sexta-feira, 20 de junho de 2025

Maior vazamento de logins da história expõe 16 bilhões de dados na internet

Registros podem ser usados para acessar contas em plataformas como Google, Apple, Facebook, GitHub, Telegram e até serviços estatais

(Foto: Steve Marcus/Reuters)

Uma investigação do site independente Cybernews, especializado em segurança cibernética, revelou um vazamento massivo de credenciais de acesso que já é considerado o maior da história. Conforme divulgado pelos pesquisadores, foram expostos aproximadamente 16 bilhões de registros — incluindo senhas e logins — que podem ser usados para acessar contas em plataformas como Google, Apple, Facebook, GitHub, Telegram e até serviços estatais. As informações são do g1.

O conteúdo da violação é composto por dados novos e altamente sensíveis, diferentemente de vazamentos antigos que frequentemente são recirculados entre criminosos. "O que mais preocupa é a estrutura e a atualidade desses conjuntos de dados – não são apenas vazamentos antigos sendo reciclados, são dados frescos e potencialmente exploráveis em larga escala", alertaram os especialistas.

A base de dados está fragmentada em cerca de 30 conjuntos diferentes. Cada um deles contém desde dezenas de milhões até mais de 3,5 bilhões de registros. Embora parte dos dados possa estar duplicada, o número total de vítimas segue indefinido, já que os arquivos podem se sobrepor.

Ainda conforme a reportagem, os pesquisadores também esclarecem que os dados não parecem ter origem em uma única violação, mas sim em diversas ações de roubo realizadas por diferentes programas maliciosos especializados em extrair informações sensíveis — os chamados "ladrões", ou stealers.

Ainda não há confirmação sobre o impacto direto do vazamento sobre brasileiros, mas o maior banco de dados detectado — com mais de 3,65 bilhões de registros — parece estar vinculado a populações falantes da língua portuguesa. Outro grupo de informações, contendo mais de 455 milhões de registros, tem relação com a Rússia, de acordo com a Cybernews.

Mesmo que a exposição desses dados tenha sido temporária, os analistas acreditam que o tempo foi suficiente para que agentes maliciosos tivessem acesso a eles. As informações podem ser comercializadas na dark web e exploradas em crimes como fraudes bancárias, roubo de identidade e extorsão digital.

O único vazamento já relatado anteriormente foi reportado no final de maio pela revista Wired, quando um pesquisador identificou um “banco de dados misterioso” com 184 milhões de entradas. Os demais conjuntos permaneciam desconhecidos até então.

Para os especialistas da Cybernews, o escopo e o potencial de prejuízo do incidente são alarmantes: “Isso não é apenas um vazamento — é um plano para exploração em massa”, disseram.

Diante da gravidade da situação, o Google emitiu orientações para que seus usuários troquem imediatamente suas senhas. O FBI, por sua vez, publicou um alerta recomendando cautela com mensagens de texto suspeitas contendo links.

Especialistas em segurança digital reforçam algumas medidas básicas de proteção: atualizar senhas antigas imediatamente; utilizar gerenciadores de senhas confiáveis; adotar autenticação multifator (MFA); evitar repetir senhas em diferentes serviços e estar atento a sinais de que uma conta pode ter sido comprometida.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Bolsonaro passa mal em eventos em Goiás e diz que “vomita 10 vezes por dia”

Ex-presidente interrompe discurso por soluços e deixa agenda em frigorífico após apenas 20 minutos

Bolsonaro concede entrevista coletiva após prestar depoimento à Polícia Federal em Brasília - 05/06/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Pouco mais de dois meses após passar por uma cirurgia intestinal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a apresentar sinais de indisposição em compromissos públicos, informa o Metrópoles. Bolsonaro interrompeu um discurso na noite desta quinta-feira (19) e abandonou uma agenda na manhã desta sexta (20), ambos os episódios ocorridos em Goiás.

Durante uma solenidade na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, na noite de quinta, o ex-presidente foi interrompido por crises de soluço e chegou a se desculpar com os presentes: “Desculpa, estou muito mal. Vomito 10 vezes por dia”, afirmou.

Segundo o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), que o acompanhava, a orientação médica era para que Bolsonaro evitasse falar em público, como forma de preservar sua saúde.

Nesta sexta-feira, Bolsonaro esteve em um evento no Frigorífico Goiás, na capital, mas permaneceu no local por menos de 20 minutos. Chegou sem dar declarações, acenou rapidamente a apoiadores e deixou o local às pressas, novamente por se sentir mal.

A recorrente indisposição ocorre após uma cirurgia realizada em abril deste ano para desobstrução intestinal e reconstrução da parede abdominal após complicações que seriam relacionadas ao evento em Juiz de Fora na campanha eleitoral de 2018.

A agenda em Goiás teve início na quinta-feira com uma reunião com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), no Palácio das Esmeraldas. Ainda no mesmo dia, o ex-presidente participou da feira do agronegócio Agrovem, em Goiânia, fez uma visita à casa do senador Wilder Morais (PL-GO) e esteve em culto na Igreja Assembleia de Deus Ministério Fama. À noite, recebeu o título de cidadão de Aparecida de Goiânia, cerimônia onde ocorreu o episódio de maior mal-estar.

Segundo aliados, Bolsonaro tinha planejado almoçar nesta sexta-feira em Anápolis (GO), mas, devido ao mal-estar, seguiu direto para Brasília após o compromisso no frigorífico.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Gleisi desmente Folha sobre "gastança" e aponta juros da dívida como "motor do crescimento das despesas" do país


        Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira/SRI)

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), acusou a Folha de S. Paulo de promover desinformação ao tratar do cenário fiscal do governo Lula (PT). Em publicação nas redes sociais nesta sexta-feira (20), Gleisi contestou diretamente a manchete do jornal que afirma que os gastos federais “crescem em ritmo de quase o dobro da receita”, o que levaria a um colapso da máquina pública em 2027.

Segundo ela, a reportagem omite informações essenciais sobre a execução orçamentária do governo federal, distorce os dados brutos e ignora os limites impostos pelo novo arcabouço fiscal. “A manchete da Folha hoje é uma enorme desinformação sobre as contas públicas. Manipula números brutos para esconder que a despesa primária do governo federal caiu de 19,6% do PIB em 2023 para 18,6% em 2024”, escreveu a ministra.

Gleisi também rechaçou o uso do termo “gastança”, dizendo ser incorreto diante do cumprimento rigoroso das metas fiscais. “É falso falar em ‘gastança’ quando o arcabouço fiscal cria limites para as despesas, que estão sendo cumpridos rigorosamente, ao contrário do que acontecia com a Lei do Teto de Gastos, que foi ignorada em todo o período de Bolsonaro e Guedes".

“O que estrangula o orçamento são os juros da dívida” - Ao aprofundar sua crítica, Gleisi destacou que os gastos que pressionam o orçamento federal têm origem nas despesas financeiras provocadas pelas elevadas taxas de juros no Brasil. “O que a manchete também esconde é que o motor do crescimento das despesas são os juros da dívida, as despesas financeiras que devem chegar a R$ 1 trilhão este ano por causa dos juros estratosféricos”, afirmou.

Ela responsabilizou diretamente os interesses do setor financeiro pelo estrangulamento orçamentário: “são os interesses do sistema financeiro que estrangulam o orçamento, e não os investimentos em educação, saúde, previdência, políticas sociais, financiamento da produção e infraestrutura para o crescimento”.

Gleisi também lembrou o esforço fiscal da gestão Lula para reequilibrar as contas públicas. “A responsabilidade e o esforço fiscal do governo presidente Lula são inegáveis, ou não teríamos reduzido o déficit primário de 2,3% para 0,09% do primeiro para o segundo ano do governo”, escreveu.
Fonte: Brasil 247

As piores frases para dizer ao seu chefe, segundo a inteligência artificial


     Homens conversando no ambiente de trabalho. Foto: Freepik

Uma pesquisa feita com diferentes ferramentas de inteligência artificial apontou que a frase “Isso não é meu trabalho” é a mais prejudicial que um funcionário pode dizer ao chefe. Mesmo quando a pessoa tem razão, a declaração passa uma imagem de falta de colaboração, resistência a novas tarefas e má vontade em trabalhar em equipe. A recomendação é buscar formas mais positivas de se posicionar diante de demandas inesperadas.

Segundo a IA, uma alternativa mais apropriada seria dizer: “Não estou familiarizado com essa tarefa, mas posso tentar ajudar no que for possível” ou “Você pode me confirmar se isso faz parte das minhas responsabilidades? Assim posso organizar melhor minhas prioridades.” Essas respostas mostram disposição e respeito à hierarquia sem comprometer os próprios limites.

Além dessa, outras frases que devem ser evitadas incluem: “Não sei”, “Sempre fizemos assim”, “Não posso”, “Estou muito ocupado” e “Não é justo”. A inteligência artificial recomenda manter uma comunicação assertiva, empática e profissional, especialmente com superiores, para preservar boas relações no ambiente de trabalho e evitar mal-entendidos

Fonte: DCM

“Porrada histórica”: Imprensa internacional repercute vitória do Botafogo sobre PSG


        Manchete do Olé, da Argentina. Foto: Reprodução

A vitória do Botafogo por 1 a 0 sobre o Paris Saint-Germain na Copa do Mundo de Clubes teve grande repercussão na imprensa internacional. O jornal argentino Olé estampou a manchete “Batacazo histórico”, traduzida como “Porrada histórica”, destacando o feito do campeão da Libertadores sobre o campeão da Champions League. Já o francês L’Équipe publicou “Derrubado de um pedestal”, ressaltando a surpresa da derrota do PSG.

Essa foi a primeira vitória de um clube sul-americano sobre uma equipe europeia na história do torneio. O gol de Igor Jesus e a atuação defensiva segura do time garantiram o resultado histórico. Antes disso, os confrontos entre os dois continentes haviam terminado em empates, como os jogos entre Palmeiras e Porto, Fluminense e Borussia Dortmund, e Boca Juniors e Benfica.

Outros veículos internacionais também repercutiram o feito. O espanhol Marca apontou que o Atlético de Madrid, rival do grupo, está em situação complicada após o resultado. Já o RMC Sport, da França, disse que “Paris está com as costas na parede”. A vitória aproximou o Botafogo das oitavas de final; agora, basta um empate contra o Atlético para garantir a classificação e a liderança do Grupo B.

Fonte: DCM

“Um dos grandes”: Messi elogia Palmeiras e prevê “jogo complicado” no Mundial

           Messi comemora gol pelo Inter Miami. Foto: Getty Images


Após a vitória do Inter Miami por 2 a 1 sobre o Porto, Lionel Messi comentou sobre o próximo desafio da equipe na Copa do Mundo de Clubes: o confronto contra o Palmeiras. O craque argentino reconheceu a força do adversário e classificou o Verdão como “um dos grandes do mundo”. Para ele, a partida será difícil, mas acredita que o time norte-americano tem condições de competir.

Com a vitória sobre o Al Ahly por 2 a 0, o Palmeiras lidera o Grupo A com quatro pontos, mesma pontuação do Inter Miami, que fica em segundo pelos critérios de desempate. No jogo contra o Porto, Messi foi decisivo: marcou um golaço de falta e garantiu a virada após o empate de Segovia.

O primeiro gol da partida havia sido do time português, em cobrança de pênalti. Palmeiras e Inter Miami se enfrentam na próxima segunda-feira, às 22h (horário de Brasília), no Hard Rock Stadium, em Miami. Um empate classifica as duas equipes para as oitavas de final.

Fonte: DCM

Velório de Francisco Cuoco será aberto ao público em São Paulo nesta sexta


      Francisco Cuoco em cena de ‘O salvador da pátria’, de 1989. Foto: Bazilio Calazans/Globo

O corpo do ator Francisco Cuoco está sendo velado nesta sexta-feira (20), em São Paulo, com cerimônia aberta ao público das 7h às 15h no Funeral Home, na região central da cidade. Cuoco morreu na quinta-feira (19), aos 91 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos. O enterro será restrito à família, às 16h. Em nota, os familiares agradeceram o carinho do público e destacaram que o ator partiu de forma tranquila.

Com mais de 60 anos de carreira, Francisco Cuoco teve papéis marcantes no teatro, cinema e principalmente na televisão, onde se destacou como protagonista de novelas icônicas da TV Globo, como “Selva de Pedra”, “Pecado Capital” e “O Salvador da Pátria”.

Sua última participação na TV foi em 2023, na série “No Corre”, do “Multishow”. Nascido no bairro do Brás, em São Paulo, o ator deixa três filhos e cinco netos. A trajetória de Cuoco foi celebrada por artistas e autores, como o dramaturgo Walcyr Carrasco, que o definiu como “um ícone que inspirou gerações”.

Fonte: DCM

Simone Tebet: estratégia de longo prazo do Governo é pela justiça social

Ministra do Planejamento afirma que Estratégia Brasil 2050, traçada com ampla participação, é uma missão de Estado: "Um país tão rico não pode e não vai ter um povo tão pobre nos próximos anos"

Ministra do Planejamento participou de debate em Campo Grande (MS)

“O Brasil, que é um país tão rico, não pode e não vai ter um povo tão pobre nos próximos anos. Nós não podemos falhar com a missão de cuidar do futuro muito próximo das nossas crianças, dos nossos jovens, do nosso Estado e do nosso país.” Com essas palavras, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, abriu o seminário “Diálogos para a Construção da Estratégia Brasil 2050”, realizado nesta quarta-feira (18/6), em Campo Grande (MS).

Para ela, enfrentar a desigualdade, promover o desenvolvimento sustentável e tornar o país mais competitivo exige planejamento de longo prazo, que precisa ser construído de forma técnica, participativa e suprapartidária.

O encontro marcou o encerramento da série de 16 edições promovidas em todas as regiões do país pela Secretaria Nacional de Planejamento (Seplan/MPO). A iniciativa coletou subsídios técnicos e políticos para a formulação de uma estratégia de desenvolvimento de longo prazo, que vai orientar as decisões do Estado brasileiro pelos próximos 25 anos.

Segundo a ministra, planejar o futuro do Brasil não é missão de governo, mas sim uma missão de Estado. “Esta carta náutica, ou esta bússola feita pela sociedade brasileira, que é uma política de Estado, ela vai ficar para ser atualizada. Entra governo, sai governo, é um projeto que vai permitir que a gente possa levar para o mundo a visão de Brasil que a gente quer e trazer o mundo para dentro do Brasil”, enfatizou.

Tebet apontou a Estratégia Brasil 2050 como uma resposta à ausência de políticas estruturantes de longo prazo que, ao longo de décadas, comprometeu o aproveitamento do potencial econômico e humano do país. “O Brasil não tem cultura de planejar”, lamentou. “O Brasil planeja de forma anual. Todo ano, a Câmara de Vereadores vota o orçamento da Prefeitura, o Governo do Estado, a sua LOA (Lei Orçamentária Anual), e o Governo Federal da mesma forma.”

Ela citou como exemplo a Rota Bioceânica, projeto com mais de 30 anos para conectar os oceanos Atlântico e Pacífico, e lamentou a falta de continuidade nas políticas públicas. “Se lá atrás o Brasil já tivesse tido a cultura do planejamento, essa Rota Bioceânica já estava inaugurada há pelo menos 10 anos. O Brasil, o setor produtivo, o nosso comerciante, o nosso empresário, o nosso trabalhador, a nossa agricultura familiar, o nosso grande agronegócio já estariam ganhando muito mais”, comentou.

◆ Temas estratégicos

A ministra também citou temas estratégicos, como a transição demográfica, os impactos da Inteligência Artificial (IA) no mercado de trabalho, o papel das mulheres na economia e as oportunidades do mercado de carbono. “O que vai acontecer daqui a 25 anos, até antes disso? A maior parte da população brasileira vai ser uma população já da melhor idade. Então, nós vamos investir mais na educação básica, vamos investir mais na economia de cuidado, vamos precisar mais de enfermeiros e médicos, vamos precisar mais do quê? De cuidadores na área social”, ponderou.

Segundo ela, as transformações da Inteligência Artificial também exigem ação imediata, porque hoje já se diz que a IA vai mudar o mundo nos próximos dois anos. “Hoje, ela tem a capacidade de aprender com ela mesma e de nos ensinar quantos empregos nós vamos perder, qual orientação nós vamos dar para os nossos filhos que estão entrando na faculdade”, comentou.

Tebet reiterou que promover a igualdade salarial entre homens e mulheres é não apenas uma questão de justiça, mas uma oportunidade econômica. “Está comprovado que a indústria ganha, o comércio ganhará, o Brasil ganha, o país ganha quando nós igualarmos os salários de homens e mulheres na mesma atividade”, pontuou.

Além disso, mencionou o potencial econômico do mercado de carbono, com destaque para o meio rural: “Quem tem reserva legal, quem cuida, tem agricultura sustentável, quem tem o agro sustentável, seja o menor ou seja o grande, tem a oportunidade de ganhar dinheiro com a nova lei do mercado de carbono”.

◆ Plano para o país

O ex-governador e hoje deputado estadual Zeca do PT comentou que não poderia haver um lugar melhor para concluir os Diálogos da Estratégia Brasil 2050 do que o Mato Grosso do Sul. De acordo com ele, o trabalho de longo prazo no estado já resulta em geração de emprego e diversificação da base econômica, conciliando o agronegócio com o desenvolvimento da agricultura familiar, buscando o desenvolvimento harmonioso com o meio ambiente e sendo socialmente justo. “E é exatamente esse modelo que nós temos aqui hoje – que pode e deve ser aprimorado – que nós queremos para o Brasil. Um Brasil que seja capaz de crescer, de se desenvolver, de gerar emprego, de gerar riqueza, mas que seja capaz de buscar a justiça social”, afirmou.

A senadora Soraya Thronicke (Podemos) lembrou que o Brasil sempre foi considerado o país do futuro, mas ressaltou que esse futuro tem de ser construído agora. Ela parabenizou o governo federal e o Ministério do Planejamento e Orçamento por apresentarem “um plano de país e não um plano de governo”. “Nós precisamos trabalhar hoje, mas projetar para o futuro. E que os próximos que estiverem no cumprimento da missão de gerir este enorme país levem isso em consideração”, afirmou.

O governador Eduardo Riedel observou que o seminário é uma grande oportunidade de levantar contribuições da universidade, dos institutos e da sociedade civil organizada, com o objetivo de fazer o planejamento para o ano de 2050 com uma perspectiva sem cunho político-partidário, pensando o Brasil com mais convergências entre as linhas ideológicas. “A gente está pensando um resultado de nação”, salientou.

◆ Responsabilidade com gerações futuras

Para o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), planejar é um ato de responsabilidade com as gerações futuras. “Aqueles que não planejam estão condenando as próximas gerações a viver num mundo de desigualdade, de pobreza. Um mundo sem soluções. Então, o curto prazo importa e nós estamos aqui todos os dias para debater o curto prazo, mas sem tirar os olhos dos grandes desafios que a sociedade nos impõe”, afirmou.

Segundo a ministra Simone Tebet, para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades, há três grandes questões que precisam ser levadas em conta: uma agenda suprapartidária de Estado, com ampla participação social; indicadores e metas para cada serviço público e cada linha de ação de todos os níveis de governo; e parcerias público-privadas.

A missão, segundo ela, é erradicar a miséria, diminuir a pobreza e dar condições sociais para que os jovens, pela educação, possam ter um futuro digno. “É preciso começar a preparar hoje o Brasil que queremos no futuro”, incentivou.

◆ Versão final

A Estratégia Brasil 2050 está em fase de elaboração e vai consolidar um documento de referência para o planejamento de longo prazo do país. Os seminários regionais foram finalizados com o seminário Diálogos para a Construção da Estratégia Brasil 2050 – Campo Grande (MS) desta quarta-feira.

Os estudos, documentos técnicos e materiais de apoio já estão disponíveis no site oficial da Estratégia Brasil 2050. A versão final deve ser consolidada no segundo semestre deste ano, com base em estudos técnicos e contribuições da consulta pública, aberta até o fim de maio.

Assista na íntegra


Fonte: Agência Gov

Dólar em queda reduz pressão sobre inflação e IPCA pode fechar 2025 abaixo de 5%

Alta da Selic para 15% atrai capital estrangeiro, fortalece o real e barateia alimentos e bens industriais, segundo economistas

       (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)

Após a sétima alta consecutiva da taxa Selic, que chegou a 15% ao ano — o maior nível desde 2006 —, o dólar continua em queda e já acumula desvalorização de 12% em 2025. Segundo reportagem do O Globo, esse movimento, impulsionado pela entrada de capital estrangeiro atraído pelos juros altos, tem contribuído para conter a inflação. Com a valorização do real, os preços de alimentos, combustíveis e bens industriais recuaram, e o mercado já revisa para baixo as projeções do IPCA, que pode fechar o ano abaixo de 5%.

A expectativa do Boletim Focus desta semana aponta inflação de 5,25%, mas alguns analistas apostam em números ainda menores. Para o economista Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio, a taxa pode encerrar 2025 em 4,8%. “As condições externas estão ajudando. Isso abre espaço para uma inflação mais baixa”, afirmou. Ele destaca que a valorização do real já refletiu no IPCA de maio, com queda nos preços de bens duráveis.

O câmbio mais favorável se soma a fatores internos como safra recorde, clima benigno e maior oferta de alimentos, o que tem segurado os preços nos supermercados. Frango, ovos, carnes, frutas e até o azeite devem registrar queda ou aumentos mais suaves. A LCA prevê deflação de 0,32% na alimentação no domicílio em junho, enquanto Cunha projeta inflação anual de 6,5% para esse grupo.

Os bens industriais também tendem a subir menos em 2025. Segundo Fábio Romão, da LCA 4Intelligence, a valorização do real reduz o repasse cambial, fazendo a inflação do setor recuar de 4,3% para 3,8%. Itens importados como eletroeletrônicos, roupas, videogames e alimentos com forte componente externo, como trigo e leite em pó, também devem registrar reajustes mais modestos.

Apesar desse alívio, a inflação de serviços preocupa. O Banco Central justificou a alta da Selic citando a resiliência da economia e a pressão no mercado de trabalho. Romão prevê que esse setor feche 2025 com inflação de 6,2%. “Essa é a pulga atrás da orelha. É isso que preocupa o Banco Central”, disse, estimando que os juros só comecem a cair em março de 2026.

Por fim, bancos como XP e Itaú revisaram suas projeções para o ano. A XP espera IPCA de 5,5%, com deflação nos alimentos em junho e alta moderada dos bens industriais. Já o Itaú projeta inflação de 5,3% e dólar a R$ 5,65 em dezembro, reforçando o impacto positivo do câmbio sobre os preços no país.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Cheia do Guaíba ameaça Porto Alegre e deve durar até segunda-feira

Volume vindo dos rios Jacuí e Taquari eleva nível das águas. Santa Catarina e Paraná têm alerta de “grande perigo” para temporais nesta sexta

       Rio Guaíba (Foto: Alex Rocha / Prefeitura de Porto Alegre)

As fortes chuvas que atingem o Sul do Brasil nesta semana já provocam consequências em Porto Alegre, onde o nível do lago Guaíba voltou a subir e deve permanecer elevado pelo menos até a próxima segunda-feira (24), segundo informação da MetSul Meteorologia divulgada pelo jornal O Globo.

Na tarde desta quinta-feira (19), a medição no Cais Central da Avenida Mauá — ponto de referência para monitoramento de enchentes na capital gaúcha há 150 anos — registrou o Guaíba em dois metros. O volume crescente é resultado da chegada de grandes quantidades de água vindas dos rios Jacuí e Taquari. A situação pode se agravar ainda mais neste sábado (21), com a possibilidade de ventos fortes sobre a Lagoa dos Patos, o que tende a represar as águas e elevar o nível do lago com maior rapidez.

◉ Temporais marcam o início do inverno no Sul - Enquanto isso, os estados vizinhos de Santa Catarina e Paraná também enfrentam alerta para chuvas intensas. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) manteve os avisos de “grande perigo” para a sexta-feira (20), data que marca o início oficial do inverno no Brasil. Segundo o órgão, os temporais devem atingir a faixa central da região Sul.

A meteorologista do Inmet, Andrea Ramos, explica que a mudança no tempo ocorre devido à perda de força de um bloqueio atmosférico que atuava sob forma de crista. “O bloqueio atmosférico que estava atuando em forma de crista, em Santa Catarina e no Paraná, perde a força e o retorno da chuva volta, com características de pancadas de chuvas, trovoadas e rajadas de vento”, afirmou Andrea.

◉ Frio avança no Rio Grande do Sul - No Rio Grande do Sul, a chuva continua nesta sexta, com maior intensidade prevista para o nordeste do estado. Segundo Andrea, uma massa de ar frio começa a avançar pelo sul do estado. “A massa de ar frio começa uma incursão pelo sul do RS, havendo a diminuição da temperatura, mas sem previsão de geada. Essa condição acontece somente no sábado (21)”, destacou.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Brasil inicia identificação de cidadãos em Israel para possível missão de repatriação


Sem confirmação oficial de repatriação, embaixada pede preenchimento de formulário. FAB afirma que pode agir se o presidente Lula autorizar

Incêndio causado por ataques iranianos nesta terça-feira, 17/06/2025, em Tel Aviv, capital de Israel (Foto: Reprodução/X)

Diante da crescente tensão entre Israel e Irã, que têm se bombardeado diariamente nos últimos dias, a embaixada do Brasil em Tel Aviv deu início ao processo de identificação de cidadãos brasileiros interessados em deixar o território israelense, informa o g1 com base em nota publicada pela própria embaixada em suas redes sociais nesta sexta-feira (20).

De acordo com o comunicado, “de modo a permitir a identificação e a localização atualizadas de brasileiros que se encontram em Israel e que tenham intenção de deixar o país, a embaixada solicita que seja preenchido o formulário [publicado na rede social da embaixada]”. Até o momento, no entanto, não há confirmação de que uma operação de repatriação será realizada.

Segundo dados de 2023 do Ministério das Relações Exteriores, aproximadamente 14 mil brasileiros viviam em Israel. Esse número foi parcialmente reduzido após operações de retorno promovidas pelo governo brasileiro desde o início das ofensivas militares israelenses contra o Hamas, na Faixa de Gaza, e o Hezbollah, no Líbano.

Apesar da ausência de um plano formal, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou ao Congresso Nacional que está preparada para executar a repatriação, caso receba ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em documento enviado ao Legislativo, a FAB afirma que “está em condições” de operar uma missão de evacuação. A responsabilidade pela articulação logística, nesse caso, ficaria a cargo dos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores.

O agravamento da crise já provocou o retorno ao Brasil de delegações políticas que se encontravam em solo israelense. Com o fechamento do espaço aéreo do país, a saída foi viabilizada por uma complexa articulação diplomática envolvendo os governos de Israel, Jordânia e Arábia Saudita. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, chegou a telefonar para seu homólogo jordaniano, Ayman Safadi, garantindo a travessia de brasileiros por terra até Amã, capital da Jordânia.

Em casos em que a rota de saída incluía a Arábia Saudita, coube à embaixada brasileira em Riade providenciar os vistos de entrada para permitir o deslocamento dos cidadãos até o aeroporto saudita, de onde embarcaram rumo ao Brasil.

A embaixada de Israel em Brasília, por sua vez, declarou que está oferecendo suporte a essas autoridades brasileiras para garantir uma saída segura. A representação diplomática também mantém diálogo com a embaixada do Brasil em Tel Aviv para a coordenação das ações.

O Ministério das Relações Exteriores reforçou a orientação de que brasileiros evitem viagens para Israel e Irã. Segundo o alerta consular, a recomendação se baseia em uma “escalada das tensões” na região. Para os brasileiros que já se encontram nesses países, a orientação é clara: sair de casa apenas quando houver segurança, seguir rigorosamente as instruções das autoridades diplomáticas brasileiras e manter a documentação em dia.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Governo Lula prepara 'tropa de choque' para CPMI do INSS e briga por relatoria

Apesar da avaliação de que a investigação pode ser pior para o bolsonarismo do que para o governo, nomes de peso devem atuar para blindar o Planalto

         Lula e Paulo Pimenta (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará fraudes bilionárias em benefícios do INSS já se tornou um novo campo de disputa entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a oposição bolsonarista. De acordo com reportagens da Folha de S. Paulo e de Lauro Jardim, do jornal O Globo, os dois campos atuam para influenciar o centrão e tentar garantir maioria na composição do colegiado, que terá poder para convocar testemunhas, requisitar documentos sigilosos e sugerir indiciamentos.

O Planalto procura vender um discurso de tranquilidade diante da iminente CPMI, afirmando que não teme o inquérito. Entretanto, como costuma ocorrer com esse tipo de comissão, o desfecho é incerto. Como diz o velho adágio político: “CPI todo mundo sabe como começa, ninguém sabe como termina”.

Articulação política e aposta em nomes aliados - Para a presidência da comissão, o nome definido é o do senador Omar Aziz (PSD-AM), visto como próximo do Planalto e com histórico de atuação ponderada. Coube a ele, por exemplo, a presidência da CPI da Covid, em 2021. Já a relatoria, cargo de maior poder dentro da comissão, será indicada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

O governo trabalha nos bastidores para emplacar alguém “com perfil conciliador”. A preferência recai sobre a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), uma das autoras do requerimento de criação da CPMI e com boa interlocução junto ao Executivo. A oposição, por sua vez, pressiona para impedir sua escolha e articula nomes alternativos. Hugo Motta declarou que pretende escolher um deputado “neutro” e prometeu anunciar a decisão até a próxima semana. Nos bastidores, é dado como provável que o escolhido venha de uma legenda de centro-direita, com o União Brasil entre os cotados.

Pressões do centrão e desafios do Planalto - A composição da CPMI terá 30 titulares — 15 deputados e 15 senadores — e respectivos suplentes. Apesar de o prazo oficial para indicações ainda não ter sido aberto, o xadrez político já começou. O Planalto busca líderes partidários dispostos a indicar nomes alinhados ao governo, mas esbarra em insatisfações com o ritmo de liberação de emendas e em um ambiente de apatia entre aliados.

O caso do PSD na Câmara é emblemático: a legenda antecipou a escolha do deputado Sidney Leite (AM) como titular da comissão. Ele é autor de projeto que propõe extinguir os descontos questionados e adota postura crítica ao governo. Como suplente, foi escolhido o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), conhecido pela atuação incisiva contra o PT em outras CPIs.

Diante do cenário tenso, o governo escalou nomes experientes para enfrentar a oposição dentro da comissão. Devem compor a linha de frente parlamentares como Paulo Pimenta (PT-RS), Maria do Rosário (PT-RS), Orlando Silva (PCdoB-SP) e Rogério Carvalho (PT-SE). O objetivo é blindar o governo e contestar as tentativas de capitalização política da oposição, especialmente com vistas às eleições municipais de 2026.

Risco de desgaste e aposta na divisão de responsabilidades - Nos bastidores, líderes governistas reconhecem que o escândalo no INSS — envolvendo descontos não autorizados em aposentadorias e pensões — afetou negativamente a imagem de Lula. Ainda assim, há expectativa de que o desgaste possa ser compartilhado com a gestão anterior, já que parte dos convênios suspeitos foi firmada no governo de Jair Bolsonaro. “O assunto é ruim”, admite um interlocutor do governo, mas ele pondera que a oposição também pode sair ferida ao revolver o tema.

Essa linha argumentativa já havia sido usada anteriormente, quando petistas acreditavam que os bolsonaristas recuariam da instalação da CPMI. Isso, porém, não se concretizou. A oposição insiste em mirar exclusivamente o período atual, destacando a ampliação dos descontos ilegais durante o governo Lula, além da suposta ligação de um irmão do presidente com uma das entidades envolvidas e da proximidade histórica dessas associações com movimentos progressistas.

Expectativa para agosto - A CPMI deve ser instalada apenas em agosto, após o recesso parlamentar. O prazo para a conclusão dos trabalhos é de 180 dias, o que significa que o relatório final será divulgado às vésperas do próximo ano eleitoral — um fator que tende a acirrar ainda mais os ânimos em Brasília.

Segundo estimativas da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), as fraudes investigadas podem ter movimentado até R$ 6 bilhões. O escândalo já provocou a queda de Carlos Lupi do comando do Ministério da Previdência.

Por ora, Planalto e oposição mantêm suas estratégias em curso, com foco no centrão — espaço onde será decidido o real alcance da CPMI e o destino político de seus principais alvos.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo e do jornal O Globo

Líderes da Câmara acusam governo de interferir em decisões de Flávio Dino no STF

Ministros negaram categoricamente qualquer tentativa de influência sobre o Judiciário

Flávio Dino (Foto: Antonio Augusto / STF)

Líderes partidários da Câmara dos Deputados relataram a ministros do governo Lula desconfianças sobre possível interferência do Executivo nas decisões do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento sobre a execução obrigatória das emendas parlamentares. A informação foi publicada pela Folha de S.Paulo. Segundo a reportagem, os deputados expressaram esse incômodo durante uma reunião realizada na segunda-feira (16), na residência oficial da presidência da Câmara, em Brasília.

De acordo com três participantes do encontro, os líderes levaram a queixa diretamente aos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), afirmando que a percepção predominante entre os deputados é de que há um "jogo casado" entre integrantes do governo federal e o ministro do STF. “A voz corrente” no plenário, segundo o relato de um dos presentes, é de que Dino tem tomado decisões alinhadas aos interesses do Planalto. Os dois ministros negaram categoricamente qualquer tentativa de influência sobre o Judiciário.

O desconforto na Câmara ganhou força na semana passada, após um despacho do ministro Flávio Dino no âmbito da ação que trata da execução das emendas. A medida gerou nova onda de críticas entre os parlamentares. O próprio presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), chegou a telefonar para a ministra Gleisi Hoffmann para manifestar sua insatisfação com a decisão.

Desde 2023, as decisões de Dino sobre o tema vêm sendo vistas como um fator de tensão entre o Legislativo e o Judiciário, acirrando o desgaste institucional. A queixa dos líderes ocorre também às vésperas da audiência pública convocada por Dino para o próximo dia 27 de junho, que discutirá a constitucionalidade da execução obrigatória das emendas.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Eduardo Bolsonaro diz que foi aos EUA para evitar “bote” da PGR e fala em plano de humilhação

Deputado licenciado filho de Jair bolsonaro Deputado afirmou nas redes que permaneceu nos EUA para escapar de ações da PGR

      Eduardo Bolsonaro (Foto: Reprodução)

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou nesta quarta-feira (18/6) que sua permanência nos Estados Unidos teve como objetivo evitar um suposto “bote” da Procuradoria-Geral da República (PGR). A declaração foi feita em resposta a comentários de jornalistas, que apontaram nas redes sociais que o parlamentar não poderia se considerar exilado político, já que não era investigado quando deixou o Brasil. A informação é do portal Metrópoles.

“O PGR não se manifestou porque estava esperando eu voltar para o Brasil para dar o bote, para me humilhar e tirar qualquer possibilidade que eu pudesse de fazer o meu trabalho lícito internacional, como o próprio PGR depois falou”, afirmou Eduardo, ao comentar a possibilidade de ter o passaporte retido pela Justiça brasileira.

Eduardo Bolsonaro está fora do Brasil desde 27 de fevereiro, quando embarcou rumo aos Estados Unidos sob o pretexto inicial de férias. No fim daquele mês, o Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação solicitando a apreensão do passaporte do deputado. O partido argumentou que ele estaria praticando crime contra a soberania nacional ao atacar instituições brasileiras em território estrangeiro.

No dia 18 de março, o próprio parlamentar anunciou a decisão de permanecer nos Estados Unidos, justificando-se por meio de nota: “Irei me licenciar, sem remuneração, para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”.

No fim de maio, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou a abertura de um inquérito para apurar se Eduardo Bolsonaro cometeu crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A investigação teve origem em uma representação apresentada pelo líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), no dia 22 de maio.

Ao defender a investigação, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou declarações públicas de Eduardo Bolsonaro nas quais ele afirmava estar atuando junto ao governo dos Estados Unidos para que fossem impostas sanções contra ministros do STF, além de integrantes da PGR e da Polícia Federal.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaro usa ditadura de 1964 como argumento para negar ao STF o golpe de 2022

Em interrogatório a Alexandre de Moraes, ex-presidente afirma que não havia clima para golpe e resgata retórica de apoio à ruptura militar de 1964

    (Foto: Reprodução | ABR)

Durante depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no inquérito que investiga a tentativa de golpe após as eleições de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou a ditadura militar de 1964 como argumento para negar ter liderado qualquer articulação golpista. A informação foi revelada em reportagem publicada pela Folha de S.Paulo. Bolsonaro afirmou que, diferentemente do que ocorreu naquele período, não havia apoio suficiente da sociedade para sustentar uma ruptura institucional em 2022.

"A questão de 64 que a esquerda chama de golpe até hoje", declarou Bolsonaro, destacando que, à época, "setores da sociedade" apoiaram o movimento militar. Com isso, buscou traçar um paralelo entre os contextos históricos para argumentar que não existiriam as condições políticas e sociais necessárias para uma ação semelhante em seu governo. O ex-presidente também voltou a relativizar os crimes da ditadura, retomando posicionamentos que já havia defendido ao longo de seus 27 anos como deputado federal.

Entre as propostas legislativas apresentadas por Bolsonaro está o projeto de lei 8.246/2014, que previa a criação de uma comissão alternativa à Comissão Nacional da Verdade (CNV) — concluída no governo Dilma Rousseff — para investigar os "excessos da esquerda armada" e recontar a história da ditadura a partir da perspectiva dos militares. Segundo a historiadora Caroline Silveira Bauer, da UFRGS, essa iniciativa se insere em uma estratégia negacionista: “Bolsonaro não aceitou que a esquerda já foi julgada e condenada. Por isso, ele pede uma outra comissão.”

Ainda em 2004, Bolsonaro apresentou requerimento pedindo uma sessão solene na Câmara em homenagem aos militares mortos na Guerrilha do Araguaia. Durante o evento, realizado em 2005, ele exaltou os torturadores do regime e atacou o então presidente do PT, José Genoino, e o governo Lula, conforme registrou à época a própria Folha de S.Paulo. A CNV, por sua vez, apontou que 434 pessoas foram mortas ou desapareceram durante a ditadura, além de milhares de casos de tortura.

No processo que apura a tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro é investigado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, dano ao patrimônio público e tentativa de subversão da ordem constitucional. Se condenado, o ex-presidente pode pegar mais de 40 anos de prisão e ampliar a sua inelegibilidade, atualmente válida até 2030.

Para Bauer, o discurso de Bolsonaro revela ressentimento com o lugar que os militares passaram a ocupar na narrativa histórica recente. “O negacionismo se relaciona com essa ideia de não aceitação da realidade. Ele tenta reverter esse julgamento histórico”, avalia a professora.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo