quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Voto de Fux deixa defesa de Bolsonaro eufórica; ministros do STF veem incoerência

Defesa de Bolsonaro vê esperança de anulação do processo, enquanto colegas de Fux no STF questionam a coerência de sua posição

      O ministro do STF Luiz Fux - 10 de setembro de 2025 (Foto: Gustavo Moreno/STF)


O início do voto do ministro Luiz Fux durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro já gera grande repercussão nos bastidores do Supremo Tribunal Federal (STF). Fux provocou surpresa ao afirmar que o STF seria "absolutamente incompetente" para julgar o caso, um posicionamento que animou a defesa do ex-presidente e alimentou expectativas de que o processo pudesse ser anulado. As informações são do jornalista Octávio Guedes, do g1.

A visão dos advogados de Bolsonaro é de que Fux é o único ministro “independente” do STF, e que a análise dos outros magistrados já era previsível. Eles argumentam que Flávio Dino tem fortes vínculos com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; Cristiano Zanin, advogado do petista, também é visto como um defensor do presidente; e Alexandre de Moraes, por sua vez, é considerado por muitos como um adversário de Bolsonaro. Assim, segundo essa interpretação, Fux seria o único membro da turma sem essas conexões, o que conferiria maior imparcialidade ao seu julgamento.

Porém, a reação dentro da própria Corte foi bem diferente. Vários ministros demonstraram perplexidade diante da declaração de Fux sobre a incompetência do STF para lidar com o caso. Nos corredores do Supremo, a questão que circula entre os colegas de Fux é clara: se o STF, de acordo com ele, não tem competência para julgar esse tipo de processo, por que o ministro aceitou julgar dezenas de processos relacionados aos "peixes pequenos", os réus envolvidos nos atos de 8 de janeiro?

No início de seu voto, Fux destacou que os réus não possuem direito a foro privilegiado, uma vez que não estavam mais exercendo funções que garantiriam tal prerrogativa quando os crimes ocorreram, entre 2020 e 2023. "Não estamos julgando pessoas com prerrogativa de foro. As pessoas não têm prerrogativa de foro", afirmou o ministro, que explicou que a competência de um juiz deve ser avaliada no início do processo. A análise da competência, segundo ele, é fundamental para o regular andamento do processo e para a manutenção do princípio do Estado de Direito.

Fux também comentou as modificações na interpretação da competência originária do STF, que sofreu diversas alterações ao longo dos anos. Ele lembrou que o entendimento da Corte, até 2023, era claro: uma vez cessado o cargo, o foro privilegiado deixaria de existir. "Os réus perderam seus cargos muito antes do surgimento do atual entendimento, que é recente", afirmou Fux, ressaltando que a aplicação da nova interpretação do foro poderia gerar questionamentos sobre a segurança jurídica e o princípio do juiz natural.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Fux defende anulação do processo da trama golpista por “incompetência absoluta” do STF

Ministro apontou que nenhum dos réus tem prerrogativa de foro por função

O ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux - 10 de setembro de 2025 (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

Nesta quarta-feira (10), o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado ganhou um novo capítulo com o voto do ministro Luiz Fux. Durante a sessão, o magistrado defendeu que o STF não possui competência para julgar os acusados, uma vez que nenhum deles tem prerrogativa de foro devido aos seus cargos anteriores.

Fux destacou que os réus não possuem direito a foro privilegiado, uma vez que não estavam mais exercendo funções que garantiriam tal prerrogativa quando os crimes ocorreram, entre 2020 e 2023. "Não estamos julgando pessoas com prerrogativa de foro. As pessoas não têm prerrogativa de foro", afirmou o ministro, que explicou que a competência de um juiz deve ser avaliada no início do processo. A análise da competência, segundo ele, é fundamental para o regular andamento do processo e para a manutenção do princípio do Estado de Direito.

Em seu voto, Fux também comentou as modificações na interpretação da competência originária do STF, que sofreu diversas alterações ao longo dos anos. Ele lembrou que o entendimento da Corte, até 2023, era claro: uma vez cessado o cargo, o foro privilegiado deixaria de existir. "Os réus perderam seus cargos muito antes do surgimento do atual entendimento, que é recente", afirmou Fux, ressaltando que a aplicação da nova interpretação do foro poderia gerar questionamentos sobre a segurança jurídica e o princípio do juiz natural.

A sessão desta quarta-feira, que foi marcada para ouvir o voto de Fux, será seguida pela manifestação da ministra Cármen Lúcia, caso o voto de Fux seja breve. O julgamento prossegue com sessões programadas para os dias 11 e 12 de setembro, com os ministros se revezando na apresentação de seus votos. O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, será o último a se manifestar.

Este julgamento envolve figuras de peso do governo Bolsonaro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros de seu governo e outros aliados. Todos estão sendo acusados de envolvimento em tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, crimes que, se confirmados, podem levar a pesadas condenações. O processo envolve acusações de tentativa de derrubar o governo legitimamente constituído, deterioração de patrimônio protegido por lei e uso de violência e ameaça para destruir bens públicos.

Os réus deste processo são: o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; o ex-presidente Jair Bolsonaro; o ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid; o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; e o ex-ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto.

O julgamento deverá ser decidido por maioria de votos, com a condenação ou absolvição dos réus dependendo da convergência de três votos favoráveis em uma mesma linha de pensamento. Caso haja divergências, as propostas de penas poderão ser variadas, e até mesmo os réus podem ser agrupados de acordo com os crimes pelos quais são acusados.
Fonte: Brasil 247

Fux reconhece suposto cerceamento de defesa na ação da tentativa de golpe

Ministro citou "tsunami de dados" sem "antecedência minimamente razoável" para conhecimento das defesas dos réus

Ministro citou "tsunami de dados" sem "antecedência minimamente razoável" para conhecimento das defesas dos réus (Foto: Gustavo Moreno/STF)

Durante o julgamento que envolve a tentativa de golpe de Estado, o ministro Luiz Fux reconheceu a alegação das defesas sobre cerceamento de defesa, devido à disponibilização tardia e desorganizada de um grande volume de dados. Em seu voto, Fux descreveu o cenário como um "tsunami de dados", ressaltando a dificuldade das defesas em acessar as informações necessárias para a prática dos atos processuais dentro do prazo estipulado.

Fux explicou que a acusação de cerceamento de defesa se baseia na disponibilização de 70 terabytes de dados de forma tardia, sem a devida organização e antecedência. "Foi deferida decisão de acesso à íntegra de mídias e materiais apreendidos na fase investigativa em 30 de abril, mais de um mês após o recebimento da denúncia e menos de 20 dias antes do início da oitiva das testemunhas", afirmou o ministro. Ele destacou que o volume de dados era impressionante, com mais de 1.200 laudos periciais e 255 milhões de mensagens de áudio e vídeo extraídas de mais de mil equipamentos eletrônicos apreendidos pela Polícia Federal.

O ministro ainda revelou que a desorganização desses dados dificultou o trabalho das defesas, que receberam os arquivos sem qualquer nomenclatura ou índice que facilitasse a pesquisa. A situação se agravou com a inclusão de novos arquivos durante a instrução processual, incluindo mais dados em junho de 2024, já próximo ao fim do processo. "Novos arquivos foram incluídos, o que demonstrou a ausência de uma gestão adequada das informações", afirmou Fux, explicando que esse fluxo de dados prejudicou a possibilidade de um acompanhamento eficaz e oportuno por parte das defesas.

Fux, com vasta experiência no Supremo Tribunal Federal, fez uma comparação com o caso do Mensalão, processo igualmente complexo, que levou anos para ser analisado. No entanto, o atual caso, segundo ele, supera em complexidade devido à quantidade de material probatório envolvido, algo que nem mesmo o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, poderia prever. Fux observou que, ao lidar com tal volume de informações, ele se viu desafiado a analisar com profundidade todos os dados, o que gerou dificuldades na elaboração de seu voto.

Em sua fala, o ministro também comparou o volume de dados atual aos processos judiciais do passado, nos quais dezenas de volumes impressionavam pela quantidade de documentos. Porém, segundo ele, a era digital trouxe um cenário inédito, no qual 70 terabytes de dados equivalem a milhões ou até bilhões de páginas de conteúdo, o que torna o processo extremamente mais desafiador.

O reconhecimento do cerceamento de defesa levantado por Fux implica uma discussão mais ampla sobre os direitos dos réus e a garantia de um julgamento justo. As defesas alegam que, sem o acesso adequado a tais volumes de dados em tempo hábil, não seria possível exercer plenamente o direito ao contraditório e à ampla defesa, princípios constitucionais fundamentais do Estado de Direito.

O julgamento, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, segue em andamento no Supremo Tribunal Federal, com acusações graves como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e violação do Estado Democrático de Direito. A quantidade e a complexidade dos dados envolvidos são apenas uma parte do imenso desafio jurídico que as partes envolvidas enfrentam no processo.

Acompanhe o julgamento ao vivo pela TV 247:
Fonte: Brasil 247

Fux pode dar voto decisivo para condenar Bolsonaro nesta quarta no STF


Ministro do Supremo Tribunal Fderal (STF) Luiz Fux – Foto: Rosinei Coutinho/STF

Alvo de ataques de Jair Bolsonaro no passado, o ministro Luiz Fux pode ser o voto decisivo no julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF). A expectativa em torno de sua posição cresce nesta quarta-feira (10), já que ele pode cravar a maioria para condenar o ex-presidente na Primeira Turma da Corte – Bolsonaro já soma dois votos contrários, e a definição de Fux é vista como determinante para o desfecho. Com informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.

O magistrado foi alvo direto de ameaças quando presidiu o STF entre 2020 e 2022. Bolsonaro chegou a dizer em 7 de setembro de 2021 que caberia a Fux “enquadrar” Alexandre de Moraes, sob pena de o Supremo “sofrer aquilo que nós não queremos”. Declarações como essa foram citadas por Moraes e Flávio Dino como evidências da atuação de Bolsonaro na organização criminosa que planejou a ruptura institucional.

Nos bastidores, advogados e integrantes da Corte destacam que Fux não esqueceu os ataques. Em sessões recentes, ele reagiu a lembranças dessas ameaças e até relatou ter passado a noite anterior ao 7 de setembro de 2021 dentro do Supremo, temendo invasões. Apesar disso, também já sinalizou discordâncias com o relator em questões processuais, o que mantém as defesas de Bolsonaro com alguma esperança de que a condenação não seja unânime.

Em ocasiões anteriores, Fux foi o único a concordar com o argumento de que Bolsonaro deveria ser julgado pelo plenário, e não pelas turmas, já que não é mais presidente. Ele afirmou: “Para manter a minha coerência, não posso mudar minha opinião de uma semana para outra”. Essa posição alimenta a expectativa de que, ao menos em pontos técnicos, seu voto não será alinhado integralmente ao de Moraes.

O ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

Bolsonaro, inclusive, já chegou a apostar em um “ponto de inflexão” vindo de Fux, lembrando o pedido de vista do ministro em um caso menor, de uma ré que vandalizou a estátua “A Justiça”.

No entanto, interlocutores do magistrado asseguram que, desta vez, não haverá interrupção do julgamento, e que o processo seguirá até a definição da pena.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

Estadão critica articulação por anistia a Bolsonaro: “Não vale uma missa”


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

Ao aceitar pagar o preço de se converter ao catolicismo para ser coroado rei da França, o protestante Henrique de Navarra, em 1593, saiu-se com esta: “Paris bem vale uma missa”. E Jair Bolsonaro, vale uma missa?

Em outras palavras: vale a pena ampliar as tensões institucionais e paralisar o avanço de projetos importantes para o Brasil só para tentar livrar da cadeia um completo desqualificado como Bolsonaro?

Parte considerável do establishment político parece considerar que sim. Bolsonaro é muito útil para essa turma, pois desde as eleições de 2018 provou-se capaz de eleger muita gente só ao abrir a boca e declarar apoio. (…)

Sem qualquer experiência executiva e sem nenhum cacoete democrático, Bolsonaro não passou de um histrião, incapaz de articular qualquer pensamento coerente para conduzir o Brasil. O resultado disso foi um governo desastroso, irresponsável durante a pandemia e que não entregou quase nada do que prometeu, notabilizando-se apenas pelas crises institucionais que criou. (…)

Sua grande marca no governo foi o golpismo, do qual resultaram os planos para se aferrar ao poder com a ajuda de militares, culminando no famigerado 8 de Janeiro. (…) Hoje, estar com Bolsonaro equivale a considerar a ruptura democrática como algo moralmente aceitável.

Definitivamente, Bolsonaro não vale essa missa. (…) Ou seja, pretende-se perdoar um golpista declarado, que nada de bom fez para o País, e punir os magistrados que, malgrado seus abusos e erros, fizeram seu trabalho em defesa da democracia.

Aqui não cabe ingenuidade: nenhum dos empenhados em livrar Bolsonaro e em constranger o Supremo está minimamente interessado em preservar a democracia e as liberdades. O que eles querem é conservar o potencial eleitoral que a marca Bolsonaro representa – e, de quebra, impedir que o Supremo complique a vida dos muitos parlamentares que se lambuzam de emendas ao Orçamento sem prestar contas a ninguém.

Fonte: DCM

Homem alvo da PF por assediar deputada com fotos íntimas ameaçou “quebrar costelas” de Soraya

A senadora Soraya Thronicke – Foto: Reprodução


Na terça-feira (9), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Assédio e identificou um homem que ameaçou “quebrar apenas quatro costelas” da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). Outro investigado é suspeito de enviar conteúdo sexual explícito para a deputada federal Silvye Alves (União Brasil-GO). Segundo a PF, os ataques se enquadram em perseguição e violência política de gênero.

O mandado de busca e apreensão foi cumprido em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A Justiça também determinou medidas cautelares contra o investigado, que está proibido de acessar a internet, manter contato com as vítimas ou sair da região metropolitana do Rio sem autorização. Em fevereiro do ano passado, Soraya já havia comunicado as ameaças à Polícia Legislativa e à Advocacia do Senado, em um e-mail intitulado “faixa preta”.

De acordo com a corporação, a operação faz parte de um esforço nacional de combate à violência política de gênero, que busca coibir ações de intimidação e silenciamento contra mulheres na vida pública. Para os investigadores, as condutas atribuídas ao suspeito mostram perseguição sistemática e tentativas de afetar diretamente o exercício do mandato das parlamentares.

Fonte: DCM

Senado aguarda julgamento de Bolsonaro para decidir sobre Gonet

Senado só definirá sabatina de Gonet após o desfecho da ação

       Paulo Gonet - 02/09/2025 (Foto: Antonio Augusto/STF)

O Senado aguarda o desfecho do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) para decidir sobre a recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, informa Igor Gadelha, do Metrópoles. O julgamento, que envolve Bolsonaro e sete de seus aliados políticos, está em andamento desde o dia 2 de setembro, com foco em uma suposta trama golpista para anular as eleições de 2022 e manter o ex-presidente no poder. A previsão é que a análise da Primeira Turma do STF termine até sexta-feira (12).

De acordo com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), Gonet não pode ser sabatinado enquanto ainda estiver vinculado ao processo envolvendo Bolsonaro. "Só vai ter sabatina depois do julgamento. Não tem como ser agora, porque ele está envolvido no julgamento. Mas temos um prazo até novembro".

Paulo Gonet foi reconduzido ao cargo de procurador-geral da República pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no final de agosto, com a assinatura de um novo mandato de dois anos. No entanto, para que a recondução seja formalizada, Gonet precisa passar por uma nova sabatina na CCJ e ser aprovado por pelo menos 41 dos 81 senadores.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

"O crime organizado se prepare, porque a justiça vai derrotá-los", diz Lula



Presidente inaugurou em Manaus o CCPI Amazônia e anunciou novas medidas de combate ao crime ambiental e financeiro

9 de setembro de 2025 - Cerimônia de inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia). Manaus–AM (Foto: Ricardo Stuckert/PR)


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou nesta terça-feira (9), em Manaus, o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia). O espaço, que recebeu investimento de R$ 36,7 milhões do Fundo Amazônia, funcionará como núcleo permanente de inteligência policial, reunindo forças brasileiras e de nove países vizinhos para enfrentar crimes como desmatamento, mineração ilegal e tráfico de drogas, armas e pessoas.

O centro integra o Plano Amazônia: Segurança e Soberania (AMAS), que já destinou R$ 318,5 milhões à compra de helicópteros, viaturas, drones e lanchas blindadas. A estrutura busca fortalecer a presença do Estado em regiões de difícil acesso e criar uma rede inédita de cooperação entre Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional e polícias estaduais.

☆ O recado de Lula ao crime organizado

Durante a cerimônia, Lula fez duras declarações contra a criminalidade. "Desde 2024, conduzimos quase 200 operações. Só no ano passado, apreendemos mais de 250 milhões de dólares em bens de acusados de praticar crime contra o meio ambiente. Inutilizamos 60 milhões de dólares em maquinários de garimpos ilegais, como dragas, tratores, retroscavadeiras e aeronaves", afirmou.

Ele destacou ainda que parte dessas ações só foi possível graças ao Fundo Amazônia. "Muitas delas não teriam sido possíveis sem o recurso do Fundo Amazônia. Isso confirma a importância da solidariedade internacional", disse.

O presidente reafirmou a meta de zerar o desmatamento até 2030 e ressaltou a responsabilidade dos países que já devastaram suas florestas: "Portanto, se eles já desmataram as florestas deles e querem preservar a Amazônia que é nossa, eles têm que custear, porque nós temos mais de 30 milhões de seres humanos querendo viver com dignidade em toda a Amazônia da América do Sul".

☆ Do garimpo ilegal à Faria Lima

Lula também lembrou a maior operação já realizada no Brasil contra o crime organizado, que atingiu diretamente o sistema financeiro. "Para combater o crime de forma efetiva, é preciso neutralizar suas lideranças e asfixiar seus mecanismos de financiamento. Há poucos dias, realizamos no Brasil a maior operação da história contra o crime organizado que finalmente alcançou o andar de cima do crime organizado. A Faria Lima, a famosa linha bancária do Brasil", declarou.

Por fim, o presidente reforçou seu compromisso com os povos da Amazônia e deixou um recado direto: "Não podemos permitir que os moradores das periferias, os povos indígenas e as comunidades ribeirinhas tenham suas vidas marcadas pela violência enquanto os endinheirados ficam impunes. Os mais vulneráveis são os que mais sofrem com a criminalidade. Estar do lado do povo amazônico requer ação firme e decisiva contra o crime. Juntos, seremos mais fortes e eficazes. Por isso, o crime organizado se prepare, porque a justiça vai derrotá-los".

Fonte: Brasil 247

Oposição pressiona por urgência na anistia após julgamento de Bolsonaro

Oposição busca votar a anistia com urgência logo após decisão do STF sobre trama golpsita. Projeto enfrenta resistências e tensões políticas

             Plenário da Câmara dos Deputados (Foto: Adriano Machado / Reuters)

A oposição na Câmara dos Deputados está intensificando esforços para que o requerimento de urgência para o projeto de anistia seja votado logo após a conclusão do julgamento da trama golpista - que tem Jair Bolsonaro (PL) entre os réus - no Supremo Tribunal Federal (STF). O resultado do julgamento, conforme apontado, será um fator determinante para os próximos passos da tramitação do projeto na Casa Legislativa. A estratégia bolsonarista visa acelerar o processo legislativo, permitindo que a proposta seja discutida diretamente no plenário, sem a necessidade de passar pelas comissões.

Apesar da pressa, segundo a CNN Brasil, o processo encontra resistência dentro do próprio Congresso, com a necessidade de manter um equilíbrio delicado entre os Poderes. Figuras como os ministros do STF Alexandre de Moraes e Flávio Dino têm emitido declarações sobre a anistia que são vistas como importantes para direcionar o andamento das negociações no Legislativo. A proposta só avançará caso haja um diálogo intenso entre os Poderes e a construção de consensos políticos.

Recentemente, tensões políticas também surgiram, com líderes parlamentares observando que as manifestações bolsonaristas na Avenida Paulista, que mencionaram diretamente o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), podem ter prejudicado a tramitação do projeto. Esse ato público foi interpretado como uma tentativa de enfraquecer a autonomia do Parlamento, o que gerou reações dentro da Câmara dos Deputados.

Apesar das barreiras externas, as articulações continuam nos bastidores. Os parlamentares favoráveis ao projeto de anistia estão buscando o momento ideal para avançar com a proposta, levando em conta tanto o cenário político quanto o institucional do país.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Bolsonaro já se vê condenado e teme ser preso na Papuda

Aliados de Bolsonaro o comparam a Collor e defendem prisão domiciliar

                 Jair Bolsonaro e presídio da Papuda (Foto: Reuters | Reprodução)

No contexto das últimas movimentações judiciais, Jair Bolsonaro (PL) não se mostrou surpreso com o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que pode levá-lo à condenação, mas manifesta forte preocupação quanto ao local onde poderá cumprir uma eventual pena. Em conversa com aliados, o ex-mandatário demonstrou que já esperava o sentido dos votos favoráveis à sua condenação pelos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Para Bolsonaro, o desfecho do caso já é dado como certo, segundo Andréia Sadi, do g1.

Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar devido a problemas de saúde, questiona se será enviado ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, caso seja sentenciado. O ex-presidente enfrenta crises de soluço e já precisou solicitar autorização do STF para realizar exames médicos e procedimentos em hospitais. Aliados de Bolsonaro defendem que ele permaneça em prisão domiciliar mesmo após uma possível condenação. Eles comparam a situação de Bolsonaro à de Fernando Collor, ex-presidente também condenado, mas que cumpre pena em prisão domiciliar devido a problemas de saúde.

No Supremo, ministros têm observado a crescente movimentação em favor de uma possível anistia aos envolvidos no processo que inclui Bolsonaro. Muitos acreditam que existe uma aliança oportunista entre o Centrão e o bolsonarismo, que visam garantir vantagens políticas em caso de anistia. A análise no STF gira em torno de como essas movimentações podem enfraquecer o sistema judiciário, uma vez que muitos veem essas ações como uma tentativa de proteger parlamentares investigados e garantir benefícios políticos a membros do bolsonarismo.

Apesar dos debates sobre uma possível anistia, uma fonte próxima ao STF declarou que não há qualquer chance de o Supremo considerar a medida constitucional. Essa possibilidade também gerou críticas internacionais, especialmente por parte do governo dos Estados Unidos, que, segundo fontes, acredita que um perdão dessa natureza seria uma vitória para o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A Casa Branca, inclusive, tem acompanhado de perto os desdobramentos do julgamento de Bolsonaro, que já gerou tensões diplomáticas entre os dois países.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Lula: 'Bolsonaro cometeu burrices e tentou dar um golpe'

Presidente frisou que Jair Bolsonaro 'não é inocente'

                O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (9) que o ex-presidente Jair Bolsonaro cometeu "burrices" ao longo do último governo e, por conta disso, o réu está sendo julgado por liderar a trama golpista, no Supremo Tribunal Federal (STF).

"Estamos vendo brasileiros, um que foi candidato eleito, cometeu burrices que sabe que cometeu e está sendo julgado, mandando o filho para os EUA para pedir ao [presidente dos Estados Unidos, Donald] Trump sancionar o Brasil", disse Lula em evento oficial em Manaus-AM.

O presidente esteve na capital amazonense para, no evento, lançar o "Programa União com Municípios pela Redução do Desmatamento e Incêndios Florestais".

Lula também fez uma comparação histórica: "Quando Silvério dos Reis traiu Tiradentes, ele não foi para a França, para a Europa, ficou aqui. Eles tiveram a pachorra de mandar gente para os EUA dizer que o pai é inocente".

A fala foi em referência às articulações do deputado Eduardo Bolsonaro, filho de Jair, em prol das sanções contra o Brasil.

Lula frisou que Bolsonaro não é inocente. "Não é, tentou dar golpe, tentou matar Lula, Alckmin e Moraes", finalizou.

Fonte: Brasil 247

AGU detona Eduardo Bolsonaro após ameaça dos EUA: "Falsos patriotas são traidores da pátria"

Jorge Messias criticou aliados de Jair Bolsonaro que pedem intervenção estrangeira e reafirmou que o Brasil responderá sempre com lei e Constituição

      Jorge Messias (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, reagiu nesta terça-feira (9) à declaração da Casa Branca de que o governo Donald Trump estaria disposto a utilizar até “meios militares” para “proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”. A fala estadunidense foi feita em referência ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), onde ele responde por tentativa de golpe de Estado.

Em declaração à coluna de Igor Gadelha no portal Metrópoles, Messias criticou os que atuam em articulação com Washington para pressionar a Justiça brasileira — em referência indireta ao deputado Eduardo Bolsonaro, que desde fevereiro está nos Estados Unidos buscando apoio do governo Trump contra a condenação do pai.

“O Brasil é um país pacífico, um país do diálogo, do respeito e da solidariedade. Os falsos patriotas que incitam a animosidade de nosso país com nações das quais somos historicamente aliados e gestionam por intervenções estrangeiras em nosso sistema de Justiça são verdadeiros traidores da pátria”, afirmou Messias ao Metrópoles.

Segundo ele, a democracia brasileira não se curvará a pressões externas nem a conspirações articuladas pela extrema direita. “Aos que clamam por golpe, responderemos com a lei. Aos que pedem o arbítrio, seguiremos com nossa Constituição, que nos predica a independência nacional, a igualdade entre os Estados e a defesa da paz”, declarou.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Ao vivo: STF retoma julgamento de Bolsonaro e "núcleo crucial" do golpe

Ministro Luiz Fux vota e 1ª Turma do Suprema pode formar maioria já nesta quarta

       O ministro do STF Luiz Fux - 09/09/2025 (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

Nesta quarta-feira (10), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) se reúne para ouvir o voto do ministro Luiz Fux, no julgamento que envolve Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. Diferentemente do que ocorreu na terça-feira (9), só haverá sessão nesta quarta pela manhã. Se o voto de Fux for breve, a ministra Cármen Lúcia também poderá já apresentar sua decisão.



Para os próximos dias, outras sessões já estão agendadas, com horários de 9h às 19h no dia 11, e 9h às 19h no dia 12 de setembro. Após o voto de Fux e de Cármen Lúcia, o ministro Cristiano Zanin será o último a se manifestar, seguindo a ordem de antiguidade no STF, uma vez que ele preside a Primeira Turma.

O julgamento será decidido por maioria de votos, com a condenação ou absolvição dos réus dependendo de três votos em uma mesma linha de pensamento. Caso haja divergências, pode haver propostas diferentes de penas e até mesmo a separação de réus em grupos distintos quanto aos crimes pelos quais são acusados. Em última instância, a pena será calculada em três fases: fixação da pena-base, avaliação de circunstâncias atenuantes ou agravantes e, por fim, verificação de eventuais causas de diminuição ou aumento da pena.

Os réus envolvidos neste processo enfrentam acusações graves, incluindo tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. São eles: o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; o ex-presidente Jair Bolsonaro; o ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid; o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; e o ex-ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto.

Os crimes pelos quais os réus são acusados incluem a tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Entre as acusações, destaca-se a tentativa de "depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído", o que configura um golpe de Estado. Além disso, a deterioração de bens protegidos por lei e o uso de violência e ameaça para destruir o patrimônio da União são elementos centrais das acusações.

Fonte: Brasil 247

Moraes e Dino destacam Bolsonaro como líder da conspiração golpista em julgamento

Ministros reforçaram a participação ativa de Bolsonaro nos ataques às instituições democráticas. Julgamento segue nesta quarta
                  Alexandre de Moraes (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus pelo Supremo Tribunal Federal (STF) alcançou um marco histórico na política brasileira. Pela primeira vez, um ex-presidente do Brasil pode ser responsabilizado por tentativa de golpe de Estado. A votação, conduzida inicialmente pelos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, destacou a liderança de Bolsonaro nas ações que culminaram no ataque de 8 de janeiro de 2023 às instituições democráticas, relata o jornal O Globo. O julgamento, que se estende até sexta-feira (12), vem atraindo atenção nacional pela gravidade das acusações.

Durante a sessão de terça-feira (9), Moraes, relator do processo, e Dino votaram a favor da condenação de Bolsonaro e de outros envolvidos por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada. Ambos os ministros destacaram o papel de liderança do ex-presidente nos eventos que levaram ao ataque de 8 de janeiro, onde centenas de pessoas invadiram os prédios dos Três Poderes. Em sua manifestação, Moraes afirmou que o ex-presidente "exerceu a função de líder da estrutura criminosa", destacando seu envolvimento em atos como ataques às urnas, perseguição a adversários políticos e a articulação de um plano para perpetuar seu poder à força.

Além de Bolsonaro, outros nomes do governo anterior estão sendo responsabilizados, incluindo ex-ministros como Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres e Augusto Heleno. O ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, e o deputado federal Alexandre Ramagem também figuram entre os réus. No entanto, embora o foco do julgamento seja a liderança de Bolsonaro, Dino fez questão de reforçar a posição de destaque do general Walter Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro. "De fato, ele (Bolsonaro) e o réu Braga Netto ocupam essa posição de liderança, eles tinham de fato o domínio de todos os eventos que estão nos autos", afirmou Dino.

No decorrer do julgamento, Moraes apresentou uma série de evidências documentais para reforçar as acusações, incluindo documentos que indicam a elaboração de medidas de exceção e planos de insurreição. O ministro também rebateu os argumentos dos advogados de defesa, que tentaram minimizar os atos de Bolsonaro. "Não existe previsão constitucional para a decretação de estado de sítio ou estado de defesa no caso de derrota eleitoral. Isso é uma minuta de golpe de Estado", afirmou o relator.

Para Moraes, os eventos de 8 de janeiro não foram uma "combustão espontânea", mas sim o resultado de um plano cuidadosamente articulado pela organização criminosa liderada por Bolsonaro. "Esse chamado, não do povo brasileiro, de criminosos golpistas, resultou no dia 8 de janeiro", declarou, em um momento de forte ênfase.

Dino, por sua vez, também abordou as graves ameaças que surgiram com a articulação golpista, e afirmou que o plano para assassinar autoridades foi um componente crucial da trama. "O nome do plano (para assassinar autoridades) não era Bíblia Verde e Amarela", disse o ministro, acrescentando que o Congresso Nacional, em paralelo ao julgamento, tem discutido uma possível anistia para Bolsonaro e outros réus envolvidos nos ataques de janeiro.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Dino sugere perdão judicial a Cid e defesa renova esperança por benefícios após delação

Ministro do STF aponta que tenente-coronel Mauro Cid pode ter direito a benefícios máximos após colaboração premiada

               Flávio Dino e Mauro Cid (Foto: Gustavo Moreno/STF I Ton Molina/STF)

O julgamento da trama golpista, que ocorre no Supremo Tribunal Federal (STF), ganhou um novo contorno após a manifestação do ministro Flávio Dino na terça-feira (9). Durante a análise do caso, Dino sinalizou que defenderá o benefício máximo para o tenente-coronel Mauro Cid, no contexto do acordo de colaboração premiada, informa a Folha de S. Paulo. O magistrado indicou que o militar poderia ser contemplado com o perdão judicial, um benefício que até então era incerto devido a questionamentos sobre a regularidade do acordo. A defesa de Cid comemorou a manifestação de Dino, que reacendeu as esperanças de que os benefícios do militar seriam mantidos no grau máximo.



Segundo a declaração do ministro, que acabou passando despercebida por boa parte das defesas, "a mesma coisa em relação ao senhor Mauro Cid, que vou, posteriormente, aquilatar no grau máximo, quanto possível, os benefícios a ele deferidos. Porque considero que a colaboração atendeu os seus objetivos de esclarecimento dos fatos e de utilidade para a investigação e elucidação de outros elementos fáticos e humanos dessa cadeia criminosa". A fala foi interpretada como uma forte indicação de que a colaboração de Cid foi considerada válida e essencial para os desdobramentos da investigação.

A fala de Flávio Dino, que abordava o impacto das ações de Cid, também chamou a atenção dos advogados envolvidos no caso. Cezar Bitencourt, defensor do tenente-coronel, demonstrou otimismo diante do cenário. "O acordo será mantido, isso está claro e cristalino. A participação do Cid foi fundamental para a investigação. Ele tem direito", afirmou Bitencourt. O advogado ainda acrescentou que a defesa aguarda os votos dos outros ministros, mas que o cenário atual é positivo para a manutenção dos benefícios previstos.

A expectativa gerada pela declaração de Dino também repercutiu entre os colegas de Cid na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Cadetes formados na turma de 2000 enviaram mensagens comemorando a possibilidade de o militar escapar de uma pena severa. Desde que assinou o acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal em 28 de agosto de 2023, Mauro Cid tem buscado benefícios, com o desejo explícito de obter "perdão judicial ou pena privativa de liberdade não superior a dois anos".

A Procuradoria-Geral da República (PGR), por outro lado, questionou a extensão dos benefícios para Cid, alegando que o militar teria omitido informações e se contradito em diversos depoimentos. O procurador-geral, Paulo Gonet, defendeu a diminuição dos benefícios a um patamar inferior, sugerindo uma redução de apenas um terço da pena. "Afasta-se, por conseguinte, a concessão do perdão judicial, da conversão automática da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos e da redução máxima de dois terços", afirmou Gonet.

Além disso, o julgamento envolveu discussões sobre a regularidade da delação de Cid. Na terça-feira (9), os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram contra os pedidos de nulidade do acordo de colaboração feitos pelas defesas de Jair Bolsonaro e Braga Netto. Moraes, relator do caso, afirmou que a colaboração foi "voluntária e regular", e desconsiderou as alegações de que Cid teria prestado depoimentos contraditórios. O ministro também votou pela condenação de Cid pelos cinco crimes pelos quais ele foi denunciado, incluindo o golpe de Estado e a abolição do Estado democrático de Direito.

Flávio Dino acompanhou Moraes em sua análise e reforçou a ideia de que, embora Cid tenha desempenhado papel significativo na trama golpista, ele se enquadra na "segunda prateleira" de culpabilidade, o que abre espaço para os benefícios da colaboração premiada.

Fonte: Brasil 247

STF pode formar maioria hoje para condenação de Bolsonaro e demais réus do núcleo principal da trama golpista

Expectativa é que o julgamento chegue à reta final com maioria formada pela condenação de Bolsonaro e outros réus

Primeira Turma do STF (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

O julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado avança nesta quarta-feira (10), com a expectativa de que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa formar uma maioria pela condenação.

O processo tem novo marco com o voto do ministro Luiz Fux do STF que, apesar das divergências com o ministro relator, Alexandre de Moraes, pode condenar Jair Bolsonaro e outros acusados de participar da trama golpista.

A postura de Fux é vista com atenção, especialmente por ser considerado o integrante menos alinhado com o ministro Alexandre de Moraes, que preside o julgamento, ressalta reportagem do jornal O Estado de S.Paulo. Alguns especialistas acreditam que Fux deve acompanhar a condenação, mas com possíveis discordâncias em pontos específicos do processo.

● O papel de Fux no julgamento

O ministro Fux tem se tornado uma figura central para a defesa de Bolsonaro, já que foi ele quem sugeriu penas mais brandas para outros réus ligados ao caso. Em uma sessão recente, Fux expressou seu desconforto com a condução de Moraes sobre alguns pontos processuais. "O foco se volta a Luiz Fux. Ele já sinalizou incômodo com alguns pontos processuais — como a competência da Primeira Turma e a forma como certas delações foram tratadas", afirmou o criminalista Welington Arruda, em entrevista ao Estadão.

Arruda também destacou que, apesar das divergências pontuais, a tendência é que a maioria dos ministros siga a linha de condenação de Bolsonaro.De acordo com Renato Vieira, outro advogado ouvido pelo Estadão, Fux pode gerar um debate mais amplo sobre a compatibilidade de certos tipos de crime, como o golpe de Estado e a tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. "É muito difícil que, ultrapassadas questões preliminares, a matéria de fundo possa ser objeto de muitas controvérsias, tamanho o nível de elucidação do voto do ministro relator", disse Vieira.

● As possíveis penas e os próximos passos

O julgamento ainda não está concluído, e as penas dos réus serão determinadas apenas após a definição da maioria pela condenação. O ministro Dino indicou que deverá sugerir penas mais duras para Bolsonaro e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, ambos com papéis chave no esquema golpista. As penas podem chegar a até 43 anos de prisão, dependendo da decisão do STF.

O cenário atual indica que o STF está próximo de formar uma maioria para condenar os réus, incluindo Bolsonaro, em relação aos crimes de organização criminosa, tentativa de golpe de Estado e danos ao patrimônio público. Contudo, a expectativa é que a Corte continue a discutir os detalhes do julgamento, o que poderá alongar o debate e abrir espaço para futuras discussões recursais.

Fonte: Brasil 247

Julgamento de Bolsonaro e outros acusados da trama golpista terá voto de Fux nesta quarta-feira

Primeira Turma do STF se reúne para ouvir o voto de Luiz Fux; réus são acusados de crimes graves relacionados à tentativa de golpe de Estado

O ministro do STF Luiz Fux - 09/09/2025 (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

Nesta quarta-feira (10), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) irá se reunir para ouvir o voto do ministro Luiz Fux, no julgamento que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete ex-ministros acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. A sessão está programada para começar às 9h00, e a expectativa é que Fux apresente seu posicionamento tanto sobre as preliminares quanto sobre o mérito do caso, decidindo pela condenação ou absolvição dos réus.

O julgamento, que tem atraído grande atenção, deve continuar apenas pela manhã. Se o voto de Fux for breve, a ministra Cármen Lúcia poderá apresentar sua decisão no mesmo dia. Para os próximos dias, outras sessões já estão agendadas, com horários de 9h às 12h no dia 10, 9h às 19h no dia 11, e 9h às 19h no dia 12 de setembro. Após o voto de Fux e de Cármen Lúcia, o ministro Cristiano Zanin será o último a se manifestar, seguindo a ordem de antiguidade no STF, uma vez que ele preside a Primeira Turma.

O julgamento será decidido por maioria de votos, com a condenação ou absolvição dos réus dependendo de três votos em uma mesma linha de pensamento. Caso haja divergências, pode haver propostas diferentes de penas e até mesmo a separação de réus em grupos distintos quanto aos crimes pelos quais são acusados. Em última instância, a pena será calculada em três fases: fixação da pena-base, avaliação de circunstâncias atenuantes ou agravantes e, por fim, verificação de eventuais causas de diminuição ou aumento da pena.

Os réus envolvidos neste processo enfrentam acusações graves, incluindo tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. São eles: o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; o ex-presidente Jair Bolsonaro; o ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid; o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; e o ex-ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto.

Os crimes pelos quais os réus são acusados incluem a tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Entre as acusações, destaca-se a tentativa de "depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído", o que configura um golpe de Estado. Além disso, a deterioração de bens protegidos por lei e o uso de violência e ameaça para destruir o patrimônio da União são elementos centrais das acusações.

Fonte: Brasil 247