segunda-feira, 9 de junho de 2025

Ramagem diz que ataques a urnas não refletem mais seu pensamento real: "anotações privadas"

Bolsonarista é acusado de usar a estrutura da Abin para fazer espionagem ilegal

Alexandre Ramagem no STF - 09/06/2025 (Foto: Ton Molina/STF)

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou na noite desta segunda-feira (9) o interrogatório do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e deputado federal bolsonarista, Alexandre Ramagem (PL-RJ).

Ramagem é o segundo réu do núcleo 1 da trama golpista ocorrida durante o governo de Jair Bolsonaro a ser interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal da trama golpista.

O ex-diretor é acusado de usar a estrutura do órgão para espionar ilegalmente desafetos do ex-presidente.

Logo no início da oitiva, Ramagem disse que vai provar a inocência durante o depoimento.

"Não há veracidade na imputação de crimes. Estamos aqui para demonstrar inocência", afirmou.

Ramagem também declarou que seus ataques ao sistema de votação não refletem seu pensamento real. "Houve duas publicações minhas no Twitter que diferem do meu pensamento sobre as urnas", afirmou Ramagem. "No meu particular, quando eu coloco um ataque, é uma forma de argumentar. Mas isso não quer dizer que eu tenho passado, encaminhado esses documentos".

Ele havia sido questionado pelo ministro Moraes sobre a formação da Abin paralela, alegações, sem provas, de fraude eleitoral em 2022, e o monitoramento ilegal durante o governo Bolsonaro.

Ramagem também negou que a Abin buscasse fraudes nas eleições sob sua gestão. O deputado foi confrontado pelo magistrado sobre a existência de algum indício de fraude nas eleições presidenciais. Em resposta, o parlamentar negou que houvesse qualquer prova ou elemento nesse sentido. Diante da pergunta direta de Moraes, ele respondeu: "Não. O que eu quero colocar é que eu estava construindo uma mensagem".

Em um documento, Ramagem diz que "tem certeza" de que houve fraude na eleição de 2018, vencida pelo próprio Bolsonaro. "Por tudo que pesquisei, mantenho certeza de que houve fraude. O argumento da anulação de votos não é uma boa linha de ataques a urnas, que se encontram em total descrédito perante a população. A prova da vulnerabilidade já foi feita em 2018, resta apenas trazê-la novamente", disse Ramagem no documento, segundo foi lido por Moraes. Ramagem então reconheceu a autoria.

Ele então admitiu que não há prova de fraudes nas urnas. Ele chamou suas anotações de "privadas" e "nada novas".

Mais cedo, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, confirmou que o ex-presidente sabia da minuta do golpe para reverter o resultado das eleições de 2022.
Interrogatórios

Entre os dias 9 e 13 de junho, Alexandre de Moraes vai interrogar o ex-presidente Jair Bolsonaro, Braga Netto e mais seis réus acusados de participarem do "núcleo crucial" de uma trama para impedir a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o resultado das eleições de 2022.

Confira a ordem dos depoimentos:

  • Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro (encerrado);
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, general do Exército e ex-ministro de Bolsonaro.

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Brasil

Quem era Raissa Suellen, miss assassinada por amigo humorista

 

Raissa Suellen: miss foi assassinada pelo humorista Marcelo Alves. Foto: reprodução


Raissa Suellen Ferreira da Silva, de 23 anos, modelo, influenciadora digital e Miss Serra Branca Teen 2020, foi assassinada por enforcamento na última semana em Curitiba. O autor do crime, o humorista Marcelo Alves, de 42 anos, confessou o homicídio à Polícia Civil do Paraná nesta segunda-feira (9).

Natural de Paulo Afonso (BA), Raissa havia se mudado para Curitiba há três anos em busca de oportunidades na carreira de modelo. Recentemente, começou o curso de estética e planejava se mudar para Sorocaba, no interior de São Paulo. Em suas redes sociais, com mais de 10 mil seguidores, compartilhava conteúdos sobre beleza, moda e viagens.

Segundo a delegada Aline Manzatto, Marcelo e Raissa se conheciam desde a infância na Bahia, onde ele ministrava um projeto social esportivo que ela frequentou. Após se mudar para Curitiba, Marcelo teria oferecido à vítima uma suposta oportunidade de emprego em São Paulo.

Marcelo Alves, humorista que confessou ter matado Raissa. Foto: reprodução

No dia 2 de junho, data em que Raissa foi vista pela última vez, Marcelo a buscou para a suposta viagem. Após almoçarem, foram até sua casa, onde ele confessou seus sentimentos por ela. “Ele conhecia tanto a Raissa desde pequena, quanto toda a família da Raissa”, afirmou a delegada.

De acordo com a versão do suspeito, Raissa teria reagido mal à declaração, xingando-o. Em seguida, Marcelo afirmou ter se “descontrolado”, usando um fio de plástico para estrangular a jovem.

Após o crime, Marcelo enrolou o corpo em uma lona e, com ajuda do filho, transportou-o no porta-malas de um carro até uma área de mata em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, onde o enterrou.

O advogado do acusado, Caio Percival, afirmou que não houve premeditação: “Marcelo é réu primário, tem bons antecedentes e foi arrastado pelas barras da paixão a essa situação”. Ele citou a confissão espontânea e “domínio de violenta emoção” como atenuantes.

Fonte: DCM

Mauro Cid diz que agronegócio contribuiu com acampamentos golpistas


O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, no Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou que representantes do agronegócio contribuíram financeiramente com os acampamentos golpistas em frente a quartéis-generais do Exército. Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda (9), ele detalhou como recebeu dinheiro do general Walter Braga Netto para repassar aos manifestantes.

O militar diz que recebeu mensagens de bolsonaristas que queriam articular os acampamentos golpistas e decidiu conversar com o general. “Eu fui procurar o general Braga Netto, que me orientou a procurar o pessoal do partido [PL]. Lembro que o intuito, pelo menos na minha cabeça, eram manifestações apoiadas pelo Exército na frente dos quarteis”, afirmou.

Segundo Cid, os articuladores dos acampamentos pediram ajuda para levar pessoas de outros estados, como do Rio de Janeiro, a Brasília. Posteriormente, ele conversou com um coronel que atuava como tesoureiro do PL para buscar recursos, mas não teve apoio.

“Depois, o general [Braga Netto] trouxe uma quantia em dinheiro, que eu não sei precisar quanto foi, mas com certeza não foram R$ 100 mil, que foi passado para o major de Oliveira, no próprio Alvorada”, prosseguiu.

O militar citado pelo tenente-coronel é Major Rafael de Oliveira, um “kid preto”, que teria pedido R$ 100 mil para manter os acampamentos. O dinheiro repassado por Braga Netto estava dentro de uma caixa de vinho, segundo ele.

Em outro momento, Cid foi questionado sobre qual seria a origem do dinheiro. “Na época, disseram que era do pessoal do agronegócio”, respondeu.

O tenente-coronel é o primeiro réu da trama golpista interrogado no processo. Ele é um dos oito membros do chamado “núcleo crucial” e atuava como porta-voz do ex-presidente, levando informações e orientações aos demais integrantes, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os outros réus serão ouvidos em ordem alfabética:

  1. Alexandre Ramagem;
  2. Almir Garnier;
  3. Anderson Torres;
  4. Augusto Heleno;
  5. Jair Bolsonaro;
  6. Paulo Sérgio Nogueira;
  7. Walter Braga Netto.
Fonte: DCM

VÍDEO – Cid diz que Bolsonaro mandou monitorar rotina de Moraes

   Jair Bolsonaro, ex-presidente e réu por golpismo, e Alexandre de Moraes, ministro do STF. Foto: reprodução

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (9), o tenente-coronel Mauro Cid confirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou o monitoramento da rotina do ministro Alexandre de Moraes. Segundo o militar, que foi ajudante de ordens do governo de extrema-direita, o objetivo era verificar possíveis encontros entre Moraes e o então vice-presidente Hamilton Mourão no final do mandato.

Cid, que atualmente colabora com a Justiça como delator, afirmou que “era comum” o ex-presidente pedir o acompanhamento de adversários políticos.

“Por várias vezes, o presidente recebia algumas informações de que aliados políticos estariam se encontrando com adversários políticos. Então, foi comum a gente verificar se isso era verdade ou não”, declarou.

O militar ainda explicou que essas ações não envolviam técnicas sofisticadas de inteligência, mas sim consultas à Força Aérea ou à agenda pública dos ministros.


Participação direta na minuta golpista

Além do monitoramento, Cid revelou detalhes sobre o envolvimento de Bolsonaro na elaboração do documento que ficou conhecido como “minuta do golpe”. Segundo seu depoimento, o ex-presidente não apenas recebeu e leu o texto que propunha medidas autoritárias para anular as eleições de 2022, mas também fez alterações específicas no conteúdo.

“De certa forma, ele (Bolsonaro) enxugou o documento, retirando as autoridades das prisões. Somente o senhor (Alexandre de Moraes) ficaria como preso”, afirmou Cid ao ministro relator. A minuta circulou entre aliados do ex-presidente após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva e detalhava ações para mantê-lo no poder contrariando o resultado das urnas.

O depoimento de Mauro Cid ocorre no âmbito das investigações sobre a chamada “trama golpista”, conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes. O militar foi o primeiro réu do Núcleo 1 do inquérito a ser interrogado pelo ministro e agora atua como colaborador da Justiça.

Fonte: DCM

VÍDEO – Bolsonaro mandou Zambelli apresentar hacker ao ministro da Defesa, diz Cid

 

Carla Zambelli, foragida da Justiça, e Bolsonaro, réu por golpismo. Foto: reprodução

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), revelou novos detalhes sobre as tentativas do ex-presidente de investigar supostas fraudes nas urnas eletrônicas em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (9). Segundo Cid, Bolsonaro pediu ao então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, que recebesse o hacker Walter Delgatti e a deputada Carla Zambelli (PL-SP) para discutir o assunto.

De acordo com o depoimento, Zambelli agendou uma primeira reunião entre Bolsonaro e Delgatti no Palácio do Alvorada. “O ex-presidente queria saber sobre quais as possibilidades de as urnas serem fraudadas e como descobrir possíveis fraudes, a intenção era ter um ponto de vista técnico”, afirmou Cid.

Após esse encontro, Bolsonaro teria solicitado que o Ministério da Defesa recebesse Zambelli e o hacker para aprofundar as discussões. O militar confirmou que a reunião ocorreu, mas não soube informar se Paulo Sérgio Nogueira participou pessoalmente. “Acho que foi com um general, logo abaixo dele [na pasta], que estava cuidando desse tema das urnas”, explicou o tenente-coronel.

Cid também declarou que, apesar de todos os levantamentos e estudos realizados, não foi identificado qualquer indício de fraude nas urnas após as eleições de 2022.

No entanto, segundo seu primeiro depoimento à Polícia Federal, confirmado nesta segunda-feira, Bolsonaro trabalhava com duas hipóteses: “A primeira seria encontrar uma fraude nas eleições e a outra seria, por meio de um grupo radical, encontrar uma forma de convencer as Forças Armadas a aderir ao golpe de Estado”, diz o trecho lido por Moraes e confirmado por Cid.

O tenente-coronel afirmou que as conversas sobre o tema não eram claras, portanto a interpretação da intenção de golpe coube a ele. “Não era algo tão explícito assim”, disse. “Sempre se teve a ideia de que pudesse, até o fim do mandato dele, aparecer uma fraude real nas urnas”. Cid também relatou que reforçou a outros militares que não havia evidências de irregularidades.

Segundo o depoente, os relatórios produzidos pelos militares após as eleições de 2022 continham apenas estatísticas que não comprovavam nenhuma fraude.

Fonte: DCM

VÍDEO – Heleno dorme durante depoimento no STF e vira piada

Augusto Heleno é visto dormindo durante depoimento de Mauro Cid. Foto: reprodução

Durante o depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de Ordens do governo de Jair Bolsonaro (PL), a atenção se voltou, por alguns segundos, para o general Augusto Heleno, também réu por tentativa de golpe de Estado. Enquanto Cid confirmava suas declarações sobre a trama, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) foi flagrado em um aparente cochilo.

A soneca virou meme nas redes sociais. “Um retrato fiel do militar brasileiro”, ironizou o vereador de São Paulo Toninho Vespoli (PSOL), antes de completar: “Grita ‘olha o comunismo’ que ele acorda”. Já o humorista Daniel Duncan comparou o general a um animal que se finge de morto para “escapar em um momento oportuno”.

O julgamento do “núcleo 1”, separado assim pela Procuradoria-Geral da República (PGR), começa por Cid dado o seu acordo de delação premiada. Após o militar, os demais investigados, incluindo o ex-presidente Bolsonaro, vão depor seguindo uma ordem alfabética, sendo:

– Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin)
– Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha)
– Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
– Augusto Heleno (ex-GSI)
– Jair Bolsonaro (ex-presidente)
– Paulo Sérgio Nogueira (ex-Defesa)
– Walter Braga Netto (ex-Casa Civil)

Veja as reações ao cochilo de Heleno: 

Fonte: DCM

16ª RS abre projeto itinerante em São Pedro do Ivaí

Foto: Divulgação

O diretor da 16ª Regional de Saúde, Lucas Leugi, acompanhado de boa parte dos técnicos do órgão, esteve hoje em São Pedro do Ivaí. “Estamos iniciando um projeto itinerante, levando a estrutura da regional para os municípios da nossa região”, informa Leugi, acrescentando que o objetivo é uma inteiração maior com todas equipes de saúde e, ao mesmo tempo, orientar e avaliar o trabalho realizado nos 17 municípios.

Em São Pedro do Ivaí a equipe da Regional de Saúde percorreu as unidades básicas de saúde e manteve reuniões com a secretária de saúde, Simone Tavares; e com o prefeito Rildo Bernardes de Camargo. “A equipe da Regional de Saúde é muito bem vinda em São Pedro do Ivaí, para executar esse trabalho de orientação e conscientização. Precisamos atuar com firmeza para evitar cenários ruins, tais como o baixo índice de vacinação da influenza”, assinalou Camargo.

A secretária Simone Tavares recebeu Lucas Leugi e toda sua equipe e agradeceu pelo apoio que São Pedro do Ivaí vem tendo da Regional de Saúde. “Estamos recebendo um atendimento muito satisfatório, com orientações permanentes e o recebimento constante de lotes de vacinas e de outros insumos”, pontuou a secretária.

Lucas Leugi reiterou que vem cumprindo a linha de trabalho determinada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e o secretário de estado da saúde Beto Preto, com o atendimento pontual de todas demandas dos secretários e prefeitos da região. “A Regional de Saúde é dos municípios e, com esse projeto itinerante, estamos buscando interagir com todas equipes das secretarias municipais de saúde, observando fragilidades, prestando orientações e planejando ações futuras”, assinalou Lucas Leugi.

Fonte: Assessoria de Imprensa

No STF, Cid entrega Braga Netto e diz que recebeu do general dinheiro em "caixa de vinho" para apoiar manifestantes golpistas

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro também entregou Bolsonaro em seu depoimento ao STF

                      Mauro Cid e fachada do STF (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado | STF)

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, disse nesta segunda-feira (9) que recebeu uma quantia de dinheiro armazenada em um objeto que aparentava ser uma "caixa de vinho" das mãos do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa no governo anterior.

A quantia, não especificada no depoimento de Cid ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a trama golpista, seria direcionada a manifestantes golpistas que ocupavam a frente de quartéis-generais nas vésperas dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

Durante a transmissão ao vivo, no YouTube, o tenente-coronel relatou que procurou o general em busca de alguma forma de apoio das Forças Armadas às manifestações. A iniciativa teria partido do próprio Cid, que, segundo relatou, questionou se havia alguma forma de colaboração possível do PL, partido de Bolsonaro.

Na ocasião, Braga Netto o orientou a procurar representantes do PL. Seguindo a recomendação, Cid afirmou ter conversado com um militar que atuava como tesoureiro da sigla —embora não tenha conseguido lembrar o nome da pessoa durante a transmissão.

A resposta do representante do PL, segundo Cid, foi negativa: o partido não poderia prestar qualquer tipo de apoio aos manifestantes que pressionavam o Exército.

"Depois, Braga Netto trouxe uma quantia em dinheiro, com certeza não foi 100 mil [reais]. Isso foi passado para o major De Oliveira no próprio Palácio da Alvarada", disse Cid, confirmando relatos anteriores de que recebeu o dinheiro de Braga Netto em uma "caixa de vinho". "No mesmo dia passei para o major De Oliveira", complementou.

O major em questão é Rafael de Oliveira, um “kid preto”.

Posteriormente no depoimento, Cid detalhou que não abriu a caixa e reiterou que "não tinha conhecimento do valor". Ainda sobre Braga Netto, Cid entregou o general: "Quem trazia as informações atualizadas para o que estava acontecendo era o Braga Netto".

Fonte: Brasil 247

Cid confirma que Bolsonaro pediu monitoramento de Alexandre de Moraes

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi interrogado pelo ministro

              Mauro Cid e advogado - 09/06/2025 (Foto: Ton Molina/STF)

André Richter - Repórter da Agência Brasil - O tenente-coronel do Exército Mauro Cid (à esquerda na foto) confirmou nesta segunda-feira (9) que o ex-presidente Jair Bolsonaro pediu o monitoramento da rotina do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo Cid, o pedido foi feito no final do mandato de Bolsonaro para verificar se Moraes teria se encontrado com o então vice-presidente da República, Hamilton Mourão.

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Cid foi primeiro foi o primeiro réu do Núcleo 1 da trama golpista a ser interrogado por Alexandre de Moraes, relator da ação penal do golpe. O militar também está na condição de delator nas investigações.

De acordo com o militar, "era comum" o ex-presidente fazer pedidos de monitoramento de quem considerava um adversário político. Cid disse que a ordem foi repassada ao coronel do Exército Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro e que também é réu nas investigações da trama golpista.

"Por várias vezes, o presidente recebia algumas informações de que aliados políticos estariam se encontrando com adversários políticos. Então, foi comum a gente verificar se isso era verdade ou não. Não tinha nenhuma análise de inteligência. A gente perguntava para a Força Aérea ou via a agenda do ministro", afirmou.

No início do interrogatório, Mauro Cid também confirmou que Bolsonaro tinha conhecimento sobre a minuta de golpe para estabelecer medida de estado de sítio para tentar reverter o resultado das eleições de 2022.

O depoimento deve prosseguir até as 20h.

Interrogatórios

De hoje até sexta-feira (13), Alexandre de Moraes vai interrogar presencialmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Walter Braga Netto e mais seis réus acusados de participarem do "núcleo crucial" de uma trama para impedir a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o resultado das eleições de 2022.

Confira a ordem dos depoimentos:

  1. Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  2. Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  3. Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  4. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  5. Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  6. Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  7. Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  8. Walter Braga Netto, general do Exército e ex-ministro de Bolsonaro.
Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Trama golpista: Cid alega que Torres, Heleno e Ramagem não se enquadravam em núcleos golpistas, enquanto Garnier era “radical”

Tenente-coronel prestou depoimento ao Supremo nesta segunda-feira

            Mauro Cid (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), classificou, nesta segunda-feira (9), os réus do processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado entre “radicais” e “moderados”. O depoimento foi prestado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante o julgamento, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, citou os nomes dos seis réus e perguntou a que grupo eles pertenciam, conforme a classificação feita por Cid em seu acordo de colaboração premiada

Segundo o tenente-coronel, o grupo dos “radicais” — favoráveis a uma ruptura institucional — tinha como único integrante o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha. Os “moderados” incluíam os ex-ministros da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto.

Cid ainda aliviou para os ex-ministros Augusto Heleno, Anderson Torres e o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, afirmando que eles não se enquadravam em nenhum grupo.

Fonte: Brasil 247

VÍDEO – Eduardo Bolsonaro pede Uber nos EUA e faz corrida com Allan dos Santos


O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro e o blogueiro foragido Allan dos Santos. Foto: Reprodução

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pediu um Uber nesta segunda (9) nos Estados Unidos e se surpreendeu com o motorista que aceitou sua corrida: o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, foragido no país há quatro anos.

“Pessoal, estou aqui nos Estados Unidos, pedi um Uber e vocês não vão acreditar”, disse Eduardo em vídeo gravado durante a corrida. Na sequência, ele mostra quem é o motorista e o blogueiro, que usa um boné escrito “outlaw” (fora da lei) faz um cumprimento.

O parlamentar usou o episódio para provocar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou a prisão de Allan dos Santos em 2021. Sem mencionar o nome do magistrado, ele escreveu em publicação no X:

“Se ele [Moraes] pudesse certamente impediria os pagamentos da Uber para quem julgasse antidemocrático. Mas hoje ele não pode fazer isso, pois como disse a moça, ‘ele está emparedado'”.


Alvo dos inquéritos das fake news e das milícias digitais do Supremo, Allan dos Santos comandava o site Terça Livre, derrubado por ordem da Corte por espalhar desinformação. O governo brasileiro já pediu sua extradição, mas a solicitação foi rejeitada pela Interpol.

Ele anunciou em outubro passado que se tornou motorista de aplicativo na cidade de Orlando, na Flórida (EUA). Na ocasião, ele disse estar “gostando muito” da nova profissão e provocou Moraes: “Não deixarei de fazer jornalismo, mas tenho prioridades, contas e não faço acordos com criminosos”.

O blogueiro está nos Estados Unidos há quatro anos, enquanto Eduardo, que se licenciou do mandato, se mudou para o território americano em março deste ano. Ele deve voltar ao Brasil em 2026, quando vai lançar candidatura ao Senado Federal ou à Presidência.

Fonte: DCM

Câmara vai declarar perda de mandato de Zambelli após fuga, diz Motta

A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP). Foto: Lula Marques/EBC

A Câmara dos Deputados vai declarar a perda do mandato de Carla Zambeli (PL-SP), segundo o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). A decisão cabe ao parlamento após condenação na Justiça, mas ele não adiantou quando o processo será formalizado.

A bolsonarista foi condenada a 10 anos de prisão e à perda do mandato pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após invadir e inserir documentos falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) junto do hacker Walter Delgatti Neto. Na última sexta (6), a Primeira Turma rejeitou recurso da defesa de Zambelli.

“Primeiro, dizer que cabe ao presidente da Casa defender as prerrogativas parlamentares. É isso que temos procurado fazer. O caso da deputada Carla Zambelli é atípico. Não tem precedentes na Câmara dos Deputados. O Supremo, penso eu, por causa da decisão dela de fugir para outro país, antecipou a análise desses embargos”, disse Motta em evento do jornal Valor Econômico em São Paulo, nesta segunda (9).

Zambelli anunciou sua fuga do Brasil para o exterior na última terça (3) e está atualmente na Itália. No sábado (7), o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, determinou o cumprimento imediato das penas impostas contra a parlamentar em meio a um processo para buscar sua extradição.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Foto: Reprodução

O presidente da Câmara diz que “não cabe mais” a ele pautar a votação sobre a cassação de seu mandato após a determinação de Moraes. “A decisão judicial tem que ser cumprida. O tratamento que vamos dar é seguir o rito regimental para o cumprimento da decisão do STF, porque é a única alternativa, que temos a fazer, já que o processo judicial dela foi concluso com a sua condenação”, completou.

A Corte condenou a deputada pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, e não cabe mais recurso. Ela é considerada foragida pela Justiça após fugir e já teve seu nome incluído na lista de procurados pela Interpol.

Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli e o hacker invadiram o sistema do CNJ para desacreditar a Justiça e incitar atos golpistas.

Fonte: DCM