domingo, 20 de julho de 2025

Bolsonaristas fazem ato em Brasília contra tornozeleira do ex-presidente

 

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em manifestação em Brasília. Foto: Reprodução
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizam, neste domingo (20), uma manifestação em Brasília contra as restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal. O protesto foi agendado após o ex-mandatário ser colocado em recolhimento domiciliar com monitoramento por tornozeleira eletrônica, medida determinada pela Justiça diante do risco de fuga e de articulações políticas internacionais.

O ato, denominado “Caminhada pela Liberdade”, teve concentração marcada para as 9h no Eixão Sul, em frente ao Banco Central. Parlamentares como Bia Kicis (PL-DF) e Damares Alves (Republicanos-DF) incentivaram a participação nas redes sociais, pedindo que os manifestantes vestissem verde e amarelo. Os organizadores defendem que a mobilização é uma resposta urgente ao que consideram perseguição política.

Em vídeo divulgado nas plataformas digitais, Bia Kicis afirmou que a situação requer mobilização imediata. Ela destacou a importância da presença popular como forma de resistência, reiterando a necessidade de “fé, esperança e garra”. A manifestação busca reverter a percepção de desgaste político enfrentado por Bolsonaro após as recentes decisões judiciais.



Fora de Brasília, lideranças bolsonaristas também articulam atos em outros estados. No Espírito Santo, o senador Magno Malta (PL-ES) promove uma carreata em Vila Velha, prevista para o meio-dia, criticando o que chamou de “injustiça brutal” contra o ex-presidente. Em Minas Gerais, apoiadores divulgaram convocação para um protesto na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.

O Partido Liberal, legenda de Bolsonaro, divulgou nota incentivando manifestações pacíficas em todo o país. O líder do partido na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcanti (RJ), reforçou o chamado por meio de suas redes sociais. A sigla aposta na pressão popular como estratégia para contestar as medidas cautelares que atingem o ex-presidente.

O golpista Paulo Figueiredo, próximo de Eduardo Bolsonaro, também incentivou as manifestações com publicações nas redes. Ele afirmou que “está chegando a hora de ir para as ruas como nunca antes”. O movimento acontece após o último flopado em São Paulo, que reuniu cerca de 12,4 mil pessoas, considerado um dos menores desde 2022.

Fonte: DCM

PT reage às sanções de Trump e exige "reciprocidade" do governo: "Brasil não se curvará"

Bancada do partido na Câmara denuncia escalada autoritária dos EUA e vê contexto de ataque ao Sul Global

     Lindbergh Farias (Foto: Kayo Magalhaes / Câmara)

A bancada do PT na Câmara dos Deputados divulgou uma nota oficial neste domingo (20) condenando veementemente as recentes medidas adotadas pelo governo dos Estados Unidos, presidido por Donald Trump, contra autoridades brasileiras e a economia do país. O documento repudia o anúncio de tarifas de 50% sobre exportações do Brasil e o cancelamento de vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República.

Segundo os parlamentares do PT, essas ações configuram uma “gravíssima escalada de retaliações oficiais com motivações político-pessoais” e buscam interferir no funcionamento autônomo do sistema de Justiça brasileiro. O objetivo, destacam, é beneficiar aliados de Jair Bolsonaro (PL), que atualmente responde na Justiça por tentativa de golpe de Estado. A nota sustenta que “não há qualquer fundamento jurídico ou fático que justifique tais sanções”, classificadas como uma afronta direta à soberania e às instituições do Brasil.

“Nosso dever histórico é resistir a toda tentativa de submissão do país a interesses externos”, afirma o texto. “O Brasil é um país soberano e deve reagir à altura".

◆ Críticas ao ataque contra o STF e o Pix - A bancada também critica duramente o que chama de “intimidação” ao Supremo Tribunal Federal, defendendo a legitimidade da Corte como guardiã da Constituição e responsável por assegurar a responsabilização dos envolvidos em ataques ao Estado Democrático de Direito. Os deputados e deputadas reafirmam confiança no STF e destacam que “defender a autonomia da instituição é defender a democracia, o voto popular e a soberania nacional”.

Outro ponto que causou “perplexidade”, segundo a nota, foi a decisão do governo Trump de iniciar uma investigação contra o sistema Pix, criado por servidores do Banco Central do Brasil. O sistema é apontado como uma inovação reconhecida mundialmente, sobretudo por promover inclusão financeira. Os petistas afirmam que a medida faz parte de uma estratégia mais ampla dos EUA para deslegitimar instituições de países do Sul Global e proteger figuras da extrema direita.

◆ Reação exigida do governo Lula - Diante da gravidade do cenário, o PT defende que o governo Lula (PT) avalie a aplicação do princípio da reciprocidade como resposta às ações norte-americanas. A bancada também convoca o Congresso Nacional, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), partidos democráticos e a sociedade civil a se posicionarem com “clareza e vigor”.

A nota termina com um chamado à união dos democratas brasileiros em defesa da autodeterminação nacional:

“Conclamamos todas e todos os democratas brasileiros a se unirem em torno da defesa do Brasil, de suas instituições e de sua plena autodeterminação. O Brasil não se curvará!”

◆ Parlamentares signatários - Assinam a nota 34 deputados e deputadas da legenda, incluindo nomes como Lindbergh Farias (PT-RJ) - líder da bancada -, Benedita da Silva (PT-RJ), José Guimarães (PT-CE), Dandara (PT-MG), Adriana Accorsi (PT-GO) e Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Fonte: Brasil 247


 

 






Há 50 anos, geada negra marcava fim de um ciclo e diversificação da economia do Paraná

A partir da geada de 18 de julho de 1975, que atingiu os cafezais do Estado, houve o fortalecimento do cultivo da soja e de outros grãos, o crescimento da horticultura como ativo comercial e a modernização das cadeias de proteínas animais no Paraná, particularmente na avicultura e suinocultura.

Há 50 anos, geada negra marcava fim de um ciclo e diversificação da economia do Paraná
Foto: MIS

Há 50 anos, em 18 de julho de 1975, uma das maiores geadas já registrada no Estado devastou os cafezais e mudou o perfil agropecuário do Paraná. A partir dali houve o fortalecimento do cultivo da soja e de outros grãos, o crescimento da horticultura como ativo comercial e a modernização das cadeias de proteínas animais, particularmente na avicultura e suinocultura.

“A diversificação das culturas foi um fato importante que presenciei”, disse Eugênio Stefanelo, que naquele período era o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab). Mais tarde, em 1981, ele viria a assumir como secretário. A diversificação continuou contando com cafeicultores que até hoje mantém a produção, principalmente de cafés especiais.

Stefanelo lembra que na tarde de 17 de julho de 1975 o governador Jaime Canet Junior telefonou para o secretário da Agricultura Paulo Carneiro pedindo que todos os servidores do Deral ficassem de prontidão, pois já se previa um frio mais intenso. Por volta das 21 horas, o governador questionou o próprio Stefanelo. “Lamento dizer, mas acredito que pela marcha da temperatura os cafezais terão um grande baque”, respondeu.

O prognóstico se confirmou na manhã do dia 18, com estimativa de que pelo menos 60% dos cafezais que cobriam 1,8 milhão de hectares foram destruídos. Era o fim de um ciclo econômico do Estado. O Paraná tinha conquistado no início da década de 1960 a liderança de produção de café, ultrapassando São Paulo, com cerca de 21,3 milhões de sacas, representando 64% do volume nacional.

Em 1975 foram retirados 10,2 milhões de sacas, o que correspondia a quase 50% da produção nacional. Imediatamente depois da geada de 1975 o Estado ainda manteve participação importante na produção, chegando a representar mais de 20% da safra nacional no final da década de 1980, porém nunca mais liderou. Já na década de 1990 a participação média foi de menos de 10%, baixando para menos de 5% nos anos 2000 e menos de 3% nos anos 2010.

ATUALIDADE – A estimativa do Deral para a atual safra é de 718 mil sacas (43,1 mil toneladas), produzidas em 25,4 mil hectares, o que representa 1% da safra nacional. Em relação ao Valor Bruto de Produção (VBP) paranaense, a cultura teve renda de R$ 1,13 bilhão em 2024, equivalente a 0,6% de toda renda gerada no território estadual.

O Norte Pioneiro é hoje a maior região produtora do Estado, tendo uma Indicação Geográfica (IG) de origem para o café ali produzido. Apenas o município de Carlópolis concentra um quarto da produção estadual, de acordo com o VBP de 2024. Outra IG foi conquistada pelo Café de Mandaguari, no Noroeste.

De acordo com o agrônomo Carlos Hugo Godinho, analista da cultura no Deral, a safra deste ano foi marcada por florações uniformes, que facilitam o andamento da colheita. O tempo seco registrado nas últimas semanas também ajuda nos trabalhos e 57% da safra já está colhida.

“As produtividades nas regiões de mais expressão estão em um patamar melhor que em 2024, assim como a qualidade do produto obtido”, afirmou Godinho. “Apesar da queda recente, os preços permanecem remuneradores nesta safra, indicando uma possível manutenção da área para próxima safra”.

EXPORTAÇÃO – Quanto às exportações paranaenses, elas totalizaram 21,8 mil toneladas de café verde em 2024, com acréscimo em relação a 2023. Porém o forte das vendas para o exterior é o café solúvel, que totalizou 33 mil toneladas em 2024 e continua em ritmo similar neste primeiro semestre.

No ano passado a exportação de café totalizou a entrada de US$ 433 milhões no Paraná. Neste primeiro semestre de 2025 os valores chegaram a US$ 241 milhões, valor superior ao do primeiro semestre de 2024 mesmo com menor volume embarcado. “Os preços melhores foram responsáveis por este ganho, mas as incertezas momentâneas com as tarifas impostas pelo governo americano preocupam bastante a manutenção deste ritmo para o segundo semestre”, ponderou Godinho.

Segundo ele, a dependência do mercado de commodities é bastante arriscado, especialmente para propriedades pequenas, o que leva os produtores remanescentes a buscarem alternativas. No caso do café, a produção de um produto de maior qualidade é um dos caminhos trilhados.

Segundo informações da Câmara Setorial do Café do Paraná, a obtenção de cafés especiais no Estado representa no mínimo 10% do volume, podendo se aproximar de 30% a depender das condições da safra. A Câmara Setorial, criada por lei estadual, também é um dos promotores do Concurso Café Qualidade Paraná, que chega a sua 22ª edição neste ano visando promover a melhora constante do produto colhido no estado.

Além da iniciativa do concurso, o Estado promove assistência técnica por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), especialmente no projeto “Mulheres do Café”. Este projeto não se restringe à produção, alcançando a agregação de valor na venda direta da produção ao público.

Esta verticalização tem sido outra forma de muitos produtores buscarem um rendimento melhor. Também há iniciativas de turismo rural sendo promovidas. “Cada vez mais os Cafés do Paraná buscam uma diferenciação, visto que a produção em grande escala dificilmente voltará a ser a regra para os produtores paranaenses”, concluiu o analista do Deral.

Fonte: AEN

Economistas veem tarifaço de Trump com impacto mais político e com efeitos reduzidos no Brasil

 

Sede do Banco Central do Brasil em Brasília — Foto: Raphael Ribeiro/BCB

Economistas reunidos com o Banco Central (BC) avaliaram que os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil sob o governo Donald Trump devem ser mais relevantes no campo político do que propriamente na macroeconomia. Com informações do Valor Econômico.

Segundo relatos dos participantes, a preocupação maior segue sendo a inflação e os sinais de enfraquecimento da atividade econômica no país, que começam a se acumular diante da desaceleração do crédito e do desempenho aquém do esperado de instrumentos como o consignado privado.

Durante os encontros, realizados na última sexta-feira (18), analistas apontaram que o cenário inflacionário apresenta perspectivas melhores para 2025 e 2026. Projeções de inflação abaixo de 5% para este ano e na faixa de 4% a 4,5% para o próximo ano foram discutidas, considerando não apenas a cotação do dólar, mas também a dinâmica de preços no setor de serviços. A revisão para baixo nas estimativas mostra um ambiente econômico mais favorável do que o previsto no início do ano.

No âmbito da política monetária, parte dos economistas consultados admite a possibilidade de o BC iniciar o corte da Selic já em dezembro, mas o consenso aponta que o ciclo de redução de juros deve mesmo começar apenas em 2026, diante da persistente incerteza fiscal e política. As projeções para a taxa básica de juros ao fim do ciclo variam entre 12% e 13%, mas há quem condicione uma queda maior à condução da política econômica após as eleições presidenciais brasileiras.

Trump exibindo decreto sobre tarifaço global. Foto: Saul Loeb/AFP

Mesmo com o impacto político das tarifas de Trump, os economistas reforçaram que não há elementos para alterações significativas na trajetória da política monetária no curto prazo. Além disso, há expectativa de que o BC mantenha um discurso firme diante dos riscos ainda presentes no cenário internacional e no ambiente interno, principalmente considerando as tensões diplomáticas entre Brasil e EUA.

Os debates com o BC também abordaram a necessidade de o país se preparar para eventual instabilidade externa provocada pelas sanções americanas, ainda que o efeito sobre a atividade econômica seja considerado limitado até o momento. O governo Lula tem se articulado politicamente para enfrentar a ofensiva de Trump, mas os analistas alertam para a importância de preservar a estabilidade das contas públicas como escudo contra choques externos.

Nas próximas semanas, o BC deverá consolidar essas impressões em suas projeções oficiais, que servirão de base para as decisões sobre a Selic. O cenário internacional conturbado, somado à desaceleração da economia doméstica, coloca a autoridade monetária em posição de cautela, mesmo com os indicadores de inflação mais comportados do que o esperado no início de 2025.

Fonte: DCM com informações do jornal Valor Econômico

Articulação de Eduardo Bolsonaro nos EUA termina como tiro no pé, avaliam aliados do deputado

Parlamentar produziu provas contra si e se indispôs com sua própria base eleitoral ao articular o tarifaço de Trump

     Eduardo Bolsonaro (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi alvo de críticas de seus próprios aliados após protagonizar um movimento considerado precipitado contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo Paulo Cappelli, do Metrópoles, integrantes próximos ao parlamentar avaliaram que ele cometeu um erro estratégico ao assumir publicamente a articulação de sanções contra Moraes e a economia brasileira junto ao governo dos Estados Unidos, presidido por Donald Trump.

A leitura nos bastidores é de que o erro de Eduardo Bolsonaro foi 'aparecer demais'. Para esses aliados, ele deveria ter optado por um comportamento mais discreto: "depois que o governo Trump começou a discutir as sanções, Eduardo deveria ter adotado um perfil mais ‘low profile’, em vez de dar publicidade a cada uma de suas ações na Casa Branca”.

A superexposição do parlamentar nas redes sociais acabou sendo usada contra ele. Alexandre de Moraes passou a considerar o conteúdo das publicações como prova de tentativa de coação no curso do processo e obstrução de investigação envolvendo organização criminosa, tanto por parte de Eduardo quanto de Jair Bolsonaro (PL).

Outro ponto sensível e criticado por aliados do deputado foi o anúncio de sanções que afetam economicamente o Brasil, em especial o setor agropecuário — historicamente alinhado à base bolsonarista. Para esses aliados, a movimentação acabou por produzir um efeito contrário ao desejado: minar apoios no campo conservador.

Na visão de parlamentares próximos, a ofensiva internacional de Eduardo deveria ter mirado exclusivamente em autoridades públicas — como o próprio Moraes — sem atingir setores econômicos estratégicos para o bolsonarismo. A tentativa de ampliar o desgaste do ministro do STF resultou, segundo essas fontes, em mais prejuízos políticos do que ganhos.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Eduardo Bandeira de Mello, sobre emendas orçamentárias: “dinheiro público é para ser usado de modo responsável”

Deputado foi pioneiro na preocupação do uso indevido do dinheiro público. Assista na TV 247

Eduardo Bandeira de Mello (Foto: Agência Câmara)

Por Denise Assis
Em seu primeiro mandato como deputado federal, Bandeira conta que usou sua trajetória de 40 anos como gestor no BNDES, para encomendar, em 2023, ao Ipea, o levantamento do bom e do mau uso das emendas. Segundo ele, a experiência o ajudou tanto para sanear as contas do Flamengo, que presidiu, como para orientá-lo no uso correto das emendas

O deputado federal Eduardo Bandeira de Mello (PSB-RJ) falou ao “Denise Assis Convida”, deste domingo (20), sobre um estudo que encomendou ao Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada (Ipea), para aferir o efeito do carreamento de emendas parlamentares, de forma opaca, a redutos eleitorais de todo o país.

Bandeira tomou a providência, ainda no ano de 2023, quando não havia eclodido o escândalo identificado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que na época ainda era ministro da Justiça. O deputado foi, portanto, pioneiro na preocupação do uso indevido do dinheiro público, ao mesmo tempo que, em primeiro mandato, queria se organizar para saber como usar de modo responsável, os recursos das emendas que lhe cabiam, pois constatou que, se todos os deputados tinham direito às emendas, as suas ele queria direcionar para o seu estado, para projetos que dessem retorno social, “melhorando a vida das pessoas. É para isso que trabalhamos”, frisou.

Na ocasião, Bandeira de Mello havia acabado de deixar a presidência do Flamengo, onde saneou as contas do clube, que encontrou encalacrado em dívidas consideradas “impagáveis”.

“O Flamengo vinha tendo práticas que só prejudicavam o clube, era preciso colocar a casa em ordem, estancando aqueles gastos e desvios. Começamos a ter uma atitude de austeridade, que criou ansiedade na torcida, mas ao mesmo tempo, ao fazer o meu discurso de posse, dizendo que iria cessar com os abusos e para isso eu contava com a compreensão de todos, pois iria honrar os compromissos com os fornecedores, recebi apoio. Os torcedores entenderam o discurso e tiveram paciência comigo e com o clube. O resultado foi muito positivo”, comemora.

Ele conta que os salários estavam atrasados três meses, a situação era muito difícil, e requereu dele toda a experiência trazida dos 40 anos como gestor da área social do BNDES, onde foi responsável não só por essa área, como também a voltada para o meio ambiente. “Acompanhei, como gestor, a criação do Fundo Amazônia, o que me dá muito orgulho”, relembra.

O compromisso com o dinheiro público o levou a ter também todo o cuidado com o dinheiro privado, levando-o à gestão vitoriosa que possibilitou a reeleição para a presidência do clube. Ao sair, tentou eleger um sucessor, mas não conseguiu. “O poder é assim, você tem que entender a alternância de poder”, justificou.

Sobre as conclusões do estudo encomendado ao Ipea, apontou que as conclusões são preliminares, mas que já constatou três pontos: “O estudo, feito pelos pesquisadores Acir Almeida e Maria Dominguez, ambos doutores e pesquisadores ligados à instituição, foca em três pontos principais: o papel político das emendas, os critérios de alocação dos recursos e o impacto desse tipo de gasto sobre o bem-estar social. Considera, também, que as emendas se enquadram em políticas distributivas não programáticas, isto é, recursos direcionados sem regras formais e transparentes de alocação. Ele vai virar livro, ainda este ano”, anunciou.

O relatório, que analisa os gastos do Ministério da Saúde provenientes de emendas parlamentares entre 2014 e 2023, também do setor de Trabalho e Renda e Educação, atestou que houve um crescimento significativo desses valores no período, especialmente de emendas individuais e de relator, com destaque para a atenção primária e especializada à saúde. A execução orçamentária dessas emendas tem sido elevada, mas há preocupações quanto ao uso desses recursos sem critérios técnicos claros.

Para se ter uma ideia, as emendas parlamentares no Trabalho, Emprego e Renda entre 2014 e 2023 tiveram um crescimento das despesas para esse setor, de R$ 2,7 milhões (2014) para R$ 125 milhões (2023).

Nesse mapeamento de Estudos sobre Gastos Públicos e Emendas Parlamentares ficou constatado que foi de R$ 35,9 bilhões a média anual das emendas empenhadas no biênio 2022–2023 (valor 4,6 vezes maior que o biênio 2014–2015, que foi de R$ 7,8 bilhões).

As emendas parlamentares passaram a representar 21% das despesas discricionárias em 2023 (em 2014–2015, eram 4,7%). Por exemplo, na Educação, de (2014 -2023), houve um crescimento de 385% nas despesas por emendas parlamentares. Passou de R$ 360,2 milhões (2014) para R$ 1,75 bilhão (2023). Em saúde o crescimento foi de R$ 4,9 bilhões (2014) para R$ 23 bilhões (2023). O que significa que a participação das emendas nas despesas discricionárias do Ministério da Saúde saltou de 18,6% para 52,5% no mesmo período. no Trabalho, Emprego e Renda (2014–2023) houve um crescimento das despesas de R$ 2,7 milhões (2014) para R$ 125 milhões (2023).

Outro aspecto trazido à tona pelo estudo é que, apesar de aumentarem o volume de recursos carreados ao SUS, as emendas parlamentares na saúde podem desorganizar o sistema ao não respeitarem a lógica de regionalização da oferta de serviços e ao contribuírem para a ampliação das desigualdades na distribuição dos recursos, principalmente entre municípios pequenos e grandes.

Embora o volume total de recursos ainda seja pequeno em comparação com outras áreas, sua participação nas despesas discricionárias da função trabalho aumentou. Os principais beneficiários foram os municípios e entidades privadas sem fins lucrativos, com foco em ações de qualificação profissional e economia solidária. Esse ponto foi um dos que, mais tarde, ao ser observado pelo ministro do STF, Flávio Dino, despertou suspeitas. Bandeira, porém, disse que é preciso apurar e esperar o resultado das investigações, para que não se cometa injustiça. “Existem ONGs que prestam ótimo serviço. Eu mesmo, na época do BNDES, trabalhei com ONGs em alguns projetos sociais com excelentes resultados”, ressaltou.

O deputado se pronunciou também sobre a crise vivida pelo Brasil em função das tarifas de 50% impingidas aos produtos brasileiros, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Disse que “a hora é de união de todos os brasileiros. Eu ficaria muito feliz, por exemplo, vendo a torcida do Flamengo, de forma espontânea, como fizeram na questão do racismo contra o Vini Júnior, abraçar a causa da soberania”.

A torcida do time carioca tem tradição no apoio às causas nacionais. Na transição democrática, fundou a “Flanistia”, pedindo anistia e o retorno dos exilados e presos políticos. Quem sabe?

Fonte: Brasil 247

Flávio Bolsonaro levanta suspeita de fuga para a Europa para não ser preso

 

O senador Flávio Bolsonaro. Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

A viagem de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Europa, confirmada por sua assessoria, repercutiu fortemente nas redes sociais e no meio político. O senador deixou o Brasil na quinta-feira (17), um dia antes de a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ausência do senador durante a operação levantou suspeitas de tentativa de fuga.

O embarque de Flávio ocorreu no voo TP58, que partiu de Brasília às 17h10 com destino a Lisboa, onde ele desembarcou na sexta-feira (18). A assessoria do parlamentar afirmou que ele está em recesso, mas não revelou o itinerário ou o objetivo da viagem.

O deputado federal André Janones (Avante-MG) acusou Flávio de ter deixado o país para evitar uma eventual prisão. “Mais um covarde foge como um rato para não ser preso!”, escreveu nas redes. Janones sugeriu que o senador teria “entrado em desespero” ao saber da ofensiva judicial contra o núcleo bolsonarista.

André Janones (Avante-MG). Foto: Reprodução
Em resposta, Flávio Bolsonaro ironizou os críticos. Usando o X (antigo Twitter), ele escreveu: “Já que me deram o trabalho de vir aqui dizer que esses ZORATES são dois ALDRABÕES, vou dar trabalho pra vocês também! Vão pesquisar no Google o que é ‘zorate’ e ‘aldrabão’ e respondam aqui nos comentários, por obséquio”. O tom de deboche foi mantido mesmo após a operação, quando ele publicou nova mensagem de apoio ao pai: “Fica firme, pai, não vão nos calar!”.



Enquanto Flávio circula pela Europa, Eduardo Bolsonaro permanece nos Estados Unidos, onde intensificou sua agenda com parlamentares republicanos. Eduardo já afirmou que não pretende retornar ao Brasil “até que a liberdade volte a existir” e vem denunciando o que chama de “ditadura disfarçada de democracia”. Além disso, tem criticado diretamente o ministro Alexandre de Moraes, relator dos principais inquéritos contra o ex-presidente.

A operação da Polícia Federal resultou na imposição de medidas cautelares contra Jair Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e proibição de contato com investigados, inclusive Eduardo. Também foi proibido o uso de redes sociais e o recebimento de diplomatas. A PF ainda apreendeu documentos, dólares e um pen drive na residência do ex-presidente.

A movimentação dos filhos de Bolsonaro no exterior ocorre em um contexto de crescente pressão jurídica sobre o bolsonarismo. Além das investigações no Brasil, os vínculos internacionais dos filhos de Bolsonaro levantam suspeitas sobre possíveis articulações para escapar da Justiça brasileira ou buscar respaldo político fora do país.

Fonte: DCM

Entenda por que Fux ainda não votou sobre restrições a Bolsonaro no STF

 

Os ministros do STF Luis Fux e Alexandre de Moraes. Foto: Fellipe Sampaio /STF
Deve ser concluído até segunda-feira (21), o julgamento virtual da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal, que analisa as sanções impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O ministro Luiz Fux, último a votar, ainda não se manifestou. Ele afirmou a colegas que está gripado, mas garantiu que registrará seu voto dentro do prazo, conforme o colunista Guilherme Amado para o Platobr.

A análise ocorre em meio a um conflito diplomático envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, além da cassação do visto americano do ministro Alexandre de Moraes. As decisões tomadas por Moraes contra Bolsonaro também motivaram uma resposta do governo americano.

Três ministros já acompanharam o relator Alexandre de Moraes: Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. O placar está em 4 a 0, consolidando maioria pela manutenção das restrições ao ex-presidente. Caso Fux não vote até o fim do prazo, será considerado ausente, conforme o regimento interno do STF.

Moraes determinou buscas em endereços ligados a Bolsonaro e a instalação de tornozeleira eletrônica na última sexta-feira (18). Também proibiu o ex-presidente de manter contato com seu filho Eduardo Bolsonaro, de sair de casa à noite e aos fins de semana e de se aproximar de representações diplomáticas estrangeiras.

Jair Bolsonaro sendo conduzido pela Polícia Federal após dois mandados de busca e apreensão em sua residência. Foto: Wilton Junior/Estadão
Segundo o relator, Bolsonaro e Eduardo estariam tentando atrapalhar a ação penal em andamento no STF e articulando com autoridades estrangeiras medidas que poderiam pressionar o Judiciário brasileiro e violar a soberania nacional. As restrições foram remetidas para validação da 1ª Turma.

A decisão gerou reação imediata dos Estados Unidos. O secretário de Estado, Marco Rubio, suspendeu o passaporte do ministro, de familiares e de aliados no STF. A medida aumentou a tensão entre os dois países.

Em seu voto de 13 páginas, Flávio Dino concordou com os argumentos de Moraes sobre os riscos de uma eventual fuga de Bolsonaro para os Estados Unidos. Cristiano Zanin seguiu o mesmo entendimento, e Cármen Lúcia considerou “adequadas” as providências impostas.

Desde o início da ação penal contra Bolsonaro e outros 30 réus, a 1ª Turma tem confirmado de forma unânime as decisões do ministro relator Alexandre de Moraes. Luiz Fux, no entanto, tem se posicionado em alguns momentos como voz divergente em julgamentos relacionados aos atos de 8 de Janeiro.

Fonte: DCM com informação do site PlatôBR

Carro usado compensa? Veja as manutenções ignoradas que podem custar caro


    Mecânico com veículo durante conserto. Foto: Divulgação / Fonte: iCarros

Manutenções negligenciadas em carros usados continuam sendo um problema recorrente no Brasil em 2025. Muitos proprietários ainda se orgulham de dizer que apenas trocam o óleo do motor, mesmo em veículos com mais de 100 mil km rodados. Essa prática, comum entre quem pretende vender o carro, indica descuido e pode trazer dores de cabeça ao próximo dono.

Especialistas alertam que qualquer automóvel exige cuidados além das trocas de óleo e filtros. O manual do fabricante traz cronogramas que, se ignorados, podem gerar reparos caros, como os do câmbio automático, cujos consertos podem ultrapassar R$ 10 mil. Trocas preventivas do lubrificante, recomendadas entre 40 mil e 100 mil km dependendo do uso, evitam falhas na transmissão.

Por exemplo, a correia dentada deve ser substituída não apenas pela quilometragem, mas também pelo tempo de uso, já que a borracha resseca. Em um carro de 2020 com apenas 50 mil km, é necessário seguir a recomendação do fabricante, mesmo que o manual indique substituição apenas após 120 mil km ou cinco anos. Negligenciar esse item pode causar danos graves ao motor.

Outros serviços essenciais incluem descarbonização de motores com injeção direta, inspeção do líquido de arrefecimento e ajuste das folgas de válvulas em motores com tuchos mecânicos. Essas manutenções, muitas vezes ignoradas em oficinas particulares, garantem desempenho e consumo corretos, além de evitarem problemas recorrentes em veículos com quilometragens acima dos 50 mil km.

Fonte: DCM

“Preta do cabelo duro”: Erika Hilton processa Antônia Fontenelle após ataque racista e transfóbico

 

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e a apresentadora Antônia Fontenelle. Fotomontagem: Câmara dos Deputados/Youtube

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) acionou a Justiça para pedir uma indenização de R$ 50 mil contra a apresentadora Antônia Fontenelle. A parlamentar afirma ter sido alvo de comentários ofensivos com teor racista e transfóbico em um vídeo publicado no YouTube na última quinta-feira, 17.

O processo aponta que Fontenelle usou termos pejorativos ao falar da aparência de Erika, referindo-se a ela como “preta do cabelo duro” e ironizando o tamanho do nariz. O vídeo permanece disponível e já acumulava mais de 34 mil visualizações até a noite do dia 19.

As declarações surgiram durante críticas da apresentadora ao voto de parlamentares contrários ao projeto de lei 1.112/23, do deputado Alfredo Gaspar (União-AL). O texto prevê que condenados por crimes hediondos cumpram ao menos 80% da pena em regime fechado antes de pedir progressão. Erika Hilton se posicionou contra a proposta, o que motivou os ataques.

No registro, Fontenelle disse que a deputada “quer ser uma branca loira” e que “nunca será”. Também afirmou: “Vocês são pretos, do cabelo duro, como todos os pretos são” e completou com outro ataque: “Parem de querer ser brancos e loiros porque vocês não são”.

Em tom de provocação, a apresentadora chegou a ameaçar Erika. “Se vier para cima de mim, eu puxo a peruca e te deixo careca”, declarou. Para a defesa da parlamentar, essas falas violam sua honra e identidade e evidenciam discriminação por raça e gênero.

Com a repercussão, Fontenelle publicou em suas redes sociais um trecho do mesmo vídeo alegando que estava sendo injustamente acusada de racismo. Segundo ela, o conteúdo mostraria o “contexto real” de suas falas.

O processo, protocolado em São Paulo, apresenta transcrições das falas como provas. Os advogados de Erika Hilton afirmam que os ataques foram amplamente disseminados nas redes e configuram danos morais pela violência simbólica das expressões usadas. A apresentadora não se justificou sobre a repercussão do caso até o momento.

Veja o vídeo:

Fonte: DCM

Lula viaja ao Chile e reúne frente de esquerda contra extremismo e tarifaço de Trump

 

Lula no BRICS. Foto: Reprodução
O presidente Lula chegou neste domingo (20) a Santiago, no Chile, para participar do encontro “Democracia Sempre”, que reunirá chefes de Estado progressistas para discutir estratégias contra o avanço global do extremismo e da desinformação.

A reunião, marcada para segunda-feira (21), será realizada no Palácio La Moneda, sede do governo chileno, e contará com a presença de Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Yamandú Orsi (Uruguai) e Pedro Sánchez (Espanha). O encontro ocorre em meio à crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos após o tarifaço imposto por Donald Trump a produtos brasileiros.

O governo Lula pretende tratar no encontro sobre o uso de tarifas como arma política por Trump, que condicionou a retirada de sanções econômicas ao fim de investigações judiciais que envolvem Jair Bolsonaro.

O Palácio do Planalto enxerga a ofensiva americana como uma tentativa explícita de ingerência na soberania brasileira e um ataque ao próprio regime democrático do país. O Brasil também busca apoio para regulamentar o funcionamento das redes sociais e criar regras internacionais para a inteligência artificial, temas que preocupam pela capacidade de fomentar o extremismo político.

Os presidentes Lula e Donald Trump. Foto: Reprodução
Além de discutir o enfrentamento à extrema direita e às fake news, os líderes progressistas vão propor soluções para o fortalecimento do multilateralismo e a redução das desigualdades sociais, pilares apontados como essenciais para conter o avanço do radicalismo. A diplomacia brasileira teme que as eleições presidenciais de 2026 possam ser contaminadas por interferências externas via manipulação digital, favorecendo o retorno da extrema direita ao poder.

O evento no Chile é uma continuidade dos debates iniciados por Lula e Sánchez na Assembleia-Geral da ONU em 2024. Na época, o presidente brasileiro alertou que o avanço da ultradireita é consequência de uma crise democrática mundial e que “recuar não apazigua ânimos violentos”. O objetivo agora é criar uma resposta coordenada e permanente entre os países que defendem valores democráticos, justiça social e governança global responsável.

As propostas debatidas em Santiago serão levadas à 80ª Assembleia-Geral da ONU, em setembro, em Nova York. A expectativa é reunir líderes de outros países além do campo progressista, para fortalecer um pacto global em defesa da democracia.

Mesmo sem confirmação de uma declaração específica sobre Trump, o governo brasileiro espera que o encontro consolide um eixo de resistência política à ofensiva autoritária e econômica do atual governo dos Estados Unidos.

Fonte: DCM