IPCA-15 registra primeira queda desde julho de 2023, segundo dados do IBGE
A prévia da inflação registrou queda de 0,14% em agosto, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa o primeiro recuo mensal desde julho de 2023 e o menor índice desde setembro de 2022. No acumulado de 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acumula alta de 3,26%, enquanto em 12 meses a variação é de 4,95%, abaixo dos 5,30% observados no período anterior.
Os grupos Habitação, Alimentação e bebidas e Transportes foram os principais responsáveis pela retração de preços, todos com quedas significativas em agosto. Entre os destaques, a energia elétrica residencial caiu 4,93%, resultado diretamente influenciado pela incorporação do chamado Bônus de Itaipu, que reduziu o peso da conta de luz, apesar da vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2.
◈ Energia elétrica impulsiona queda no grupo Habitação
O grupo Habitação apresentou retração de 1,13%, revertendo a alta de 0,98% em julho. A redução foi fortemente impactada pela queda na energia elétrica, que sozinha representou um impacto negativo de 0,20 ponto percentual no índice geral. Além disso, ajustes tarifários em diferentes regiões do país influenciaram o resultado, como reduções aplicadas em Porto Alegre (-8,38%), Curitiba (-6,19%) e Belém (-6,47%).
Outros itens desse grupo também registraram variação. A taxa de água e esgoto subiu 0,29% após reajuste em Salvador, enquanto o gás encanado avançou 0,17%, refletindo altas em Curitiba e redução no Rio de Janeiro.
◈ Alimentação e bebidas têm terceira queda consecutiva
Pelo terceiro mês seguido, os preços de alimentação e bebidas apresentaram retração, desta vez de 0,53%. A alimentação no domicílio caiu 1,02%, com destaque para quedas expressivas da manga (-20,99%), batata-inglesa (-18,77%), cebola (-13,83%), tomate (-7,71%), arroz (-3,12%) e carnes (-0,94%). Em contrapartida, a alimentação fora de casa subiu 0,71%, impulsionada por altas em lanches (1,44%) e refeições (0,40%).
◈ Transportes e combustíveis também recuam
O grupo Transportes variou -0,47%, após alta de 0,67% em julho. As passagens aéreas (-2,59%), automóveis novos (-1,32%) e gasolina (-1,14%) puxaram o resultado. Todos os combustíveis monitorados recuaram no mês: etanol (-1,98%), óleo diesel (-0,20%) e gás veicular (-0,25%).
Além disso, o transporte público teve reajustes regionais. Em Brasília e Belém, houve alta no ônibus urbano, enquanto Curitiba registrou redução tarifária aos domingos e feriados. Em Belém e São Paulo, o preço do táxi também aumentou, com reajustes médios de 24,53% e 12,37%, respectivamente.
◈ Outros grupos em destaque
Enquanto alguns setores apresentaram queda, outros tiveram avanço em agosto. O grupo Despesas pessoais acelerou para 1,09%, puxado pelos jogos de azar (11,45%). Saúde e cuidados pessoais subiu 0,64%, influenciado por itens de higiene pessoal (1,07%) e planos de saúde (0,51%), após autorização de reajustes pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Educação avançou 0,78%, com destaque para ensino superior (1,24%) e fundamental (0,68%).
◈ Resultados regionais
Entre as regiões pesquisadas, São Paulo foi a única a registrar variação positiva no índice (0,13%), devido a altas em cursos regulares e higiene pessoal. Já Belém apresentou a maior queda (-0,61%), puxada pela energia elétrica e pela gasolina.
O levantamento do IBGE considera famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos nas principais regiões metropolitanas. A próxima divulgação do IPCA-15, referente a setembro, ocorrerá em 25 de setembro.
Fonte: Brasil 247