expôs uma nova tensão entre os Poderes. A possibilidade de o Palácio do Planalto recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a derrota é considerada um equívoco político por lideranças influentes do Legislativo, segundo a coluna da jornalista Andréia Sadi, do g1.

Na quarta-feira (25), a Câmara dos Deputados e o Senado Federal aprovaram em conjunto a revogação do decreto, impondo uma derrota contundente ao Executivo. A articulação foi liderada pelo presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que, com apoio expressivo no plenário, garantiu um placar de 383 votos a favor da derrubada e apenas 98 contrários. O requerimento de urgência já havia sido aprovado com ampla maioria: 346 votos favoráveis e 97 contra.

"Nem a MP [Medida Provisória] passa assim", afirmaram aliados de Motta, demonstrando ceticismo quanto às chances de sucesso de medidas governamentais no atual cenário político. Para esse grupo, a judicialização da questão teria o potencial de deteriorar ainda mais as já tensas relações entre os Poderes da República.

A preocupação manifestada por parlamentares próximos à presidência da Câmara é de que um eventual recurso ao STF possa intensificar o conflito institucional. "Aí vira guerra. Não respeitar a decisão do Congresso", declarou um interlocutor de Motta, evidenciando o clima de desconfiança que permeia as relações entre Executivo e Legislativo.

Parlamentares consultados pela reportagem apontam que o governo federal tem adotado como prática recorrente o acionamento da Suprema Corte sempre que enfrenta reveses no Congresso. Essa estratégia, segundo eles, decorre da ausência de uma base sólida no Legislativo, levando o Executivo a buscar na via judicial aquilo que não consegue obter no âmbito político.

O líder do Partido Liberal (PL) no Congresso, Sóstenes Cavalcante, não poupou críticas ao que classificou como "consórcio Executivo + alguns ministros do STF". Para ele, a derrota sofrida pelo governo na votação do decreto do IOF foi um "recado dado ao consórcio Executivo + alguns ministros do STF", afirmou.Ele também ironizou a eventual judicialização da questão. "Acho uma excelente ideia se o governo fizer isso, assim o governo e alguns ministros do STF vão se distanciando do Congresso cada vez mais".

Para aliados do presidente da Câmara, a sessão de quarta-feira representou o momento mais significativo da gestão de Hugo Motta até o presente momento. A votação foi interpretada como uma clara demonstração de força e uma demarcação de território político, estabelecendo limites na relação com o Poder Executivo.

O grupo próximo a Motta enfatiza que a atuação do parlamentar deixou evidente que ele não atua como líder governista e que não pretende facilitar as articulações do Planalto, mesmo mantendo relações cordiais com integrantes do governo, incluindo o presidente Lula.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Mãe de Hugo Motta foi presa e avó afastada da prefeitura por corrupção na Paraíba

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Foto: Reprodução

Em 2016, a Polícia Federal (PF) prendeu preventivamente Illana Motta, mãe do atual presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e determinou o afastamento da avó dele, Francisca Motta, do cargo de prefeita de Patos, no sertão da Paraíba.

A ação fez parte da Operação Veiculação, que investigou fraudes em licitações e contratos públicos envolvendo mais de R$ 11 milhões em verbas federais. Os recursos foram destinados a programas como o Transporte Escolar (PNATE), Fundeb, Pró-Jovem Trabalhador e o Bloco de Média e Alta Complexidade na área da saúde.

A investigação foi iniciada em 2015 pelo Ministério Público Federal, a partir de informações da Controladoria-Geral da União (CGU), que, em 2012, havia apontado contratações irregulares de locação de veículos na Prefeitura de Patos. O relatório da CGU indicou direcionamento de licitações, superfaturamento de contratos e possível desvio de verba pública.

Illana Motta, mãe do atual presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e a avó dele, Francisca Motta. Foto: Reprodução

Mãe de Hugo Motta era chefe de gabinete da prefeita

Illana Motta, mãe do deputado, ocupava o cargo de chefe de gabinete da prefeita afastada, sua própria mãe, Francisca Motta. As investigações atingiram prefeituras de três municípios do sertão da Paraíba: Patos, Emas e São José de Espinharas.

Na ocasião, os prefeitos dessas três cidades foram afastados cautelarmente, e dois deles chegaram a ser presos temporariamente. As câmaras municipais foram notificadas para dar posse aos substitutos legais.

Clã Motta comanda a política local desde os anos 1950

A Operação Veiculação também revelou o poder político da família Motta na região. Francisca Motta era considerada a chefe do clã, com influência em Patos desde a década de 1950. O avô de Hugo Motta, Nabor Wanderley da Nóbrega, foi prefeito da cidade entre 1956 e 1959.

O pai do deputado, Nabor Wanderley da Nóbrega Filho, também foi prefeito de Patos, de 2005 a 2012. Em 2013, ele foi condenado por improbidade administrativa e teve os direitos políticos suspensos. Apesar da sentença, recorreu e ocupa, até hoje, o mandato como prefeito da cidade, após vencer as eleições de 2024.

A teia familiar dos investigados era extensa. Illana é casada com Renê Trigueiro Maroca, ex-prefeito de São José de Espinharas. Outro envolvido, José William, era ex-marido de uma das filhas de Illana.

Fonte: DCM

Haddad defende ir ao STF contra derrubada do aumento do IOF e diz que novo corte no orçamento "vai pesar para todo mundo"

Opinião da ala jurídica do governo é de que a decisão do Congresso é “flagrantemente inconstitucional", afirma o ministro da Fazenda

        Fernando Haddad (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que o governo federal estuda três possíveis caminhos após a derrubada, pelo Congresso Nacional, do decreto que aumentava a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Segundo ele, a resposta pode ser dada por meio da judicialização da medida, da criação de nova fonte de receita ou de um novo contingenciamento de despesas. "Vai pesar para todo mundo", alertou.

Durante entrevista ao C-Level Entrevista, videocast da Folha de S.Paulo, Haddad declarou que a decisão final caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas deixou clara sua posição: "na opinião dos juristas do governo, [a decisão do Congresso] é flagrantemente inconstitucional".

Segundo o ministro, a expectativa era de que houvesse um acordo sobre o tema após reunião com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), realizada no dia 8. "Saí de lá imaginando que estava tudo bem. Não só eu, todo mundo. Eu não sei o que mudou", lamentou Haddad, quase três semanas depois do encontro.

Ele disse ainda que só foi avisado na manhã de quarta-feira (25) sobre a votação que derrubaria o decreto. "Acordei com uma ligação da Gleisi [Hoffmann, ministra das Relações Institucionais]", relatou, acrescentando que não chegou a falar com Motta naquele dia. Questionado sobre o clima entre Executivo e Legislativo, Haddad reconheceu o ambiente tenso e atribuiu parte disso à resistência de setores econômicos diante do discurso de justiça tributária por meio da redução da carga dos mais pobres e cobrança de mais impostos dos mais ricos. "Se a turma da Faria Lima está incomodada, tudo bem", provocou.

Haddad explicou que o governo avalia três frentes: compensar a perda de receita com novos tributos — como taxação de dividendos ou receitas do petróleo —, cortar mais R$ 12 bilhões além dos R$ 30 bilhões já contingenciados ou judicializar a questão. "Vai faltar recurso para saúde, educação, para o Minha Casa, Minha Vida. Não sei se o Congresso quer isso", afirmou. Em defesa da ação no Supremo Tribunal Federal, o ministro ressaltou: "eu sempre vou defender a Constituição. Se a AGU ou a PGFN disserem que o decreto legislativo é inconstitucional, eu vou defender essa posição".

Para o titular da Fazenda, o embate tem origem na tentativa de corrigir distorções históricas do sistema tributário brasileiro. "Nós estamos defendendo que o rico que não paga imposto passe a pagar. Não considero normal um dos dez países mais desiguais do mundo aceitar que quem tem mais de R$ 1 milhão de renda anual pague uma alíquota de 2,5%, enquanto uma professora paga 10%", declarou.

Ele destacou que o governo tem mantido diálogo constante com o Legislativo, mas ponderou que nem todas as forças políticas estão alinhadas com o projeto de justiça social. "Tem parlamentares associados a bancos, a sem-terra, a sem-teto, a bets... São 513 parlamentares", resumiu.

Questionado se a situação representa uma derrota para o governo, Haddad rebateu afirmando que esta "não é a primeira, e provavelmente não será a última. Mas o jogo está favorável ao Brasil". Ele destacou que indicadores como dólar, desemprego e inflação seguem sob controle. Sobre a insatisfação de lideranças políticas, o ministro disse que pode haver cálculo político pensando em prejudicar o governo Lula de olho nas eleições de 2026. "Mas isso [desequilíbrio fiscal] vai ser ruim para qualquer um que assumir. A disputa vai ser acirrada de qualquer jeito. Não é melhor garantir a governabilidade?", questionou.

Haddad contou que a reunião com os presidentes das Casas legislativas foi longa e considerada "histórica". "Saímos de lá crentes de que tínhamos feito um grande acordo. Não se traduziu naquilo que imaginamos. Vou procurar rever o que aconteceu", afirmou. Na entrevista, o ministro negou que tenha havido briga com Hugo Motta, mas confirmou que não conversaram antes da votação. "Ele falou com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais que aquela decisão era irreversível. Eu respeitei", disse.

O ministro também revelou que a proposta de corte de 10% nas isenções fiscais, inicialmente prevista para esta semana, será apresentada somente em agosto. Segundo ele, o governo já vem atuando para rever benefícios, como aposentadorias militares, abono salarial e supersalários.

Haddad apontou que o maior problema fiscal do país, hoje, está na judicialização do BPC. "Em 2025, vamos ter que colocar R$ 140 bilhões no Orçamento por conta disso. E quem desarrumou o BPC foi o governo anterior", afirmou.

Sobre as eleições presidenciais, Haddad acredita que Lula chegará competitivo, mas avalia que será uma disputa apertada, como tem ocorrido em todo o mundo. "O padrão hoje são eleições acirradas, com uma extrema direita crescendo. Isso vale para a Europa, os Estados Unidos...", avaliou.

Ele também indicou que não está prevista, por ora, nenhuma ampliação do Bolsa Família, que mantém o mesmo valor desde sua reformulação em 2023. "Estamos dentro do patamar internacional para o combate à fome", disse.

Por fim, o ministro negou estar isolado no governo. "Estou com Lindbergh, com a Gleisi. É uma agenda que incomoda muita gente, mas eu estou aqui para fazer justiça tributária", reforçou. Segundo ele, o foco da equipe econômica é enfrentar os 140 mil super-ricos que concentram renda e pouco contribuem com o imposto de renda. "Nós vamos chegar ao fim do governo com 25 milhões de brasileiros a menos pagando IR", garantiu.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Após derrubada do aumento do IOF pela Câmara, Lula diz que governo busca "justiça fiscal"

Presidente Lula afirma que os “super-ricos” devem contribuir “de forma mais justa com o país”

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Diante da ampla derrota na Câmara dos Deputados, que derrubou o decreto de aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender mudanças tributárias com foco na equidade. Em publicação nas redes sociais nesta quinta-feira (26), Lula reafirmou que a meta do governo é combater desigualdades no sistema fiscal e garantir que os mais ricos contribuam proporcionalmente com a arrecadação.

A manifestação do presidente ocorre em um momento de tensão entre o Executivo e o Congresso, após 383 deputados votarem contra o decreto de aumento do IOF. Apenas 98 foram favoráveis. A medida, considerada essencial pela equipe econômica para manter o equilíbrio fiscal, foi rejeitada inclusive por partidos com ministérios no governo, o que acentuou a percepção de fragilidade da articulação política do Planalto.

“Muita gente está falando em imposto no Brasil nos últimos dias. É importante entender o que de fato está sendo proposto”, escreveu Lula na legenda de uma tirinha publicada em seu perfil no Instagram. “O governo quer fazer mudanças tributárias combatendo privilégios e injustiças. É tornar o sistema mais justo".

Na sequência, o presidente explicou, de forma didática, o princípio que orienta a proposta de justiça fiscal defendida pelo governo:

“É simples: quem tem mais, paga — proporcionalmente — mais. Quem tem menos, paga menos. Assim, corrigimos uma injustiça histórica, equilibramos o sistema e garantimos que os super-ricos contribuam de forma mais justa com o país".
“Justiça fiscal é isso. Essa é a mudança que queremos construir”, concluiu.

Nos bastidores, o governo avalia possíveis respostas à derrota, que vão desde a reedição do decreto em nova versão até uma eventual judicialização no Supremo Tribunal Federal. No entanto, interlocutores reconhecem que há risco de agravamento da crise institucional se o STF for acionado para questionar a decisão do Congresso.

Em paralelo, a mobilização nas redes sociais aparece como estratégia prioritária para disputar corações e mentes da sociedade sobre os rumos da política fiscal.
Fonte: Brasil 247