terça-feira, 15 de julho de 2025

Despertar patriótico pode garantir vitória de Lula no primeiro turno

 

Manifestantes protestam contra o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, enquanto seguram uma bandeira do Brasil. Foto: Divulgação
Cada vez entendo melhor a máxima de Napoleão, de que nunca se deve interromper o inimigo quando ele estiver cometendo um erro.

Na política, como na guerra, as vitórias são conquistadas não apenas por nossos acertos, mas também pelos erros dos adversários.

O apoio servil da família Bolsonaro e seus vassalos na extrema direita, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, às agressões arbitrárias, injustificadas, prepotentes, de Donald Trump ao Brasil, repercutiu muito mal na opinião pública.

Todos aqueles que apoiaram, de maneira explícita ou tácita (se calando, por exemplo), essa tentativa grotesca de humilhar o Brasil, de subjugar nossas instituições e nossa democracia, cometeram um suicídio político.

O ataque desprezível de Donald Trump à nossa soberania provocou um verdadeiro terremoto na política brasileira, com reflexos imediatos na aprovação do governo e nas perspectivas eleitorais de 2026. As placas tectônicas se movimentaram, e não foi em favor da direita entreguista, corrupta e subserviente.

Segundo pesquisa Atlas/Bloomberg divulgada hoje, o percentual de brasileiros que passou a apoiar a política externa do governo Lula saltou de 50% em novembro de 2023 (última vez em que a Atlas fez essa pergunta, e já era um ótimo número) para um patamar recorde de 60%!

Gráfico de aprovação do Governo Lula. Foto: Divulgação


☆ O despertar do sentimento nacional


Um nervo foi tocado no Brasil.

Os ataques de Trump à soberania nacional despertaram um sentimento patriótico que há muito não se via. A pesquisa Atlas/Bloomberg confirma o que já era fácil observar nas redes sociais: uma onda gigante de indignação contra Donald Trump e contra os políticos que não reagiram imediatamente com uma postura firme em defesa da soberania nacional.

A reação negativa foi especialmente forte contra Tarcísio de Freitas, que tentou justificar a violência de Trump contra o Brasil, e culpar o presidente Lula pelos caprichos autoritários de um chefe de Estado metido a dono do mundo.

Segundo a Atlas/Bloomberg, a aprovação de Lula subiu de 47,3% para 50%, enquanto sua desaprovação caiu de 51,8% para 50,3%. Uma melhora total de 4 pontos em favor de Lula.

Analistas experientes costumam dizer que uma aprovação superior a 50% gera possibilidade de vitória no primeiro turno em eleições presidenciais.

Importante destacar, no entanto, que a aprovação do presidente já vinha crescendo antes mesmo desses ataques de Trump, provavelmente em função do arrefecimento da inflação de alimentos, um fator que, aparentemente, tem uma correlação direta com a aprovação de Lula entre as famílias de baixa renda.

Aprovação do Presidente Lula. Foto: Divulgação


☆ A força da política externa

A pesquisa mostra que 61,1% dos brasileiros consideram que Lula representa o Brasil melhor do que Bolsonaro no plano internacional, contra apenas 38,8% que pensam o contrário.

Outro dado muito emblemático: pela primeira vez mais brasileiros (38%) preferem o Brasil mais próximo dos Brics do que dos Estados Unidos (31%).

A imagem da China também melhorou: se em maio de 2025, apenas 4% responderam que o Brasil deveria se aproximar mais da China, hoje esse número triplicou para 12%.

Esse é um tipo de sentimento muito forte e resiliente, porque vai além da economia, e além desse moralismo de goela tão típico do senso comum antipolítica.

Será complicado para mídia conservadora e liberal, partidos de direita, e influencers da Faria, desconstruírem um sentimento patriótico que vem emergindo das entranhas da consciência popular.

Gráfico sobre Lula ou Bolsonaro representarem o Brasil. Foto: Divulgação


☆ A rejeição às tarifas e a Trump

A imagem pessoal de Donald Trump entre os brasileiros se deteriorou de maneira dramática: 63,2% agora têm uma imagem negativa do ex-presidente americano, contra apenas 31,9% que mantêm uma visão positiva. Esses números mostram que Trump não tem capital político no Brasil para sustentar suas investidas contra o país.

Pelo contrário, suas ações apenas fortalecem a rejeição popular e consolidam o apoio à postura firme do governo Lula.

O impacto econômico das tarifas de Trump também preocupa os brasileiros: 63,5% consideram que as medidas terão alto ou muito alto impacto na economia nacional.

Essa rejeição a Trump não é artificial, pueril, ou estética: metade dos brasileiros entendem que as justificativas usadas pelo presidente americano para impor tarifas ao Brasil podem ser consideradas uma “ameaça à soberania brasileira”.

Gráfico de opiniões sobre as tarifas de Donald Trump. Foto: Divulgação


☆ A capacidade de negociação

Mesmo assim, há um otimismo cauteloso sobre a capacidade de negociação do Brasil. Quando questionados se acreditam que o governo federal será capaz de negociar e chegar a um acordo com os Estados Unidos para reduzir as tarifas, 47,9% dos brasileiros responderam que sim, contra 38,8% que não acreditam nessa possibilidade.

Entre os eleitores de Lula, o otimismo é ainda maior: 78,6% acreditam na capacidade de negociação do governo, enquanto apenas 3,9% são pessimistas.

☆ As consequências eleitorais

As consequências políticas desse episódio pode ir além dos números de aprovação presidencial. Ao fim da ditadura militar, a direita enfrentou muita dificuldade por ter se associado à ditadura e, portanto, à imagem de inimiga da democracia. O que pode acontecer hoje é algo semelhante. Caso permaneça amarrada a esse bolsonarismo desesperado e suicida, a direita brasileira pode pespegar em si a pecha de inimiga de nossa soberania. O que talvez seja um estigma ainda pior.

Trump e seus aliados brasileiros cometeram um erro estratégico monumental ao subestimar o sentimento patriótico do povo brasileiro.

A tentativa de Tarcísio de Freitas, e de outros líderes da direita, de minimizar as agressões de Trump ou de culpar o governo brasileiro pela escalada comercial se mostrou um tiro no pé. A população brasileira, independentemente de suas preferências partidárias, não aceita passivamente ataques à soberania nacional, além de considerar as tarifas de Trump como totalmente injustificadas.

Gráfico de opinião sobre a justiça da taxação de Donald Trump. Foto: Divulgação


Para o governo Lula, esse episódio representa uma oportunidade única de consolidar sua liderança tanto no plano interno quanto no cenário internacional. A alta aprovação à sua política externa oferece uma base sólida para construir um discurso poderoso em defesa da soberania brasileira, que poderá ser uma alavanca simbólica muito eficaz nas eleições do ano que vem, inclusive para o legislativo.

A família Bolsonaro arrastou a sua base para uma posição de apoio a Donald Trump, exatamente no momento em que a maioria do país reage com profunda indignação aos ataques que o presidente americano passou a fazer às nossas instituições democráticas.

A direita se vê diante, portanto, de um dilema insolúvel.

Por um lado, manter o alinhamento com Trump significa abandonar definitivamente qualquer pretensão patriótica e assumir publicamente o papel de submissa a interesses estrangeiros. Romper com Trump, por outro, significaria acusar a família Bolsonaro de traição ao país, e perder uma boa parte desse eleitorado altamente radicalizado, beirando o fanatismo, que se junta ao redor do ex-presidente.

Originalmente publicado no O Cafezinho

VÍDEO – Âncora da CNN chama Bolsonaro de “Bozo” ao vivo e viraliza

Jornalista Elisa Veeck durante transmissão ao vivo na CNN Brasil – Foto: Reprodução

Durante programa da CNN Brasil, nesta terça-feira (15), a apresentadora Elisa Veeck chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro de “Bozo”. O comentário foi feito ao vivo e rapidamente viralizou nas redes sociais. A jornalista ainda não comentou o episódio.


Elisa é a mesma jornalista que, no início do mês, fez um discurso contundente em defesa do Nordeste, ao abordar a xenofobia enfrentada pela região. Na ocasião, ela denunciou o preconceito estrutural contra o povo nordestino, especialmente em grandes centros urbanos do Sudeste.

Fonte: DCM

Flávio ataca Gonet por pedir condenação de Bolsonaro: “Tomou altas doses de Diazepam”

 

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Foto: Reprodução

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) usou as redes sociais nesta terça-feira (15) para atacar o procurador-geral da República, Paulo Gonet, responsável pelo relatório final da PGR que pediu a condenação de Jair Bolsonaro (PL) por liderar uma tentativa de golpe de Estado no Brasil após a derrota nas eleições de 2022.

No relatório, Gonet cita Bolsonaro 460 vezes e o coloca como “principal articulador, maior beneficiário e autor dos mais graves atos executórios voltados à ruptura do Estado”. A expectativa é que o julgamento no STF seja concluído até o fim de 2025. O ex-capitão pode pegar até 43 anos de prisão.

“Em última análise, o exame dos fatos e das evidências revela que Jair Bolsonaro desempenhou um papel central na orquestração e promoção de atos antidemocráticos”, afirma o texto enviado ao Supremo Tribunal Federal.

Descontrolado, Flávio diz, por meio de um post no X, que “o PGR deve ter tomado altas doses de Diazepam, que causam confusão mental e alucinações”. Na sequência, tenta afastar a imagem de covardia da família ao declarar: “no nosso dicionário não existe a palavra medo, existe a palavra fé”.

O filho “01” de Jair Bolsonaro ainda usa uma frase de Cristiano Zanin, ex-advogado do presidente Lula (PT) no lawfare da Lava Jato e atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), para pedir “Direitos Humanos” ao ex-mandatário.

“O remédio é forte e amargo, mas necessário para acabar com o câncer em metástase que atingiu os órgãos vitais da nossa Nação! ‘Não há remédio eficaz no Brasil para cessar violações a Direitos Humanos’ (07/Ago/2016, Cristiano Zanin, advogado de Lula)”, diz o senador.

Confira:

Fonte: DCM

Tarcísio diz buscar negociação "paradiplomática" com estados dos EUA para contornar sobretaxa de Trump

Governador de SP defende estratégia diante da tarifa de 50% imposta pelos EUA e se aproxima de empresas e políticos estadunidenses

       Tarcísio de Freitas (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Durante reunião com empresários nesta terça-feira (15), no Palácio dos Bandeirantes, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que pretende adotar uma estratégia de “relação paradiplomática” com os Estados Unidos. A iniciativa prevê diálogo direto com governos estaduais norte-americanos e senadores daquele país para minimizar os efeitos da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Segundo a Folha de S.Paulo, o governador afirmou que “não há disputa” com o governo federal, mas defendeu que São Paulo deve agir “até onde for possível” para proteger sua economia dos impactos da medida anunciada por Trump. A chamada paradiplomacia envolve negociações internacionais conduzidas por entes subnacionais, como estados, e não pelo governo central.

O encontro ocorreu na manhã desta terça-feira e contou com a presença de executivos de grandes empresas brasileiras, como Embraer, Cutrale, Minerva, Usiminas e representantes dos setores de café e aço. Rubens Ometto, do Grupo Cosan, também participou. O governo dos Estados Unidos foi representado pelo encarregado de negócios Gabriel Escobar e pelo cônsul-geral interino, Benjamin Wohlauer — atualmente, os EUA estão sem embaixador no Brasil, e Escobar é o principal representante da embaixada.

Além do governador, participaram do encontro o secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Jorge Lima, e o chefe do escritório do governo paulista em Brasília, José Vicente Santini — ex-secretário-executivo da Casa Civil na gestão de Jair Bolsonaro (PL), demitido após usar um avião da FAB para viajar de Davos à Índia. Ao todo, 18 pessoas acompanharam a reunião.

Durante sua fala, Jorge Lima destacou que o núcleo de decisões de Trump “é muito restrito” e que seria necessário pressionar os interlocutores americanos para mostrar que a medida trará prejuízos não apenas ao Brasil, mas também aos próprios EUA. Ele mencionou que essa abordagem já foi adotada por outros países e tem surtido efeito.

Ainda de acordo com a reportagem, a reunião buscou sinalizar moderação e capacidade de articulação por parte de Tarcísio, evitando confrontos com o governo Lula. Uma das maiores preocupações é o impacto da tarifa sobre o setor de aviação, que liderou as exportações de São Paulo para os EUA em 2024, com R$ 2,2 bilhões em vendas. O segundo maior segmento foi o de petróleo, seguido por suco de laranja, carne bovina, tratores e pás carregadeiras. Somente o setor agropecuário paulista exportou US$ 1,9 bilhão para os EUA no primeiro semestre deste ano — o equivalente a 30% do total enviado ao mercado americano.

Enquanto o governo paulista articula sua própria reação, o governo federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também iniciou esforços para enfrentar a crise. No domingo (13), Lula determinou a criação de um comitê interministerial para ouvir os setores mais impactados pela sobretaxa de Trump. O colegiado será presidido pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e contará com os ministros Rui Costa (Casa Civil), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Fazenda).

De acordo com Alckmin, o grupo iniciou nesta terça reuniões com representantes das indústrias mais expostas ao mercado americano, como as de alumínio, celulose, calçados e autopeças. À tarde, foi a vez dos setores do agronegócio, como suco de laranja, carnes, frutas, pescados e mel. “Vamos conversar também com empresas americanas e com entidades de comércio bilateral, como a Amcham [Câmara Americana de Comércio para o Brasil]”, anunciou o vice-presidente.

A movimentação de Tarcísio desagradou o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em declaração à Folha de S.Paulo, Eduardo criticou a iniciativa de Tarcísio: “É um desrespeito comigo”. Segundo ele, a aproximação com a embaixada dos EUA deveria ter passado por sua interlocução.

“Nós já provamos que somos mais efetivos até do que o próprio Itamaraty. O filho do presidente, exilado nos Estados Unidos. Queria buscar uma alternativa lateral. É um desrespeito comigo. Mas eu não estou buscando convencimento da população, eu estou buscando pressionar o Moraes”, declarou, referindo-se ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Eduardo afirmou ainda que não se arrepende de ter defendido sanções dos EUA contra o Brasil, mesmo que isso possa beneficiar Lula. Ele condicionou seu retorno ao país à punição do ministro do STF pelo governo estadunidense.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Preços dos alimentos caem no Brasil após 9 meses de alta

Apesar do recuo, sobretaxa prometida pelos EUA sobre exportações brasileiras traz incerteza cambial e ameaça novo repique

    Supermercado (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

Após uma sequência de nove meses consecutivos de alta, os preços dos alimentos consumidos no domicílio registraram queda de 0,43% em junho, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo IBGE. Analistas apontam que essa redução foi impulsionada por dois fatores principais: a melhora nas condições climáticas que favoreceram a produção agrícola e a desvalorização do dólar nos últimos meses. As informações são da Folha de S. Paulo.

Contudo, o cenário projetado para o segundo semestre ganhou um novo elemento de incerteza. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a intenção de aplicar uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o país, o que pode afetar diretamente a inflação e o câmbio no Brasil.

Entre os principais itens da pauta de exportação brasileira para os EUA estão o café, a carne bovina e o suco de laranja. Em um primeiro momento, caso os embarques para o mercado norte-americano diminuam, a oferta interna desses produtos poderia aumentar e contribuir para novas quedas de preços, conforme explicou Leandro Gilio, economista e pesquisador do Insper Agro Global.

No entanto, Gilio ressalta que “o dólar tende a se valorizar em períodos de incertezas elevadas”. Essa possível oscilação no câmbio elevaria os custos de insumos importados e, consequentemente, os preços finais dos produtos, inclusive os alimentos. “A gente não sabe ainda se tudo vai ser aplicado e como o Brasil vai responder”, pondera. “Tem um ambiente de incertezas de ambas as partes”, afirma.

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, considera prematuro prever alterações expressivas no cenário inflacionário. “Tudo ainda está incipiente. Não sabemos se Trump vai ficar com os 50%, se isso vai ser negociado, se o Brasil vai retaliar”, avaliou.

Ainda segundo Vale, se o cenário mais extremo se concretizar — com manutenção das sobretaxas e retaliação do governo Lula em igual proporção —, a tendência é de uma forte pressão sobre o câmbio. “Um câmbio que sobe, em contraposição a uma queda de preços que pode acontecer em um ou outro produto, teria um efeito mais negativo para a inflação”, argumenta.

Atualmente, a expectativa de Vale é que os preços dos alimentos consumidos no domicílio encerrem o ano com alta de 5,5%, após um avanço de 8,23% em 2024. Esse movimento de desaceleração ocorre em um contexto de recomposição das safras, com o Brasil caminhando para uma colheita recorde de grãos em 2025.

Ainda de acordo com a reprotagem, mesmo com a queda pontual registrada em junho, os alimentos consumidos no domicílio acumulam alta de 6,23% em 12 meses, acima do índice geral do IPCA, que ficou em 5,35% no mesmo período. O encarecimento dos alimentos no início do ano foi uma das principais razões apontadas para a perda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo analistas políticos.

Entre os produtos que tiveram redução de preços em junho estão o ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%). Em contrapartida, o tomate liderou as altas, com elevação de 3,25%.

Para Felippe Serigati, pesquisador da FGV Agro, os efeitos diretos da medida prometida por Trump seriam restritos a uma gama “bem limitada” de produtos agropecuários. O risco maior, afirma, está no impacto cambial. “A maior ameaça para a inflação dos alimentos viria de uma pressão significativa sobre a taxa de câmbio, o que não se configurou até o momento”, analisa.

Serigati observa que ainda há espaço para negociação, já que os EUA teriam dificuldade em encontrar fornecedores à altura do Brasil para determinados produtos. No caso do suco de laranja, ele exemplifica, a imposição da tarifa geraria uma situação “perde-perde”: os EUA perderiam abastecimento e o Brasil, mercado. “Como é uma estratégia perde-perde, não sei se [a sobretaxa de 50%] vai efetivamente acontecer”, conclui o pesquisador.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Bolsonaro comanda uma conspiração contra o Brasil, afirma Gleisi

O ex-presidente teme condenação por tentativa de golpe e articula sanções dos EUA, “à custa da economia e dos empregos em nosso país”, diz a ministra

   Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira/SRI)

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), acusou nesta terça-feira (14) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de liderar uma nova conspiração contra o Brasil. Em publicação nas redes sociais, Gleisi afirmou que Bolsonaro está articulando, nos bastidores, pressões junto ao governo dos Estados Unidos para impor sanções ao país, com o objetivo de intimidar o Supremo Tribunal Federal (STF) e interferir no processo judicial que pode levá-lo à condenação por tentativa de golpe de Estado.

“As alegações finais da Procuradoria-Geral da República não deixam dúvidas sobre a responsabilidade total de Jair Bolsonaro e seus cúmplices na trama golpista que culminou nos atentados de 8 de janeiro de 2023”, escreveu Gleisi. “É o medo da condenação por seus crimes que explica a conspiração contra o Brasil que ele comanda hoje, articulando sanções do governo dos EUA para coagir o STF, à custa da economia e dos empregos em nosso país”, completou.

PGR aponta cinco crimes contra Bolsonaro - A manifestação da deputada ocorre após a divulgação, pelo portal Metrópoles, do parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) entregue ao Supremo Tribunal Federal, no qual o ex-presidente é apontado como líder de uma organização criminosa que tentou abolir violentamente o Estado Democrático de Direito. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, descreve Bolsonaro como o articulador central e principal beneficiário da tentativa de golpe, conduzida a partir de sua posição como chefe do Executivo.

Segundo a PGR, Bolsonaro e seus aliados no governo, nas Forças Armadas e em órgãos de inteligência “desenvolveram e implementaram plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas”, com o objetivo de impedir a alternância legítima de poder nas eleições de 2022 e enfraquecer o funcionamento do Judiciário.

As alegações finais também destacam que o material probatório é robusto, composto por “farta documentação produzida pelos próprios golpistas, testemunhos e perícias”, o que desmonta, segundo o órgão, as falácias apresentadas pela defesa do ex-presidente.

A PGR solicita que Bolsonaro seja condenado pelos seguintes crimes:

✓ Comando de organização criminosa armada;

✓ Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

✓ Golpe de Estado;

✓ Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União;

✓ Deterioração de patrimônio tombado.

Julgamento se aproxima - Com a conclusão da fase de alegações finais, a ação penal caminha para julgamento no STF, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. A expectativa é que o julgamento ocorra entre agosto e setembro deste ano.

Para Gleisi Hoffmann, o curso do processo é uma demonstração clara de que o Brasil não tolera ataques à sua democracia nem chantagens internacionais. “O Brasil repudia golpes contra o regime democrático, que tanto custou construir. E repudia igualmente chantagens e ameaças contra a soberania do país e das nossas instituições, venham de onde vierem, sob qualquer forma ou pretexto”, declarou.

 

Fonte: Brasil 247

Atlas Intel: 61% acham que Lula representa o Brasil melhor que Bolsonaro no cenário internacional

 

O presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

A nova pesquisa Atlas Intel, divulgada nesta terça-feira (15), mostra que 61,1% dos entrevistados acreditam que o presidente Lula (PT) representa o Brasil melhor do que Jair Bolsonaro (PL) no plano internacional.

O percentual é o mais alto registrado desde novembro de 2023, quando 51% dos entrevistados tinham essa mesma percepção. Na contramão, a parcela da população que considera a atuação de Lula pior que a de Bolsonaro caiu de 44,3% para 38,8% no mesmo período.

Já os que avaliam que não há diferença entre Lula e Bolsonaro, ou que não souberam responder, passaram de 4,7% em novembro para 0% agora.

Pesquisa Atlas Intel. Foto: Reprodução



De acordo com o levantamento, 49,7% aprovam a gestão de Lula, uma alta de 2,4 pontos percentuais, enquanto 50,3% desaprovam, queda de 1,5 ponto. É o menor índice de desaprovação e o maior de aprovação desde outubro de 2024, quando teve início uma curva de queda na imagem do governo.

A pesquisa também mostra que 60,2% dos brasileiros aprovam a política externa do governo Lula. Os que desaprovam somam 38,9%, e os que não sabem, 0,9%.

Além disso, 47,9% dos entrevistados acreditam que a gestão petista conseguirá negociar a redução das tarifas impostas pelos Estados Unidos. Para 38,8%, o governo atual não será capaz de chegar a um acordo, enquanto 13,3% não sabem.

Fonte: DCM

Desesperado, Eduardo Bolsonaro admite que deu errado o “tudo ou nada”

 

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) usou as redes sociais nesta terça-feira (15) para admitir que deu errado o “tudo ou nada”, após seu pai, Jair Bolsonaro (PL), tentar utilizar o Brasil como moeda de troca para obter anistia judicial, depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar taxar em 50% os produtos brasileiros caso o ex-capitão não fosse absolvido das acusações de tentativa de golpe:

Nos próximos meses, ou semanas, o Brasil selará seu futuro: Venezuela ou democracia. Não há uma 3ª opção.

Somos tão abençoados que nem precisamos imaginar como seria, basta olha para o país de Maduro.

Como eu não pretendo ser despachante imigratório de brasileiro e nem fazer curso de como se instalar nos EUA – por mais dignos que sejam estes trabalhos – eu sugiro a todos a embarcar na única alternativa possível: o “all-in” (tudo ou nada).

No TUDO temos: eleições limpas em 2026 e participação de uma verdadeira oposição, para sanear o Senado e fazer o impeachment de Moraes, ainda que atrasado.

No NADA: Venezuela e aos que ficarem no Brasil serão esmagados por impostos e sanções internacionais corriqueiras de um Estado de exceção. Sim, num regime totalitário só existem 2 castas: os ricos amigos do ditador e os demais pobres. Não se gera riqueza num regime arbitrário.

Não é “façam suas apostas”, mas sim “assumam posicionamentos e condutas”. Se tudo der errado, no futuro ainda poderemos olhar nos olhos de nossos filhos e dizer a eles que lutamos e não amargar um arrependimento e vergonha até o último dia de nossas vidas.

Fonte: DCM

Empresariado rompe com Bolsonaro: "estão rifando o Brasil por interesses pessoais"

Empresários reprovam atuação de Eduardo e criticam omissão de Jair Bolsonaro

       Donald Trump e Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR via BBC)

A relação entre Jair Bolsonaro (PL) e a elite empresarial brasileira, que até recentemente se mostrava fiel ao ex-mandatário, chegou a um ponto de ruptura. Segundo a coluna do jornalista Valdo Cruz, do g1, lideranças do setor privado estão enviando mensagens diretas ao Centrão, deixando claro o repúdio às articulações conduzidas por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e demonstrando total disposição em se afastar do clã.

O principal ponto de desgaste é a condução do embate com os Estados Unidos, especialmente diante da decisão do presidente Donald Trump de impor um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros. Para os empresários, a atuação de Eduardo, com o respaldo de Jair Bolsonaro, está colocando em risco mercados estratégicos em prol de disputas políticas pessoais.

“Estamos correndo o sério risco de perdermos um mercado importante para nossos produtos, tudo em nome de uma disputa pessoal. Todo mundo sabe o que aconteceu no país, eles fizeram uma aposta de risco e agora deveriam enfrentar as consequências”, disse um empresário paulista sob a condição de anonimato.

Conforme a reportagem, há frustração quanto à ausência de moderação por parte de Jair Bolsonaro. A expectativa era de que o ex-mandatário impusesse um freio nas atitudes do filho, mas, ao contrário, estaria mais concentrado em seus próprios interesses e estratégias de sobrevivência política. “Bolsonaro e seus filhos estão ‘rifando’ o Brasil em nome de interesses pessoais, quando um ex-presidente da República jamais deveria tomar esse caminho”, lamentou outro empresário ouvido pela reportagem.

Nesse cenário, a figura de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, vem ganhando força entre os partidários da direita. Antes criticado por omitir-se diante da crise comercial com os EUA, Tarcísio passou a ser elogiado por representantes do setor produtivo após se posicionar contra a sobretaxa imposta por Donald Trump. Os empresários enxergam agora uma mudança de rota positiva em sua conduta. “Ele errou no começo, mas corrigiu o rumo e está no caminho certo”, avaliou uma das fontes consultadas. De acordo com o relato de um dos empresários, “é isso que se espera de um político que pensa no país e não nos seus interesses pessoais e do seu grupo político”.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) classificou Jair Bolsonaro como o “líder da organização criminosa” responsável pela tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito. Nesta segunda-feira (14), a PGR apresentour as alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando a condenação de Bolsonaro e de outros sete acusados acusados de envolvimento na intentona golpista.

O parecer é assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, que descreve Bolsonaro como o principal articulador e maior beneficiário da ofensiva golpista. “No exercício do cargo mais elevado da República, instrumentalizou o aparato estatal e operou, de forma dolosa, esquema persistente de ataque às instituições públicas e ao processo sucessório”, afirmou Gonet.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1