Brasil registra o menor desemprego em 13 anos, com avanço do emprego formal e massa salarial em patamar inédito, segundo dados do IBGE
Lula em seu terceiro mandato (Foto: Clᵤio Kbene/ PR) O mercado de trabalho brasileiro alcançou marcos históricos no trimestre encerrado em maio de 2025. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação caiu para 6,2 %, o menor índice para o período em 13 anos. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu 39,8 milhões, um recorde na série histórica da pesquisa.
O desempenho do emprego foi acompanhado por uma forte elevação da massa de rendimentos, que chegou a R$ 354,6 bilhões, também a maior já registrada. Esse volume cresceu 1,8 % em relação ao trimestre anterior e 5,8 % na comparação anual. O rendimento médio mensal real habitual ficou em R$ 3.457, com alta de 3,1 % em relação ao mesmo período de 2024.
Segundo William Kratochwill, analista da pesquisa do IBGE, a combinação de mais pessoas ocupadas e estabilidade no rendimento médio explica o salto na massa salarial:
“Como o rendimento médio real permaneceu estável, consequentemente ocorreu aumento da massa de rendimentos, ou seja, a maior massa de rendimentos resultou quase exclusivamente da expansão do volume de ocupados, e não de aumento do rendimento médio.”
◆ Informalidade e desalento também recuam
Outro dado relevante é a redução da informalidade, que caiu para 37,8 % — o equivalente a 39,3 milhões de pessoas. Esse recuo foi influenciado pela estabilidade no número de trabalhadores sem carteira (13,7 milhões) e pelo aumento de profissionais por conta própria com CNPJ.
Já o número de desalentados — pessoas que desistiram de procurar emprego — caiu para 2,89 milhões, o menor patamar desde 2016.
“Essa queda pode ser explicada pela melhoria consistente das condições do mercado de trabalho. O aumento da ocupação gera mais oportunidades, percebidas pelas pessoas que estavam desmotivadas”, observou Kratochwill.
A taxa de subutilização da força de trabalho também caiu, passando de 15,7 % para 14,9 % no trimestre. Em números absolutos, cerca de 6,8 milhões de pessoas estavam desocupadas, uma redução de 8,6 % frente ao trimestre anterior.
◆ Setores que puxaram o avanço
A maior parte dos setores se manteve estável, com destaque para Administração pública, educação e saúde, que ampliaram contratações devido ao início do ano letivo. Na comparação anual, outros setores se destacaram:
● Indústria geral: +3,9 % (501 mil pessoas)
● Comércio e reparação de veículos: +3,4 % (655 mil)
● Transporte, armazenagem e correio: +7,0 % (395 mil)
● Atividades financeiras e profissionais: +3,7 % (475 mil)
● Administração pública, educação e saúde: +3,4 % (625 mil)
A única retração foi registrada no setor de agricultura e pesca, que perdeu 307 mil postos (-3,9 %).
◆ Emprego formal sustenta o avanço
O nível de ocupação — que representa o percentual de pessoas empregadas em relação à população em idade de trabalhar — alcançou 58,5 %, com alta de 0,6 ponto percentual no trimestre. No total, o número de pessoas ocupadas chegou a 103,9 milhões, um crescimento de 1,2 % em relação ao trimestre anterior e de 2,5 % na comparação anual.
◆ Metodologia e próxima divulgação
A Pnad Contínua é a principal fonte de dados sobre o mercado de trabalho brasileiro. A pesquisa abrange 211 mil domicílios em 3.500 municípios, com cerca de dois mil entrevistadores em campo. A próxima divulgação, referente ao trimestre encerrado em junho, está prevista para 31 de julho.
Fonte: Brasil 247