sábado, 26 de julho de 2025

Dono da CNN ataca governo Lula e STF por “inação” diante do tarifaço dos EUA

          Bolsonaro e Rubens Menin, dono da CNN

O dono da CNN Brasil, Rubens Menin, criticou o governo Lula diante da crise com os Estados Unidos. Em entrevista neste sábado (26) à Folha, ele classificou a postura do Planalto como “inerte” diante da sobretaxa de 50% imposta pela gestão Trump sobre produtos brasileiros e afirmou que empresários, por iniciativa própria, estão buscando interlocução direta com Washington.

Menin, que também é dono do Banco Inter e da construtora MRV, minimizou a possibilidade de sanções ao sistema financeiro, mas alertou para o impacto na entrada de investimentos estrangeiros. Segundo ele, o fechamento da Casa Branca ao governo brasileiro tem dificultado qualquer saída institucional. “O governo ainda não se convenceu do que fazer. As portas estão fechadas. As empresas é que estão capitaneando esse processo”, afirmou.

Ao comentar o papel do Supremo Tribunal Federal (STF) na regulação das big techs, criticou decisões recentes e defendeu que o tema seja debatido no Congresso. Ele avalia que a perda de “harmonia entre os poderes” dificulta a reação diplomática ao tarifaço e afasta investidores internacionais. “Precisamos mostrar equilíbrio institucional. O Brasil ainda tem segurança jurídica, mas pode perder essa vantagem se errar na condução”, alertou.

“As big techs não têm nenhum interesse em romper com o Brasil, porque somos um mercado muito grande. Então, talvez elas se tornem nossas aliadas na solução desse problema”, disse.

A CNN Brasil abandonou qualquer aparência de jornalismo e passou a atuar como plataforma para golpistas e figuras da extrema-direita ligadas ao bolsonarismo e ao governo Trump. O canal tem dado espaço livre a nomes como Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, que propagam ataques às instituições e ameaças autoritárias sem serem confrontados.

Entrevistas são conduzidas sem questionamentos, mesmo diante de mentiras ou declarações graves. Recentemente, Eduardo Bolsonaro afirmou em rede nacional que, em caso de “terra arrasada”, estaria “vingado dos ditadores de toga”, referindo-se aos ministros do STF.

Fonte: DCM

Rendimento de trabalhador rural sobe 5,5% no 1º trimestre

Dados mostram desigualdade regional e queda no desemprego feminino

25 de maio, Dia da Trabalhadora e do Trabalhador Rural (Foto: Agência Gov/MDA)

Agência Brasil - O Anuário Estatístico da Agricultura Familiar contabiliza que o rendimento médio mensal dos trabalhadores da agropecuária cresceu 5,5% no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado. Em termos absolutos, o salário de quem trabalha na agropecuária passou no período de R$ 2.022 para R$ 2.133.

O estudo é da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Abrange os empregados em atividades de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura.

O rendimento médio resulta da grande variação do valor dos salários nas cinco grandes regiões brasileiras. No Norte, o incremento foi de 21%; no Nordeste, 7,5%; no Sudeste, 1,7%; e no Sul, 9,7%.

Diferente das demais, o Centro-Oeste registrou perda de renda de 7,9%. A despeito do mal resultado, a região mantém o maior valor médio pago de salário R$ 3.492 – bem acima dos valores do Nordeste (R$ 1.081) e do Norte (R$ 1.997); e também superior ao Sudeste (R$ 3.147) e ao Sul (R$ 3.147).

De acordo com a presidente da Contag Vânia Marques Pinto, a finalidade do anuário é fazer o monitoramento das remunerações e direcionar a atuação da entidade.

“A Contag vem pautando os entes federativos para rever e qualificar políticas públicas para os povos do campo, da floresta e das águas”, disse em nota à imprensa.

Trabalho feminino - O anuário também registra que houve, pelo terceiro ano consecutivo, redução do desemprego feminino no campo. Em 2024, a taxa foi de 7,6% - a menor desde 2015.

Afora a aceleração da atividade econômica, que abre vagas para ambos os sexos e permite ganhos salariais, Contag e Dieese assinalam um fator não conjuntural para a melhoria da oferta de emprego entre as mulheres no campo: a qualificação da força de trabalho feminina.

“Segundo a pesquisa, o nível de instrução das mulheres acima de 15 anos que moram em zonas rurais avançou significativamente entre os anos de 2012 e 2024. O percentual das que possuem Ensino Superior triplicou, saindo de 2% para 6%. A fatia daquelas que concluíram o Ensino Médio também subiu significativamente, passando de 14% para 25% no período. Ao mesmo tempo, a população feminina rural sem instrução e com menos de um ano de estudo recuou de 14% para 10%, enquanto a parcela com Ensino Fundamental incompleto caiu de 50% para 38%”, registra a nota da Contag.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Golpistas do 8 de janeiro removem tornozeleiras eletrônicas após STF impor medidas cautelares a Bolsonaro

Com novas medidas impostas a Bolsonaro, casos de investigados que violaram tornozeleiras e desafiaram o STF voltam à tona

     (Foto: Reprodução/Anpr)

A imposição de medidas restritivas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), como o uso de tornozeleira eletrônica, reacendeu a discussão sobre o descumprimento de ordens judiciais por envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Diversos investigados romperam o equipamento de monitoramento e chegaram a ser considerados foragidos, revelando fragilidades na fiscalização. As informações são do Metrópoles.

Um dos casos mais recentes é o de Paulo Augusto Bufarah, de 55 anos, identificado entre os vândalos que depredaram a Praça dos Três Poderes. Foragido após romper a tornozeleira e sair do radar das autoridades, ele foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) em 26 de junho deste ano, logo após retornar da Argentina, onde se escondia.

O ex-comandante da Polícia Militar do DF, Klepter Rosa Gonçalves, teve prisão substituída por monitoramento eletrônico, mas, segundo o STF, deixou de usar a tornozeleira em abril. Seus advogados alegaram que o aparelho “estava carregando” e que “o monitorado tomou providência imediata para regularização da carga do equipamento”.

Outros casos chamam a atenção pela ousadia e pelo teor das justificativas. A advogada Edith Christina Medeiros Freire, de 57 anos, e o blogueiro Marinaldo Adriano Lima da Silva, de 23, romperam as tornozeleiras em abril. De acordo com o Tribunal de Justiça da Paraíba, Edith está “evadida desde 30/8/2024”. Já Marinaldo, ao entrar em contato com a coluna de Paulo Cappelli, disse ter retirado o equipamento por medo: “Na minha comunidade, as pessoas acham que quem usa tornozeleira é traficante. Tive medo de morrer”. Outro episódio que repercutiu nas redes sociais foi protagonizado pelo radialista Roque Saldanha, que, em novembro de 2024, publicou um vídeo quebrando a tornozeleira e ofendendo diretamente o ministro Alexandre de Moraes: “Enfia a tornozeleira no c”*, declarou. Ele foi preso cerca de um mês depois, em Colatina (ES).

Também está foragida Roberta Jersyka Oliveira Brasil Soares, estudante de medicina da USP, que deixou de usar a tornozeleira em maio. A Justiça do Ceará notificou Moraes, e, até o momento, ela segue em paradeiro desconhecido.

Vitório Campos da Silva, acusado de depredar o gabinete da primeira-dama Janja da Silva, teve o equipamento com falhas nos dias 19 e 23 de março e 7 de abril. A defesa nega que ele tenha descumprido a medida e atribui o problema à instabilidade da conexão de internet na região onde vive.

Em São Paulo, quatro investigados sumiram do monitoramento em fevereiro: Natalia Teixeira Fonseca, Lindolfo de Oliveira, Dirce Gonçalves dos Santos e Lucenir Bernardes da Silva. O Tribunal de Justiça local informou ao STF após pedido de relatório quinzenal.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Moraes inclui deputado Filipe Barros em inquérito por tentar golpe com governo Trump

Deputado Filipe Barros e Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o apensamento da notícia-crime contra o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Filipe Barros (PL-PR), ao inquérito que investiga condutas atribuídas a Eduardo Bolsonaro por suposto atentado à soberania brasileira.

A decisão ocorre após representação do advogado Benedito Silva Junior, que acusa Barros de ter participado, em maio de 2025, durante viagem oficial aos Estados Unidos custeada pela Câmara dos Deputados, de reuniões com Eduardo Bolsonaro, o congressista norte-americano Cory Mills e representantes da empresa SpaceX.

Segundo a petição inicial, as reuniões teriam como objetivo articular sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, “sob a alegação de suposta ‘censura generalizada’ no Brasil”. Um vídeo foi anexado ao processo como prova das acusações. 
Veja:

O documento afirma que tais articulações envolveriam “pressão ao Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, a aplicar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes”, possivelmente com base na Lei Magnitsky, que prevê punições a autoridades estrangeiras por violações de direitos humanos.

O advogado Benedito Silva Junior sustenta que essas ações poderiam configurar tentativa de “submeter decisões judiciais nacionais à influência de um governo estrangeiro” e, portanto, representar “potencial atentado à soberania nacional”.

A representação ainda menciona possível enquadramento em artigo que trata da tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, e pede a suspensão cautelar do mandato de Filipe Barros.

Em seu despacho, Moraes justificou a decisão afirmando que “os fatos narrados nesta notícia-crime já são objeto de procedimento específico, também de minha relatoria”. Por isso, determinou que “junte-se [a notícia-crime] destes autos ao Inq. 4.995/DF”.

Fonte: DCM

Trump mira entorno de Lula e cogita expulsar embaixadora brasileira dos EUA

 

Os presidentes do Brasil e dos EUA, Lula e Donald Trump. Fotomontagem

O analista internacional Lourival Sant’Anna, da CNN Brasil, disse nesta sexta-feira (25) que o governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, prepara uma nova rodada de retaliações contra o Brasil. A ofensiva teria como alvo direto autoridades ligadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo apuração de Sant’Anna, o plano inclui sanções de curto e médio prazo. A primeira etapa envolveria o cancelamento de vistos e restrições de entrada a assessores de alto escalão do Palácio do Planalto, próximos a Lula. Embora o presidente e a primeira-dama Janja não estejam diretamente atingidos, a medida representa um aumento significativo da tensão diplomática entre os dois países.

Em um segundo momento, as sanções atingiriam ministros do STF que votaram por punições ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Esses magistrados podem ter bens congelados nos EUA, com base na chamada Lei Magnitsky, que prevê bloqueio de ativos e proibição de relações comerciais com pessoas consideradas violadoras de direitos ou da ordem democrática.


Além das sanções diretas, também seriam impostas sanções secundárias, ou seja, restrições a empresas, instituições e entidades que mantenham relações comerciais com os alvos das penalidades. A medida inclui bloqueio de acesso a serviços bancários e outras atividades em território americano.

O plano prevê ainda, em médio prazo, o descredenciamento da embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luísa Viotti Ribeiro. Na prática, isso significaria a expulsão da diplomata e o rompimento formal das relações entre os dois países, o que agravaria ainda mais a crise bilateral.

“É praticamente uma declaração de guerra. A motivação é puramente política”, disse Lourival Sant’Anna. O plano já estaria nas mãos do secretário de Estado Marco Rubio e seria executado em fases, considerando eventuais reações do governo brasileiro a cada etapa.

De acordo com o analista, o objetivo de Trump é impor um alinhamento ideológico às Américas. A estratégia começaria pelo Brasil, e poderia se estender a outros países governados pela esquerda, como México e Colômbia, caso tenha êxito.

Fonte: DCM

Marcos do Val se gaba de ter visto de informante dos EUA, para onde fugiu

Marcos do Val

Mesmo com os passaportes bloqueados por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES) deixou o Brasil rumo aos Estados Unidos.

O picareta se vangloriou de possuir um visto americano da “categoria S”, tipo raro e reservado a estrangeiros que colaboram com investigações de interesse do governo norte-americano.

Traidor da pátria, em resumo. Dedo-duro. Conspirador.

Em entrevista ao Metrópoles, Do Val afirmou ter quatro cidadanias. “Recomendo que pesquisem essa categoria antes de fazer insinuações equivocadas”, disse. A categoria S é prevista pelo Departamento de Justiça dos EUA para pessoas que fornecem informações relevantes sobre organizações criminosas ou terroristas. O programa também prevê benefícios para parentes dos informantes.

O senador já havia sido alvo de decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinava a apreensão de seus passaportes — comum e diplomático — além do bloqueio de suas redes sociais e de — pasme — R$ 50 milhões. Mesmo assim, embarcou para Miami a partir de Manaus, contrariando diretamente a decisão judicial.

Nos EUA, Do Val foi reconhecido por passageiros de um voo comercial e confirmou à imprensa que havia saído do país. Ele justificou a viagem dizendo estar dentro da legalidade, apesar da ordem vigente. O STF havia negado anteriormente seu pedido de viajar com a família nas férias.

Do Val é investigado por tentativa de interferência nas eleições de 2022. Ele afirmou que foi procurado por Jair Bolsonaro e Daniel Silveira para tentar induzir o ministro Alexandre de Moraes a fazer declarações comprometedoras. Mais tarde, mudou a versão para isentar Bolsonaro. Além disso, é alvo da PF por vazamento de documentos sigilosos.

Fonte: DCM

Nikolas pode ficar inelegível por divulgar fake news durante eleições; entenda


Nikolas Ferreira, parlamentar bolsonarista. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A Justiça Eleitoral de Minas Gerais acolheu, na última sexta-feira (25), denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE-MG) contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e outros três políticos por disseminação de fake news durante as eleições municipais de 2024 em Belo Horizonte. Caso condenados, os acusados poderão ter os mandatos cassados e ficarem inelegíveis por oito anos.

Além de Nikolas, foram denunciados o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG), a deputada estadual Delegada Sheila (PL-MG) e Cláudia Araújo Romualdo, presidente do PL-Mulher em Minas e candidata a vice-prefeita na chapa de Engler. O juiz Marcos Antônio da Silva, da 29ª Zona Eleitoral de BH, deu prazo de 10 dias para apresentação de defesa.

O MPE-MG aponta que o grupo usou redes sociais para divulgar informações falsas sobre o então prefeito Fuad Noman (PSD), que disputava a reeleição contra Bruno Engler. As publicações distorciam trechos do livro “Cobiça”, de autoria de Noman, associando a obra fictícia a suposta exposição de crianças a conteúdo impróprio em um festival de quadrinhos promovido pela prefeitura.

“De forma leviana e injusta, conectou a obra de ficção a um evento real”, destacou o MP sobre as declarações de Nikolas, que classificou o livro como “pornográfico” e afirmou que “o problema é quando a ficção vira a realidade”.

O órgão também acusa o deputado de descumprir ordem judicial para remover o conteúdo das redes e ainda “debochar publicamente da decisão” ao publicar novas postagens com as mesmas acusações.

Veja o vídeo mentiroso de Nikolas:



Em publicação no X no dia 8 de julho, quando tomou conhecimento da investigação, Nikolas Ferreira se defendeu: “Estão querendo cassar os meus direitos políticos por que fiz rachadinha? Por que coloquei dinheiro na cueca? Por que quebrei estatais? Não! Estão querendo me deixar inelegível porque denunciei um livro pornográfico do antigo prefeito de Belo Horizonte”.

O parlamentar ainda questionou: “Uai, não posso falar e denunciar mais, não? É muita coincidência que só parlamentares de direita são perseguidos neste país”.

A fake news

Fuad Noman venceu o segundo turno contra Bruno Engler, mas faleceu em março deste ano vítima de câncer. O processo agora segue para fase de defesa dos acusados, que, se condenados, além das sanções políticas, terão que pagar indenizações.

O livro “Cobiça”, no centro da polêmica, é uma obra ficcional que narra a história de uma mulher que revisita memórias durante viagem ao interior mineiro. A citação específica que gerou controvérsia descreve uma violência sexual contra menor, conteúdo que, segundo defensores da obra, faz parte do desenvolvimento narrativo da trama.

Fonte: DCM

Falha entre a Justiça e PF abriu caminho para a fuga de Zambelli e Marcos do Val; entenda

 

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na Flórida (EUA), de onde anunciou sua fuga do Brasil. Foto: Reprodução

A falha no sistema que deveria impedir investigados de deixarem o Brasil ficou evidente com os casos da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e do senador Marcos do Val (Podemos-ES). Ambos conseguiram sair do país mesmo com medidas judiciais que limitavam ou impediam viagens internacionais. Com informações do blog do Octavio Guedes, do G1.

O problema não está apenas nas decisões judiciais, mas na falta de comunicação entre o Judiciário e a Polícia Federal (PF).

Desde 2005, a portaria nº 117 da Corregedoria-Geral da Justiça Federal, assinada pelo ministro Luis Felipe Salomão, determina que juízes comuniquem diretamente à PF qualquer ordem de impedimento de saída do país.

Isso significa que não basta reter passaportes — é necessário registrar o nome do investigado no sistema da PF, que é o que efetivamente impede a saída em aeroportos e fronteiras, mesmo em caso de uso de outros documentos válidos, como RG ou passaporte estrangeiro.

No caso de Zambelli, condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça e falsidade ideológica, ela conseguiu deixar o Brasil após ter o passaporte devolvido em 2023.

Já Marcos do Val deixou o país utilizando o passaporte diplomático, mesmo havendo uma ordem judicial do ministro Alexandre de Moraes que o impedia de sair do Brasil. Nenhum dos dois constava como impedido no sistema da PF, o que tornou as restrições ineficazes.

A regra é clara: sem registro eletrônico, a ordem judicial não é reconhecida pelas barreiras migratórias — nem nos guichês, nem nas máquinas de reconhecimento facial. Enquanto essa falha persistir, cresce a sensação de impunidade e de que o sistema judicial pode ser facilmente driblado.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) no Universal Orlando Resort, na Flórida. Foto: Reprodução
Fonte: DCM com informações do G1

VÍDEO – Hélio Negão deixa acampamento em frente ao STF após ordem de Moraes

Hélio Negão em frente ao STF. Foto: reprodução

O deputado federal Hélio “Negão” Lopes (PL-RJ), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi obrigado a deixar na madrugada deste sábado (26) o acampamento que havia montado na Praça dos Três Poderes, em Brasília, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar, também conhecido como “Negão do Bolsonaro”, iniciou o protesto na tarde de sexta-feira (25) com uma barraca e uma fita na boca, simulando uma mordaça, em greve de silêncio contra as medidas do tribunal contra Bolsonaro.

O protesto solitário de Lopes, que chegou a atrair alguns aliados como o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), provocou reforço na segurança do local. O entorno da praça foi cercado por grades e recebeu efetivo adicional da Força Nacional, PMDF e equipes do DF Legal.

Na virada da noite, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que em 2023 ficou 90 dias afastado por decisão de Moraes devido aos eventos de 8 de janeiro, compareceu pessoalmente ao local para notificar os manifestantes sobre a ordem judicial de desocupação, expedida no âmbito do inquérito das fake news.

“Recebemos uma intimação, que veio o governador do DF pessoalmente notificar, com ordem do ministro, já sabem qual, para que pudéssemos desocupar. Estamos aqui com o Hélio Negão também. Vamos tratar com o nosso desembargador e advogado. Nós somos obedientes, mas vamos seguir orientação jurídica”, afirmou Chrisóstomo em vídeo gravado no local após a notificação.

Antes da decisão judicial, a Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) havia informado que não removeria a barraca por se tratar de uma manifestação parlamentar, prática comum na Esplanada, e por estar em área de segurança, o que exigiria ordem específica do STF ou ação conjunta com a PM mediante autorização judicial.

O protesto ocorre no contexto em que Bolsonaro e ex-assessores são réus no STF por tentativa de golpe de Estado. Na semana passada, Moraes determinou que o ex-presidente use tornozeleira eletrônica para evitar fuga do país durante o processo.

Fonte: DCM

Movimentos preparam protestos contra tarifaço de Trump em prédios do governo dos EUA


Manifestantes vestidos de Jair Bolsonaro e Donald Trump em ato na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Foto: Danilo Verpa/Folhapress

Movimentos sociais de esquerda organizaram uma série de manifestações em frente a prédios ligados ao governos dos Estados Unidos para a próxima sexta-feira (1º), data em que entram em vigor as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros anunciadas pelo presidente Donald Trump.

As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, junto com a União Nacional dos Estudantes (UNE), convocaram protestos em frente a consulados dos EUA em São Paulo e Rio de Janeiro, além da embaixada americana em Brasília. Outras cidades como Salvador, Porto Alegre e Belo Horizonte também terão atos em espaços públicos simbólicos.

A mobilização ocorre paralelamente a uma crescente oposição interna nos EUA contra as medidas de Trump. Onze senadores democratas enviaram uma carta a Trump nesta quinta (24), classificando as tarifas como “claro abuso de poder” destinado a proteger Jair Bolsonaro (PL).

“Interferir no sistema legal de uma nação soberana estabelece um precedente perigoso”, alertaram os parlamentares, destacando que os EUA mantêm superávit comercial com o Brasil desde 2007 e que a medida pode prejudicar 130 mil empregos estadunidenses.

Donald Trump, presidente dos EUA. Foto: Reuters

A revista The Economist reforçou as críticas em sua edição desta semana, classificando as ações de Trump como uma das “mais graves intervenções norte-americanas na América Latina desde a Guerra Fria”. A publicação britânica apontou que a cúpula do Brics no Rio, que projetou internacionalmente o Brasil sob liderança de Lula, teria sido o estopim para a retaliação comercial.

Os senadores democratas alertaram ainda sobre os riscos geopolíticos da medida: “Uma guerra comercial com o Brasil também aproximaria o país da República Popular da China em um momento em que os EUA precisam combater agressivamente a influência chinesa na América Latina”. O argumento ecoa análises de especialistas que veem nas tarifas um tiro no pé estratégico dos EUA.

Enquanto isso, a The Economist destacou o efeito contrário obtido por Trump: em vez de enfraquecer Lula, as medidas fortaleceram sua posição política, com aumento nas pesquisas e apoio até de setores conservadores preocupados com os impactos econômicos. Produtos como carne, café e suco de laranja – exportados por regiões bolsonaristas – estão entre os mais afetados pelas tarifas.

Fonte: DCM

Cúpula dos Povos pela Paz convocada por Maduro expressa a voz dos povos contra a guerra imperialista e o genocídio

Em evento em Caracas, mais de mil pessoas compareceram à cúpula dos povos, pedindo unidade pela paz mundial

    Cúpula dos Povos pela Paz (Foto: Fernanda Forgerini/Opera Mundi)

José Reinaldo Carvalho, de Caracas - A Cúpula dos Povos pela Paz e Contra a Guerra, realizada no Teatro Teresa Carreño, em Caracas, reuniu mais de 600 delegados de 80 países de todos os continentes. O ato de abertura contou com a presença de mais de mill lideranças políticas e sociais para debater os desafios globais em um cenário de crescentes tensões geopolíticas. Rander Peña, secretário-executivo da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América - Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP), destacou a visão venezuelana da democracia como um processo contínuo, não restrito a ciclos eleitorais.

"Na Venezuela, não entendemos a democracia como um momento em que nos reunimos a cada quatro ou cinco anos para eleger alguém. Na Venezuela, entendemos a democracia como um evento permanente, diário, cotidiano, um exercício de liderança do nosso povo", afirmou Peña. "E esse método democrático é o que praticamos no país, e estamos orgulhosos de que o mundo inteiro possa vir testemunhar o exercício da democracia neste próximo domingo, 27 de julho."

O dirigente também abordou as reações internacionais às transformações políticas na região, atribuindo ao "imperialismo americano" uma postura agressiva diante das mudanças lideradas pelos povos. "Uma mudança que o imperialismo americano não recebeu com bons olhos. Pelo contrário, essa era de mudanças, forjada pelo povo por meio de suas lutas, gerou reações muito agressivas do império, que, por meio de ações agressivas, tentou extinguir a humanidade", declarou.

◆ Fascismo e resistência

Peña alertou para o "ressurgimento do fascismo" em escala global, citando a intensificação de ações da direita em diferentes países. "O fascismo é o estado de exceção do imperialismo em declínio, e quando esse imperialismo assume que está em um período de declínio, busca empregar ações ainda mais agressivas para manter seus privilégios", disse. "Hoje, estamos vendo isso no Oriente Médio e na América Latina, e esta Cúpula dos Povos tem esse propósito: discutir a agenda política global."

◆ Presença do Brasil

Socorro Gomes, representante do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povoa e Luta pela Paz, fez um pronunciamento impactante, que despertou o entusiasmo do público. Os delegados presentes comentaram que ela falou não só pelo Brasil, mas pelos povos e movimentos sociais presentes, foi a voz do Sul Global. Socorro fez uma denúncia contundente dos crimes dos sionistas israelenses e imperialistas estadunidenses ao perpetrarem o genocídio contra o povo palestino em Gaza.

“A guerra dos sionistas israelenses contra o povo palestino é uma sucessão de crimes em série de lesa-humanidade, de inomináveis crueldades, de uma desenfreada barbárie, em que se sucedem bombadeios, assassinatos em massa e seletivos, ações deliberadas visando ao extermínio da população, limpeza étnica, o uso da fome como arma de guerra e a hedionda matança de crianças e mulheres aos milhares. Esses crimes são cometidos para manter a ocupação ilegítima no território palestino histoticamente usurpado. Toda a humanidade é ofendida com as ações de Israel. Por isso, não se pode ser passivo ou neutro diante de tamanhas brutalidades. É preciso que se levante um potente movimento de solidariedade com o povo mártir da Palestina, primeiramente para parar a guerra de extermínio e em sequência garantir não só a existência do povo palestino, como também a criação e o reconhecimento pleno do Estado Palestino soberano, com capital em Jerusalém Leste.”

A líder brasileira do movimento pela paz criticou o papel do Comando Sul dos EUA na região. "As ações do Comando Sul não são defensivas; este comando age de forma agressiva, ofensiva, visando o saque das riquezas naturais e salvaguardar os interesses geopolíticos dos Estados Unidos", afirmou.

A representante brasileira enfatizou ao final: “A luta anti-imperialista é, hoje, uma luta pela paz, pela vida e pelo futuro da nossa região. Denunciar o imperialismo, resistir às tentativas de golpes, rechaçar as bases militares estrangeiras e construir uma nova ordem internacional baseada no multilateralismo, na justiça social e na solidariedade entre os povos são tarefas históricas da nossa geração.”

Fonte: Brasil 247

Moraes proíbe atos bolsonaristas na frente do STF e Praça dos Três Poderes é fechada por risco de novo 8/1

PMDF não deu uma previsão para a reabertura

      Alexandre de Moraes (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)

A Praça dos Três Poderes foi fechada, na madrugada deste sábado (26), para evitar manifestações de bolsonaristas e um possível novo 8 de Janeiro, após uma pequena mobilização de apoiadores de Jair Bolsonaro, réu por envolvimento na trama golpista.

Segundo a coluna Grande Angular, no Metrópoles, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) não deu uma previsão para a reabertura do acesso ao local.

O ato dos bolsonaristas aconteceu na frente do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF). O governador Ibaneis Rocha teve de ir pessoalmente ao local do ato durante a madrugada para acalmar os ânimos dos extremistas.

Entre os bolsonaristas que participaram do ato, está o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ). Contudo, o ministro do STF Alexandre de Moraes proibiu a mobilização na Praça dos Três Poderes, de acordo com a reportagem.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Brasil cogita ‘erro no sistema aduaneiro’ e apura taxação feita pela Venezuela

Desde 2012, países têm acordo de isenção em trocas comerciais; taxa pode chegar a 77%

Uma arara voa perto de bandeira venezuelana no Palácio Federal Legislativo, em Caracas, Venezuela - 16/04/2024 (Foto: REUTERS/Gaby Oraa)

Brasil de Fato - A informação de que a Venezuela teria passado a cobrar uma taxa de 15% a 77% sobre produtos brasileiros “pegou de surpresa” o Brasil, que diz não ter sido informado sobre a medida. Fontes diplomáticas próximas ao tema consultadas pelo Brasil de Fato tentam remediar a situação com a diplomacia venezuelana e até cogitam um “erro no sistema aduaneiro” do país vizinho.

Isso porque a medida siginficaria o rompimento de um acordo que Caracas e Brasília assinaram em 2012, o Acordo de Complementação Econômica 69 (ACE 69). O documento derrubava justamente o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) e outras taxas sobre produtos brasileiros mediante a apresentação dos certificados do país de origem.

A imposição das novas taxas foi denunciada nesta sexta-feira (25) por empresários de Roraima ao governo brasileiro. O estado é o principal exportador de produtos para a Venezuela. Segundo eles, caminhões estão parados na fronteira entre os países esperando a resolução do impasse.

O governo brasileiro, por sua vez, alega que não foi avisado da decisão e entende que o ACE 69 segue em vigor.

Segundo apurou o Brasil de Fato, a diplomacia brasileira tentou contato com o Serviço Nacional Integrado de Administração Aduaneira e Tributária da Venezuela (Seniat), o órgão responsável pela cobrança das tarifas, mas não teve resposta.

Há, no entanto, um decreto de número 5.145, assinado pelo governo da Venezuela e publicado em Diário Oficial em 30 de junho, que derruba a isenção do IVA e de outros impostos para produtos importados. O texto cita o fim da isenção sobre uma série de produtos industrializados e agrícolas, incluindo a soja e o açúcar, principais produtos exportados pelo Brasil à Venezuela.

A expectativa de diplomatas brasileiros ouvidos pela reportagem é de que a medida possa ser um “erro no sistema aduaneiro” e que o país tenha “cobrado de maneira equivocada” o imposto sobre os produtos.

Em nota, o governo de Roraima afirmou que está em contato com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil para resolver o impasse.

De acordo com a plataforma da ONU para comércio global, em 2023, o Brasil exportou cerca de US$ 1,15 bilhão para a Venezuela e registrou uma balança comercial favorável com o país vizinho, que vendeu apenas US$ 468 milhões no mesmo período para os brasileiros.

A Venezuela é o principal destino das exportações de Roraima. Nos últimos 5 anos, o estado vendeu US$ 937 milhões para o país vizinho. Para efeito de comparação, o segundo lugar nesse período foi a China, que importou US$ 100 milhões do estado brsaileiro.

Fonte: Brasil 247 com Brasil de Fato

Lula: “Patriotismo de verdade é defender o Brasil”

Presidente compartilhou discurso nas redes e criticou bolsonaristas por articularem sanções contra o Brasil a partir dos EUA, em defesa de Jair Bolsonaro

       Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e autoridades em Osasco-SP - 25/07/2025 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou suas redes sociais nesta sexta-feira (25) para reforçar o tom crítico contra setores da extrema direita brasileira que, segundo ele, atuam no exterior, como foco nos Estados Unidos de Donald Trump, para prejudicar o país.

Em uma publicação na plataforma X (antigo Twitter), Lula escreveu: “Patriotismo de verdade é defender o Brasil. E nossa bandeira tem um único, e legítimo, dono: o povo brasileiro”. A declaração foi acompanhada de um vídeo com trechos de seu discurso durante a cerimônia do Novo PAC Seleções 2025, realizada no dia anterior em Osasco (SP).

No evento, Lula fez referência direta ao deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), que atualmente se encontra nos Estados Unidos, e acusou o parlamentar de agir contra os interesses nacionais ao pressionar o governo norte-americano por sanções econômicas. “Estão pedindo para o presidente da República dos Estados Unidos aumentar a taxa das coisas que nós vendemos para eles para poder libertar o pai, ou seja, trocando o Brasil pelo pai. Que patriota que é esse?”, questionou.

O presidente também criticou a apropriação de símbolos nacionais por aliados de Jair Bolsonaro que, segundo ele, instrumentalizaram a bandeira do Brasil e a camisa da seleção nacional de futebol para fins políticos. “Tomaram para eles a bandeira brasileira, a camisa da seleção brasileira e se diziam patriotas. Agora veja que absurdo. Estes mesmos cidadãos ou cidadãs, que utilizavam a camisa da seleção brasileira e a bandeira nacional, se dizendo patriotas, estão agora agarrados nas botas do presidente dos Estados Unidos pedindo para ele fazer a interverção no Brasil”, afirmou.

Lula reforçou a ideia de que o verdadeiro patriotismo está na defesa dos interesses nacionais e comparou a postura de Eduardo Bolsonaro à de Joaquim Silvério dos Reis, conhecido traidor da Inconfidência Mineira. “Isso é pior do que Silvério dos Reis, porque este Silvério dos Reis traiu Tiradentes, mas esse cara está traindo a nação”, disse.

Defesa da soberania e do povo como símbolo legítimo

Ao final de sua fala, o presidente destacou que a soberania nacional deve ser resgatada pelo povo e que símbolos como a bandeira brasileira pertencem à coletividade, não a um grupo político. “Agora quem está segurando essa bandeira são os verdadeiros donos deste país, o povo brasileiro”, afirmou.

Fonte: Brasil 247

Padilha afirma que Brasil irá resistir ao tarifaço de Trump e destaca independência estratégica do setor de saúde

Ministro também destaca ações voltadas à soberania científica do Brasil

      Alexandre Padilha (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reafirmou nesta sexta-feira (25), em evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que o tarifaço anunciado pelos Estados Unidos contra o Brasil não fará com que o ministério haja contra a propriedade intelectual como forma de retaliação. Padilha disse que o país deve apostar na negociação e não se mover por “anúncios irracionais” do presidente Donald Trump.

“A nossa postura é essa, não vamos nos mover por anúncios irracionais porque já foram feitos aos montes e não necessariamente viraram realidade. Não vamos mudar qualquer tradição do Ministério da Saúde, de apostar na parceria público-privada, de apostar na atração de investimentos internacionais, no respeito à propriedade intelectual, nós somos signatários do dos Acordos da OMS [Organização Mundial da Saúde]”, disse.

Para o caso de uma eventual retaliação do Brasil contra os EUA, a lei brasileira de reciprocidade, já em vigor, estabelece critérios para a suspensão de concessões comerciais, de investimentos e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual em resposta a medidas unilaterais adotadas por país ou bloco econômico que impactem negativamente a competitividade internacional brasileira.

★ Impacto

Alexandre Padilha reconheceu que, caso o tarifaço, de fato, entre em vigor no primeiro dia de agosto, a área da saúde do Brasil deverá ser afetada negativamente. Padilha afirmou, no entanto, que o país atualmente é menos dependente do comércio de insumos com o exterior do que era há alguns anos.

“Se essa irracionalidade [as tarifas anunciadas pelos EUA] virar uma realidade, é lógico que vai afetar a área da saúde. Qualquer coisa que vá contra o livre comércio, contra o ambiente de produção, o ambiente de cooperação, afeta a saúde”, disse.

"Mas o Brasil também é menos dependente hoje dos Estados Unidos do que já foi em anos anteriores, em relação aos produtos que possam ser adquiridos aqui no nosso país, incorporados no nosso país”, acrescentou.

O ministro ressaltou que o caminho brasileiro será o de continuar a fortalecer a produção nacional para diminuir a dependência externa. Ele citou recentes acordos feitos com a China e a índia, no contexto do Brics, para a produção nacional de insulina.

“A decisão do Brasil é cada vez mais fortalecer a capacidade de produção de insumos de medicamentos, tecnologias na área da saúde, serviço da saúde para não depender de ninguém. Nós vamos continuar a nossa trilha de fortalecimento da nossa capacidade de produção aqui no Brasil, de atração de investimentos”, afirmou..

★ Chamada Pública

Segundo Padilha, entre as ações de fortalecimento nacional, está o lançamento, realizado nesta sexta, na Fiesp, da chamada pública para credenciar o primeiro Centro de Competência em Tecnologias de RNA do país. Com foco em RNA mensageiro (mRNA), a iniciativa – que conta com uma das mais avançadas e seguras tecnologias para vacinas e terapias do mundo – integra um pacote de ações voltadas à soberania científica do Brasil, para as quais foram destinados R$ 450 milhões do governo federal.

O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde e pela ministra de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Luciana Santos, durante o evento Saúde Estratégica Brasil - Américas, organizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), na sede do sindicato das indústrias.

“Nós sentimos bem na pele o que significa a dependência. Sentimos isso de maneira aguda durante o período da covid-19. Embora nós tivéssemos no Brasil experimentos e produção de vacinas, como é o caso do Butantan e da Fiocruz, nós tivemos dependência, embora também produzíssemos, não foi o suficiente”, disse Luciana Santos.

O regulamento da seleção pública incentivará a execução de projetos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, bem como parcerias com Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) e a participação de mestres e doutores.

Entre os resultados esperados estão o aumento da produção nacional de tecnologias em saúde, a ampliação da oferta de terapias avançadas e produtos para o Sistema Único de Saúde (SUS), além do fortalecimento da capacidade nacional de pesquisa clínica.

“Com isso, esperamos aumentar a produção nacional de insumos, bens e tecnologias em saúde, ampliar a oferta de Terapias Avançadas no país e de produtos para o SUS, além de fortalecer estruturas brasileiras de pesquisa clínica”, disse a ministra Luciana Santos.

Fonte: Brasil 247