Família de Juliana Marins confirmou que ela não sobreviveu ao acidente ocorrido no Monte Rinjani
Resgate de brasileira que caiu em trilha de vulcão é suspenso, diz família (Foto: Reprodução)
A brasileira Juliana Marins, que havia sofrido uma queda em um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, no último sábado (21), não resistiu aos ferimentos. A confirmação foi feita pela própria família da vítima por meio de uma publicação nas redes sociais. As informações são do g1.
“Hoje, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, afirmou o comunicado publicado no perfil criado pelos familiares para acompanhar as buscas de acordo com a reportagem. Juliana praticava trilha na montanha localizada na ilha de Lombok, uma das áreas mais visitadas por aventureiros no país asiático, quando o acidente ocorreu.
Na véspera, equipes de resgate haviam montado uma base avançada de apoio próximo ao ponto onde a jovem havia sido localizada. Conforme a reportagem, os socorristas enfrentaram um desafio extremo ao descer por uma encosta íngreme com altura semelhante à do Corcovado, no Rio de Janeiro, para alcançar Juliana.
Na segunda-feira (23), um drone usado por membros da equipe de resgate detectou a brasileira ainda com vida, mas imóvel, a cerca de 500 metros abaixo da trilha. Na manhã seguinte, porém, ela já havia escorregado ainda mais e foi localizada a cerca de 650 metros abaixo do caminho.
Juliana Marins, de 26 anos, era natural de Niterói (RJ), formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e também se dedicava à dança, com destaque para o pole dance. Desde fevereiro, realizava um mochilão pela Ásia e já havia passado por países como Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.
O Monte Rinjani, situado na Ilha de Lombok, ao lado de Bali, é um vulcão ativo com 3.721 metros de altitude. A montanha, cercada por um lago, atrai milhares de turistas aventureiros todos os anos. No entanto, exige preparo físico e pernoite durante a subida, que se dá sob ar rarefeito.
Segundo as autoridades locais, o acidente ocorreu na madrugada do sábado (21), horário local, o que corresponde à tarde de sexta-feira (20) no Brasil. Juliana fazia parte de um grupo de sete turistas acompanhados por dois guias.
A família acusa um dos guias de negligência, alegando que ele deixou Juliana sozinha por mais de uma hora. “A gente descobriu isso em contato com pessoas que trabalham no parque. Juliana estava nesse grupo, porém ficou muito cansada e pediu para parar um pouco. Eles seguiram em frente, e o guia não ficou com ela”, contou Mariana, irmã da vítima, ao programa Fantástico. “O guia seguiu com o grupo até o cume que eles iam alcançar, e Juliana ficou sozinha por mais de uma hora”, ressaltou.
Ainda segundo relatos do parque, Juliana entrou em pânico ao perceber que estava sozinha. “Ela não sabia para onde ir, não sabia o que fazer. Quando o guia voltou, porque viu que ela estava demorando muito, ele viu que ela tinha caído lá embaixo”, detalhou Mariana.
Ao jornal O Globo, o guia responsável, Ali Musthofa, de 20 anos, confirmou ter recomendado que Juliana descansasse, mas afirmou que havia combinado com ela de esperá-la adiante. “Na verdade, eu não a deixei, mas esperei 3 minutos na frente dela. Depois de uns 15 ou 30 minutos, a Juliana não apareceu. Procurei por ela no último local de descanso, mas não a encontrei. Eu disse que a esperaria à frente. Eu disse para ela descansar.”
O jovem afirmou ter percebido o acidente ao notar a luz de uma lanterna cerca de 150 metros abaixo da trilha e ouvir a voz da brasileira pedindo ajuda. “Eu disse que iria ajudá-la. Tentei desesperadamente dizer a Juliana para esperar por ajuda”, afirmou o guia, que trabalha na região desde novembro de 2023 e sobe o Rinjani regularmente.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1