quarta-feira, 3 de setembro de 2025

União oficializa execução de dívida de R$1,3 bilhão e prefeito alerta para risco de colapso financeiro em Apucarana



A Advocacia-Geral da União (AGD) notificou oficialmente a Prefeitura de Apucarana nesta quarta-feira (03/09) de que dará início à execução da dívida de R$1,3 bilhão. O montante, considerado o maior do país, estava em processo de cobrança judicial pelo Ministério da Fazenda, através do Tesouro Nacional, que determinou o bloqueio dos repasses a que a prefeitura tem direito junto ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) já a partir deste dia 10 de setembro.

A informação foi revelada pelo prefeito Rodolfo Mota durante reunião com secretários e superintendentes municipais. No encontro, que foi aberto aos veículos de comunicação, Mota salientou que o bloqueio comprometeria de imediato a manutenção de serviços básicos da cidade. “Se o Tesouro segurar esses repasses, a prefeitura para. Não teremos como pagar combustível, pneus, água, luz, telefone, décimo terceiro salário e, em algum momento, nem a folha de pagamento dos servidores. Isso precisa ficar bem claro para a população e para o servidor público municipal”, afirmou Mota.

Ele criticou a falta de enfrentamento do problema por gestões anteriores. Segundo reforçou, a dívida, que se arrasta há 23 anos sem solução, chega hoje a R$ 1,3 bilhão, a maior do país, tendo em grande parte dívidas contraídas na década de 90 com os bancos Santos e Itamaraty. “Essa dívida é como um câncer ignorado há 23 anos. Não dá para fingir que não existe. Foi negligenciada por sucessivos gestores e agora explode, comprovando que problema não se varre para debaixo do tapete, problema, sobretudo aquele que interfere na vida de uma população inteira, se enfrenta. É uma situação dramática, que não precisava chegar a esse ponto. Mas é para isso que fui eleito e estou aqui para buscar uma solução viável”, desabafou o prefeito, lembrando que por diversas vezes alertou para o crescimento da dívida enquanto era vereador. “Não se deve para o Governo, mais cedo ou mais tarde a conta sempre chega”, disse.

Ele pontuou que a prefeitura não está se negando a pagar. “Ao contrário do que foi feito até o ano passado, onde fingiram que a dívida não existia, estamos aqui para resolver. Mas precisamos chegar a uma forma que não comprometa a viabilidade financeira do Município. Não temos condições de ficar sem o FPM. Ano passado os repasses do FPM chegaram a R$110 milhões. Não tem como tocar a prefeitura sem esse dinheiro. Pagar uma parcela de um milhão a três milhões, de alguma maneira a gente se vira. Mas ficar sem todo o FPM não é possível”, argumentou Rodolfo Mota.

Segundo o prefeito, a Procuradoria-Geral do Município já está tomando providências administrativas para evitar o “seqüestro” dos recursos do FPM e que novas medidas jurídicas também serão realizadas, como por exemplo, um pedido de antecipação de tutela recursal. “Estamos pedindo dentro do processo judicial para que o Tesouro Nacional não inicie o bloqueio dessa maneira. Pois vai comprometer a saúde pública, a merenda escolar, os serviços públicos, o funcionalismo municipal. Estamos atuando com firmeza para proteger Apucarana”, disse.

Ele também falou da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/2023, aprovada nesta semana pelo Senado Federal e que vai ser promulgada na próxima semana e que, entre outros pontos, abre caminho para renegociações de dívidas dos municípios com a União. “Tive a honra de participar deste trabalho em Brasília, como vice-presidente de Assuntos Jurídicos da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), e colaborar com essa parte do texto, que é mais um alento para que Apucarana possa negociar de forma viável o pagamento desta dívida de R$1,3 bilhão”, assinalou o prefeito Rodolfo Mota.

O bloqueio de recursos pode chegar até a 13% da receita líquida real do Município (RLR). “Para se ter uma noção do que isso representa, herdei um orçamento para este ano de 3,5% a 4% desta receita para investimentos. Então, dependendo de quanto tempo esse bloqueio permaneça, não tem o que fazer. Não vai ter dinheiro para nada”, disse o prefeito.

Prefeito anuncia medidas de austeridade para garantir serviços essenciais



Diante da execução da dívida de R$ 1,3 bilhão que ameaça inviabilizar a Prefeitura de Apucarana, o prefeito Rodolfo Mota anunciou um pacote de medidas administrativas para reforçar o controle das despesas e garantir a continuidade dos serviços essenciais.

Na prática, o prefeito assinou decreto determinando que todos os pagamentos acima de R$ 150 mil passem obrigatoriamente por sua autorização direta. “Em janeiro, o limite era R$ 270 mil, agora reduzi para R$ 150 mil. Quero estar mais próximo das decisões financeiras, acompanhando cada grande desembolso da prefeitura”, explicou.

Outra determinação foi a renovação do decreto que obriga todas as secretarias a revisarem e renegociarem contratos vigentes até 31 de dezembro. “Não importa se a diferença é de centavos em uma caneta ou de 2% em um contrato de milhões. Cada economia faz diferença no caixa do município”, reforçou Mota.

O prefeito também assinou o Decreto nº 337/2025, que estabelece corte mínimo de 20% nas despesas de custeio em todas as secretarias. Isso inclui consumo de energia, água, telefone, combustível e uso de veículos oficiais. “Carro oficial não é Uber. Se três servidores precisam ir à prefeitura, virão juntos no mesmo veículo. Vamos apagar luz de salas e desligar computadores quando não estiverem em uso. Não se trata apenas de economizar, mas de sobrevivência administrativa”, enfatizou.

O decreto ainda suspende novas contratações de imóveis, veículos, máquinas e obras que impliquem aumento de despesas sem análise prévia da Secretaria da Fazenda e autorização expressa do prefeito. Também ficam suspensas cessões de servidores, salvo em casos de convênios com ressarcimento.

Mota destacou que a aplicação das medidas será acompanhada pela Secretaria de Gestão Pública e pelo Controle Interno. “É mudança de cultura. O controle não será apenas burocrático, será prático, no dia a dia. Estamos enfrentando o maior desafio financeiro da história da cidade e não há espaço para descuido”, disse.

Apesar das restrições, o prefeito assegurou que os contratos e licitações já realizados serão cumpridos, incluindo obras importantes e a programação do Natal de Apucarana. “As entregas comprometidas com recursos reservados serão realizadas. Mas a mensagem é clara: estamos apertando o cinto, porque a situação exige disciplina máxima”, concluiu.

Fonte: Portal de Notícias da Prefeitura 

Gilmar diz que Bolsonaro deu aval para assassinar Lula e Moraes

Gilmar Mendes, ministro do STF. Foto: reprodução

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira (3) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), “ao que tudo indica”, deu aval ao plano de assassinato de autoridades denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na trama golpista. O discurso foi proferido em Roma, durante evento sobre a Justiça e a democracia no Brasil e na Itália, enquanto a Primeira Turma do STF avançava para o segundo dia de julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado.

Em seu pronunciamento, Gilmar destacou os ataques feitos por Bolsonaro e seus apoiadores ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tinha como alvos o então presidente da corte, Alexandre de Moraes, além da chapa vencedora nas eleições de 2022, o presidente Lula (PT) e o vice Geraldo Alckmin (PSB). O decano também elogiou a atuação do Judiciário brasileiro diante da ofensiva bolsonarista.

“Foi descoberto pela Polícia Federal um detalhado e engenhoso plano golpista intitulado Punhal Verde e Amarelo, urdido por figuras proeminentes do governo e por militares do alto escalão — ao que tudo indica com o beneplácito do presidente da República —, que previa uma série de ações coordenadas para a tomada do poder, incluindo a detenção e assassinato de autoridades”, disse o ministro.

A PGR aponta que o plano de assassinato foi elaborado pelo general da reserva Mário Fernandes, ex-secretário da Presidência da República. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirma que Bolsonaro deu aval à proposta durante reunião em dezembro, no Palácio da Alvorada.

Segundo a PGR, a conclusão vai além do que apontou a Polícia Federal em seu relatório final, que indicava apenas que o ex-presidente tinha conhecimento do Punhal Verde e Amarelo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução


A defesa de Bolsonaro nega qualquer ligação com o plano. “Não há uma única prova que vincule o presidente ao Punhal Verde e Amarelo, Operação Luneta e 8 de Janeiro. Nem o delator, que eu sustento que mentiu contra o presidente da República, nem ele chegou a dizer de participação de Punhal, Luneta, Copa e 8 de Janeiro”, declarou o advogado Celso Vilardi nesta quarta-feira.

Durante o evento em Roma, Gilmar Mendes afirmou que a responsabilização dos envolvidos é essencial para que episódios semelhantes jamais se repitam. Ele ressaltou que o processo seguiu todos os trâmites legais e atesta “incontestavelmente a legitimidade da firme reação do Estado brasileiro”.

“Esta poderia ter sido a história de uma debacle; da ruína da democracia brasileira e do mergulho no obscurantismo. Mas, graças à atuação firme das nossas instituições, em especial do Poder Judiciário, ela resistiu e está de pé, mais viva e forte do que nunca”, acrescentou.

O decano do STF propôs ainda que Brasil e Itália fortaleçam a defesa do Estado democrático de Direito contra os “inimigos da democracia”, que teriam formado complexas redes internacionais para desestabilizar sistemas constitucionais internos e globais.

Gilmar também criticou agressões externas à soberania brasileira, em referência às tarifas impostas pelos Estados Unidos e às sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, a quem reconheceu coragem e afirmou que merece “todo o nosso respeito e apoio”.

“Essa mesma Corte não haverá de submeter-se agora, e está preparada para enfrentar, uma vez mais e sempre, com altivez e resiliência, todas as ameaças contra si e sua independência, venham de onde vierem”, concluiu o ministro, encerrando seu discurso em Roma.

Fonte: DCM

"Parecem urubu na carniça", diz Bolsonaro a jornalistas que o filmavam em casa durante julgamento do STF



Ex-presidente, em prisão domiciliar, foi filmado por fotojornalistas no portão de sua casa; comentário repercute em meio ao processo sobre a trama golpista

Jair Bolsonaro foi visto em sua casa durante julgamento da tentativa golpe, no Supremo Tribunal Federal (Foto: Reprodução/Print de vídeo da REUTERS)

Enquanto a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) analisava, nesta quarta-feira (3), o segundo dia do julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi visto por repórteres e fotojornalistas em frente à sua casa. Ao notar a presença dos profissionais de imprensa filmando e registrando sua rotina durante a sessão, disparou: “Estão parecendo urubu na carniça.”

A fala foi registrada em vídeo e divulgada pela agência Reuters, ganhando repercussão nas redes sociais. Bolsonaro cumpre prisão domiciliar e decidiu não acompanhar o julgamento presencialmente ontem e nem mesmo hoje, dia em que sua defesa fez a sustentação oral para tentar absolvê-lo - ou reduzir a pena - dos crimes dos quais é acusado de ter cometido. De acordo com Celso Vilardi, advogado do ex-presidente, ele "não está bem" e sofre com vômitos e crises de soluço decorrentes de esofagite e gastrite.

Julgamento suspenso

O julgamento foi suspenso no início da tarde e será retomado apenas na próxima terça-feira (9). Os ministros já ouviram as sustentações de defesa dos oito réus do chamado “núcleo 1” da trama golpista.

Bolsonaro e aliados respondem por crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada, com penas que podem ultrapassar 30 anos de prisão.

No próximo dia 9, o relator Alexandre de Moraes abrirá a fase de votos, seguida por Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A condenação ou absolvição será definida por maioria simples, bastando três votos entre os cinco ministros.

Fonte: Brasil 247

Confiança e Bahia disputam título inédito na final da Copa do Nordeste 2025; confira onde assistir

Partida de ida ocorre nesta quarta-feira na Arena Batistão, em Aracaju, com transmissão do SBT, ESPN, Premiere e Disney+

Bahia x Paysandu (21/05/2025) - 3ª fase da Copa do Brasil (Foto: Letícia Martins/EC Bahia)

A final da Copa do Nordeste 2025 começa nesta quarta-feira, 3 de setembro, com o confronto entre Confiança e Bahia, em partida de ida que será realizada na Arena Batistão, em Aracaju. A expectativa é grande para o duelo, marcado para às 21h30 (horário de Brasília).

O Confiança chega a esta final com uma histórica campanha. Apesar de não ter conseguido o acesso à Série C, o clube sergipano fez uma trajetória surpreendente até a decisão do torneio regional, algo inédito em sua história. Por outro lado, o Bahia, atual campeão da Copa do Nordeste, enfrenta a partida com o moral elevado após superar grandes clubes da região, como Ceará e Fortaleza. O time baiano, mesmo com a derrota no último fim de semana para o Mirassol (5 a 1 no Campeonato Brasileiro), busca o pentacampeonato da competição, o que lhe garantiria a liderança isolada na lista de campeões, ultrapassando o Vitória, que tem quatro títulos. O Bahia venceu o torneio nas edições de 2001, 2002, 2017 e 2021.

A partida será transmitida ao vivo pelo SBT (para o Nordeste), ESPN, Premiere e Disney+, oferecendo uma variedade de opções para os fãs acompanharem o jogo decisivo.

Prováveis escalações

O Confiança deve entrar em campo com Allan no gol; Weriton, Eduardo Moura, Valdo e Airton na defesa; Renilson, Luiz Otávio e Vitinho no meio-campo; Ronald Camarão, Breyner Camilo e Neto no ataque. O técnico Luizinho Vieira é o responsável pela equipe sergipana.

Já o Bahia deve iniciar a partida com Ronaldo no gol; Gilberto, Gabriel Xavier, Ramos Mingo (ou Rezende) e Luciano Juba (ou Iago Borduchi) na linha defensiva; Acevedo, Rodrigo Nestor e Everton Ribeiro (ou Michel Araujo) no meio-campo; e Cauly, Tiago e Willian José (ou Lucho Rodríguez) no ataque. O técnico Rogério Ceni comandará o Esquadrão de Aço.

Onde assistir ao jogo

A partida entre Confiança e Bahia, que acontece na Arena Batistão, será transmitida em várias plataformas. Para os fãs do futebol nordestino, a opção de acompanhar pela TV é variada: o SBT transmite para o Nordeste, enquanto ESPN, Premiere e Disney+ também exibirão o jogo ao vivo, garantindo a cobertura completa.

Arbitragem

O árbitro central será Rodrigo José Pereira de Lima (PE), com Francisco Chaves Bezerra Junior (PE) e Karla Renata Cavalcanti de Santana (PE) como assistentes. Deborah Cecilia Cruz Correia (PE) atuará como quarto árbitro, enquanto Gilberto Rodrigues Castro Junior (PE) estará no VAR.

Dados do Google Trends revelam interesse regional concentrado
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Pesquisas no Google pelo final da Copa do Nordeste de 2025, entre Bahia e Confiança, no Brasil(Photo: Google Trends)Google Trends

Pesquisas no Google referentes ao jogo entre Confiança e Bahia pela final da Copa do Nordeste 2025 mostraram que Sergipe liderou o volume de buscas, com índice de 100%, seguido pela Bahia (24%) e Alagoas (14%). Estados como Mato Grosso do Sul (10%), Pará (6%), Rio de Janeiro (4%) e Pernambuco (3%) também demonstraram interesse significativo, ainda que menor.

Os horários de maior procura coincidiram com momentos próximos ao início da partida, indicando engajamento do público nordestino e de torcedores de outras regiões do país. A abrangência das pesquisas reforça o caráter regional da competição, mas também evidencia a penetração do evento em outras praças, contrariando narrativas midiáticas que frequentemente subestimam a relevância de torneios interestaduais no futebol brasileiro.

Fonte: Brasil 247

Trump ignora regras da ONU e deixa Padilha sem visto para Assembleia Geral


      Alexandre Padilha, ministro da Saúde. Foto: reprodução

O governo dos Estados Unidos ainda não respondeu ao pedido de visto do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, necessário para que ele acompanhe a delegação brasileira nas reuniões da Assembleia Geral da ONU, no final deste mês em Nova York. Pelas regras da entidade internacional, todos os países anfitriões têm a obrigação de conceder vistos às delegações de outros países.

Padilha já havia sido alvo de sanções por sua participação na contratação de médicos cubanos para atuar no Brasil, mas, por integrar a delegação oficial brasileira, voltou a solicitar o visto. Até o momento, segundo Jamil Chade, do Uol, a embaixada estadunidense não respondeu ao pedido.

A edição deste ano da Assembleia Geral, que começa no dia 23, marca o 80º aniversário das Nações Unidas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será o primeiro a discursar, seguido pelo ex-presidente estadunidense Donald Trump.

Nos corredores que dão acesso ao palco, encontros entre as delegações são praticamente inevitáveis, o que promete testar a dimensão da tensão entre Brasil e Estados Unidos. Fontes do governo brasileiro indicaram ao Uol que novas sanções podem ser anunciadas caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja condenado, e que qualquer anúncio desse tipo ocorreria antes da reunião da ONU.

No Palácio do Planalto, a ordem é se preparar para eventuais obstáculos à delegação brasileira. Mesmo assim, o governo insiste que, pelo acordo firmado entre a ONU e os Estados Unidos em 1947, as autoridades estadunidenses não podem negar vistos a delegações estrangeiras que viajam para reuniões nas Nações Unidas.

Donald Trump, presidente dos EUA. Foto: reprodução

O documento estabelece que os vistos “devem ser dados sem custo e o mais rápido possível”. No entanto, o governo Trump tem violado essa regra. Na semana passada, Washington anunciou que não concederia vistos à delegação palestina.

Fontes diplomáticas brasileiras explicam que os Estados Unidos costumam adotar uma série de obstáculos para enfraquecer delegações de países sob sanções. No caso da Rússia, ministros visitaram a sede da ONU com frequência ao longo dos últimos três anos de guerra na Ucrânia, mas as autorizações eram concedidas poucas horas antes das reuniões, inviabilizando a presença de técnicos e auxiliares.

A chamada “operação tartaruga” também já afetou delegações de Irã, Sudão, Cuba e Venezuela. Durante o governo Trump, entre 2017 e 2021, diversas queixas foram registradas junto à ONU por delegações afetadas pela negativa de vistos. Em 2019, Rússia e Irã interromperam trabalhos em alguns comitês em protesto, depois que mais de 70 diplomatas de ambos os países foram impedidos de entrar no país.

Fonte: DCM

'Plano golpista foi autorizado por Bolsonaro e STF não se submeterá a pressões', diz Gilmar Mendes

Ministro do STF afirmou que a democracia brasileira “sabe militar por sua própria conservação”

     Gilmar Mendes (Foto: Ton Molina/STF)

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira (3) que o plano golpista, que visava derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022, foi, muito provavelmente, "urdido" "com o beneplácito" do ex-presidente Jair Bolsonaro.

As declarações de Mendes, em evento na Itália, surgem em meio ao julgamento do núcleo 1 da trama golpista, que inclui Bolsonaro, na Primeira Turma do STF. Mendes integra a Segunda Turma.

Segundo ele, a democracia brasileira “sabe militar por sua própria conservação” e o plano golpista violento foi “urdido por figuras proeminentes do governo e por militares do alto escalão” e, “ao que tudo indica, com o beneplácito do presidente da República [Bolsonaro]”.

O STF não se curvou à ditadura militar e não aceitará submissão, diante de pressões internas e externas, disse Mendes. “[A Corte] está preparada para enfrentar, uma vez mais e sempre, com altivez e resiliência, todas as ameaças contra si e sua independência–venham de onde vierem". 

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de São Paulo

Como STF planeja reagir caso Congresso aprove anistia


Os presidentes do STF, Luís Roberto Barroso; da Câmara, Hugo Motta; e do Senado, Davi Alcolumbre. Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Com a possibilidade de avanço no Congresso de um projeto que anistia os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já articulam um contra-ataque. A adesão do Centrão ao tema acendeu o alerta na Corte, que estuda medidas para reagir a uma eventual aprovação da proposta.

Segundo a coluna de Igor Gadelha no Metrópoles, entre os planos em discussão está a votação sobre o fim das emendas parlamentares impositivas, mecanismo que obriga o governo a liberar recursos indicados por deputados e senadores.

O assunto já está em análise no STF em ações relatadas pelo ministro Flávio Dino. Essas ações questionam a transparência na execução das emendas e o magistrado chegou a suspender temporariamente o pagamento delas justamente para exigir clareza na forma como são distribuídas em agosto de 2024.

Agora, a discussão pode ganhar força como instrumento de pressão política caso o Congresso avance com a anistia. Paralelamente, ministros têm enviado recados a lideranças parlamentares de que uma eventual anistia seria considerada inconstitucional.

O ex-presidente Jair Bolsonaro durante ato pró-anistia no Rio. Foto: Alexandre Cassiano/Agência O Globo

A interpretação é de que a Constituição não permite perdão para crimes contra o Estado Democrático de Direito. Nesse entendimento, o STF reforça que os envolvidos nos atos de 8 de janeiro respondem por crimes que não podem ser apagados por decisão política.

Para os magistrados, a anistia representaria um esvaziamento das responsabilidades legais em um dos episódios mais graves da história recente.

A federação União Progressista, formada por União e PP, decidiu desembarcar do governo Lula nesta terça (2) e apoiar um projeto de anistia a Jair Bolsonaro. A proposta ainda prevê perdão para todos os envolvidos no 8 de janeiro, mas mantém a inelegibilidade do ex-presidente.

Fonte: DCM com informações do Metrópoles

Trump vira piada após destruir canoa na Venezuela e dizer que “venceu o narcotráfico”

Trump anunciou que EUA destruíram “embarcação” de drogas. Foto: reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou na terça-feira (2) um vídeo que mostra um ataque das forças estadunidenses contra uma “embarcação” que supostamente transportava drogas da Venezuela. Segundo ele, a operação deixou pelo menos 11 “terroristas” mortos, sem registrar feridos entre as tropas estadunidenses. No entanto, o republicano virou piada quando os seguidores notaram que o barco era na verdade uma pequena canoa.

As imagens foram publicadas na rede social Truth Social, acompanhadas de uma postagem em que o presidente afirmou ter ordenado a ofensiva contra narcoterroristas da gangue venezuelana Tren de Aragua. De acordo com Trump, o barco operava na área de responsabilidade do Comando Sul dos Estados Unidos.

Apesar da intenção declarada do norte-americano, as redes sociais reagiram com críticas e ironia. “A Casa Branca explodiu uma canoa com pescadores na Venezuela e anunciou que afundou um navio”, comentou um usuário.

Outro escreveu: “Trump dizer que está combatendo o tráfico internacional de drogas após abater uma canoa de atravessadores é como Bolsonaro dizer que estava aumentando o comércio internacional do Brasil ao exportar um caminhão de abacates pra Argentina”.

Um terceiro acrescentou: “Havia mais drogas nas ‘festas privadas’ de Trump e Epstein do que podiam carregar naquela canoa pequena”. Veja alguns comentários:


Trump também acusou o ditador venezuelano Nicolás Maduro de liderar a organização, descrita como terrorista pelo governo estadunidense. “Deixe isto servir de aviso para qualquer pessoa que esteja pensando em trazer drogas para os Estados Unidos da América. CUIDADO!”, escreveu o presidente. Mais cedo, Trump já havia declarado que as forças militares estadunidenses “abateram” um barco de transporte de drogas ligado à Venezuela.

“Temos muitas drogas entrando em nosso país, há muito tempo. E acabamos de ver que elas saíram da Venezuela”, disse, sem fornecer detalhes adicionais sobre a operação.

O secretário de Estado, Marco Rubio, confirmou a ação em postagem na rede social X, afirmando que os Estados Unidos “realizaram um ataque letal” contra um suposto “navio de drogas” no sul do Caribe.

A medida representa uma escalada significativa do governo Trump no combate aos cartéis de drogas, incluindo organizações classificadas como terroristas estrangeiras. Especialistas destacam que a operação pode gerar tensão na região, onde os EUA mantêm presença militar significativa, aumentando o risco de conflito com o governo de Maduro.

Fonte: DCM

Flávio Bolsonaro rejeita proposta de anistia "meia bomba" para envolvidos nos atos golpistas de 8/1

Senador afirmou que continuará pressionando por uma anistia sem restrições, contrariando a proposta de redução de penas de Davi Alcolumbre

Flávio Bolsonaro e Davi Alcolumbre (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se posicionou contra a proposta do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), de uma "anistia meia bomba" para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Flávio, que é contrário a uma redução parcial das penas, defende uma anistia "ampla, geral e irrestrita". “Não existe anistia meia bomba. Não tem outra alternativa a não ser uma anistia ampla, geral e irrestrita”, afirmou o parlamentar.

O senador também expressou sua intenção de seguir pressionando pela aprovação de um texto de anistia elaborado pela oposição, que, segundo ele, será apresentado nos próximos dias. Ele criticou a proposta de Alcolumbre e afirmou que uma simples redução de penas não é suficiente. “É o texto que vamos botar para votar, e a maioria decide qual a redação final. Não existe reduzir pena de nada, porque eles estão respondendo por crimes que não cometeram”, disse.

O senador também revelou que tentou, sem sucesso, uma conversa com Alcolumbre para discutir a questão. “Tentei conversar com ele hoje pela manhã, mas não fui atendido. Vou continuar procurando o presidente do Senado para debater o tema”, declarou. A proposta de Alcolumbre visa a criação de um projeto alternativo que concede uma redução das penas dos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, mas não prevê perdão total.

Por outro lado, opositores no Senado têm criticado a falta de consulta prévia e prometem cobrar um esclarecimento sobre a posição de Alcolumbre, que ainda não os incluiu nas discussões sobre o assunto. Eles defendem que o debate sobre a anistia seja amplo e inclua todos os partidos da Casa.

Fonte: Brasil 247

Lindbergh: anistia é "ilegal", "inconstitucional" e configura "interferência indevida" do Legislativo no Judiciário

Líder do PT critica articulação do Centrão e bolsonaristas no Congresso para votar proposta de anistia e denuncia "golpe parlamentar"

     Lindbergh Farias (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)

Em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (3), em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), o líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), se posicionou contra o projeto de anistia articulado no Congresso, que beneficiaria não apenas os presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023, mas principalmente Jair Bolsonaro (PL). O político considerou a proposta uma "interferência indevida" do Legislativo no Judiciário e destacou que ela é "ilegal" e "inconstitucional". A declaração foi feita no segundo dia de julgamento de Bolsonaro e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado.

O projeto de anistia tem gerado grande polêmica, especialmente após o fortalecimento da articulação de integrantes do Centrão, aliados de Bolsonaro, e grupos bolsonaristas no Congresso. Eles buscam a aprovação de uma medida que beneficie os envolvidos nos ataques ao STF, ao Congresso Nacional e ao Palácio do Planalto, além de livrar Bolsonaro das acusações relacionadas aos eventos. Lindbergh Farias criticou veementemente a movimentação e classificou como um "golpe parlamentar" o fato de o tema ser considerado no momento em que o país assiste ao julgamento de um ex-presidente da República.

"Para nós, é uma loucura completa o parlamento cogitar votar uma anistia do Bolsonaro no meio do julgamento. Nós estamos no segundo dia do julgamento. Isso é interferência indevida", afirmou Farias. Ele destacou que a proposta não deve ser pautada, citando que líderes de grandes partidos como PP, Republicanos e União Brasil haviam solicitado a inclusão do tema nas discussões parlamentares. Farias também mencionou a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que, segundo ele, estaria adotando uma postura inadequada ao não respeitar o Supremo durante um julgamento histórico.

O deputado também reforçou que a articulação em torno da anistia configura um ato "ilegal" e "inconstitucional". Ele fez referência a decisões anteriores do STF, que já se posicionou de forma firme em relação à impossibilidade de concessão de anistia a crimes contra o Estado Democrático de Direito, citando especificamente o caso do deputado Daniel Silveira. Lindbergh Farias afirmou que esse posicionamento reflete uma "cláusula pétrea" da Constituição brasileira, que impede qualquer tentativa de anistia em casos dessa natureza.

O deputado encerrou sua fala expressando a incredulidade diante da possibilidade de que a proposta de anistia seja levada adiante, afirmando que, após a reunião de líderes, a ideia de votar a medida logo após o julgamento deixou a todos "abismados".

Fonte: Brasil 247

STF encerra sustentações orais e retoma julgamento de Bolsonaro na semana que vem, com voto de Moraes

Primeiros dias de julgamento abordaram leitura do relatório e sustentações orais de acusação e defesas

     Primeira Turma do STF - 03/09/2025 (Foto: Gustavo Moreno/STF)

O julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus envolvidos nos episódios de 8 de janeiro de 2023, quando ocorreu uma tentativa de golpe de Estado, segue em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta quarta-feira (3), o tribunal finalizou as sustentações orais das defesas, encerrando as discussões para a retomada do julgamento, marcada para a próxima terça-feira (9), com o voto do ministro relator Alexandre de Moraes. O julgamento contará com sessões nos dias 9, 10 e 12 de setembro, e as expectativas são altas quanto ao desfecho de um dos processos mais emblemáticos da história recente do Brasil.

☉ O que ocorreu até agora

O julgamento teve início na terça-feira (2) com a leitura do relatório do processo por parte do ministro Alexandre de Moraes. Em seu discurso, Moraes fez questão de destacar a relevância do caso para a preservação da democracia brasileira, afirmando que "a história nos ensina que a impunidade, a omissão e a covardia não são opções para a pacificação". O ministro também fez uma afirmação contundente sobre a soberania nacional, em um claro recado ao governo de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos: "a soberania nacional não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida".

A Procuradoria-Geral da República (PGR), representada pelo procurador-geral Paulo Gonet, deu sequência aos debates, realizando sua sustentação oral. Ele não poupou palavras ao classificar os atos denunciados como parte de um "panorama espantoso e tenebroso", ressaltando que os réus, sob a liderança de Bolsonaro, colaboraram de maneira coordenada para atacar as instituições democráticas. Gonet argumentou que os atos de 8 de janeiro não podem ser minimizados e que todos os envolvidos contribuíram, de alguma forma, para que os eventos golpistas se concretizassem. Ele destacou que, embora alguns réus não tenham participado de todas as etapas, suas ações foram fundamentais para o resultado final da trama.

☉ As sustentações orais da defesa

Após a sustentação da acusação, o tribunal ouviu as defesas dos réus. O advogado de Jair Alves Ferreira, que defende o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e considerado peça-chave nas investigações, destacou a importância da colaboração premiada de seu cliente com a Polícia Federal. Ele rebateu as críticas de outras defesas e foi enfático ao afirmar que não houve pressão externa ou interna para que Cid aceitasse o acordo de colaboração.

Na sequência, a defesa de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), argumentou contra as acusações de monitoramento ilegal de ministros do STF e outros adversários políticos de Bolsonaro. O advogado Paulo Renato Cintra refutou as alegações da PGR, esclarecendo que os fatos mencionados ocorreram antes da posse de Ramagem na Abin e que ele não teve envolvimento nos episódios de desinformação relacionados ao sistema eleitoral.

Já a defesa do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, negou que seu cliente tenha se envolvido na tentativa de golpe, especificamente nas articulações para reverter o resultado das eleições de 2022. O advogado Demóstenes Torres fez questão de ressaltar que Garnier jamais ofereceu apoio para decretar o estado de sítio ou realizar uma operação militar para garantir a vitória ou permanência de Bolsonaro no poder.

A defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, se centrou na chamada "minuta do golpe" encontrada pela Polícia Federal, tentando desqualificá-la como um documento irrelevante, que estaria amplamente disponível na internet e não teria valor jurídico. Torres, que estava de férias no dia dos ataques, também foi acusado de se ausentar do Distrito Federal em meio aos tumultos, mas sua defesa argumentou que a viagem já estava agendada e não teve qualquer relação com os eventos de 8 de janeiro.

Nesta quarta-feira (3), o advogado de Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), defendeu a inocência do general, alegando que o material coletado pela PF estava desorganizado e que, por conta disso, o processo contra Heleno não poderia ser validado. A defesa sustentou ainda que Heleno se afastou de Bolsonaro após o fortalecimento do Centrão no governo, o que, segundo eles, afastou o general das articulações golpistas.

A defesa de Bolsonaro, por sua vez, refutou as acusações de envolvimento na tentativa de golpe. O advogado Celso Vilardi afirmou categoricamente que não existem provas concretas ligando o ex-presidente aos eventos de 8 de janeiro ou aos documentos revelados na investigação, como os denominados "Punhal Verde e Amarelo" ou a "Operação Luneta". Vilardi criticou fortemente a colaboração de Mauro Cid, acusando a delação de ser "mentirosa" e sem valor jurídico. A defesa de Bolsonaro alegou que o ex-presidente jamais atentou contra o Estado democrático de Direito, e que discussões sobre medidas constitucionais como o estado de sítio não passaram de hipóteses levantadas em um momento de crise.

A defesa de Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, também negou qualquer envolvimento de seu cliente nas articulações golpistas, sustentando que ele tentou dissuadir Bolsonaro de tomar qualquer medida que prejudicasse a estabilidade do país.

Já a defesa de Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-chefe da Casa Civil, argumentou que o general não teve tempo suficiente para exercer seu direito de defesa, e pediu a anulação de provas relacionadas à delação premiada de Mauro Cid.

☉ Expectativas para o julgamento

Com as sustentações orais concluídas, o STF se prepara para retomar o julgamento na próxima terça-feira (9), com o voto do relator Alexandre de Moraes. O julgamento terá continuidade com novas sessões previstas para os dias 9, 10 e 12 de setembro.

Fonte: Brasil 247