Ministra parabenizou a PF e defendeu integração e inteligência policial como pilares da proposta enviada ao Congresso por Lula e Lewandowski
A prisão de Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, ex-líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), repercutiu neste domingo (18) com uma manifestação da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT). Em publicação na rede social X (antigo Twitter), a ministra elogiou a operação conduzida pela Polícia Federal (PF) e defendeu que iniciativas como essa devem se intensificar com a Proposta de Emenda à Constituição da Segurança Pública, apresentada ao Congresso Nacional pelo governo Lula (PT).
“Parabéns à Polícia Federal pelo trabalho de inteligência que levou à captura do chefe de uma facção criminosa foragido na Bolívia. Ações como esta serão fortalecidas com a PEC da Segurança Pública apresentada pelo presidente Lula e ministro Lewandowski ao Congresso. Com inteligência, boa formação dos agentes e trabalho integrado das polícias, estamos no rumo de dar à população mais segurança”, escreveu Gleisi.
◉ Prisão internacional e uso de dados biométricos - A operação que levou à prisão de Tuta foi revelada neste sábado (17) durante entrevista coletiva concedida em Brasília pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. Ele explicou que a ação foi fruto de uma cooperação internacional que envolveu, além da PF, a Fuerza Especial de Lucha Contra el Crimen (FELCC) da Bolívia e a Interpol.
Tuta foi detido em Santa Cruz de la Sierra portando documentos falsos. Foragido desde 2020, ele foi identificado rapidamente graças ao sistema de dados biométricos da Polícia Federal. “Imediatamente foi feita a checagem e aqui eu ressalto a importância, uma vez mais, da nossa base de dados biométrica, que permitiu praticamente em tempo real retornar a informação ao nosso oficial de delegação lá em Santa Cruz de la Sierra e aos colegas da Polícia da Bolívia, informando tecnicamente quem era exatamente aquela pessoa”, explicou Rodrigues.
Após a confirmação da identidade, o Ministério da Justiça foi informado, e o ministro Ricardo Lewandowski comunicou o presidente Lula e o chanceler Mauro Vieira. A diplomacia brasileira, por sua vez, passou a acompanhar o caso de perto na Bolívia.
◉ Cooperação internacional e combate às facções - O diretor-geral da PF destacou que Tuta permanece sob custódia das autoridades bolivianas enquanto aguarda uma decisão judicial que pode autorizar sua extradição ou expulsão para o Brasil. Aeronaves da PF já estão mobilizadas para realizar o traslado assim que for autorizada a remoção.
Rodrigues sublinhou que o enfrentamento ao crime organizado depende da união de esforços e do desmantelamento de lideranças: “o crime organizado se combate com essas ações, com a prisão de lideranças, com o enfrentamento ao poder econômico dessas entidades criminosas e, fundamentalmente, com a integração e cooperação doméstica e internacional”.
◉ Outras ações em andamento - Além da operação na Bolívia, Rodrigues destacou o avanço de outras frentes de combate ao crime lideradas pela PF. Ele citou ações contra roubos de carga em São Paulo, a prisão de chefes de facções na Bahia e em Minas Gerais, e a Operação Narco Vela, que resultou no bloqueio de mais de R$ 1 bilhão em ativos ligados ao tráfico de drogas.
A prisão de Tuta e os desdobramentos em torno da PEC da Segurança reforçam a aposta do governo federal em inteligência, cooperação e modernização das forças de segurança como estratégia central para enfrentar o crime organizado e reduzir a violência no país.
Fonte: Brasil 247