quinta-feira, 8 de maio de 2025

Renda do trabalho bate recorde e a desigualdade é a menor desde 2012

Rendimento médio real dos brasileiros chegou a R$ 3.057 em 2024. Valor representa um aumento de 2,9% em relação a 2023

          Presidente Lula com trabalhadores da Nova Dutra (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Por Mariana Tokarnia, repórter da Agência Brasil - O rendimento médio real dos brasileiros chegou a R$ 3.057 em 2024, o maior valor registrado desde 2012. Esses rendimentos vêm do trabalho, de programas sociais, aposentadoria, pensões ou outras fontes, como alugueis, aplicações financeiras e bolsas de estudo.

O valor superou o recorde registrado até então, quando a média dos rendimentos dos brasileiros era R$ 2.974. Além disso, representa um aumento de 2,9% em relação a 2023, quando o rendimento médio da população foi R$ 2.971 e um aumento de 3,3% em relação aos R$ 2.948 registrados em 2019, antes da pandemia.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira (8), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa investiga, regularmente, informações sobre os rendimentos provenientes de todos os trabalhos e de outras fontes das pessoas residentes no Brasil.

Além de aumentar o rendimento médio real, ou seja, descontada a inflação do período, o Brasil também aumentou a parcela da população que possui algum rendimento.

De acordo com a Pnad, do total de pessoas residentes no Brasil em 2024, 66,1% (equivalente a 143,4 milhões) tinham alguma renda. Em 2023, esse percentual era 64,9%.

De acordo com o analista do IBGE, Gustavo Fontes, o aumento do rendimento médio no Brasil foi puxado principalmente pelo trabalho.

“Apesar de programas sociais do governo importantes terem também contribuído para esse crescimento, o rendimento do trabalho em 2024 foi bastante importante no crescimento do rendimento de todas as fontes.”

A pesquisa traz também o rendimento mensal real domiciliar per capita, ou seja, o rendimento dividido por todas as pessoas da residência, incluindo os que não possuem nenhum rendimento.

Esse valor também foi, em 2024, o maior da série histórica (R$ 2.020), e significa aumento de 4,7% em relação a 2023.

Em relação a 2012, ano inicial da série histórica, quando esse rendimento era R$ 1.696, a elevação foi de 19,1%.

Os rendimentos provenientes do trabalho representam 74,9% do total do rendimento domiciliar e, as demais fontes de renda, 25,1%.

◉ Fontes de rendimento - Em 2024, aumentou tanto o valor do rendimento recebido pelo trabalho, quanto o número de pessoas trabalhando. Segundo a Pnad, 47% da população de 14 anos ou mais tinham algum rendimento frequente por trabalho.

Essa porcentagem equivale a 101,9 milhões de pessoas e é a maior da série histórica. Em 2024, cresceu 1 ponto percentual em relação a 2023, quando 46% possuíam rendimentos por trabalho.

O valor médio recebido pelo trabalho também bateu o recorde da série histórica, chegando a uma média de R$ 3.225. O recorde anterior foi registrado em 2020, com uma média de R$ 3.160.

Além do rendimento por trabalho a pesquisa mostra que:

3,5% da população têm rendimento de aposentadoria e pensão, com uma média de R$ 2.520;
● 9,2%, de programas sociais do governo; recebendo, em média, R$ 771;
● 2,2%, de pensão alimentícia, doação e mesada; com uma média de R$ 836;
● 1,8%, de aluguel e arrendamento, com média de R$ 2.159; e,
● 1,6%, possuem outros rendimentos, de R$ 2.135, em média.

Embora corresponda a menor fatia dos rendimentos, em 2024, a categoria outros rendimentos foi a que apresentou o maior aumento em relação a 2023, de 12%.

A categoria engloba, por exemplo, seguro desemprego e seguro defeso, rentabilidade de aplicações financeiras, bolsas de estudos, direitos autorais e exploração de patentes.

◉ Recorde - Todos esses rendimentos, juntos, somaram uma massa de rendimento médio mensal real domiciliar per capita de R$ 438,3 bilhões em 2024, em todo o país.

Este é o maior valor desde 2012. O aumento foi de 5,4% em relação a 2023 (R$ 415,7 bilhões). Em relação a 2019, último ano antes da pandemia, a alta foi de 15% (R$ 381,1 bilhões).

Fontes reforça que grande parte desse aumento se deve ao trabalho. Para se ter ideia, da massa total de R$ 438,3 bilhões mensais, R$ 328,6 bilhões são referentes aos rendimentos de todos os trabalhos.

“No primeiro ano da pandemia, a gente tinha tido uma queda da massa de rendimento importante, porque houve uma queda importante da população ocupada. Em 2021, a população ocupada começa a se recuperar, mas há uma queda importante do rendimento médio do trabalho”, explica.

“Em 2024, esses dois fatores, tanto o aumento do rendimento médio do trabalho, quanto da população ocupada com rendimento levaram ao crescimento da massa de rendimento, atingindo o maior valor da série histórica”.

◉ Rendimentos nas regiões - De acordo com a Pnad, a Região Sudeste apresentou a maior massa de rendimento do Brasil, com R$ 217,4 bilhões, o que corresponde a quase metade (49,6%) da massa total.

Já as regiões Sul, com R$ 77,3 bilhões, e Nordeste, com R$ 76,9 bilhões, respondem juntas por um pouco mais de um terço da massa do país.

As regiões Centro-Oeste, com R$ 40 bilhões, e Norte, com R$ 26,7 bilhões, as menos populosas, são responsáveis pelo equivalente a 9,1% e 6,1% do total do país.

Entre 2023 e 2024, todas as regiões apresentaram aumento na massa de rendimento domiciliar per capita. De acordo com a pesquisa, as regiões Nordeste e Sul, se destacaram, com aumentos respectivos de 11,1% e 11,9%.

Nas outras regiões, o crescimento no ano variou de 2,3%, no Sudeste, e 3,1%, no Norte.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Nomeado por Bolsonaro, ex-presidente do INSS é exonerado após ser citado em esquema de fraudes

Guilherme Serrano teria sido o responsável pela assinatura de acordos com entidades investigadas, aponta PF

    Guilherme Serrano (Foto: Ministério da Previdência)

O Ministério da Previdência Social exonerou nesta quinta-feira (8) o coordenador-geral de Estudos Estatísticos, Atendimento e Relacionamento Institucional, Guilherme Gastaldello Pinheiro Serrano. A decisão foi oficializada no Diário Oficial da União, com assinatura da chefe de gabinete, Louise Caroline Santos de Lima e Silva.

Serrano é ex-diretor de Atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e presidiu a autarquia entre abril de 2022 e janeiro de 2023, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Seu nome aparece no inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga um esquema de descontos ilegais nos benefícios de aposentados e pensionistas.

De acordo com a PF, há um “potencial conflito de interesses” na atuação de diretores do INSS em eventos promovidos pela Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), entidade investigada por firmar Acordo de Cooperação Técnica com o INSS para autorizar descontos associativos diretamente na folha de pagamento dos beneficiários.

“Em 31/08/2021, nos termos da ata registrada no 1º Ofício de Notas e Protesto de Brasília, foi promovida Assembleia em que foi deliberado que a CBPA poderia firmar ACT com o INSS para desconto de contribuição associativa diretamente na folha de pagamento de benefícios do INSS. Nessa assembleia, compareceu Guilherme Gastaldello Pinheiro Serrano, que foi Diretor de Atendimento do INSS e, posteriormente, Presidente da autarquia, de abril de 2022 a 02/01/2023”, diz trecho do relatório da PF.

O documento destaca ainda que foi Serrano quem assinou o acordo que viabilizou os descontos, hoje considerados parte de um esquema fraudulento.

A operação "Sem Desconto", realizada em 23 de abril pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), revelou um suposto esquema bilionário de descontos indevidos, o que levou à saída do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Apesar da exoneração publicada nesta quinta-feira, o Ministério da Previdência não explicou os motivos da dispensa de Guilherme Serrano.

Fonte: Brasil 247

APUCARANA: Ato marca os 80 anos do fim da 2ª Guerra Mundial e homenageia ex- pracinhas



Com a presença de familiares de ex-pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB), o Exército realizou nesta quinta-feira (08/05) a solenidade do Dia da Vitória. A data é muito significativa para a paz mundial e neste ano marca os 80 anos do término da Segunda Guerra Mundial.

Além da presença de militares do 30º Batalhão de Infantaria Mecanizado (BIMec), a homenagem aos combatentes da FEB que lutaram na 2ª Guerra Mundial contou com a presença do vice-prefeito Marcos da Vila Reis, que no ato representou o prefeito Rodolfo Mota.

Também estiveram presentes o subcomandante do 30º Batalhão de Infantaria Mecanizado, major João Batista Woll Severo, tenente-coronel Robson Falk Vieira, comandante do 10º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Pablo Aparecido Rocha Pereira, comandante da Guarda Civil Municipal (GCM), major Leandro José Callegari, comandante do 11º Grupamento de Bombeiros (GB), e do major Vilson Laurentino da Silva, secretário municipal de Segurança e Trânsito. O vereador Wellington Gentil representou o Legislativo.

A solenidade aconteceu em frente do Monumento ao Expedicionário, situado entre os prédios da Prefeitura e da Câmara de Vereadores. O vice-prefeito de Apucarana, o comandante do 10º BPM e o subcomandante do 30º BIMec depositaram um arranjo de flores junto ao monumento, em homenagem aos ex-pracinhas que lutaram em defesa dos ideais de liberdade e democracia.

O subcomandante do 30º Batalhão de Infantaria Mecanizado, major João Batista Woll Severo, fez a leitura de um texto alusivo ao Dia da Vitória, afirmando que o 8 de maio é um dia muito significativo para a paz mundial, que neste ano marca os 80 anos do término da Segunda Guerra Mundial.

O 8 de maio de 1945 marcou o fim da guerra na Europa, com a rendição da Alemanha Nazista. A Força Expedicionária Brasileira (FEB) participou do conflito ao lado dos Aliados, lutando na Itália entre 1944 e 1945. Cerca de 25 mil soldados brasileiros combateram em batalhas importantes, como a de Monte Castello, contribuindo para a libertação da Europa do regime nazifascista.

Familiares de ex-combatentes da FEB que moravam na região vieram para participar da homenagem, como as do ex-pracinha Faustino Mendes.

Estiveram presentes o filho Eduardo Victor Mendes e a nora Maria Cristina Tozzi Mendes, que vieram de Mairinque (SP), além da filha Maria Inês Mendes que mora em Maringá. Também estiveram presentes familiares do ex-pracinha José Benício de Sá. Vieram de Mandaguari a viúva Claucides Maria Carvalho Sá e o filho Manoel Benício Carvalho de Sá.

“Meu pai, como todo jovem da época, se alistou normalmente, e de repente começaram a eclodir rumores da guerra. Ele não foi dispensado e teve que ficar por mais um ano, foi para Três Lagoas e depois toda a tropa de Três Lagoas foi incorporada ao 11º RI (Regimento de Infantaria) de Minas Gerais. Na sequência, foram para o Rio de Janeiro e embarcaram para a Itália. Meu pai ficou na Itália por mais de um ano, lutando em todos os combates, inclusive aqui da região do Norte do Paraná era um dos poucos que tinha duas medalhas Sangue do Brasil, concedida aos ex-combatentes que derramaram sangue em solo italiano”, relata Eduardo Victor Mendes, filho do ex-pracinha Faustino Mendes.


Fonte: Prefeitura de Apucarana

Carreta do Programa Qualifica Paraná oferecerá curso gratuito de Tornearia e Usinagem em Apucarana


Na manhã desta quinta-feira (8/5), o prefeito Rodolfo Mota recebeu em seu gabinete o secretário de Estado do Trabalho, Qualificação e Renda, deputado Do Carmo. Durante a visita, foi anunciado que Apucarana será contemplada com uma das carretas do Programa Qualifica Paraná, que chegará ao município no final deste mês, oferecendo mais uma oportunidade de qualificação profissional gratuita à população local.

A carreta estará em Apucarana a partir do dia 28 de maio e oferecerá o curso de Operação de Torno e Centro de Usinagem. O prefeito Rodolfo Mota destacou a relevância da formação profissional no setor, mencionando uma conversa recente com um empresário local. “Ele relatou a dificuldade de expandir sua indústria devido à falta de mão de obra qualificada. Atualmente, não existem profissionais de torno e usinagem no mercado para atender à demanda tanto de Apucarana quanto de Arapongas. Este curso representa uma excelente oportunidade para quem busca se qualificar e melhorar sua renda”, afirmou o prefeito.

A formação será totalmente gratuita, com carga horária de 96 horas, distribuídas ao longo de 24 dias, com aulas de segunda a sexta-feira. Serão disponibilizadas 40 vagas, divididas entre os turnos vespertino e noturno. Os participantes terão direito a apostila, jaleco e, ainda, uma bolsa-auxílio no valor de R$ 1.008,00, que será paga em até dez dias após a conclusão do curso.

O secretário Do Carmo enfatizou o esforço do governo estadual em capacitar a população paranaense para o mercado de trabalho. “O Programa Qualifica Paraná dispõe de 44 carretas que percorrem o estado, levando cursos profissionalizantes adaptados às necessidades de cada região. Apucarana receberá quatro carretas ao longo de 2025, sendo esta a primeira. Hoje, o Paraná conta com 22.500 vagas de emprego em aberto. Embora o estado esteja em pleno emprego, é essencial qualificar nossa população para atender a essa demanda”, explicou o secretário.

As inscrições para o curso de Operação de Torno e Centro de Usinagem já estão abertas e podem ser feitas na Agência do Trabalhador de Apucarana. De acordo com Neno Leiroz, gerente da agência, “podem se inscrever todas as pessoas com mais de 16 anos. Basta nos procurar na Rua Renê Camargo de Azambuja, 705.”

Por fim, o prefeito Rodolfo Mota destacou o impacto positivo dessa iniciativa. “Esta é mais uma oportunidade para que as pessoas se preparem para o mercado de trabalho. Tenho certeza de que todos os que se dedicarem sairão do curso empregados, prontos para contribuir com o desenvolvimento de Apucarana, tornando nossa cidade cada vez mais próspera e cheia de oportunidades.”

Além do curso de Operação de Torno e Centro de Usinagem, as próximas três carretas do Programa Qualifica Paraná trarão a Apucarana formações em Mecânica Industrial, Confecção e Automação.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Banco Central sinaliza fim do ciclo de alta dos juros com Selic em 14,75%

Autoridade monetária dá sinais de que não pretende elevar novamente a taxa básica, que alcançou o maior patamar desde 2006

Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em cerimônia na sede do banco em Brasília - 02/04/2025 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O Banco Central do Brasil deu sinais claros de que o atual ciclo de alta da taxa Selic pode ter chegado ao fim, mesmo sem cravar a decisão no comunicado divulgado após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira, 7 de maio. A Selic foi elevada em 0,50 ponto percentual, passando de 14,25% para 14,75% ao ano — maior patamar desde agosto de 2006, ainda durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No comunicado, o BC adotou tom cauteloso, mas indicou que, diante do estágio avançado do ciclo de aperto monetário e da moderação incipiente da atividade econômica, poderá pausar as elevações a partir de agora, segundo aponta reportagem do Globo.

“Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”, afirmou o texto divulgado pelo BC.

Um dos principais sinais de mudança no discurso do Copom foi a alteração no balanço de riscos. Desde o início do ciclo de alta, em setembro de 2024, o Banco Central destacava que os riscos de alta para a inflação eram predominantes. Agora, essa assimetria foi removida e o texto passou a mencionar ameaças tanto de alta quanto de queda na inflação, indicando maior equilíbrio na leitura do cenário.

Entre os fatores desinflacionários citados está a possibilidade de queda nos preços das commodities, especialmente por conta da desaceleração da economia global, em parte provocada pelo aumento de tarifas comerciais promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Essa desaceleração global passou a ser vista como um vetor que pode contribuir para a redução da inflação.

Outro aspecto citado por economistas como indicativo de que a Selic deve parar de subir foi a nova avaliação sobre a atividade doméstica. O BC reconhece que, embora o mercado de trabalho e os indicadores de atividade ainda mostrem dinamismo, já é possível observar uma “incipiente moderação no crescimento”. Antes, o termo usado era apenas “sinais” de moderação.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Vereador bolsonarista é denunciado por racismo e nepotismo em Curitiba

Ministério Público e Câmara de Curitiba apuram condutas do parlamentar após declarações sobre a Ku Klux Klan e suspeitas de nomeações irregulares

       Eder Borges (PL) (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) confirmou a abertura de duas frentes preliminares de apuração contra o vereador Eder Borges (PL), por suspeitas de racismo e nepotismo. As denúncias foram apresentadas pela vereadora Giorgia Prates (PT), única parlamentar negra da Câmara Municipal de Curitiba.

A primeira notícia de fato protocolada no MP diz respeito a declarações feitas por Borges em plenário, no dia 22 de abril, durante debate sobre a criação do “Dia dos CACs” — homenagem a colecionadores, atiradores e caçadores. Na ocasião, o vereador citou a organização supremacista Ku Klux Klan, afirmando que teria sido criada “para desarmar negros americanos libertos, que estavam se empoderando”.

Após ser interpelado por Giorgia Prates, Borges teria reagido com ataques pessoais. O episódio motivou denúncia por possível violência política de gênero e racial, conforme previsto na legislação brasileira, incluindo a Lei nº 14.192/21, que trata do combate à violência política contra mulheres.

De acordo com a segunda denúncia, o parlamentar teria nomeado a própria enteada como chefe de gabinete e apresentado sua esposa como parte da equipe jurídica do mandato, embora ela estivesse, simultaneamente, exercendo função na Prefeitura de Curitiba. As condutas indicariam possível prática de nepotismo e improbidade administrativa.

O Ministério Público informou que as denúncias estão em fase de análise preliminar e, caso sejam consideradas procedentes, os casos serão encaminhados à Promotoria de Direitos Humanos e à Promotoria de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público.

Além da atuação do MP, a Câmara Municipal de Curitiba instaurou sindicância para apurar a conduta do vereador no episódio relacionado à Ku Klux Klan. A investigação interna foi publicada no Diário Oficial e ficará sob responsabilidade do vereador corregedor Sidnei Toaldo (PRD), que terá 30 dias para ouvir os envolvidos, reunir provas e emitir parecer. A depender das conclusões, o caso poderá ser submetido ao Conselho de Ética ou ao plenário da Casa.

Esta não é a primeira vez que Eder Borges se torna alvo de representações formais no Legislativo curitibano. A vereadora Giorgia Prates já apresentou três denúncias contra o parlamentar. Em duas delas — por transfobia e por suposto racismo nas falas sobre a Ku Klux Klan — a Câmara confirmou a instauração de processos administrativos. A terceira, por nepotismo, está sob análise do MP-PR.

Fonte: Brasil 247

Exército mantém contratos com empresa investigada por fraudes no INSS

Orleans Viagens e Turismo tem contratos no valor de R$ 3,3 milhões com o Exército

        (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)

O Exército Brasileiro segue com cinco contratos ativos, que totalizam R$ 3,3 milhões, com a Orleans Viagens e Turismo, empresa que está sendo investigada pela Polícia Federal (PF) por supostas fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo o UOL, desde 2019, foram firmados 13 contratos entre o Exército e a companhia, abrangendo gestões tanto do governo de Jair Bolsonaro (PL) quanto do atual mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Esses contratos foram celebrados por meio de licitações conduzidas pelo Ministério da Defesa e envolvem a prestação de serviços de agenciamento de viagens, além da aquisição de passagens aéreas e rodoviárias. O maior contrato, atualmente em vigor, tem o valor de R$ 2,2 milhões.

Ainda de acordo com a reportagem, a Orleans Viagens e Turismo também está no centro de uma investigação da PF, que apura o repasse de R$ 5 milhões pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). De acordo com a polícia, o montante teria sido utilizado na compra de 16 salas comerciais em São Bernardo do Campo, São Paulo, entre março de 2020 e novembro de 2024.

A investigação sugere que os recursos recebidos pela empresa possam ter origem em valores desviados de aposentados e pensionistas do INSS, com base em descontos irregulares aplicados diretamente nos benefícios. A Orleans Viagens, no entanto, nega qualquer irregularidade e afirma que todos os contratos foram firmados de maneira legal e transparente.

"A Orleans Viagens e Turismo atua há mais de dez anos no mercado turístico, prestando serviços para milhares de pessoas físicas, empresas privadas e órgãos públicos. Os contratos foram integralmente cumpridos, dentro da total transparência e legalidade, com envio de todos os relatórios, faturas e prestação de contas", afirmou a empresa, por meio de nota.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Venezuela perdeu US$ 226 bi em receitas petrolíferas com sanções dos EUA, aponta estudo

Pesquisa revela que bloqueio econômico reduziu drasticamente a produção de petróleo e agravou crise inflacionária no país

Modelo de barris de petróleo em frente do gráfico de ações em alta (Foto: REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração)

Entre janeiro de 2017 e dezembro de 2024, as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos à Venezuela causaram uma perda de US$ 226 bilhões em receitas petrolíferas — valor equivalente a 213% do Produto Interno Bruto (PIB) do país no período. Os dados, divulgados pela Global South Insights em parceria com o Instituto Tricontinental, foram calculados com base em pesquisa do atuário venezuelano Yosmer Arellán, comparando a produção real e uma projeção do que seria extraído sem restrições econômicas.

O prejuízo diário chegou a US$ 77 milhões, agravando um cenário de crise econômica. Antes de 2017, o petróleo representava 95% das exportações venezuelanas. Com novas sanções aplicadas no primeiro governo Trump, a inflação disparou: segundo o Banco Central da Venezuela, a taxa interanual atingiu 344.510%, elevando os preços em 3.400 vezes em um único ano. A Ordem Executiva n. 13808, de Trump, de 2017, proibiu, entre outros, as transações de cidadãos estadunidenses ou residentes nos Estados Unidos relacionadas a novas dívidas com a estatal petrolífera PDVSA e com o governo da Venezuela.

Segundo o diretor do Instituto Tricontinental Vijay Prashad, a nova ordem executiva “desencadeou uma onda de sanções financeiras que negaram à Venezuela o acesso a mercados de crédito internacionais, prejudicando severamente sua capacidade de exportação de petróleo”.

Em janeiro de 2019, os pagamentos de dividendos da Citgo – a subsidiária estadunidense da empresa petrolífera nacional venezuelana Petróleos de Venezuela, S.A. (PDVSA) – foram interrompidos.

O controle da empresa foi transferido ao governo Juan Guaidó, autoproclamado presidente da Venezuela com apoio dos Estados Unidos. A medida impediu a empresa de obter financiamento para exportações e assustou compradores internacionais devido ao risco de sanções secundárias. A pressão econômica começou antes de Trump. Em dezembro de 2014, o Congresso dos EUA aprovou a Lei de Defesa dos Direitos Humanos na Venezuela, permitindo sanções contra autoridades do país. Em março de 2015, o então presidente Barack Obama emitiu a Ordem Executiva nº 13.692, declarando a Venezuela uma "ameaça incomum à segurança nacional dos EUA" — justificativa usada para endurecer as medidas coercitivas nos anos seguintes.

Fonte: Brasil 247

Senado argentino rejeita lei que impediria candidatura de Cristina Kirchner

Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina – Reprodução

Na noite desta quarta-feira (7), o Senado da Argentina rejeitou por um voto a Lei da Ficha Limpa, que visava barrar a candidatura de políticos condenados em duas instâncias judiciais. Essa legislação teria impedido a ex-presidente Cristina Kirchner de concorrer nas eleições nacionais de outubro.

A sessão, que teve início às 11h30 e se estendeu por quase 12 horas, terminou com 36 votos favoráveis e 35 contrários. Para que a lei fosse aprovada, era necessário o apoio de ao menos 37 senadores, já que se tratava de uma proposta com implicações eleitorais.

Essa derrota representa um revés para o governo de Javier Milei e para o ex-presidente Mauricio Macri, que apoiavam a medida com o objetivo de barrar a candidatura de Kirchner. “Lamentável. Fim”, escreveu o chefe do governo argentino em seu perfil no X, redes sociais.

Cristina Kirchner, que foi primeira-dama de 2003 a 2007, presidente entre 2007 e 2015 e vice-presidente durante o governo de Alberto Fernández (2019-2023), continua sendo a principal liderança do peronismo, apesar de um crescente declínio em sua popularidade. Oponente de Milei, ela tenta reagrupar seu movimento político, o La Cámpora.

Embora ainda não tenha confirmado oficialmente sua candidatura, Cristina é vista como uma possível concorrente a uma vaga de deputada nacional pela província de Buenos Aires nas próximas eleições. Ela ainda conta com forte apoio eleitoral em algumas áreas do Conurbano Bonaerense, região periférica de Buenos Aires.

Em várias províncias argentinas, leis locais já proíbem a candidatura de políticos condenados em duas instâncias. O Senado, no entanto, discutia a implementação dessa medida a nível nacional.

Atualmente, Cristina Kirchner ocupa a presidência do Partido Justicialista, fundado por Juan Domingo Perón. Ela enfrenta uma luta interna pela liderança do peronismo, disputada com o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof.

Apesar de passar pela Câmara dos Deputados de forma reduzida, o projeto da Lei da Ficha Limpa encontrou mais apoio entre os senadores. A última parte da redação da lei, no entanto, gerou intensas discussões, com controvérsias envolvendo os direitos autorais do texto.

A tramitação da proposta ocorreu no meio de uma disputa entre grupos políticos, com os libertários, apoiadores de Milei, e os “dialoguistas”, senadores de outros partidos que costumam apoiar o governo, em lados opostos.

O ex-presidente Macri e o governo de Milei tentaram se apropriar da autoria do projeto. “Quem promoveu a Ficha Limpa fui eu”, afirmou o presidente em entrevista pouco antes do início da discussão no Senado.

Alguns senadores do governo pareciam acreditar na aprovação da lei. “Esta lei não é de um partido, é de todos os cidadãos. Não é uma iniciativa partidária, é a lei de todos”, declarou a senadora radical Carolina Losada.

Já a senadora Vilma Bedia, do bloco de Javier Milei, declarou: “É hora de fazer história para as novas gerações. Precisamos deixar claro que aqueles que transgrediram as leis não têm lugar na democracia. Hoje vamos aprovar a Ficha Limpa porque precisamos reconstruir as instituições”.

Do lado oposto, Wado de Pedro, do peronismo, criticou o projeto, afirmando que a Ficha Limpa é um método mafioso de proscrição de líderes com base no controle dos meios de comunicação e do setor judicial. A derrota do projeto foi atribuída à decisão dos senadores Carlos Arce e Sonia Rojas Decut, da Frente Renovadora de Misiones, que, após se declararem a favor da medida, surpreenderam ao votar contra.

A Lei da Ficha Limpa foi vista pelos peronistas como uma tentativa de barrar Cristina Kirchner, que foi condenada a seis anos de prisão no caso “Vialidad” e teve a sentença confirmada em dezembro de 2024. A investigação envolve obras públicas em Santa Cruz, província natal de Cristina e de seu falecido marido, Néstor Kirchner, com ligação a empresários como Lázaro Báez.

Apesar da condenação, Cristina ainda não foi presa, pois a sentença não é definitiva e pode ser contestada pela Suprema Corte.

Lula participa hoje de jantar com Putin e celebra os 80 anos da vitória contra os nazistas na sexta


Lula e Vladimir Putin: petista participa de jantar com o presidente da Rússia nesta quinta-feira (8). Foto: Reprodução

O presidente Lula (PT) participa de um jantar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, nesta quinta-feira (8), no Kremlin, sede do governo russo e residência oficial do líder russo, em Moscou. O petista está no país a convite de Putin e participará das comemorações do “Dia da Vitória”.

A cerimônia, que acontecerá na sexta-feira (9), na icônica Praça Vermelha, marcará os 80 anos da vitória soviética e dos países aliados sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), sendo um dos eventos mais simbólicos da história russa.

Lula chegou à Rússia na última quarta-feira (7) e, além da cerimônia do Dia da Vitória, terá reuniões com outras autoridades russas, incluindo o presidente Putin.

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia será um dos principais temas nas conversas de Lula com as autoridades russas, além de questões relacionadas ao BRICS, bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

O embaixador da Ucrânia no Brasil, Andrii Melnyk, após a confirmação da visita de Lula à Rússia, reforçou o convite para que o presidente brasileiro também visite a Ucrânia. Melnyk afirmou que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, “está esperando” a visita de Lula, embora não haja previsão de que o petista visite o território ucraniano nesta viagem à Europa.

Rumo à China

Após seus compromissos na Rússia, Lula seguirá para Pequim, na China, onde tem encontros agendados para segunda-feira (12) e terça-feira (13). O presidente brasileiro participará do Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e se reunirá em privado com o presidente chinês, Xi Jinping.

Essa visita à China, principal parceiro comercial do Brasil, ocorre em um contexto de crescente guerra tarifária entre China e Estados Unidos, sob o comando de Donald Trump.

Fonte: DCM

Confira o ranking com as 10 melhores e as 10 piores cidades do Brasil, segundo nova pesquisa


Entrada da cidade de São Caetano do Sul, localizada no estado de São Paulo – Foto: Reprodução

O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), divulgado nesta quinta-feira (8), revelou as cidades mais e menos desenvolvidas do Brasil entre 2013 e 2023. O estudo analisou 5.550 municípios, levando em conta fatores como saúde, educação e geração de emprego e renda. Águas de São Pedro (SP), com um índice de 0,9676, lidera o ranking das cidades mais desenvolvidas, seguida por São Caetano do Sul (SP), Maringá (PR) e Americana (SP).

Por outro lado, as cidades do Norte e Nordeste registraram os piores desempenhos, com Ipixuna (AM) no último lugar, com índice de apenas 0,1485. Outros municípios como Jenipapo dos Vieiras (MA), Uiramutã (RR), Jutaí (AM) e Santa Rosa do Purus (AC) apresentaram índices extremamente baixos.

Esse cenário, segundo os economistas responsáveis pela pesquisa, reflete a continuidade de boas políticas públicas em algumas regiões e a falta de infraestrutura básica em outras, agravada pelas dificuldades geográficas.
Ranking das 10 cidades mais desenvolvidas:
  1. Águas de São Pedro (SP)
  2. São Caetano do Sul (SP)
  3. Maringá (PR)
  4. Americana (SP)
  5. Campinas (SP)
  6. Piracicaba (SP)
  7. Sorocaba (SP)
  8. Curitiba (PR)
  9. São José do Rio Preto (SP)
  10. Ribeirão Preto (SP)
Ranking das 10 cidades menos desenvolvidas:
  1. Ipixuna (AM)
  2. Jenipapo dos Vieiras (MA)
  3. Uiramutã (RR)
  4. Jutaí (AM)
  5. Santa Rosa do Purus (AC)
  6. Oeiras do Pará (PA)
  7. Maués (AM)
  8. Boa Vista do Ramos (AM)
  9. Anajatuba (MA)
  10. São Sebastião do Uatumã (AM)
Fonte: DCM

Lula: “a democracia começa a cair quando não atende mais aos interesses do povo”

“Desde 1980, os trabalhadores só perderam, enquanto a concentração de renda aumentou. Então que resposta podemos dar?”, questiona o presidente

       Lula (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

Em entrevista à revista norte-americana The New Yorker, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um diagnóstico contundente da crise democrática global, afirmando que o modelo construído no pós-guerra está em colapso e que a democracia começa a ruir quando deixa de atender às necessidades concretas da população. “Desde 1980, os trabalhadores dos países que construíram o Estado de bem-estar social só perderam, enquanto a concentração de renda aumentou. Então que resposta podemos dar à sociedade brasileira? E à sociedade alemã e americana?”, questionou o presidente.

A declaração faz parte de uma conversa ampla sobre o cenário internacional, na qual Lula expressa preocupação com o avanço de líderes populistas de extrema direita e com o esvaziamento do multilateralismo como princípio de convivência entre as nações. “A democracia que aprendemos a viver após a Segunda Guerra Mundial, o funcionamento do multilateralismo como papel importante nas relações entre Estados, o respeito à diversidade, à soberania de cada país está desaparecendo”, afirmou. “O que vem depois, não sabemos.”

◎ Crítica ao belicismo e à hipocrisia das potências - Ao abordar o conflito na Ucrânia, Lula reiterou sua posição contrária à polarização promovida pelos países desenvolvidos. Contou que recusou um pedido do chanceler alemão Olaf Scholz para vender mísseis brasileiros, declarando: “Não quero nenhum ucraniano ou russo morto com uma arma brasileira.” Também revelou desconforto com o discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que segundo ele é aplaudido por parlamentares republicanos mesmo quando profere absurdos. “Era quase o mesmo tipo de discurso que anarquistas faziam no início do século, pedindo uma sociedade sem instituições, onde impera o capital.”

Lula ressaltou que, mesmo com o histórico de guerras, os EUA sempre se apresentaram como defensores da paz e da democracia. Contudo, segundo ele, o retorno de Trump à presidência intensificou práticas imperialistas na América Latina e promoveu a desestabilização da ordem internacional. “Agora tem o Trump, que às vezes se comporta como...”, disse, interrompendo-se antes de criticar duramente o ex-presidente norte-americano.

◎ Trump e a submissão de vizinhos latino-americanos - Na avaliação de Lula, líderes conservadores da América Latina têm se alinhado de maneira subserviente à política externa de Trump. Ele citou, por exemplo, o presidente da Argentina, Javier Milei, que presenteou Elon Musk com uma motosserra gravada e chamou Trump de “um dos dois políticos mais relevantes do planeta”. Também criticou a atuação de Nayib Bukele, presidente de El Salvador, que aceitou receber deportados dos EUA em presídios locais.

Sobre o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, Lula compartilhou a insatisfação de líderes locais diante da ampliação da presença militar americana no canal do Panamá. Uma fonte panamenha confidenciou à revista: “Mulino não para de entregar o rabo para o Trump a cada movimento, em troca de nada.”

◎ A defesa de um mundo multipolar e cooperativo - Lula defendeu enfaticamente o multilateralismo e a necessidade de cooperação global para lidar com problemas como as mudanças climáticas. “Se não controlarmos o ar, todos seremos vítimas da poluição. Se o mar subir, todos serão afetados. Ainda não caiu a ficha dos líderes de que precisamos de governança global para certas decisões”, afirmou. Segundo ele, o mundo precisa de menos armas e mais comida. “Ano passado, o mundo gastou US$ 2,4 trilhões em armas, enquanto 730 milhões de pessoas dormem sem saber se terão café da manhã. Isso deveria ser a principal preocupação da humanidade.”

O presidente também mencionou a importância da China como alternativa tecnológica e econômica diante do domínio ocidental. “Ainda bem que temos a China, que pode competir no mundo da inteligência artificial e nos oferece uma alternativa nesse debate”, afirmou, criticando a hostilidade dos EUA e da Europa ao avanço chinês. Para Lula, a atual guerra comercial é reflexo do medo das potências tradicionais frente ao sucesso chinês em adotar os princípios do livre comércio.

◎ Recado ao governo dos EUA - Ao final da entrevista, Lula abordou a tarifa de 25% imposta pelos Estados Unidos sobre o aço brasileiro. “Haverá reciprocidade. Mas, antes disso, queremos mostrar aos EUA o que significam duzentos anos de relações diplomáticas e comerciais com o Brasil”, disse. E mandou um recado direto: “O que os EUA importam do Brasil, transformam e exportam de volta. É uma via de mão dupla. Queremos negociar diplomaticamente. Se não for possível, tomaremos medidas.”

Por ora, segundo Lula, Trump não o procurou para conversar. “Se ele quiser falar comigo como representante do Estado americano, conversarei com tranquilidade. Mas até agora também não tive interesse em falar com ele. Se um dia tiver um problema e precisar ligar para ele, eu ligo”, concluiu.

Fonte: Brasil 247

Parlamentares vão acionar o STF contra votação que suspendeu ação penal contra Ramagem por tentativa de golpe

Parlamentares da base governista acusam Hugo Motta de atropelar ritos democráticos. Medida é vista como um ataque ao Estado Democrático de direito

         STF e Alexandre Ramagem (Foto: Reuters | Marcos Oliveira/Agência Senado)

A aprovação da suspensão da ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) pela Câmara dos Deputados, ocorrida na noite de quarta-feira (7), gerou uma forte reação de parlamentares de partidos da oposição, especialmente da bancada do Psol. A decisão será agora encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas críticos apontam que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), acelerou indevidamente a tramitação do pedido. Segundo o blog Sonar, de O Globo, a bancada já articula uma ação na Corte para contestar o desfecho.

O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) foi um dos mais enfáticos em suas críticas, comparando Motta ao ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e acusando-o de desrespeitar a democracia. Em um vídeo gravado no plenário, ele afirmou que “esse atropelamento não condiz com a tradição democrática, inclusive daqueles que votaram em Vossa Excelência. É autoritarismo agora? O gene do Lira voltou? Hugo, você está se rebaixando, herdando o DNA do seu patrão”.

A deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) seguiu a mesma linha, criticando a falta de um debate prévio antes da votação. Ela ressaltou que a postura de Motta foi antidemocrática, ao impedir discussões no plenário, o que é uma prática comum antes de qualquer votação. “O senhor Hugo Motta proibiu qualquer discussão em plenário. Normalmente, o relator apresenta o parecer e os parlamentares debatem. Votaram essa ilegalidade para depois o Supremo ter que desfazer “, lamentou.

Já o deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ) também se posicionou contra a celeridade do processo, sem se referir diretamente ao presidente da Câmara, mas chamando a atenção para a gravidade da situação. "A Câmara dos Deputados quer votar a paralisação da Ação Penal do Golpe sem qualquer discussão em plenário. Um absurdo sem tamanho", afirmou em publicação nas redes sociais.

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) também se manifestou de forma veemente, classificando a decisão como uma ameaça ao Estado Democrático de Direito. Para ele, a suspensão da ação penal é um "golpe continuado contra a democracia" e uma tentativa de abrir uma crise institucional com o STF, que ainda não se pronunciou sobre o caso.

A decisão da Câmara suspende o processo no STF que investiga Alexandre Ramagem, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados de envolvimento na tentativa de golpe de Estado de 2023. O parecer favorável ao trancamento da ação foi apresentado pelo deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), que defendeu a anulação total do processo, o que não só beneficiaria Ramagem, como poderia também beneficiar diretamente Jair Bolsonaro (PL).

Contudo, a Constituição brasileira prevê a possibilidade de suspensão da ação penal apenas para parlamentares e apenas em casos de crimes cometidos após a diplomação. Ministros do STF já indicaram que consideram inconstitucional a extensão dessa suspensão para réus que não ocupam cargos parlamentares ou para crimes cometidos antes da diplomação.

Fonte: Brasil 247 com informações do blog Sonar, do jornal O Globo