quinta-feira, 19 de junho de 2025

Zambelli ataca Moraes, faz apelo ao governo italiano e admite deportação

     A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP). Foto: AFP


Foragida na Itália após ser condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) distribuiu um documento de defesa em que reconhece a possibilidade de extradição e prisão no Brasil. O texto, intitulado “Dossiê Técnico de Defesa”, também reafirma sua inocência no caso da invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e faz um apelo às autoridades italianas.

Apesar de ter dito que seria “intocável” na Itália por ter cidadania local após fugir, Zambelli admite no dossiê que o direito não garante proteção absoluta. “A Constituição Italiana (art. 26) permite a extradição de nacionais se prevista em tratado internacional – ressalvada a hipótese de crime político”, diz o texto.

O advogado da deputada, Fábio Pagnozzi, evoca os direitos humanos ao fazer o apelo ao governo italiano, alegando que “sua vida, saúde e dignidade podem ser colocadas em risco sério”, e que o Brasil “tem o dever legal de adotar todas as providências para assegurar condições dignas a qualquer custodiado sob sua guarda”.

O documento traça um paralelo com o caso de Henrique Pizzolato, que foi para a Itália em 2013. Na época, a Corte de Apelação de Bolonha negou inicialmente a extradição, ao considerar as condições das prisões brasileiras “dramáticas” e um “risco concreto de tratamento desumano ou degradante”, mas ele foi mandado de volta ao Brasil posteriormente.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Foto: Gustavo Moreno/STF

Segundo o dossiê, Zambelli foi condenada “com base na palavra de um réu confesso que apresentou versões contraditórias, sem credibilidade e sem qualquer corroboração”. A defesa ainda acusa o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de parcialidade por atuar como relator e suposta vítima do caso.

Em um dos trechos do documento, o advogado dize que “a concretização da pena não pode transgredir os limites da humanidade, sob pena de converter a sanção em pena cruel, o que é vedado absoluta e universalmente”.

A defesa de Zambelli também cita tratados internacionais, como o Pacto de San José da Costa Rica, a Convenção Europeia de Direitos Humanos e as Regras de Mandela, da ONU (Organização das Nações Unidas), para tentar impedir sua extradição sem garantias. O objetivo é que, se for presa, Zambelli tenha sua integridade física e psíquica assegurada.

O dossiê termina com uma declaração de inocência. “Jamais sugeriu, desejou ou cogitou um ato criminoso contra o ministro Alexandre de Moraes, nem em sentido figurado, tampouco em instruções reais”, afirma o texto. Zambelli também nega qualquer participação na invasão ao CNJ: “Nunca ordenou, incentivou, financiou ou participou, direta ou indiretamente”.

Fonte: DCM

Tapetes de Corpus Christi: significado, origem e tradição no Brasil


         Tapete de Corpus Christi em Castelo, no Sul do ES. Foto: Divulgação

A confecção artesanal de tapetes coloridos nas ruas, conhecida como tapetes de Corpus Christi, mobiliza milhares de fiéis em manifestações que transformam cidades brasileiras em verdadeiros altares a céu aberto. Considerada pelos organizadores como continuidade da missa em local público, essa tradição trazida por Portugal no século XVIII, com registros em Ouro Preto por volta de 1733, celebra a passagem do Corpo de Cristo durante a procissão.

Originalmente feitos com flores, os tapetes passaram a incorporar serragem colorida na década de 1960, substituída depois por materiais como grãos, borra de café, sal e corantes naturais e sintéticos. A técnica evoluiu de simples decoração litúrgica para expressões artísticas e, por vezes, mensagens sociais e políticas, de acordo com estudos da UFMS e Unicamp.

Em cidades históricas mineiras como Ouro Preto, Mariana e Sabará, a tradição é preservada com fervor. Em Ouro Preto, voluntários se reúnem nas primeiras horas do dia para criar desenhos que retratam cenas bíblicas em serragem, flores e outros elementos, muitos desses eventos ganham coberturas ao vivo pela internet. Em Pirenópolis (GO), tradição semelhante usa grãos e sementes locais, e tem raízes no século XVIII.

Pessoas confeccionando os tapetes. Foto: Divulgação
Grandes capitais também participam do ritual público. Em Curitiba, mais de 120 mil pessoas devem acompanhar nesta quinta‑feira (19) a montagem de 128 tapetes por toda a área central, ao longo de dois quilômetros entre a Catedral e a Praça Nossa Senhora de Salete. Na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a procissão ocorre sobre um tapete de 125 metros, dividido em 25 quadros temáticos sobre a fé católica.

A data de Corpus Christi, em 19 de junho de 2025, não é feriado nacional, sendo considerada ponto facultativo a nível federal. Assim, cabe a cada estado ou município decidir se será feriado municipal, com fechamento geral do comércio e repartições, ou ponto facultativo, liberando apenas os servidores públicos.

Em 2025, 18 capitais brasileiras decretaram feriado municipal no dia 19 de junho: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Boa Vista, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Porto Alegre, Salvador, São Paulo, Teresina e Vitória.

Outras capitais optaram pelo ponto facultativo, o que significa que apenas servidores públicos têm direito à folga, ficando a critério das empresas privadas liberarem ou não os funcionários. Dentre elas estão: Brasília, Rio de Janeiro, Recife, João Pessoa, Rio Branco, São Luís, Palmas e Porto Velho.

Fonte; DCM

Jogo do Palmeiras é interrompido por risco de chuva e gera revolta


Partida entre Palmeiras e Al Ahly foi suspensa no Mundial de Clubes por risco de chuva. Foto: Reprodução/CazéTV

A partida entre o Palmeiras e o Al Ahly, do Egito, pela Copa do Mundo de Clubes foi interrompida na tarde desta quinta (19) por risco de chuva. A partida era disputada no MetLife Stadium, em Nova Jersey, nos Estados Unidos.

O árbitro inglês Anthony Taylor recebeu um aviso por volta dos 17 minutos do segundo tempo, quando o clube brasileiro vencia o rival por 2 a 0, e interrompeu a partida, retirando todos os jogadores de campo. Autoridades locais emitiram um alerta para “condições climáticas adversas”.

Não há previsão para que a partida seja reiniciada. Essa é a terceira partida afetada por risco de chuva ou precipitações intensas: a partida entre Ulsan Hyundai e Mamelodi Sundowns na terça (17) teve um atraso de quase 40 minutos, enquanto o jogo entre RB Salzburg e Pachuca ficou parado por 1h40 nesta quarta (18).

A pausa no jogo do time brasileiro gerou revolta nas redes. Veja a repercussão:

 

Fonte: DCM

Lula promete anunciar este mês programas para motos elétricas, gás de cozinha e reforma de casas

Presidente também defendeu a necessidade de o Brasil explorar petróleo na chamada Margem Equatorial

       Lula - 29/05/2025 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Reuters - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que tem três programas para anunciar ainda em junho, segundo entrevista ao rapper Mano Brown publicada pelo serviço de streaming Spotify nesta quinta-feira. "Eu tenho três programas para anunciar este mês: um programa de crédito para reforma de casas, uma linha de crédito para financiar motos elétricas para entregadores de alimentos e vamos anunciar gás de cozinha na cesta básica para as pessoas mais pobres deste país", afirmou o presidente na entrevista com mais de duas horas de duração.

Segundo o presidente, o gás de cozinha sai da Petrobras a R$ 37 e chega aos consumidores a R$ 130, R$ 140, o botijão de 13 quilos. "Estamos encontrando um meio de fazer com que essas pessoas mais pobres, que chegam por volta de 17 milhões, 18 milhões de famílias, recebam esse gás de graça", disse Lula no podcast "Mano a Mano", sem dar detalhes sobre os recursos envolvidos nesses programas.

"É isso que eu quero fazer, ainda este ano", disse Lula. "Quando essas coisas estiverem funcionando, ainda este ano, eu, sinceramente, acho que a gente vai estar com o povo no ponto de bala para não deixar ter mais retrocesso neste país", acrescentou.

O presidente também fez uma defesa contundente sobre a necessidade de o Brasil explorar petróleo na chamada Margem Equatorial, algo que tem preocupado ambientalistas que citam riscos de vazamento de óleo e danos ao meio ambiente.

"Não podemos abdicar dessa riqueza. O que podemos assumir é o compromisso de que nada será feito que possa causar qualquer dano ao meio ambiente", disse Lula. "O Brasil não vai deixar de explorar... Precisamos do petróleo para muita coisa e, sobretudo, para exportar para que o Brasil possa fazer sua transição energética", completou Lula.

O Ibama aprovou em 19 de maio plano apresentado pela Petrobras para realização de vistorias e simulação de resgate de animais na Bacia da Foz do Amazonas, em última etapa antes de a estatal obter licença com o objetivo de explorar a região, considerada uma nova fronteira petrolífera.

A aprovação ocorreu um ano depois que o próprio Ibama negou pedido da Petrobras para perfuração marítima na chamada Foz do Amazonas. Na época, o órgão citou preocupações ambientais. A Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, compartilha geologia com a vizinha Guiana, onde a Exxon Mobil está explorando enormes campos de petróleo.

"O petróleo está a 545 quilômetros da margem, aliás não está nem em águas brasileiras, está em águas internacionais e estamos vendo Guiana e Suriname explorar ali perto", disse Lula. "Como é que se explica Brasil deixar de fazer pesquisa para saber se tem petróleo?", disse o presidente.

"Por que a gente não pode explorar essa riqueza nossa para que a gente possa fazer outra riqueza acontecer que é a transição energética?", disse Lula, reafirmando a meta do Brasil de alcançar desmatamento zero até 2030.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Prestes a ser preso, Bolsonaro é rifado pelo centrão: 'impede quadro da centro-direita para 2026'

Líder do PP, Doutor Luizinho criticou a falta de definição do ex-mandatário sobre 2026 e alertou para impasses dentro do campo conservador

        Jair Bolsonaro - 06/03/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)



Em almoço com empresários promovido pelo grupo Esfera Brasil e pela Casa ParlaMento nesta terça-feira (17), em Brasília, o deputado federal Doutor Luizinho (PP-RJ), líder do Progressistas na Câmara e aliado de Jair Bolsonaro, fez críticas incisivas à postura do ex-mandatário em relação às eleições presidenciais de 2026.

Durante o encontro, Luizinho afirmou que Bolsonaro, hoje inelegível, tem sido um entrave para a articulação de uma candidatura de centro-direita por não indicar claramente quem pretende apoiar no próximo pleito. “A realidade é essa. O ex-presidente Bolsonaro impede que a centro-direita coloque um quadro. Porque ele, ao não apoiar o governador [de SP] Tarcísio de Freitas, ou ao não se posicionar claramente sobre quem é o candidato dele, está impedindo a organização da centro-direita no país”, disse o parlamentar, de acordo com a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S Paulo.

Segundo Luizinho, tanto o Progressistas quanto o União Brasil, partidos que integraram a base do governo Bolsonaro e que hoje formam uma federação, têm nomes qualificados para liderar uma chapa presidencial ou, ao menos, ocupar a vice-presidência em uma composição com o bolsonarismo. O parlamentar afirmou que “ele [Bolsonaro] vem impedindo uma candidatura que está claramente colocada. No nosso campo, uma candidatura precisa estar validada pelo União-Progressistas, ou por uma candidatura nossa, ou pelo menos com a vice-presidência da República”.

Entre os nomes que circulam como potenciais pré-candidatos da direita estão os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR). Todos, até o momento, evitam confrontar publicamente a liderança de Bolsonaro.

Apesar das movimentações, Bolsonaro mantém indefinições e acena, nos bastidores, com a possibilidade de lançar um nome de sua própria família, como o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro ou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do Progressistas e ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, tentou adotar um tom mais conciliador durante o evento. Para ele, ainda não é hora de se discutir nomes, mas sim o que classificou como “projeto de país”. Apesar disso, ele mirou críticas ao governo Lula. “Eu acho o governo completamente perdido, sem norte. Não adianta ficar só culpando o ministro [da Fazenda, Fernando] Haddad. A culpa maior é do próprio presidente da República, que não assume as suas atribuições de comandar o Brasil da forma correta”, declarou.

Ciro também disse que há uma expectativa por uma candidatura de centro-direita com reais chances de vitória, mas defendeu que esse campo político precisa atravessar o período de instabilidade sem que o governo atual “atrapalhe ainda mais o Brasil”.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Hugo Motta pediu reembolso por jantar de R$ 27 mil em 2023

Evento pago com dinheiro público foi organizado por Motta e não consta nos compromissos oficiais do ministro Silvio Costa Filho, que participou do encontro

Hugo Motta (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

Em outubro de 2023, o então líder da bancada do Republicanos na Câmara dos Deputados, Hugo Motta (PB), promoveu um jantar com 30 parlamentares do partido e o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos). A reunião, cujo tema era a possível implementação de um aeroporto em Patos (PB), cidade natal do deputado, gerou um reembolso de R$ 27.120,00 à Câmara — o maior valor registrado para alimentação desde o início da atual legislatura, em 1º de fevereiro de 2023. A informação foi revelada pelo portal Metrópoles.

O encontro ocorreu no dia 4 de outubro, segundo justificativa enviada por Motta à Câmara ao apresentar a nota fiscal do evento, datada de 9 de outubro. O bufê de alto padrão foi fornecido pela chef Renata La Porta, conhecida por atender eventos de órgãos públicos em Brasília. Dividindo o valor entre os 30 parlamentares, cada participação no jantar custou R$ 904 aos cofres públicos.

Apesar da relevância do tema tratado, o encontro não consta na agenda oficial do ministro Silvio Costa Filho. Na noite do mesmo dia, segundo registros públicos, o titular da pasta de Portos e Aeroportos teve compromissos formais com quatro congressistas — nenhum deles com a bancada do Republicanos.

Entre 18h30 e 20h15, o ministro se reuniu com o deputado Giacobo (PL-PR), o vice-governador do Espírito Santo Ricardo Ferraço (PSDB), o senador Mauro Carvalho (União-MT) e o deputado José Priante (MDB-PA). O jantar, portanto, ocorreu de forma paralela e sem registro público, levantando questionamentos sobre transparência e uso de verba pública para atividades não oficiais.

A equipe de reportagem do Metrópoles procurou Hugo Motta por meio de sua assessoria para esclarecimentos sobre o jantar, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Gleisi classifica como ‘chocante’ relatório que mostra desigualdade no Brasil e defende pacote fiscal do governo Lula

A ministra afirma que as medidas são fundamentais para corrigir as injustiças do país, que contra com 433 mil milionários segundo estudo da UBS

      Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira/SRI)

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), voltou a defender nesta quinta-feira (19) o pacote fiscal enviado pelo governo Lula (PT) ao Congresso que propõe a tributação de letras de crédito imobiliário e do agro, hoje isentos, alta de imposto para fintechs e bets.

Para justificar as medidas, Gleisi citou um estudo feito pelo banco suíço UBS, que mostrou que o Brasil é o país com o maior número de milionários na América Latina e tem a maior desigualdade social entre as 56 nações analisadas. Segundo a ministra, o relatório é “chocante”.

“No momento em que o debate nacional é sobre cobrar impostos dos muito ricos que pagam pouco e de aplicações e empresas que têm privilégios, é chocante o relatório do banco UBS sobre distribuição de renda em 56 países”, disse.

“O Brasil é o país que tem mais milionários na América Latina (o 19º. do mundo) e é também o país mais com maior desigualdade social entre os 56 países analisados. Há 433 mil pessoas no Brasil com fortunas de mais de 1 milhão de dólares, segundo o UBS, enquanto mais da metade da população vive com até um salário-mínimo por mês, de acordo com o IBGE”, completou.

Gleisi afirmou que o pacote fiscal é necessário para corrigir as injustiças do sistema. “Diante dessa realidade, as medidas encaminhadas pelo governo do presidente Lula ao Congresso são mais do que necessárias para garantir o equilíbrio fiscal. Elas são indispensáveis para começarmos a corrigir as enormes injustiças de um sistema que isenta os ganhos em aplicações financeiras e cobra até 27,5% de imposto de uma professora primária. Vamos fazer esse debate franco, o Brasil só tem a ganhar com a verdade”, concluiu.
Fonte: Brasil 247

Bolsonaro usou espionagem ilegal em live para atacar eleições e semear desconfiança no país

     O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Reprodução

Em agosto de 2021, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou documentos obtidos de forma clandestina pela chamada “Abin paralela” durante uma live em que atacou o sistema eleitoral brasileiro.

O relatório da Polícia Federal (PF) revelou que o então chefe do governo teve acesso a informações produzidas de maneira ilegal, com apoio de recursos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para questionar a integridade das eleições de 2018 e sustentar acusações de fraude eleitoral.

A live de Bolsonaro, transmitida em 4 de agosto de 2021, apresentou dados extraídos de documentos sigilosos, como o arquivo “Presidente TSE informa.docx”, elaborado por Alexandre Ramagem, então diretor da Abin, em julho de 2021.

O conteúdo visava contestar o resultado das eleições de 2018 e gerar desconfiança sobre o sistema eleitoral, utilizando informações confidenciais da PF relacionadas a um suposto ataque hacker ao TSE naquele ano. No entanto, a invasão não comprometeu as urnas eletrônicas, como foi amplamente esclarecido pela própria PF.

Alexandre Ramagem falando em microfone, sério, ao lado de bandeira do Brasil
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin – Reprodução
O relatório também expôs que os documentos sigilosos, obtidos pela Abin, foram usados com a justificativa de que seriam destinados a uma comissão do Congresso Nacional. A investigação revelou que campanhas de desinformação contra o sistema eleitoral foram conduzidas com o uso de recursos humanos, financeiros e técnicos da Abin.

Entre os envolvidos no esquema, o filho de Bolsonaro, Carlos Bolsonaro (PL-RJ), foi indiciado por ser um dos principais articuladores da estrutura paralela dentro da agência.

A Polícia Federal indiciou 36 pessoas durante a investigação, que foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF). O inquérito apura o uso ilegal da Abin para ações de espionagem e ações políticas alheias às suas atribuições institucionais. Segundo a PF, a “Abin paralela” foi manipulada para fins pessoais e políticos, distorcendo a finalidade da agência e desviando seu sistema de inteligência para propósitos ilegais e partidários.

Fonte: DCM

Lula defende uso transparente de emendas parlamentares: “não é tão mau”

Presidente critica falta de controle no passado e afirma que nova gestão das emendas trouxe “moralização” à relação entre Executivo e Legislativo

        Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Em entrevista ao podcast Mano a Mano, apresentado pelo cantor Mano Brown e publicada na madrugada desta quinta-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu as emendas parlamentares, tema que no ano passado gerou atritos entre o Judiciário e o Legislativo. Segundo Lula, o problema não está nas emendas em si, mas na forma como são utilizadas.

“Quando a emenda é dada com seriedade, você sabe que ela tem endereço fixo, tem identidade. Isso não é tão mau. Agora, o que era mau era que você não tinha nenhum controle das emendas. Isso acabou”, declarou o presidente.

Lula afirmou que, atualmente, as emendas estão inseridas dentro de um novo modelo de gestão orçamentária. “Agora, as emendas são compartilhadas dentro do programa de desenvolvimento do Orçamento do governo”, explicou. Para ele, essa mudança representa um avanço na transparência e na cooperação entre os Poderes. “Houve uma certa moralização nessa relação entre Executivo e Legislativo”, completou.

A liberação de recursos para emendas parlamentares tem sido tratada com urgência pelo governo federal, como forma de apaziguar a crescente insatisfação de deputados e senadores. Segundo levantamento do Metrópoles, até a última quarta-feira (18), o valor empenhado — ou seja, reservado para pagamento — chegava a R$ 667,4 milhões. Deste montante, mais de R$ 500 milhões correspondem a emendas individuais, aquelas indicadas diretamente por parlamentares.

A demora na liberação dessas verbas tem sido apontada por integrantes do Congresso Nacional como uma das principais causas para o desgaste na relação com o Palácio do Planalto. Um dos reflexos dessa crise foi a recente derrota do governo na tentativa de sustar, por meio de um Projeto de Decreto Legislativo (PDL), o reajuste do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), medida proposta pela equipe econômica.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Relatório final da ‘Abin paralela’ agravou situação de Bolsonaro, afirmam investigadores

Documento aponta uso da inteligência para atacar sistema eleitoral e manter ex-presidente no poder desde 2019

      Jair Bolsonaro (Foto: Ton Molina / STF)

A situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou ainda mais delicada após a divulgação do relatório da Polícia Federal sobre o uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). De acordo com investigadores, o documento revela que a atuação da chamada “Abin paralela” não foi uma reação ao risco de derrota nas eleições de 2022, mas parte de uma estratégia iniciada ainda no começo do mandato presidencial, em 2019. As informações são do g1.

Segundo a PF, Bolsonaro foi o principal beneficiário das ações criminosas conduzidas pela estrutura clandestina da Abin. O relatório, tornado público nesta quarta-feira (18) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, mostra como a agência foi usada para espalhar notícias falsas sobre as urnas eletrônicas, perseguir adversários políticos e auxiliar a candidatura de Alexandre Ramagem, então diretor da Abin, à Câmara dos Deputados.

Os investigadores identificaram que agentes da Abin produziram informações falsas sobre o sistema eletrônico de votação e repassaram os dados ao ex-presidente. Documentos obtidos pela PF mostram que Ramagem elaborou um plano para atacar a credibilidade do processo eleitoral brasileiro. Para os investigadores, esse material reforça as suspeitas de que Bolsonaro estruturou uma estratégia para se manter no poder, o que poderá complicar ainda mais sua situação em processos já em andamento no Supremo.

Apesar da gravidade dos indícios, o novo relatório não deve ser anexado à ação penal relacionada à tentativa de golpe, atualmente em julgamento no STF. Caso isso ocorra, os prazos de instrução processual precisariam ser reabertos, o que atrasaria o desfecho do caso.

O relatório também aponta que Bolsonaro e seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), atuavam diretamente na seleção dos alvos das ações clandestinas da Abin. Ambos são mencionados como integrantes do núcleo político da estrutura ilegal. Já o núcleo operacional era comandado por Ramagem e seus assessores diretos.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Dino convoca CGU, TCU e bancos públicos para debater rastreamento de emendas pix

Reunião no STF em 5 de agosto busca solução para falhas técnicas que comprometem a transparência no uso dos repasses

      Flávio Dino (Foto: Ton Molina/STF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino determinou a realização de uma reunião técnica com representantes de órgãos de controle e instituições financeiras federais para discutir falhas no sistema de rastreamento das chamadas “emendas pix”, informa Andréia Sadi, do g1.

O encontro está marcado para 5 de agosto, às 15h, na sede do STF, e reunirá técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU), do Tribunal de Contas da União (TCU), do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Nordeste.

A decisão de Dino está vinculada à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 854, protocolada pelo Psol, que questiona a transparência da execução dessas emendas parlamentares. Segundo o ministro, há limitações nos sistemas utilizados pelas instituições financeiras que dificultam o rastreamento adequado dos recursos públicos transferidos por meio desse mecanismo.

De acordo com notas técnicas elaboradas pela CGU e pelo TCU, os principais entraves são:

  • uso de contas intermediárias, conhecidas como contas de passagem, que dificultam a identificação do beneficiário final;
  • inconsistências ou ausência de dados bancários;
  • barreiras técnicas que impedem o cruzamento automatizado das informações;
  • falta de dados cruciais, como as datas de abertura das contas e o histórico completo de movimentações financeiras.

Para viabilizar a reunião, o ministro solicitou que os chefes dos órgãos e instituições envolvidos indiquem seus representantes técnicos até 1º de agosto. A expectativa é que o encontro promova a articulação necessária para aperfeiçoar os mecanismos de controle e transparência sobre os repasses oriundos das chamadas “emendas pix”, apontadas por especialistas e órgãos de fiscalização como de difícil rastreabilidade.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Lula reage a acusações de fazer governo neoliberal: 'quem governa não faz o que quer; faz o que pode'

“Me considero um cidadão de esquerda, mas muito realista. Quem grita ‘100% ou nada’ vai ficar com nada”, afirma o presidente

      Lula (Foto: Reprodução/Spotify)

Durante participação no podcast Mano a Mano, apresentado por Mano Brown e Semayat Oliveira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu de forma contundente às críticas que o classificam como líder de um governo supostamente neoliberal. Ao abordar a complexidade do cenário político brasileiro, Lula defendeu as alianças realizadas para garantir governabilidade e afirmou que as conquistas sociais de sua gestão contradizem as acusações de setores da esquerda mais radical.

“Eu fui eleito presidente da República e elegi 70 deputados do meu partido. O Congresso Nacional tem 513 deputados. É só analisar para saber que eu preciso fazer composições políticas para poder governar, senão eu não consigo”, explicou o presidente, ao destacar que também conta com apenas nove senadores entre os 81 membros do Senado. “A dificuldade é imensa".

Segundo Lula, a necessidade de construir pontes com outras forças políticas foi essencial para destravar medidas fundamentais ainda antes do início formal do mandato. “A gente começou a governar antes de tomar posse, porque não tinha orçamento para a gente começar a trabalhar em 2023. Nós fizemos uma PEC da Transição para que pudesse ter dinheiro para a gente começar a governar esse país".

◉ “Quem grita ‘100% ou nada’ vai ficar com nada” - Lula aproveitou a entrevista para reiterar sua identidade ideológica. “Me considero um cidadão de esquerda, mas muito realista desde o tempo em que eu era dirigente sindical”, disse, defendendo uma postura pragmática: “eu não era daqueles que ficava gritando ‘ou 100% ou nada’. Quem grita ‘100% ou nada’ vai ficar com nada. Eu reivindicava aquilo que era possível reivindicar de acordo com a força que eu tinha, e conquistava muita coisa".

O presidente afirmou que sua atuação sempre levou em conta as correlações de forças no Congresso e na sociedade. “Toda vez que você governa, você não faz só o que você quer. Você faz o que você pode fazer em função da conjuntura política, da correlação de forças políticas no Congresso Nacional e na sociedade".

◉ Conquistas sociais e comparação histórica - Para rebater as críticas, Lula relembrou os avanços promovidos durante seus governos anteriores. “Eu duvido que algum governo dito de esquerda tenha feito mais políticas de inclusão social do que nós fizemos nesse país”, afirmou. E acrescentou: “nesse país tiveram dois momentos históricos que tiveram políticas de inclusão social: com Getúlio Vargas, quando era tido como ditador e criou a CLT, tirando os trabalhadores da semiescravidão, e depois do Getúlio apareceu o PT, o Lula, para fazer políticas de inclusão social”.

O presidente listou algumas das principais realizações de suas gestões: “fui o presidente que mais fez universidades, que mais colocou estudantes na universidade, que mais fez instituto federal, que fez o Bolsa Família, que gerou 22 milhões de empregos em oito anos de mandato".

Lula também recordou o período entre 2002 e 2014 como o melhor momento social da América do Sul, citando avanços sociais simultâneos em países como Chile, Argentina, Bolívia e Venezuela durante o governo de Hugo Chávez.

◉ Recado a críticos e rejeição a comparações com a Venezuela - O presidente reagiu com irritação às insinuações de que ele seria comunista ou que o Brasil estaria no mesmo caminho da Venezuela. “Essa bobagem de ficar dizendo que eu sou comunista é uma coisa tão grosseira, um jeito de falar tão imbecil. O cara que fala isso não sabe nem o que é comunismo. Se soubesse, não falava”, disparou.

E reforçou: “querer comparar o Brasil à Venezuela... a Venezuela é a Venezuela e o Brasil é o Brasil. O Brasil tem uma história e a Venezuela tem outra".

Por fim, Lula celebrou os sinais de recuperação econômica. “Eu estou há dois anos na presidência. Sabe há quanto tempo esse país não crescia acima de 3%? Desde 2011".

Fonte: Brasil 247

"Incompreensível", diz Gleisi sobre novo aumento da taxa de juros pelo Banco Central

Com inflação em queda e economia em crescimento, alta da Selic para 15% gera críticas no governo e reacende tensão com o BC

     Gleisi Hoffmann (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar novamente a taxa básica de juros (Selic), desta vez para 15% ao ano, foi recebida com forte reprovação por integrantes do governo federal e lideranças do Congresso. A medida foi anunciada na noite de quarta-feira (18) e repercutiu imediatamente nas redes sociais e nos bastidores de Brasília. Trata-se do sétimo aumento consecutivo da Selic, que alcança agora o nível mais alto desde julho de 2006.

A ministra das Relações Institucionais do governo Lula (PT), Gleisi Hoffmann (PT), classificou a decisão como “incompreensível”. Em publicação na rede X, nesta quinta-feira (19), ela declarou: “no momento em que o país combina desaceleração da inflação e déficit primário zero, crescimento da economia e investimentos internacionais que refletem confiança, é incompreensível que o Copom aumente ainda mais a taxa básica de juros. O Brasil espera que este seja de fato o fim do ciclo dos juros estratosféricos”.

Política monetária em xeque - O ciclo de altas iniciado em setembro de 2024 foi mantido de forma unânime pelo Copom, que justificou a postura mais agressiva diante de uma inflação considerada persistente — sobretudo no setor de alimentos. A taxa Selic saiu de 10,50% para os atuais 15% em menos de um ano, sob o argumento de conter as pressões inflacionárias e garantir a convergência da meta de inflação até 2026.

Segundo nota oficial, o Comitê reconheceu que os índices futuros ainda estão acima da meta. “Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, afirmou o BC.

Ainda assim, o próprio comunicado do Copom sinalizou uma possível pausa nos aumentos, indicando que o atual patamar poderá ser mantido, embora sem qualquer indicativo de alívio no curto prazo.
Fonte: Brasil 247

VÍDEO: Mísseis do Irã atingem maior hospital do sul de Israel


       Hospital de Soroka, ao sul de Israel, após ser atingido por míssil lançado pelo Irã. Foto: Maya Levin/AFP

O maior hospital do sul de Israel, o Soroka Medical Center, foi atingido por mísseis lançados do Irã na madrugada desta quinta-feira (19), sétimo dia de conflito no Oriente Médio. Segundo um porta-voz israelense, o prédio sofreu “danos extensos” e a população foi orientada a não procurar atendimento no local neste momento.

Pelo menos 129 pessoas ficaram feridas por ataques que atingiram o hospital e ao menos outros três locais, em cidades como Tel Aviv e Jerusalém. “Estamos avaliando danos”, afirmou um representante do exército israelense.

Após o ataque, sirenes de alerta soaram em diversas regiões do país, conforme relato das Forças de Defesa de Israel (IDF). “Agora há pouco, sirenes tocaram em muitas áreas pelo território de Israel após a identificação de mísseis lançados do Irã em direção ao Estado israelense”, informou o Exército em uma postagem no Telegram.

Jornalistas da agência AFP relataram ter ouvido explosões em Tel Aviv e Jerusalém, sendo que, na capital, os barulhos foram descritos como os mais intensos desde o início da ofensiva.

O bombardeio iraniano ocorre pouco depois de o Exército israelense anunciar que havia iniciado ataques contra Teerã, capital do Irã. A escalada reacendeu a tensão na região e mobilizou as forças de defesa de ambos os países.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu comentou o episódio nas redes sociais e declarou que o Irã vai “pagar um preço alto” pelos ataques. Israel já determinou o reforço das ofensivas contra alvos iranianos.

Para conter os mísseis, Israel conta com o sistema de defesa conhecido como Domo de Ferro, que intercepta projéteis em pleno voo. Ainda assim, o Irã tem apostado em disparos em massa para sobrecarregar o sistema e alcançar pontos estratégicos no território israelense.

 

Fonte: DCM